quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Diabetes de tipo 1 é a doença crónica pediátrica mais comum
Bomba de insulina recomendada em crianças


“A terapêutica insulínica com bombas infusoras nas crianças e adolescentes com diabetes de tipo 1 é um método terapêutico que tem inúmeras vantagens”. É uma garantia avançada pela presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica, Ana Fagulha, que aponta o menor risco de hipoglicemia, a maior flexibilidade no estilo de vida e a menor variabilidade dos valores da glicemia como factores positivos do novo método.

Em vésperas do primeiro curso teórico-prático sobre a terapêutica com bombas de insulina em crianças e adolescentes com diabetes tipo 1, agendado para a manhã do próximo dia 8 no Hotel Porto Palácio, no âmbito da Reunião Anual da SPEDP, a responsável explica, num comunicado enviado ao farmacia.com.pt, que a diabetes de tipo 1 é hoje a doença crónica pediátrica mais comum nos países desenvolvidos, pelo que urge tomar medidas que permitam melhorar a qualidade de vida dos que dela padecem, nomeadamente quando são ainda muito jovens. De acordo com Ana Fagulha, o primeiro curso sobre a correcta utilização da bomba infusora de insulina tem como objectivo “divulgar a tecnologia da insulinoterapia intensiva com bombas infusoras em crianças e adolescentes”, insistindo “nas suas múltiplas componentes teóricas e práticas, para que, a nível nacional, as equipas que tratam estes doentes sintam maior segurança na utilização deste método”.
O curso persegue ainda a finalidade da promoção da troca de experiências entre os diversos centros que já fazem recurso àquela nova modalidade terapêutica no país, sensibilizando os participantes para o facto de ela ser indicada em crianças muito pequenas, particularmente bebés e recém-nascidos, adolescentes que sofram de perturbações alimentares, crianças e jovens com níveis de glicemia mais elevados, meninos com fobia a agulhas, adolescentes grávidas, indivíduos com tendência para a cetose e atletas de competição. A endocrinologista Ana Fagulha reitera que “esta terapêutica insulínica intensiva é indicada em todos os grupos etários, desde que a criança e/ou família tenham capacidade para entender o funcionamento deste método e tenham acesso, 24 horas por dia, a uma equipa médica com experiência no tratamento com bombas infusoras de insulina”.
Paralelamente, afirma a especialista, é igualmente “indispensável que o doente e a família revelem capacidade para fazer a determinação glicemica capilar pelo menos quatro vezes por dia”, uma vez que “a educação terapêutica dos diabéticos de tipo 1 e a sua família são parte integrante desta técnica”, tendo em conta que a diabetes de tipo 1 “é uma doença para toda a vida, que se desenvolve quando o pâncreas pára de produzir a insulina de que o organismo necessita e, consequentemente, os níveis de açúcar no sangue sobem. Os diabéticos do tipo 1 precisam de tratamento com insulina para poderem sobreviver. A melhoria do controlo da doença traduz-se, de acordo com a presidente da SPEDP, numa “menor incidência de complicações agudas e crónicas associadas à diabetes, como a cegueira, a insuficiência renal, a amputação dos membros ou as doenças cardiovasculares.
Por outro lado, um mau controlo do açúcar no sangue pode provocar hipoglicemia (nível baixo de açúcar), o que pode levar a graves complicações, incluindo a perda dos sentidos, ataques, hiperglicemia (nível alto de açúcar no sangue) e acidocetose diabética (nível baixo de insulina, insuficiente para manter em bom funcionamento o organismo) e, no limite mais grave, situações de coma ou morte por ausência de tratamento.
Como o farmacia.com.pt tem vindo a noticiar, a bomba infusora de insulina é um pequeno dispositivo electrónico, com as dimensões de um pager, que contém um reservatório de insulina de acção rápida, ligado a um tubo muito fino que conduz a medicação até um cateter colocado debaixo da pele, que tem de ser substituído de três em três dias, reduzindo em cerca de 120 as injecções necessárias por mês à monitorização e manutenção dos níveis de glicose no sangue do doente, que pode manter um ritmo de vida normal, fazendo as suas refeições, praticando a actividade física que bem entender, gerindo o seu próprio stress e fazendo variar a quantidade de insulina administrada sem ter de se sujeitar a novas e constantes picadas.
No âmbito da próxima reunião anual da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica, que acontece a 8 de Novembro no Porto, está prevista, por volta das 17h30, a apresentação dos resultados da colheita de dados nacionais da diabetes de tipo 1, que tem como objectivo proceder a uma avaliação do controlo metabólico e das modalidades de tratamento da doença em crianças e jovens.

Carla Teixeira
Fonte: Comunicado de imprensa da Hill and Knowlton

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