quarta-feira, 31 de outubro de 2007

SCI: Hipnose pode ajudar casos graves

Cientistas apostam em técnicas de relaxamento como terapia da Síndrome do Cólon Irritável

A hipnose pode ajudar os doentes com casos graves de Síndrome do Cólon Irritável (SCI), afirmam cientistas britânicos. Os investigadores da universidade King´s College London acreditam que a terapia pode ser útil na conexão entre o cérebro e o intestino por meio de técnicas de relaxamento.

Partindo das evidências de que a SCI é causada por factores biológicos e psicológicos, os especialistas sugerem – num estudo publicado no British Medical Journal (BMJ) - “que os médicos deveriam avaliar o uso de hipnose e outros tratamentos do foro psicológico, como antidepressivos.”

De acordo com Ian Forgacs, gastrenterologista da King´s College, “os médicos, geralmente, ficam renitentes em receitar antidepressivos, especialmente a pacientes que, embora tenham SCI, não mostram sinais de depressão.” No entanto, o investigador apelou para que fossem levadas em conta as terapias alternativas, incluindo hipnose, sublinhando que, este tratamento “poderá ajudar na conexão entre o cérebro e o intestino por meio de técnicas de relaxamento.”

Ian Forgacs defendeu ainda que os doentes “devem ser informados que o tratamento psicológico não significa que a doença está toda na mente", revelando que a equipa constatou que “os tratamentos mais eficientes para a síndrome são as chamadas terapias de diálogo."

Perfeccionistas são potencial alvo

Sabe-se que a doença afecta entre 15% a 25% da população do mundo ocidental. Entretanto, segundo um outro estudo britânico, ficou-se, também, a saber que as pessoas perfeccionistas têm mais probabilidade de desenvolver a SCI após uma infecção intestinal.

Os investigadores da Universidade de Southampton estudaram 620 doentes com gastroenterite e avaliaram a relação entre os níveis de stresse e a doença. Três e seis meses após o surto inicial, as pessoas responderam a um inquérito para descobrir se também sofriam da síndrome.

De acordo com os resultados do estudo publicado na revista «Gut», no Reino Unido, um em cada dez doentes apresenta sintomas da síndrome depois de infecções como a gastroenterite.

“Ao todo, 49 pessoas apresentavam a SCI, sendo que, as mulheres apresentaram o dobro da probabilidade de desenvolver a síndrome. As pessoas que manifestaram a doença foram as que relataram os maiores níveis de stresse e de sintomas psicossomáticos. Entre estes doentes, estavam também os mais perfeccionistas e os que continuaram a trabalhar mesmo doentes”, revelou a esquipa de Southampton.

Segundo Rona Moss-Morris, coordenadora do estudo, os médicos podem investigar possíveis traços de personalidade, como a ansiedade e o perfeccionismo, em pessoas que apresentam problemas durante a recuperação da gastroenterite.

Ao considerar que as terapias cognitivas podem ser usadas no tratamento da síndrome, a investigadora ressalvou que o estudo não indica que o cólon irritável seja totalmente de ordem psicológica. “Pode ser que o stresse e a ansiedade afectem o sistema imunológico, mas, pode ser também que, se a pessoa não descansar, piore", advertiu.

Raquel Pacheco

Fonte: BMJ/«Gut»/gut.bmj.com/

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