sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Sanofi-Aventis e Regeneron desenvolvem anticorpos terapêuticos humanos

A francesa Sanofi-Aventis SA e a biotecnológica norte-americana Regeneron Pharmaceuticals Inc entraram num acordo global e estratégico de colaboração para desenvolver e comercializar anticorpos terapêuticos totalmente humanos, utilizando a tecnologia registada da Regeneron, VelociSuite (incluindo a VelocImmune).

Adicionalmente, a Sanofi-Aventis irá aumentar o seu investimento na companhia norte-americana de quatro por cento para 19 por cento, através da compra de 12 milhões de novas acções num total de 312 milhões de dólares.

O representante da área de investigação da Sanofi-Aventis, Jean-Claude Muller, declarou que o acordo irá ajudar a companhia a atingir o objectivo de avançar 20 potenciais novos fármacos para desenvolvimento anualmente. Um anticorpo que atinge o receptor de interleucina-6 (IL-6) já iniciou ensaios para a artrite reumatóide, enquanto um segundo anticorpo que atinge a ligando-4 similar a Delta está planeado para iniciar o desenvolvimento clínico em 2008.

Os anticorpos terapêuticos totalmente humanos evitam a utilização de material animal para reduzir o risco de qualquer tipo de reacção adversa nos pacientes.

Como parte da colaboração, a Sanofi-Aventis irá fazer um pagamento inicial de 85 milhões de dólares à Regeneron, e irá fornecer cerca de 475 milhões de dólares em financiamentos durante os próximos cinco anos. Em troca, a Sanofi-Aventis irá garantir uma opção exclusiva para co-desenvolver cada candidato do portfólio da colaboração.

A Regeneron irá ter o direito de co-comercializar todos os fármacos da colaboração numa base global, caso estes sejam aprovados, e dividir metade dos lucros dos produtos vendidos nos Estados Unidos. Fora do país, a Sanofi-Aventis terá o direito a lucros entre os 55 por cento e os 65 por cento dos fármacos comercializados.

As duas companhias já estão a desenvolver um fármaco oncológico experimental denominado aflibercept, que pertence à mesma classe do blockbuster Avastin, da Genentech Inc e da Roche Holding AG.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters, Regeneron

Antidepressivo Lexapro apresenta resultados positivos em adolescentes

A norte-americana Forest Laboratories Inc e a Lundbeck apresentaram dados preliminares positivos de um ensaio de Fase III do antidepressivo Lexapro/Cipralex (oxalato de escitalopram) em adolescentes. A companhia norte-americana antecipou que irá apresentar um pedido de aprovação do fármaco à agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) durante 2008.

Os resultados demonstraram que os pacientes com idades compreendidas entre os 12 e 17 anos com episódios depressivos major que receberam o fármaco experimentaram uma melhora significativa nos sintomas da depressão, em comparação com aqueles que tomaram placebo. Espera-se que sejam divulgados dados adicionais do estudo em 2008.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, First Word

Estudo identifica alergias alimentares e medicamentosas em crianças

Iniciativa da Universidade de Aveiro envolve 600 participantes

Os problemas alérgicos são uma preocupação frequente para muitos cidadãos e a sua prevalência continua a aumentar em Portugal. Através de um projecto que envolve perto de 600 crianças, do distrito de Aveiro, com idades compreendidas entre os 0 e os 10 anos de idade, a Universidade de Aveiro espera identificar cerca de 25 por cento das crianças com problemas alérgicos, derivados de alergias alimentares, medicamentosas ou de outro tipo.

A iniciativa, que pretende identificar crianças com doenças alérgicas que pela sua patologia possam correr risco de vida, conta com a participação de dezanove escolas do ensino público e privado e desenvolve-se em três fases, ao longo deste ano lectivo. O projecto é da responsabilidade dos departamentos de Ciências da Educação e Didáctica e Tecnologia Educativa da Universidade de Aveiro, em parceria com a Associação Ambiente e Alergias para a Promoção e Protecção da Saúde – Infantasma.

Numa primeira fase será aplicado um inquérito aos encarregados de educação que permitirá detectar a existência de casos de alergia. Num plano posterior serão aprofundadas as causas, recorrendo a consultas e testes gratuitos e, por último, serão ministrados workshops e actividades de formação a todos os elementos da comunidade escolar. No final, a Infantasma irá apetrechar as escolas com um kit composto pelos medicamentos necessários a administrar em caso de choque anafiláctico.

Um dos principais objectivo passa por assegurar que todos os que rodeiam as crianças estejam preparados para reagir face a qualquer situação urgência alergológica, nomeadamente uma alergia alimentar, medicamentosa, uma alergia venenosa ou crises de asma.

Os responsáveis pelo projecto esperam assim identificar cerca de 25 por cento das crianças com problemas alérgicos, das quais 1 a 2 por cento sofrerão de problemas graves, com origem em alergias alimentares, medicamentosas ou de outro tipo.

Um estudo recente realizado pela Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) revelou que entre as crianças em idade pré-escolar, 21,5 por cento apresentavam queixas de rinite no último ano, mas destas apenas 35,8 por cento estavam diagnosticadas e 36,5 por cento medicadas. Os últimos dados estatísticos indicam que cerca de 40 por cento da população jovem portuguesa sofre de rinite alérgica e 12 por cento de asma.

Marta Bilro

Fonte: Educare.pt, CienciaPT, UA Online, Diário Digital.

Pfizer expande investigação e desenvolvimento na Ásia

A farmacêutica norte-americana Pfizer quer expandir o seu sector de investigação e desenvolvimento em direcção à Ásia. Entre os principais alvos da empresa estão a China, Índia, Japão e Coreia do Sul.

O maior laboratório farmacêutico mundial instalou um centro de investigação em Xangai, em 2005, e tem planos para alargar as suas actividades de pesquisa clínica a nível global. De acordo com Martin Mackay, presidente do departamento de investigação e desenvolvimento global, a Ásia é o trunfo da empresa uma vez que o mercado farmacêutico naquele continente deverá crescer para os 136 mil milhões de euros em 2017.

“A China vai ser muito importante para nós, o centro de Xangai será excepcionalmente relevante”, afirmou Mackay em declarações à Reuters. “Estamos de olho na Coreia, Índia e outros países”, acrescentou o mesmo responsável.

Mackay não adiantou pormenores quanto ao plano de expansão da Pfizer mas disse que a empresa está bastante satisfeita com os progressos feitos no centro de investigação e desenvolvimento de Xangai, desde a sua abertura, há dois anos.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Market Watch.

Investigadores revertem envelhecimento da pele do rato

Uma equipa de cientistas da Universidade Stanford, nos Estados Unidos da América, conseguiu reverter o processo de envelhecimento da pele do rato através do bloqueio da actividade de uma proteína produzida por um único gene.

“Este gene torna-se cada vez maia activo com a idade”, mas “não existe para nos envelhecer. É activo em vários processos, incluindo no sistema imunitário e na inflamação”, explicou Howard Chang, professor assistente de dermatologia na Universidade Stanford e responsável pela investigação.

De acordo do Cheng, o gene em questão, responsável pela produção da proteína denominada NF-kappa-B, não será utilizado enquanto “fonte de juventude” num futuro próximo. A proteína tem uma variedade de funções, algumas envolvidas no cancro, e os efeitos secundários ainda desconhecidos devem ser explorados antes de se avaliar a sua segurança. No entanto, uma das aplicações possíveis poderá ser a de ajudar a sarar ferimentos mais rapidamente em pessoas idosas, referiu o investigador.

O mais emocionante nesta descoberta é o facto do gene poder ter um efeito imediato nas células envelhecidas, salientou Chang. “As pessoas sabem que se pode interferir no processo de envelhecimento através de intervenções drásticas, como a restrição das calorias. Agora estamos a falar de um único gene que, se bloqueado num indivíduo que já é velho, pode devolver às células um estado rejuvenescido, pelo menos temporariamente”.

Os investigadores depararam-se com a NF-kappa-B ao procurarem dados existentes sobre os genes que se tornam mais ou menos activos à medida que as pessoas envelhecem. Durante esse processo, descobriram que a actividade de alguns desses genes é reguladas pela proteína.

Posteriormente utilizaram um modelo de rato geneticamente desenvolvido para testar o efeito provocado pela inibição da actividade da NF-kappa-B numa amostra de células da pele. Duas semanas depois, uma amostra de pele pertencente a um rato com 2 anos de idade e submetida ao tratamento não só apresentava a mesma actividade genética de um animal recém-nascido mas também aparentava mais juventude, com mais divisão de células.

A descoberta vem fundamentar a teoria de que o envelhecimento não é um simples processo de desgaste mas antes o resultado de alterações genéticas específicas, disse Chang. Para além disso, demonstra que pelo menos a nível local e temporário, essas alterações podem ser travadas, acrescentou. Ainda assim, advertiu o cientista, é preciso ter em conta que o manuseamento do gene tem que ser feito com precaução devido ao envolvimento da NF-kappa-B numa grande quantidade de processos distintos no organismo.

O próximo passo é perceber qual o efeito, a longo prazo, de bloquear o processo de envelhecimento durante algum tempo. “Será que o tecido vai envelher novamente de forma rápida depois de parado o tratamento, ou irá demorar muito mais tempo a envelhecer? É importante desvendar estas questões”, concluiu Chang.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Forbes.

Merck investe 200 milhões de euros em fábrica de vacinas na Irlanda

A farmacêutica Merck vai investir 200 milhões de euros na construção de uma nova unidade de produção no sul da Irlanda destinada ao desenvolvimento de vacinas e medicamentos biológicos. Esta será a terceira representação do laboratório norte-americano no país.

O anúncio foi feito pela Agência para o Desenvolvimento Industrial da Irlanda (IDA) que considerou que a iniciativa representa “uma consolidação muito importante do elevado perfil da Irlanda enquanto localização de sucesso para investimentos globais substanciais na área da biotecnologia”.

A empresa disponibilizou 200 milhões de euros para aceder ao terreno de construção no Parque de Negócios e Tecnologia da IDA, em Carlow, onde pretende edificar a nova fábrica. De acordo com a IDA, a Merck tem também planos para explorar o cenário académico irlandês em busca de oportunidades no sector dos biológicos.

O projecto deverá estar concluído e a funcionar em 2011, empregando 170 pessoas distribuídas pelos sectores da produção, investigação e desenvolvimento, controlo de qualidade, gestão e administração.

A Merck não é a única empresa farmacêutica a investir na Irlanda. A Abbott, por exemplo, tem sete unidades de produção no país, a Johnson & Johnson seis, a Pfizer cinco e a Schering Plough e a GlaxoSmithKline têm ambas quatro. A Irlanda tem-se tornado um ponto fulcral para a indústria, estabelecendo-se como o destino mais popular para o desenvolvimento e produção fora dos Estados Unidos da América, salienta a IDA.

Marta Bilro

Fonte: In-PharmaTechnologist.com

ONU: Mundo sem preparação suficiente para possível pandemia de gripe

Os progressos registados no último ano, no que diz respeito à prevenção da gripe das aves, não foram suficientes para permitir preparar o mundo para uma possível pandemia. A conclusão resulta de um relatório divulgado esta quinta-feira pela ONU e pelo Banco Mundial que alerta para o facto de persistir o risco de uma mutação do vírus H5N1 numa forma facilmente transmissível ao homem.

A verificar-se esta possibilidade, a mutação “teria o potencial de provocar uma pandemia de gripe» à escala mundial, alerta o relatório. “A ameaça pandémica levou a maior parte dos governos a melhorar as suas técnicas de detecção, controlo e reacção aos agentes patogénicos. No entanto, numerosos planos nacionais não são suficientemente operacionais e a coordenação destes planos entre os países exige maior atenção”, sublinha o mesmo documento.

A maior mobilidade das pessoas e dos bens, assim como as mudanças que se verificam no ecossistema são factores chave na probabilidade de movimentação dos agentes patogénicos, explicou David Navarro, coordenador da luta contra a gripe na ONU e co-autor do relatório, citado pelo Diário Digital. Nesse sentido, “a segurança a longo prazo da humanidade exige que todos os países se preparem em conjunto para enfrentar” tal situação, advertiu.

A permanência do vírus

A difusão do vírus nos últimos três anos aconteceu muito rapidamente na Ásia oriental, depois na África do Norte e do Oeste, na Europa central e mesmo no Reino Unido, lembra o relatório, baseado em dados fornecidos por 143 países. Apenas durante o mês de Novembro, novos focos de gripe das aves foram detectados na Arábia Saudita, Birmânia, Reino Unido e Roménia.

Em 2005 o vírus foi detectado em 16 países, em 2006 o número de países subiu para 55 e este ano serão 60, de acordo com o relatório.

Apesar das técnicas de reacção rápida desenvolvidas por vários países, que lhes permitem conter e depois controlar os novos focos detectados, seis nações constituem ainda casos preocupantes, isto porque, entre eles o vírus H5N1 é considerado enzoótico, o que significa que continua a alastrar-se entre as aves domésticas e selvagens.

A Indonésia representa o caso mais grave, sendo que a situação prevalece em todo o país. O vírus é também enzoótico em algumas regiões do Bangladesh, China, Egipto, Nigéria e Vietname

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa.

Farmácias: "Novas competências afastam utentes dos hospitais”

Sindicato abre «guerra» contra medida da tutela alegando: “violação da lei, irresponsabilidade, consumismo, falta de controlo e qualidade”…

No início deste mês, o Ministério da Saúde atribuiu às farmácias competências nas áreas de diagnóstico e terapêutica. Contra a medida levantou-se a voz do Sindicato das Ciências e Tecnologias da Saúde (SCTS) para acusar a tutela de “irresponsabilidade” e vaticinar a futura prestação destes serviços das farmácias “sem controlo e qualidade”.

Desde o dia 2 de Novembro – data em que foi publicada a Portaria N.º1429/2007 – o Governo autorizou às farmácias a prestação em áreas especializadas de diagnóstico e terapêutica, nomeadamente, fazer rastreios da diabetes, cancro da próstata e de doenças cardiovasculares.

O certo é que, a medida catapultou ondas de desagrado no sector, especificamente, no SCTS que - em comunicado enviado ao farmacia.com.pt (intitulado «Farmácias Podem Prestar Serviços Sem Controlo e Qualidade») – manifesta, veementemente, uma posição de indignação, argumentando que os diagnósticos nas farmácias “vão afastar os cidadãos dos hospitais, atirando-os para consumismos em saúde.”

“Com esta medida, o Ministro da Saúde violou o regime jurídico das farmácias de oficina, contido no Decreto-Lei nº 307/2007, de 31 de Agosto, dado não estar previsto, neste diploma, qualquer competência das farmácias nas áreas de diagnóstico e terapêutica, nem tão pouco do Infarmed, enquanto entidade reguladora do sector”, afirma a direcção nacional na nota.

Catalogando como “grosseira a violação da lei e do papel das farmácias na prestação de serviços e cuidados de saúde”, o SCTS considera que a situação gerada pela tutela “reveste-se de uma grande gravidade e irresponsabilidade”, sustentando que “para além de colocar as farmácias fora de qualquer controlo em matéria de exames de diagnóstico e terapêutica, permite uma concorrência desleal com os laboratórios e clínicas de diagnóstico e terapêutica, sujeitas a regras específicas de licenciamento, fiscalização e qualificação de recursos humanos.”

A equacionar à situação que define como, por si só, de “grave”, o sindicato denuncia a “inexistência de mecanismos de controlo das actividades referentes a eventuais check-ups, efectuados sem equipamento fiável, pessoal qualificado”, vaticinando que os resultados a obter serão “grosseiros e susceptíveis de posterior esclarecimento médico e novos exames pagos pelos utentes.”

No entanto, a medida do Ministério da Saúde é ainda encarada pelos dirigentes sindicais como “não ingénua”, justificando que, assim, “a tutela desresponsabiliza-se da prevenção e esvazia os Centros de Saúde das acções que deveriam desenvolver, designadamente, nos rastreios do cancro, da diabetes, das doenças cardiovasculares, da obesidade e da osteoporose” e como “pior” - apontou o SCTS – “atiram os utentes para consumismos em saúde, agravando a factura e os custos particulares.”

Face ao cenário traçado e às preocupações expressas, fonte da direcção nacional (no Porto) anunciou que já expôs a situação à Autoridade da Concorrência e à Entidade Reguladora da Saúde, encontrando-se a aguardar o parecer de ambas.

Entretanto, segundo conseguiu apurar o farmacia.com.pt, a Associação Nacional de Farmácias (ANF) já reagiu às acusações do SCTS asseverando que “as farmácias cumprem a lei, disponibilizando condições, instalações e equipamentos adequados.”

A ANF não deixou de sublinhar ainda que as farmácias são “estabelecimentos licenciados e fiscalizados pelo Infarmed e que darão um contributo positivo na área de diagnóstico.”

Raquel Pacheco

Fonte: Comunicado da delegação Norte do SCTS

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

UCB pede aprovação da lacosamida para epilepsia e dor neuropática diabética

O grupo farmacêutico belga UCB apresentou um pedido de registo de um novo medicamento à agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) para o fármaco lacosamida, para o tratamento da epilepsia e da dor neuropática diabética.

O fármaco, que se virá a chamar Vimpat, foi apresentado como terapia adjuvante no tratamento de ataques parciais iniciais em adultos com epilepsia e inclui três formulações: comprimidos, xarope e injecção intravenosa.

A UCB também fez um pedido semelhante à Agência Europeia dos Medicamentos (EMEA), no início deste ano, que está a ser revisto.

A companhia belga também requereu a aprovação do fármaco, por parte da FDA, para tratar adultos com dor neuropática diabética, na formulação de comprimidos, tendo também apresentado pedido semelhante à EMEA este ano.

O pedido de registo da lacosamida para a epilepsia foi baseado nos dados de três ensaios clínicos com um total aproximado de 1 300 adultos com ataques parciais não controlado, apesar de tomarem um a três fármacos antiepiléticos. Nestes estudos, foi observada uma taxa de resposta elevada e redução na frequência média dos ataques, em comparação com o placebo.

Nos ensaios clínicos controlados por placebo, com mais de 800 pessoas com dor neuropática diabética, com a lacosamida foi observada uma redução significativa e sustentada dos valores da dor.

A lacosamida tem um modo de actuação novo e dual: aumenta selectivamente a diminuição da inactivação dos canais de sódio e interage com o alvo relevante de neuroplasticidade – a proteína-2 mediadora da resposta à colapsina (CRMP-2).

O fármaco competirá directamente com o Lyrica (pregabalina), da Pfizer, e o Cymbalta (duloxetina), da Eli Lilly, dois dos fármacos mais vendidos de ambas as companhias farmacêuticas norte-americanas.

Isabel Marques

FDA: Fármacos para a asma Serevent e Advair necessitam advertências pediátricas

Um painel de peritos da agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) recomendou o reforço dos avisos de segurança pediátricos dos fármacos da GlaxoSmithKline Plc para a asma, Serevent (xinafoato de salmeterol) e Advair (propionato de fluticasona), os mais vendidos pela companhia britânica, devido a novos relatórios de mortes de crianças que tomaram o fármaco.

O painel de peritos em fármacos para crianças reviu nove novos relatórios de efeitos adversos em crianças que tomaram o tratamento inalável, incluindo cinco mortes num período de um ano, entre outros estudos que descobriram um aumento das hospitalizações e mortes relacionadas com a asma em crianças.

Segundo um epidemiologista da Universidade da Califórnia, e membro do painel, Thomas Newman, os dados são perturbadores, porque tanto o aumento das hospitalizações, como da mortalidade são muito diferentes do que aquilo que os médicos pensam.

Pelo menos dois membros do painel afirmaram que os dados eram tão convincentes que o Serevent devia ser retirado do mercado. A FDA declarou que irá considerar a segurança de todos os fármacos da classe, denominados de beta-agonistas de longa acção, numa futura reunião.

O Advair contém Serevent mais um esteróide. Uma teoria sugere que o esteróide fornece um efeito protector contra o impacto negativo do Serevent, mas os membros do painel rejeitaram essa ideia. Segundo a FDA, não existem provas de que o esteróide diminui o risco de mortes relacionadas com a asma. Mas determinou que os fármacos devem permanecer no mercado, pois são altamente efectivos no tratamento da asma apesar dos riscos.

Além da recomendação de um rótulo que mostra mais proeminentemente os riscos de mortes relacionadas com a asma, o grupo revelou que a rotulagem necessita de salientar mais que o fármaco é recomendado somente quando outros tratamentos falham.

Ambos os fármacos já têm avisos em caixa negra, os mais graves que um fármaco pode ter, indicando que aumentam o risco de morte relacionada com a asma. Todavia, o painel disse à FDA que esses avisos devem detalhar especificamente os riscos para as crianças. A FDA normalmente aceita as recomendações destes painéis.

A GSK apresentou o seu próprio conjunto de dados refutando qualquer sugestão de tendências negativas quando o salmeterol é utilizado correctamente.

A vice-presidente da área de desenvolvimento clínico respiratório, Kathy Rickard, disse que a GSK acredita que os dados demonstram um não aumento do risco de hospitalizações e mortalidade do Advair, e que não está a par de uma reunião pendente da FDA sobre o assunto.

Em Portugal, o Serevent foi aprovado pelo Infarmed a 4 de Julho de 2007, com a classificação Farmacoterapêutica: 5.1.1. Agonistas adrenérgicos beta.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, www.bizjournals.com, CNNMoney

OF alerta para 400 farmácias em risco de fecho

Ordem dos Farmacêuticos contra abertura de farmácias hospitalares alegando “violações à lei da concorrência”; estudo confirma cenário de centenas de encerramentos

Estão em risco de fecharem portas cerca de 400 farmácias. Quem o diz é a Ordem dos Farmacêuticos (OF) apontando como causa da crise que adivinha para o sector - a abertura de farmácias de venda ao público nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O alerta da OF surge na sequência da aprovação da legislação que regulamenta a instalação de farmácias de venda ao público nos Hospitais do SNS, que funcionarão 24 horas por dia e 365 dias por ano e que já espoletou na Ordem a entrega de um pedido de pronúncia sobre a conformidade da legislação na Autoridade da Concorrência (AdC).

“A previsão de abertura de 70 farmácias, colocará em causa o funcionamento das farmácias que fiquem próximas desses hospitais porque não conseguirão concorrer com o modo de funcionamento das farmácias hospitalares” afirmou, peremptoriamente, em conferência de imprensa, o presidente da secção regional de Coimbra da OF, Batel Marques.

Segundo avançou o dirigente da região Centro, - a Ordem receia que possam ser cerca de 400 os estabelecimentos em rico de fechar, esclarecendo que este é um número obtido através de uma simulação feita com base em estudos encomendados pela OF à Universidade de Coimbra, dados sobre centros de saúde do ex-Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde e dados dos relatórios dos Hospitais, nomeadamente os EPE (Entidades Públicas Empresariais).

"Estes são dados com base nas receitas emitidas, com base na oferta e na procura das farmácias medidas pelo número de lotes aviados, com base na proximidade geográfica, a haver uma afectação o impacto desse número de prescrições emitidas poderemos chegar a esse valor, mas é uma simulação porque nos faltam dados validados, (...) veremos na altura qual é o impacto que vai ter", explicou Batel Marques.

Ao que o farmacia.com.pt conseguiu apurar, a exposição da OF contra as farmácias hospitalares foi ainda fundamentada pelo presidente da secção regional de Coimbra da OF “na localização privilegiada junto de um público alvo vasto, que inclui não só doentes, como aos seus familiares e amigos e, até funcionários dos hospitais, o horário sem limite de funcionamento, que levará por exemplo os cidadãos a deixarem de recorrer a farmácias de serviço”, argumentou.

Batel Marques considerou ainda que a indução de compra de medicamentos no local onde acontece a prescrição médica e o funcionamento permanente destes locais "induz a um efeito indirecto e a posteriori" que poderá resultar “na falência das farmácias da rede comunitária e, em especial, aquelas localizadas nas proximidades dos hospitais”, reforçou.

Lamentando que estes efeitos possam "limitar a acessibilidade dos cidadãos aos medicamentos e a comodidade", o dirigente da OF/Coimbra sustentou que, “ao comprometer-se a rede comunitária de farmácias, os pacientes serão obrigados a recorrer às farmácias hospitalares, mesmo com prescrições passadas fora desses locais".

Outro factor de preocupação para a Ordem refere-se à ausência de limitações de propriedade nas farmácias hospitalares, cenário inverso ao que ocorre nas de oficinas em que, inclusivamente, está previsto um número máximo de quatro estabelecimentos por indivíduo. "Nas farmácias hospitalares não há limitação e a mesma entidade pode ser concessionária de todos os concursos que forem abertos para atribuição da exploração da farmácia", realçou Batel Marques, exemplificando que, “94 por cento dos medicamentos não sujeitos a receita médica são vendidos nas farmácias e seis por cento fora e que destes, 34 por cento das vendas estão concentradas na mesma entidade.”

Novas farmácias: 25% do mercado ambulatório

De acordo com o presidente da secção regional de Coimbra da OF, há também "alguma dificuldade" em mensurar a imputação de custos ao SNS decorrentes das prescrições emitidas nos hospitais, “quer elas provenham das urgências, quer das consultas externas”, concretizando que, não obstante, “a OF estima - com base no dados do Boletim Estatística do Infarmed - que essas 70 farmácias venham a deter 25 por cento do mercado ambulatório.”

De referir que, em 2005, foram processados cerca de 1,6 milhões de lotes de prescrições médicas emitidas pelo SNS, pelo que, o número médio de receitas aviadas por farmácia foi de 20,910, à média de 57,3 receitas por dia.Segundo revelou a Agência Lusa, nos cadernos de encargos dos seis concursos públicos já lançados, relativos a números de receitas emitidas diariamente, os dados variaram entre as 420 no Hospital de Santo André e as 1141 do Hospital de São João.

O número total de 3.940 prescrições por dia emitidas pelos seis hospitais, traduz 1.438.100 receitas/por ano, o que equivale ao das receitas aviadas em média por 69 farmácias.Neste sentido, alegando "a existência de violações à lei da concorrência", por considerar que haverá uma "posição dominante no mercado" por parte das farmácias hospitalares, a OF solicitou à Autoridade da Concorrência (AdC) um parecer sobre esta matéria.

Na voz de Batel Marques, ouviu-se ainda a garantia de que a OF não irá desarmar numa luta pela “garantia e salvaguarda da qualidade da cobertura medicamentosa e da assistência farmacêutica, da segurança dos doentes e da manutenção da Saúde Pública", admitindo accionar uma jornada de acções "umas na sequência e outras independentemente da avaliação da AdC", concluiu.

Raquel Pacheco

Fonte: Agência Lusa/ OF/Coimbra

“Espuma” pode revolucionar mercado dos xaropes

A administração de xaropes a crianças poderá, em breve, deixar de ser uma preocupação para os pais, isto porque, a “Dow Chemical Company” está a trabalhar numa nova tecnologia de distribuição de fármacos que promete pôr fim às fórmulas demasiado líquidas.

“Os pais podem administrar o fármaco à criança sem se preocuparem em derramar ou provocar nódoas normalmente associadas aos medicamentos líquidos coloridos. O mesmo se aplica aos idosos ou aos animais de estimação que precisam de medicamentos”, afirmou Paul Sheskey, director de serviços técnicos da “Dow Chemical Company”, em declarações ao portal In-PharmaTechnologist.com.

“Espuma-numa-colher” (foam-on-a-spoon, ou FOAS, em inglês), é desta forma que os responsáveis descrevem a fórmula que foi desenvolvida para facilitar a administração de preparados líquidos e que surgiu quando “os cientistas procuravam um sistema de distribuição de medicamentos de rápida dissolução que fosse mais fácil de administrar às pessoas com dificuldade em tomar cápsulas ou comprimidos”.

A tecnologia funciona através da incorporação de ar numa fórmula líquida utilizando um dispensador de espuma. Segundo explicou Sheskey, “quando uma fórmula de espuma é distribuída numa colher, esta faz com que o líquido obtenha um significativo poder anti-derrame”.

A empresa utiliza um dispensador produzido pela “Rexam Airspray”, que é frequentemente utilizado em várias aplicações, nomeadamente para produtos capilares, dermatológicos, sabonetes e protectores solares. O agente espessante é a metilcelulose, uma substância que pode ser encontrado nas pastas de dentes, nos champôs, nos lápis de cera ou no papel de parede.

Até ao momento a “Dow Chemical Company” desenvolveu três protótipos utilizando três ingredientes activos: acetaminofen, hidrocloreto de difenidramina e bromidrato de dextrometorfano. No entanto, de acordo com Sheskey, qualquer ingrediente farmacêutico activo solúvel num líquido poderá ser distribuído desta forma.

Marta Bilro

Fonte: In-PharmaTechnologist.com, Pharmalot.

Risco tromboembólico e cardiovascular obriga a alterações nas bulas das epoetinas

O aumento do risco de eventos tromboembólicos em doentes oncológicos, e de ocorrência de problemas cardiovasculares em doentes renais, associados às epoetinas levou o Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) e o Grupo Europeu de Farmacovigilância (PhVWP) da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) a recomendar alterações no resumo das características destes medicamentos. De acordo com a apreciação dos especialistas, os benefícios de utilização dos fármacos continuam a ser superiores aos riscos, porém a sua aplicação deve sofrer algumas restrições.

A avaliação das epoetinas, utilizadas no tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica e em doentes oncológicos, foi desencadeada pelos resultados de ensaios clínicos recentes, que revelaram um excesso de mortalidade inexplicável, em doentes oncológicos com anemia tratados com epoetinas. Adicionalmente, os resultados de dois estudos e uma meta-análise sugeriram que a administração de epoetinas para tratar a anemia em doentes com insuficiência renal crónica está associada a um aumento do risco de mortalidade e morbilidade cardiovascular, revela uma circular informativa divulgada pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).

Depois de rever os dados disponíveis, o CHMP e o PhVWP decidiram recomendar algumas alterações à bula dos medicamentos, nomeadamente a indicação de que as epoetinas só devem ser usadas no tratamento de anemia se os doentes tiverem sintomas ou a alteração dos intervalos de valores da hemoglobina atingir (10 g/dl-12 g/dl).

No que diz respeito às propriedades farmacodinâmicas deverá também ser incluída uma nova informação “sobre os resultados dos ensaios clínicos que mostraram excesso de mortalidade significativo em doentes com diversos tipos de cancro e anemia que foram tratados com epoetinas em comparação com os que não foram tratados com epoetinas”, indica o Infarmed.

Para além disso, as conclusões demonstraram também que será necessário aumentar o conhecimento sobre os efeitos das epoetinas, tendo sido solicitado aos titulares das Autorizações de Introdução no Mercado, que disponibilizem dados adicionais e confirmem “a conclusão anteriormente aceite de que os doentes com anemia a fazerem quimioterapia não mostraram evidência de impacto negativo na sobrevida”, refere o mesmo comunicado.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed.

Portadores de doenças raras sentem-se rejeitados

A baixa prevalência das doenças raras faz com que, muitas vezes, o seu diagnóstico seja negligenciado. O mesmo acontece com grande parte dos portadores destas patologias que dizem sentir-se rejeitados pelos próprios profissionais de saúde, revela um estudo realizado pela European Organisation for Rare Diseases (EURORDIS) em 23 países europeus e apresentado na IV Conferência Europeia sobre Doenças Raras 2007 que terminou esta quarta-feira em Lisboa.

Entre os cerca de 6000 doentes entrevistados no âmbito desta pesquisa, 69 por cento referiram que é a complexidade da própria patologia que os faz sentir rejeitados pelos profissionais de saúde, noticia o jornal Público. O estudo diz ainda que é nas mulheres que o sentimento de discriminação é mais abundante.

Inserido no Projecto de Solidariedade para as Pessoas com Doenças Raras (RAPSODY), o terceiro inquérito aos doentes do programa EurordisCare foi lançado em Maio de 2006 e contou com a participação de 116 associações de doentes e 12 500 doentes contactados, dos quais 6000 responderam.

De acordo com a edição desta quarta-feira do jornal Público, as conclusões do inquérito revelaram que em 26 por cento dos casos foi difícil ou impossível para os doentes acederem aos serviços médicos mais necessários. Entre as principais justificações para a dificuldade na obtenção de respostas médicas encontram-se a falta de coordenação e referenciação, às quais se seguem a indisponibilidade dos serviços e das listas de espera.

A insatisfação perante os serviços médicos garantidos foi manifestada por 20 por cento dos inquiridos e 11 por cento afirmaram não ter tido sequer acesso a estes cuidados. No que respeita ao apoio social, este foi difícil ou impossível de conseguir por parte de 32 por cento dos entrevistados, sendo que, os resultados demonstraram que esta assistência demora, em média, cinco anos até chegar ao doente.

“Quando questionados sobre a importância da partilha de informação entre profissionais de saúde, 95 por cento dos doentes consideraram este aspecto fulcral”, adianta um comunicado, citado pelo jornal. Para além disso, 92 por cento frisaram a necessidade de formação a nível local, evitando as deslocações ao estrangeiro.

Quanto aos cuidados multidisciplinares, as conclusões do estudo não deixam margem para dúvidas, uma vez que “falar de doenças raras é falar de equipas constituídas por profissionais com diferentes competências, onde a assistência social tem um papel essencial”.

A disponibilização de informação e ajuda através de linhas de apoio, de ferramentas para diminuir o seu isolamento, actividades de lazer, serviços acolhimento temporário, programas para ajudar o currículo escolar, e organização da transição da prestação de cuidados médicos e tratamento da infância para a vida adulta, são algumas das sugestões propostas pelo RAPSODY para melhorar a vida dos doentes e familiares.

Durante dois dias, a IV Conferência Europeia sobre Doenças Raras 2007 reuniu em Lisboa, mais de 400 pessoas, provenientes de 35 países.

Marta Bilro

Fonte: Público.

CE aprova medicamento para tratar envenenamento por cianeto

A Comissão Europeia aprovou a comercialização do Hydroxocobalamin, um medicamento desenvolvido pela Merck, destinado ao tratamento do envenenamento por cianeto em pacientes adultos e crianças. O envenenamento por cianeto, que deriva principalmente da inalação de fumo, impede as células de usarem o oxigénio na conversão de energia, causando asfixia.

De acordo com Roberto Gradnik, director de operações europeias da Merck Serono, o fármaco permitirá “tratar de imediato um envenenamento por cianeto, quer num cenário de incêndio, num acidente ou no hospital”, uma vez que pode ser administrado no local.

“Esperamos que a disponibilização do Hydroxocobalamin na Europa provoque impacto na sobrevivência e prevenção de danos neurológicos irreversíveis como o que são provocados pelo envenenamento por cianeto”, acrescentou o mesmo responsável

O fármaco é utilizado nos Estados Unidos da América desde Dezembro de 2006 e obteve também autorização de comercialização por parte da autoridade reguladora japonesa em Setembro de 2007.

Marta Bilro

Fonte: Merck, CNN Money, Reuters.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

FDA: Myfortic aumenta riscos de malformações no feto e abortos espontâneos

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) informou que o fármaco imunossupressor para prevenir a rejeição de órgãos Myfortic (ácido micofenólico), da Novartis AG, foi associado ao aumento do risco de aborto espontâneo e malformações do feto nos primeiros três meses de gestação.

A FDA afirmou que o alerta resulta de dados recolhidos a partir do National Transplantation Pregnancy Registry dos Estados Unidos, assim como de dados de pós-comercialização recolhidos de mulheres que tomaram o fármaco durante a gravidez.

A Novartis declarou numa carta dirigida aos profissionais de saúde que o fármaco irá ter um novo aviso de segurança sublinhando o risco aumentado de aborto espontâneo e de malformações congénitas no ouvido externo e na face, tais como fendas do lábio e palato.

Segundo a FDA, as mulheres que estão a planear uma gravidez não devem utilizar o Myfortic, a não ser que o tratamento não seja bem sucedido com outros fármacos imunossupressores. As pacientes em idade fértil devem receber aconselhamento sobre contracepção e devem utilizar métodos contraceptivos enquanto tomarem o Myfortic.

A agência também alertou, no mês passado, para o facto do fármaco contra a rejeição de órgãos CellCept (micofenolato de mofetil), da Roche Holding AG, aumentar o risco de aborto no primeiro trimestre e malformações congénitas.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters

CE aprova Tasigna para leucemia mielóide crónica

A Comissão Europeia (CE) aprovou o Tasigna (nilotinib), da Novartis AG, para o tratamento de pacientes com leucemia mielóide crónica que não respondem ao Glivec/Gleevec (mesilato de imatinib), o fármaco líder no seu segmento e o segundo mais vendido da companhia suíça.

A aprovação baseou-se em dados que demonstraram que o Tasigna produziu uma resposta positiva em 49 por cento dos pacientes com leucemia mielóide crónica. A maioria dos pacientes atingiu esta resposta em três meses após o início do tratamento com o fármaco. O Tasigna actua em aproximadamente metade dos pacientes que desenvolveram resistência ao Glivec.

A aprovação europeia do Tasigna já era esperada, após o fármaco ter sido recomendado por um painel da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA). A decisão é válida em todos os 27 Estados-Membros da União Europeia, e ainda na Noruega e na Islândia. O Tasigna já está aprovado nos Estados Unidos e na Suiça, e foi apresentado aos reguladores japoneses em Junho.

O Tasigna inibe a produção de células cancerígenas ao direccionar-se à proteína Bcr-Abl. Esta proteína, produzida pelas células que contêm um cromossoma anormal, denominado Filadélfia, é reconhecida como sendo o elemento chave na superprodução de glóbulos brancos que causam cancro nos pacientes com leucemia mielóide crónica.

O fármaco teve um caminho rápido até chegar ao mercado, tendo sido criado apenas em Agosto de 2002, um ano após o lançamento do Glivec. O Tasigna, que atingiu vendas de 2,6 mil milhões de dólares no ano passado, irá competir com o Sprycel (dasatinib), da Bristol-Myers Squibb Co.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, MarketWatch, CNNMoney

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Impulsos magnéticos podem tratar depressão

Investigadores acreditam que resultados superam tratamentos com antidepressivos

Estimular o cérebro com pequenos impulsos magnéticos é um modo seguro e eficiente de tratar a depressão profunda, garante um estudo divulgado nos Estados Unidos. Para os investigadores, os resultados superaram, inclusive, os tratamentos com antidepressivos.

De acordo com a notícia ventilada pela France Presse, o método “consiste em enviar rápidas descargas de energia magnética ao cérebro, por meio de um dispositivo fixado no couro cabeludo.”

Segundo explicou Philip Janicak, professor de Psiquiatria do Rush Universitary Medical Center, em Chicago, nos Estados Unidos, “os impulsos fazem com que os neurónios de uma pequena área do cérebro se ‘acendam’, isto é, estes neurónios enviam sinais a zonas mais profundas do cérebro que controlam o apetite e estão relacionadas com a depressão”, clarificou.

Revelando que os índices de melhora entre os pacientes que receberam o tratamento “foi o dobro em relação aos que experimentaram apenas uma simulação do método”, o investigador sublinhou que esta técnica “é uma alternativa para 20% a 40% das vítimas de depressão profunda, que não respondem a antidepressivos e ou à psicoterapia e, ainda, para os que querem evitar o uso de químicos.”

Ao considerar a descoberta “particularmente significativa”, Philip Janicak destacou que “os resultados superaram, inclusive, os tratamentos com antidepressivos”, argumentando que “a maior parte dos doentes submetida ao tratamento não reagia aos antidepressivos.”

John Krystal, editor da revista «Biological Psychiatry» - que publicará a pesquisa no dia 1 de Dezembro – considerou, também, que o estudo “lança uma nova luz sobre a eficiência da estimulação magnética transcraniana como tratamento para a depressão.”

"O resultado é particularmente importante para os pacientes que não toleram antidepressivos e para os que não reagem a tratamentos alternativos", sustentou.

A pesquisa envolveu 325 pacientes nos Estados Unidos, Canadá e Austrália que sofriam de depressão profunda. Os efeitos colaterais relatados foram dores de cabeça e feridas no couro cabeludo.

Raquel Pacheco

Fonte: Agência France Press/Folha Online

Síndrome das pernas inquietas reduz qualidade do sono

Estudo norte-americano surte advertência: investigar e tratar melhor a doença
À luz de um estudo norte-americano conduzido por investigadores da Universidade da Pensilvânia, a síndrome das pernas inquietas está associada, directamente, à menor qualidade do sono e duração do descanso nocturno, bem como, à maior sonolência no dia seguinte.

De acordo com o estudo publicado na revista médica «Journal of the American Geriatrics Society», a equipa de especialistas analisou o impacto da Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) sobre a qualidade de vida de 39 indivíduos idosos (com idade superior a 65 anos) todos com diagnóstico firmado da doença e com sintomas, pelo menos, três vezes por semana.

Segundo os resultados divulgados, a síndrome interfere, directamente, no sono (reduzindo a qualidade), na duração do descanso nocturno (menor) e, ainda, na sonolência no dia seguinte (aumenta).

“Os idosos, com sintomas graves, apresentaram uma probabilidade de uso de medicação 5,3 vezes superior à observada naqueles com doença leve”, explicaram os autores do estudo, concluindo que a síndrome das pernas inquietas “afecta não apenas o sono dos idosos, mas também, reflecte-se no impacto negativo da qualidade de vida.”

A SPI é um distúrbio do sono caracterizado pela presença de sensações esquisitas nos membros inferiores, as quais conduzem a uma irresistível vontade de movimentá-los constantemente. Tais movimentos ocorrem, frequentemente, durante a noite, facto que leva a vários acordares, e consequentemente, encurta a duração do sono.

Neste sentido, os investigadores norte-americanos defenderam que a doença “merece ser adequadamente investigada e tratada.”

Tratamento


Não há um medicamento aprovado especialmente para o tratamento da SPI, contudo, são utilizados outros fármacos administrados para outras doenças, nomeadamente: agonistas dopaminérgicos, sedativos, medicações para dor e anticonvulsivantes. Cada substância tem os seus benefícios, limitações e efeitos colaterais, por isso, a escolha da medicação depende da gravidade dos sintomas.
A primeira escolha para tratar SPI são os agonistas dopaminérgicos, entre eles o pramipexol. Embora esta classe de medicamentos seja utilizada para tratamento da Doença de Parkinson, a SPI não é uma forma de parkinson.

Raquel Pacheco

Fonte: «Journal of the American Geriatrics Society»/ www.sindromedaspernasinquietas.com.br/

Chá pode proteger contra osteoporose

Estudo revelou que ingestão reduz cerca de 2,5% a taxa de perda de cálcio pelos ossos

O consumo regular de chá pode actuar como factor de protecção contra a osteoporose, sugere um estudo australiano publicado na revista «American Journal of Clinical Nutrition».

Segundo informou a equipa da University of Western (Austrália), a investigação envolveu 1.500 mulheres, entre 70 e 85 anos, as quais receberam acompanhamento durante cinco anos, revelando que
os resultados demonstraram que “a quantidade de cálcio nos ossos, das participantes que ingeriram chá regularmente foi 2,8% maior, em comparação com aquelas que não cultivavam o hábito de consumir esta bebida de infusão.”

Os cientistas australianos destacaram ainda que, a equacionar à observação anterior, “constatou-se também (após 4 anos de acompanhamento) que a ingestão de chá reduz, cerca de 2,5%, a taxa de perda de cálcio pelos ossos.”

Deste modo, os investigadores acreditam que o consumo regular de chá “actua como factor de protecção contra a osteoporose, concretamente, na diminuição da ocorrência de doença nas mulheres idosas.”

De referir que, a osteoporose é uma doença que atinge maiores taxas de ocorrência na população idosa. O surgimento está associado a um complexo e dinâmico desequilíbrio entre as quantidades de vitaminas e minerais no organismo, particularmente, o cálcio.


Raquel Pacheco

Fonte: American Journal of Clinical Nutrition

GSK adquire direitos de venda livre do Mevacor da Merck & Co.

A GlaxoSmithKline Plc adquiriu os direitos exclusivos para comercializar o fármaco para o colesterol Mevacor (lovastatina), da Merck & Co. Inc, sem prescrição médica, nos Estados Unidos.

Como parte do acordo, a Merck irá receber pagamentos quando forem atingidos objectivos e regalias sobre as vendas do fármaco não sujeito a receita médica, ou OTC (“over the counter”), no país, dependendo ainda da aprovação da entidade reguladora. Os restantes termos do acordo não foram divulgados.

Está agendada uma reunião de um painel de revisão da agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA), para o dia 13 de Dezembro, para ponderar o recente pedido de aprovação da Merck para a versão OTC do Mevacor.

A agência até agora já recusou dois pedidos para aprovar a venda livre do produto, e um porta-voz da companhia sublinhou que a Merck espera apresentar novos dados na reunião para responder às preocupações iniciais de que os consumidores não iriam tomar o fármaco correctamente.

A Merck está à procura da aprovação OTC do Mevacor 20 miligramas para toma única diária para ajudar a baixar o colesterol. A utilização está planeada para mulheres com 55 anos ou mais, e para homens com 45 anos ou mais com colesterol moderadamente elevado e com um ou mais factores de risco de ataque cardíaco.

O porta-voz acrescentou ainda que a Merck irá tratar da reunião, mas a GSK irá assumir a responsabilidade pelas vendas do produto, caso o composto receba autorização de comercialização. Espera-se uma decisão final por parte da FDA no primeiro trimestre do próximo ano.

Permitir que o Mevacor seja vendido sem prescrição médica será uma grande mudança, uma vez que os medicamentos não sujeitos a receita médica normalmente tratam condições temporárias com sintomas facilmente reconhecíveis, tais como dores de cabeça, enquanto que o colesterol elevado só pode ser detectado através de um teste sanguíneo.

A Grã-Bretanha tornou-se o primeiro país no mundo a aprovar um fármaco para reduzir o colesterol, ou estatina, de venda livre em 2004.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters

OncoMethylome e GSK desenvolvem biomarcadores de ADN para tratamentos oncológicos

A companhia biotecnológica belga OncoMethylome Sciences e a britânica GlaxoSmithKline (GSK) Biologicals entraram num acordo de colaboração para o desenvolvimento de biomarcadores de ADN, para a identificação de fármacos para imunoterapias oncológicas.

O objectivo desta colaboração é desenvolver biomarcadores de metilação do ADN para serem utilizados na personalização do tratamento do cancro, com determinadas imunoterapias que estão a ser desenvolvidas pela GSK Biologicals.

A colaboração é suportada por uma bolsa de investigação Wallonia (BioWin) que foi anunciada em Abril deste ano. Os restantes detalhes financeiros do acordo não foram revelados.

Metilação e biomarcadores de metilação

A metilação é um mecanismo de controlo natural que regula a expressão dos genes no ADN. A metilação anormal de certos genes pode silenciar a expressão do gene, e está associada ao desenvolvimento do cancro e à resposta à terapia oncológica. Os genes cuja metilação está ligada ao cancro são geralmente denominados de biomarcadores de metilação. Os biomarcadores de metilação delineados para serem utilizados em diagnósticos de acompanhamento estão associados à resposta à terapia com fármacos oncológicos.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, www.abnnewswire.net

CE aprova Torisel para cancro do rim avançado

A Comissão Europeia (CE) autorizou a comercialização do Torisel (temsirolimus), da Wyeth, como tratamento de primeira linha para pacientes com carcinoma de células renais em estado avançado que apresentam, pelo menos, três de seis factores de risco. A companhia acrescentou que o tratamento é o único fármaco oncológico aprovado que inibe especificamente a quinase mTOR (alvo da rapamicina), um importante regulador da proliferação, crescimento e sobrevivência das células.

O Torisel nos ensaios clínicos tem demonstrado prolongar a sobrevivência, em comparação com os tratamentos normalmente utilizados de interferão alfa. O fármaco recebeu a aprovação por parte da agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) para o cancro de rim avançado em Maio.

O carcinoma de células renais representa aproximadamente 85 por cento dos estimados 85 mil novos casos de cancro do rim diagnosticados na Europa anualmente.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters, Wyeth

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Antidepressivo aumenta longevidade de vermes

Mianserina prolongou em um terço o tempo de vida de nematóides; investigadores decididos agora a testar mamíferos

Uma equipa norte-americana de investigadores analisou os efeitos de um antidepressivo na duração de vida de um grupo de vermes (nematóides) e observou o aumento da longevidade em um terço. O resultado abriu uma nova esperança e apontou o próximo passo: verificar se o medicamento tem o mesmo efeito em ratos.

De acordo com o estudo publicado na revista «Nature», os cientistas do Centro de Pesquisa para o Cancro Fred Hutchinson, em Seattle (EUA), concluíram que um antidepressivo (mianserina), comummente utilizado, prolongou a longevidade de um nematóide em quase 30%.

Segundo explicaram os investigadores, foram testados os efeitos de 88 mil tipos de substâncias químicas no nematóide C.elegans (Caenorhabditis elegans). “Concluiu-se que o antidepressivo é capaz de aumentar a esperança de vida destes vermes, pois comprovou-se que o fármaco mianserina possui efeitos contra a idade nestes nematóides de modo semelhante aos obtidos pela restrição calórica.”

Para sustentar o uso destes parasitas, a equipa de Seattle esclareceu que o organismo dos nematóides assemelha-se ao do homem em muitos aspectos, “possuem um sistema nervoso central e órgãos sexuais”, acrescentando o facto de a vida média do C.elegans ser “de algumas semanas” sendo, por isso, “preferido para estudos sobre longevidade.”

Um terço de "bónus de vida" - até aos 120 anos?

A mianserina inibe os efeitos da fome no cérebro, mas os cientistas ainda não compreenderam porque razão a ingestão mínima de calorias pode aumentar a longevidade. A realidade é que, ao ser administrada, a mianserina proporcionou um aumentou no tempo de vida em, aproximadamente, um terço. Para um verme, é uma semana de “bónus” mas, se traduzido para um ser humano, seria algo como se sua expectativa de vida saltasse de 90 anos para 120 anos.

Linda Buck, autora da investigação – juntamente com Michael Petrascheck, Xiaolan Ye - acredita que a descoberta de uma substância que aumenta a longevidade nos nematóides “pode levar à revelação de genes nos seres humanos que poderão ser manipulados para se obter o mesmo efeito.”

A investigadora está convicta que "poderá ser possível identificar novos genes que actuem no processo de envelhecimento”, frisando que, poderão ainda ter a possibilidade “de encontrar medicamentos mais apropriados para o teste em mamíferos."

Na opinião da equipa norte-americana, o medicamento parece reproduzir no organismo os efeitos do único mecanismo capaz de aumentar a vida de um animal - a fome.

Entretanto, urge entender os motivos pelos quais a mianserina imita os efeitos da fome no cérebro. Linda Buck avançou uma hipótese: “É possível que o medicamento tenha interferido no equilíbrio entre duas substâncias químicas cerebrais que ajudam o nematóide a decidir se existe alimento suficiente para justificar a deposição de ovos. Isso pode produzir um estado de fome perceptível, mas não real", referiu.

Por seu turno, Michael Petrascheck apontou a descoberta como “um bom avanço”, não só pelo efeito da mianserina no C. elegans, mas também, pela forma como o faz. “Ao que parece, ela bloqueia a acção de uma substância natural que serve como sinalizador químico do organismo: a serotonina”, enfatizou, argumentando que é sabido que essa molécula “também está envolvida nos mecanismos que induzem à alimentação no organismo.”

Em declarações ao farmacia.com.pt, o psiquiatra Jorge Lume, avaliou o estudo com alguma apreensão pela eventualidade de “um cenário descontrolado em que as pessoas comecem a tomar antidepressivos na esperança de viver mais", advertindo que "o mianserin tem efeitos colaterais já reportados que podem muito bem ter o efeito oposto."

O certo é que, desde sempre, o ser humano procura a chave para aumentar o seu tempo de vida. Neste sentido, os investigadores adiantaram que o próximo passo será analisar o efeito da substância em ratos (animais mamíferos como o Homem).

Raquel Pacheco


Fonte: Nature/AFP/contacto telefónico

FDA publica revisão sobre a segurança do uso de salmeterol

Fármaco pode ter um risco-benefício não favorável no tratamento de crianças com asma

O alerta já não é novo. Há precisamente dois anos, a Food and Drug Administration (FDA) - entidade que regula os alimentos e fármacos nos Estados Unidos – advertia que o uso de medicamentos contendo agonistas beta-2 de longa duração podia causar, paradoxalmente, a exacerbação de crises asmáticas e morte por asma. Este mês a organização publicou a revisão sobre a segurança do salmeterol – medicamento broncodilatador.

De acordo com o documento da FDA – a que o farmacia.com.pt teve acesso - apesar de as triagens clínicas com adultos indicarem um aumento de mortalidade por asma e das crises severas com o uso de salmeterol, os dados disponíveis não fornecem nenhuma razão para acreditar que a população pediátrica não está exposta aos mesmos riscos.

“As revisões sobre uso de salmeterol em crianças não mostraram efeitos adversos unicamente em pacientes pediátricos”, refere a entidade, ressalvando que, porém, “não há dados pediátricos disponíveis que indicam que o risco aumentado de morte por asma ou exacerbação das crises observadas em adultos não se aplica a crianças.”

Neste sentido, a FDA destaca ainda que “faltam evidências definitivas do efeito protector do uso a longo prazo de agonistas beta 2 adrenérgicos em relação ao que há para os corticóides inalatórios, e de fato há evidências que o uso de corticóides inalatórios não protege pacientes pediátricos que estão usando formoterol”, concretizando que, consequentemente, “conclui-se que o salmeterol pode ter um risco-benefício não favorável no tratamento do paciente pediátrico com asma.”

No documento, o organismo alerta, também, para os dados de um estudo que comparou a segurança do uso de salmeterol e de placebo acrescido à terapia usual de asma: “Verificou-se um risco aumentado pequeno, mas significativo, de morte relacionada à asma em doentes que receberam salmeterol, comparado ao uso de placebo (13 mortes entre 13.176 pacientes tratados por 28 semanas com salmeterol versus três mortes entre 13.179 pacientes que receberam placebo e terapia convencional para asma).

Efeitos secundários:

O salmeterol é um medicamento broncodilatador de longa duração na acção do grupo dos agonistas beta 2 adrenérgicos selectivos. Está indicado no tratamento de manutenção da asma e nalguns casos de doença pulmonar crónica obstrutiva.

Palpitações, aumento do ritmo cardíaco (taquicardia), nervosismo e tremores são alguns dos efeitos secundários dos broncodilatadores (agonistas Beta 2). Por este motivo, deve-se ter especial cuidado nos diabéticos, epilépticos e crianças. Uma certa moderação e contenção na utilização das “bombas” para as crises é, também, sempre recomendada.

Raquel Pacheco

Fonte: PharmaNews/ FDA/Infarmed

http://www.fda.gov/ohrms/dockets/ac/07/briefing/2007-4325b_03_05_Salmeterol%20Adverse%20Event%20Review.pdf

Rimonabant: alerta renovado para efeitos colaterais psicológicos

Novo estudo reforça que fármaco da Sanofi-Aventis para tratar obesidade pode duplicar risco de ansiedade e depressão

Um artigo publicado pela «The Lancet» vem reforçar a tese de que o medicamento para combater a obesidade (rimonabant) – comercializado com o nome Acomplia pelo laboratório francês Sanofi-Aventis - está associado a um risco crescente de fortes efeitos psicológicos adversos.

Num entrevista dada à revista médica britânica, Arne Astrup, da Universidade de Copenhaga (Dinamarca), abordou os efeitos colaterais do rimonabant – indicado para o tratamento da obesidade – renovando o alerta para as reacções adversas do fármaco: “Pode dobrar o risco de uma pessoa ter ansiedade e depressão”, asseverou com base nos resultados de quatro estudos feitos com mais de 4.000 doentes.

Segundo noticia a «The Lancet», a equipa do investigador Arne Astrup verificou que os pacientes que recebiam o rimonabant (20 mg/dia) “apresentaram um risco de sofrer efeitos colaterais em 40%, comparativamente, àqueles que receberam um placebo”, sustentando que
os doentes do rimonabant “correram um risco de serem obrigados a interromper o tratamento na sequência problemas relacionados à depressão (2,5 vezes mais que os que receberam placebos) e à ansiedade (3 vezes mais).”

De acordo com a equipa dinamarquesa, “o trabalho sugere que o uso de 20 mg/dia de rimonabant aumenta o risco de efeitos psiquiátricos, nomeadamente, problemas de humor e ansiedade", ressalvando que as pessoas que apresentavam antecedentes de depressão ou de doenças psiquiátricas foram excluídas dos testes.

Recorde-se que, no passado Verão - tal como tem vindo a divulgar o farmacia.com.pt – investigadores norte-americanos, assim como, a Food and Drug Administration (entidade que regula os alimentos e fármacos nos Estados Unidos) pronunciaram-se contra o fármaco e a FDA rejeitou a comercialização do medicamento no país, advogando que “podia levar a um aumento de problemas psicológicos, neurológicos e pensamentos suicidas.”

Por seu turno, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), - que regula o mercado do medicamento no Brasil - aprovou o registo do Acomplia (rimonabant) “para o tratamento de pacientes obesos, ou com sobrepeso, e com factores de risco cardiometabólicos associados como diabetes tipo 2 ou dislipidemia.”

No entanto, na Europa, a Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) decidiu, dia 19 de Julho, manter o produto no mercado, ordenando, contudo, que não fosse prescrito às pessoas que apresentassem depressão grave ou que fossem tratadas com antidepressivos.

Entretanto, segundo revelou a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), o Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) recomendou alterações ao Resumo das Características do Medicamento (RCM) apontando o risco de depressão associado ao fármaco.

De referir que, em Portugal, este medicamento não se encontra comercializado, não obstante, o Infarmed reconhece que “não é possível excluir a sua utilização”, sublinhando tratar-se de um Medicamento Sujeito a Receita Médica.

Raquel Pacheco

Fonte: AFP/The Lancet/ Medscape

http://www.medscape.com/viewarticle/566344?src=rss

Capacete refrigerador pode evitar lesões cerebrais em recém-nascidos

Depois de um parto complicado, uma recém-nascida inglesa foi salva de possíveis lesões cerebrais irreversíveis através de uma técnica pioneira de arrefecimento que consiste na utilização de um capacete refrigerador capaz de impedir o cérebro de inchar depois de ter estado privado de oxigénio.

A bebé, nascida no passado mês de Julho, esteve cerca de dez minutos sem receber oxigénio depois do parto, pelo que a hipótese de lesões cerebrais era muito forte. Como tal, os médicos do Hospital de Saint Michael colocaram à recém-nascida um capacete que é bombeado com líquido de refrigeração para reduzir o inchaço que ocorre quando o tecido é privado de oxigénio e que causa os danos cerebrais.

Alguns dias depois, foi realizado um scanner às funções do cérebro da criança e verificou-se que as suas funções cerebrais estavam normais, sendo-lhe concedida alta médica.

O capacete de arrefecimento cerebral foi concebido nos EUA mas foi a britânica Marianne Thoresen que liderou a pesquisa acerca desta técnica durante 10 anos, desenvolvendo a cápsula em programas que envolveram mais de 800 bebés de todo o mundo.

Thoresen começou esta investigação em 1992 e tem aplicado como projecto-piloto o capacete em bebés no Saint Michael desde 1998. Neste hospital, o capacete foi testado em 40 bebés e na maioria dos casos resultou.

Marianne Thoresen afirmou ter já dados suficientes para considerar que a descoberta é um grande avanço para salvar de lesões cerebrais muitos dos bebés que sofrem complicações durante o parto, embora saliente que não resulta sempre.

"Olivia tem apenas três meses de idade e, apesar de o tratamento ter resultado bem, ainda é cedo para dizer que está totalmente salva", acrescentou Thoresen, realçando que só é possível dizer com certeza que um bebé não tem lesões cerebrais quando este atinge cerca de dois anos.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Ipatimup procura terapia para cancro da mama resistente à quimioterapia

Investigadores acreditam que solução pode estar na vitamina D

Anualmente surgem em Portugal 4.500 novos casos de cancro da mama, 600 dos quais são triplo negativos, o que significa que apresentam resistência à quimioterapia e radioterapia. Uma equipa de investigadores do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) está a tentar encontrar um tratamento para este tipo de cancro. Os especialistas acreditam que a solução poderá estar na vitamina D, uma vez que esta tem a capacidade de travar a proliferação das células.

Conforme explicaram os responsáveis pela investigação, Fernando Schmitt e José Luís Costa, em declarações ao portal Portugal Diário, o segredo pode estar na vitamina D e na forma como esta actua no nosso organismo.

O sol desencadeia uma reacção química que produz a molécula precursora da vitamina D, o que faz com que todos a tenhamos presente no nosso organismo. A vitamina D tem como função o combate à proliferação das células e, tendo em conta que está provado que há mais cancros da mama quer no Norte dos EUA e da Europa do que no Sul, porque as pessoas estão menos sujeitas à exposição solar, a hipótese de partida assentou no pressuposto de que a vitamina D (para além do conhecido efeito preventivo) possa combater a proliferação dos tumores.

No entanto, por estar também envolvida na regulação do cálcio, “ao darmos vitamina D também interferimos com a calcificação dos ossos, por exemplo», explicou José Luís Costa. “Se enchermos uma pessoa de vitamina D ela morre, mas se construirmos uma molécula com características iguais às da vitamina, mas sem os efeitos colaterais, talvez se consiga travar este tipo de cancro da mama”, acrescentou Fernando Schmitt.

O objectivo dos investigadores consiste exactamente em encontrar uma molécula que funcione apenas como anti-proliferactiva. Através de linhas celulares de tumores da mama às quais administram a vitamina D os cientistas estão neste momento a realizar estudos in vitro. Posteriormente serão administradas moléculas semelhantes à vitamina D, para ver como reagem as linhas celulares.

Os investigadores acreditam que a vitamina D «possa travar a proliferação das células cancerígenas ou então que altere as células de uma maneira que possibilite travar ou acabar com essa proliferação».

Caso se verifique a reacção esperada e depois de descoberto o composto que permite “bloquear” este tipo de cancro da mama o passo seguinte para o Ipatimup é associar-se a uma empresa da indústria farmacêutica para que sejam feitos os ensaios clínicos e se possa avançar com a comercialização de um fármaco.

Marta Bilro

Fonte: Portugal Diário.

Bristol-Myers Squibb e Pierre Fabre terminam acordo de desenvolvimento da vinflunina

A norte-americana Bristol-Myers Squibb Co. e a companhia privada francesa Pierre Fabre Medicament anunciaram o fim do acordo de licenciamento para o desenvolvimento do agente experimental de quimioterapia vinflunina, indicado para o tratamento do cancro de bexiga avançado, e outros tumores, devido ao facto do fármaco não integrar a futura estratégia de negócio da norte-americana.

A decisão de terminar o acordo é resultado de uma revisão do programa de desenvolvimento do composto oncológico, da análise das prioridades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) da Bristol-Myers Squibb, e da decisão de não apresentar o fármaco para aprovação nos Estados Unidos como tratamento para o cancro da bexiga.

A vinflunina foi desenvolvida pela Pierre Fabre e licenciada à Bristol-Myers Squibb em 2004 para territórios específicos. Como resultado desta acção, a Bristol-Myers irá devolver os direitos do fármaco à companhia francesa, sendo que esta continua a planear apresentar o fármaco, no próximo ano, aos reguladores da União Europeia para a indicação do cancro da bexiga.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, First Word, Forbes

Vacina Rotarix demonstra efectividade contra cinco tipos de rotavírus

Os resultados de um estudo de Fase III, publicados na “The Lancet”, demonstraram que a vacina oral Rotarix (estirpe RIX4414 do rotavírus humano (viva e atenuada)), da GlaxoSmithKline (GSK), é eficaz na protecção das crianças contra as cinco principais formas do rotavírus, vírus que provoca diarreias graves nas crianças.

O estudo realizado por investigadores da Universidade de Tempere, na Finlândia, incluiu 3994 crianças europeias que receberam duas doses da vacina ou de placebo, e passaram por dois período consecutivos de rotavírus após a vacinação. A vacina demonstrou efectividade contra os tipos de vírus que provocam 98 por cento de gastroenterite por rotavírus, na Europa, durante os dois primeiros anos de vida.

Os resultados combinados de ambos períodos demonstraram que a vacina foi 78,9 por cento eficaz contra o rotavírus de qualquer gravidade, 90,4 por cento eficaz contra o rotavírus grave, e 96 por cento eficaz contra as hospitalizações por rotavírus. O rotavírus causa 87 mil hospitalizações anualmente e aproximadamente 700 mil consultas cada ano.

Segundo o principal autor do trabalho, Timo Vesikari, os resultados do estudo demonstram que a vacinação com Rotarix, se a for integrada no plano de imunizações de rotina das crianças, poderá resultar numa redução significativa, não só do encargo que advém da doença, mas também das gastroenterites pediátricas durante os dois primeiros anos de vida.

A Rotarix foi criada pela Avant Immunotherapeutics Inc. e licenciada à GlaxoSmithKline, e já está disponível em mais de 90 países, estando também a ser revista pela agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA).

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, First Word, CNN Money, Hemscott

40% dos portugueses em risco de AVC

Actualmente, 39,3 por cento por cento dos portugueses conjugam uma série de factores de risco para ter enfartes, AVC, problemas renais ou diabetes. A conclusão resulta de um estudo divulgado pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia que diz também que entre os utentes do Serviço Nacional de Saúde com uma média de 58 anos, a prevalência da síndrome metabólica aumenta para os 61 por cento. Os dados do trabalho, apresentado no simpósio da Fundação Portuguesa de Cardiologia, são publicados na edição desta segunda-feira do Diário de Notícias.

A síndrome metabólica, uma patologia que afecta actualmente 48,5 por cento das mulheres e 32,8 por cento dos homens (estudo Valsim) é descrita por Pedro Marques da Silva, presidente da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose, como “a doença dos bocadinhos”. Conforme explicou o especialista, “a pessoa tem o colesterol (bom) reduzido, um pouco de gordura, de triglicéridos a mais. É a doença dos quases. O doente está quase a ter um enfarte, uma trombose”.

Esta mistura de factores de risco aumenta cinco vezes o risco de diabetes, triplica a probabilidade de trombose ou enfarte e duplica as mortes por estas causas.

A par da hipertensão, a alimentação é também um dos principais factores responsáveis pelo número de AVC. Os portugueses consomem o dobro do sal recomendado e a redução "não é possível em dois anos", referiu Pedro Marques Silva. De acordo com o responsável, substituir o sal por ervas aromáticas pode ser um passo importante para tornar mais saudável a alimentação dos portugueses.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Diário Digital.

Sanofi-Aventis constrói nova fábrica de vacinas na China

A farmacêutica francesa Sanofi-Aventis vai investir 70 milhões de euros numa nova unidade de produção de vacinas na China. A operação foi anunciada esta segunda-feira por Jacques Cholat, presidente da Sanofi-Pasteur, a divisão de vacinas da Sanofi-Aventis.

O acordo entre o laboratório e as autoridades chinesas já foi assinado e a nova fábrica em Shenzhen deverá destinar-se à produção de vacinas contra a gripe. “No caso de [surgir] uma pandemia, esta fábrica poderia estar a produzir centenas de milhares de doses”, afirmou Cholat, citado pela Reuters.

Desde 2001 a Sanofi-Aventis já investiu perto de mil milhões de euros na produção de vacinas para a gripe. A nova unidade deverá começar a ser construída no próximo ano.

O acordo foi assinado durante a primeira visita de Estado do presidente francês, Nicolas Sarkozy, à China.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Market Watch.

FDA reúne para avaliar efeitos secundários do Tamiflu

Medicamento associado à morte de várias crianças no Japão

Um painel de especialistas da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) vai reunir esta terça-feira para analisar os relatos de anomalias comportamentais observados em mais de 1.800 crianças às quais foi administrado Tamiflu (Oseltamivir). O medicamento, produzido pela farmacêutica Roche, foi associado a efeitos secundários “graves” em 22 casos ocorridos nos Estados Unidos da América, como convulsões, delírios ou alucinações.

Embora nos EUA nenhum dos casos denunciados tenha acabado de forma fatal, no Japão o cenário é mais crítico, com a morte de cinco adolescentes menores de 16 anos em resultado de problemas neurológicos ou psiquiátricos. “Quatro foram quedas fatais, e a outra foi uma encefalite num paciente com leucemia”, afirmou Terry Hurley, porta-voz do laboratório.

Para além destes, o Japão assistiu ainda a outras duas mortes de doentes medicados com Tamiflu com idades entre os 17 e os 21 anos, um “acidente fatal com comportamento anómalo”, afirmou Hurley, e o segundo em resultado de uma encefalopatia. A causa da morte de outros sete adultos, também no Japão, foi igualmente associada a problemas neuropsiquiátricos.

No entanto, o porta-voz da farmacêutica afirma que não existem provas de que o Tamiflu é responsável por estas ocorrências, salientando que foram relatados sintomas semelhantes em pacientes com gripe que não tomaram o medicamento.

A possível relação entre a toma do Tamiflu e a ocorrência de efeitos secundários neurológicos e comportamentais surgiu pela primeira vez no Japão, em Março deste ano, tendo levado o governo nipónico a emitir um aviso de segurança que restringia a utilização do medicamento em adolescentes.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, USA Today, Farmacia.com.pt.

sábado, 24 de novembro de 2007

Crioestaminal e ANF formalizaram parceria inédita
Kits de criopreservação nas farmácias


A rede nacional de farmácias de oficina deverá brevemente passar a disponibilizar, para venda directa ao público, os kits de criopreservação das células estaminais do sangue do cordão umbilical em vez de, como até aqui, permitirem apenas a adesão ao serviço. A medida foi viabilizada através de um acordo inédito formalizado entre a Associação Nacional de Farmácias e a Crioestaminal, empresa que desenvolveu o conceito em Portugal, e permitirá a comercialização dos kits nos mesmos moldes em que ocorre a dispensa de medicamentos.

Depois de, há pouco mais de um ano, ter inaugurado um laboratório específico para a criopreservação daquelas células no Biocant Park, em Cantanhede, estrutura que até ao momento terá efectuado aproximadamente 16 mil daqueles procedimentos, a Crioestaminal visa agora um aumento exponencial da cobertura daquele serviço, que se materializa através da abertura de um novo canal de distribuição dos kits. A aproximação ao público final tem como objectivo imediato o reforço da liderança no mercado, devendo esta acção traduzir-se num encaixe de 4,7 milhões de euros até ao final deste ano, alcançando os seis milhões de euros em 2008. O CrioKit, como é designado o produto em termos comerciais, consiste numa caixa que contém todo o material necessário para a recolha e o acondicionamento adequado do sangue do cordão umbilical.
O director-geral da Crioestaminal, Raul Santos, entende que esta será “uma forma de aproximar o serviço das pessoas, dando-lhes a possibilidade de esclarecerem as suas dúvidas com profissionais de Saúde altamente qualificados, como são os farmacêuticos”, que durante o passado mês de Setembro foram alvo de acções de actualização de conhecimentos, de modo a prestarem o melhor esclarecimento aos seus utentes. De acordo com a ANF, citada pelo «Jornal Médico de Família», “trata-se de uma área relevante e com elevado potencial de desenvolvimento”, pelo que é “importante para a adaptação das farmácias às novas realidades e oportunidades no sector da biotecnologia”.
De acordo com o que o farmacia.com.pt conseguiu apurar junto da empresa com sede em Cantanhede, o kit encontra-se disponível também por encomenda, e tem um custo de 115 euros, que devem ser pagos no acto da reserva do equipamento, que depois será entregue na morada indicada pelo comprador, acompanhado de toda a documentação a explicar como deve ser feita a recolha e o envio das células estaminais do cordão umbilical, de modo a salvaguardar todas as suas propriedades. Os pais que desejem recolher o sangue do cordão umbilical dos filhos deverão solicitar o kit antecipadamente, por telefone ou fax, nas instalações da Crioestaminal, recortando os pedidos de envio disponíveis nas brochuras promocionais ou preenchendo a requisição online no site www.crioestaminal.pt.

Carla Teixeira
Fonte: «Jornal Médico de Família», Crioestaminal
Comprovado efeito do rimonabant na redução da glicemia
Sanofi-Aventis expande estudos com Acomplia



A companhia farmacêutica francesa Sanofi-Aventis anunciou a intenção de, a breve trecho, expandir de forma significativa o leque dos ensaios clínicos com o Acomplia (rimonabant), depois de aquele medicamento ter comprovado ter efeito relevante na redução da glicemia e no controlo de vários factores de risco metabólico.

Não obstante o facto de há alguns meses uma comissão de peritos ter considerado que o Acomplia, indicado para o tratamento da obesidade, poderia representar um risco no que diz respeito ao aumento da taxa de suicídio entre os consumidores do produto – situação que levou a Sanofi-Aventis a retirar o pedido de autorização para a introdução do fármaco no mercado farmacêutico norte-americano –, o laboratório francês acredita que em 2009 deverá ser aprovado para o tratamento da diabetes de tipo 2, pelo que pretende alargar, já no próximo ano, o programa de estudos com aquela substância. A nova fase de ensaios clínicos deverá envolver cerca de 5700 pacientes, tendo o objectivo de avaliar a eficácia do rimonabant em associação com outros medicamentos (metformina, sulfonilureia e insulina). A investigação incluirá ainda a análise comparativa do rimonabant com o sitagliptina, o princípio activo que faz parte da mais recente terapia aprovada para aquela doença.

Carla Teixeira
Fonte: «Jornal Médico de Família», farmacia.com.pt
Investigação portuguesa revela novo leque de possibilidades
Monóxido de carbono pode ser antibiótico


A elevada capacidade que demonstra para exterminar bactérias, mesmo as que se revelam mais resistentes aos medicamentos, confere ao monóxido de carbono uma propriedade que poderá transformá-lo num antibiótico. Um estudo desenvolvido na Universidade Nova de Lisboa reconhece que essa poderá ser ainda uma realidade longínqua, mas considera que os avanços conseguidos no estudo alargam o leque de possibilidades…

De acordo com os resultados preliminares do estudo coordenado por Lígia Saraiva, não é por enquanto possível prever quanto tempo poderá demorar a concepção de um antibiótico à base de monóxido de carbono, gás a que até agora apenas tinham sido reconhecidas propriedades negativas em termos do seu impacto na saúde. No entanto, a investigadora do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da UNL diz que os avanços conseguidos até ao momento “representam apenas, por enquanto, um novo leque de possibilidades”. Nesta investigação foi demonstrado pela primeira vez que “o monóxido de carbono tem a capacidade de matar bactérias”, e isso ficou provado em relação a vários agentes, e em particular no patogénico Estafilococos (bactéria que se tem assumido como um desafio constante para a Medicina, porque se agrega em pequenas colónias de células que aderem a outras, encadeando-se em pares ou cachos), presente nas narinas de cerca de 30 por cento da população, ainda que saudável, e tem vindo a desenvolver um nível preocupante de resistência aos antibióticos convencionais.
Recordando que o próprio organismo humano produz monóxido de carbono, ainda que em quantidades insuficientes para permitir a destruição das células afectadas por bactérias, Lígia Saraiva explica que “os compostos libertadores de monóxido de carbono tem a capacidade de penetrar nas paredes celulares e só quando estão no seu interior libertam o gás, de uma forma controlada”. Na investigação apresentada pela cientista de Lisboa foram utilizadas concentrações de CO superiores àquelas que são produzidas pelo organismo humano, mas não tóxicas. A descoberta abre a porta a novos tratamentos e medicamentos, capazes de contrariar a resistência que algumas bactérias desenvolveram em relação aos fármacos já existentes. A breve trecho, avançou, a empresa farmacêutica que detém a da patente dos compostos usados neste estudo pretende iniciar a realização de testes em animais. O estudo português, que envolve ainda os investigadores Carlos Romão, João Seixas e Lígia Nobre, será publicado na próxima edição da revista internacional «Antimicrobial Agents and Chemotherapy», com saída agendada para Dezembro.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Boa Saúde

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Antidepressivos: tendência suicida pode ter explicação genética

Descoberta permitirá o desenvolvimento de novos tratamentos contra a depressão, baseados nas diferenças genéticas individuais

Não é novidade a associação feita entre o uso de medicamentos antidepressivos e o potencial risco para o suicídio. Contudo, uma equipa de investigadores norte-americanos procurou averiguar o porquê. A resposta trouxe, então, uma nova descoberta que aponta para a genética.

De acordo com o estudo publicado na revista «ScienceNOW» e conduzido pela equipa do Instituo Nacional de Saúde Mental em Bethesda, nos Estados Unidos, a tendência suicida face ao uso de antidepressivos é uma condição geneticamente determinada. Para os investigadores, a resposta está em dois genes: o GRIA3 e o GRIK2 que acreditam estar relacionados “a uma predisposição aumentada de suicídio.”

A investigação partiu da observação de doentes com depressão e que, posteriormente, atentaram contra as suas próprias vidas, após o início da terapia antidepressiva. “Baseámo-nos na observação de 1915 adultos com depressão maior, que fizeram uso do citalopram - um antidepressivo inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS)”, explicou Francis McMahon, coordenador do estudo.

Segundo informou a equipa norte-americana, “uma pequena modificação no DNA poderia proporcionar variações nesses genes e, consequentemente, nos receptores de glutamato no cérebro – uma substância química relacionada com a memória e a aprendizagem – e predisporia um indivíduo a cometer suicídio, caso fizesse o uso de substâncias como o citalopram.”

Os resultados permitiram aos investigadores garantirem que os doentes com alterações no gene GRIA3 “teriam um risco duas vezes maior de apresentarem pensamentos suicidas e aqueles com modificações no GRIK2, o risco seria oito vezes maior. Quando ambos os genes estão alterados, o risco aumenta para 15 vezes” frisaram.

Desta forma, Fracis McMahon assumiu-se convicto de que a tendência suicida frente ao uso de antidepressivos, “é uma condição geneticamente determinada” destacando que “poderão ser feitas investigações futuras no desenvolvimento de testes de triagem genética para a identificação das pessoas que estão sob este risco.”

Entretanto, Elliot Gershon, da Universidade de Illionois (EUA) defendeu ainda que a descoberta “permitirá o desenvolvimento de novos tratamentos contra a depressão, baseados nas diferenças genéticas individuais.”

Ao que o farmacia.com.pt conseguiu apurar, estudos detalhados sobre o tema deverão ser realizados em breve.

Raquel Pacheco

Fonte: ScienceNOW Daily News

Analgésicos podem aumentar apnéia do sono

Após toma do medicamento, indivíduos tiveram mais de cinco episódios de distúrbio por hora, revela estudo norte-americano

Os analgésicos podem provocar apnéia do sono. A conclusão resultou de uma questão levantada por investigadores norte-americanos: saber se alguns medicamentos, utilizados para o tratamento da dor crónica - como os opióides, a metadona e os benzodiazepínicos - poderiam provocar paragens respirtórias.


Partindo do princípio de que a dor crónica é um componente realmente prejudicial ao sono e, consequentemente, muitas pessoas usam medicamentos, não só para o alívio da dor, mas também para conseguirem relaxar e descansar, uma equipa da Universidade de Buffalo SUNY, nos Estados Unidos, procurou avaliar se essas medicações, ao invés de ajudar, poderiam interferir no próprio sono.

“Durante a investigação, os doentes que faziam uso de terapias com essas medicações específicas foram avaliados enquanto dormiam, através de aparelhos de polissonografia”, explicaram os investigadores.

Para os cientistas, os resultados encontrados foram preocupantes: “Estados de apnéia e de hipopnéia foram anormais em cerca de 75% dos doentes estudados”, sustentaram, acrescentando que estes indivíduos “tiveram mais de cinco episódios desses distúrbios por hora, após terem tomado o medicamento, sendo que, os piores valores foram encontrados entre aqueles que utilizaram metadona, onde a gravidade se correlacionava à dose empregada.”

Segundo considerou a «Pain Medicine», estas descobertas representam “um alerta para que haja vigilância, entre os pacientes que usam medicamentos para a dor, durante o sono”, destacando que “pois podem sofrer episódios de apnéia enquanto dormem.”

Raquel Pacheco

Fonte: Pain Medicine/ www.painmed.org/patient/press
www.sciencedaily.com/releases

Índia põe termo à liberdade de fixação de preços para medicamentos inovadores

O governo indiano vai por fim à liberdade concedida às farmacêuticas para estabelecerem os preços dos medicamentos inovadores. A medida surge depois da “National Prescription Pricing Authority” (NPPA), autoridade responsável pelo controlo da fixação de preços de medicamentos no país, ter alertado o governo acerca de suspeitas de que as empresas estavam a abusar desta liberdade ao estabelecer preços iniciais inflacionados, de forma a contornar o requisito que define que o preço de um medicamento não deve subir mais de 10 por cento num mesmo ano.

Segundo noticia o portal Pharma Times, inquéritos de mercado levados a cabo pela NPPA revelaram um abuso generalizado do sistema estabelecido. Por sua vez, relatórios elaborados a nível local revelam agora que as multinacionais farmacêuticas têm também contornado este requisito ao importarem novos medicamentos inovadores em vez de os produzirem localmente, uma vez que ao fazê-lo teriam que permitir às autoridades que verificassem os custos de produção dos fármacos.

Cerca de 75 por cento dos produtos no mercado farmacêutico indiano não estão sujeitos ao controlo de preços. A NPPA sugere agora ao governo que as autorizações de comercialização, que são concedidas pela “Drugs Controller General of India”, entidade que controla os medicamentos a nível nacional, ou pelas autoridades próprias de cada estado, estejam condicionadas à aceitação de um preço estabelecido pela autoridade reguladora.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Times, Pharmalot.