quarta-feira, 13 de junho de 2007

Industria farmacêutica duplica facturação até 2020

A consultora PricewaterhouseCoopers, divulgou esta quarta-feira um novo estudo, onde prevê a duplicação da facturação da indústria farmacêutica, até 2020.

Em 2020, um quinto das vendas mundiais deste sector deverão estar concentradas em sete países: Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Rússia e Turquia, de acordo com o estudo agora publicado.

Este forte crescimento, deverá atingir os 974,2 milhões de dólares, como consequência do aumento da procura mundial por medicamentos e tratamentos preventivos.

Inês de Matos

Fonte: Diário Digital

Praias fluviais do Barreiro continuam interditas

O Centro Regional de Saúde Pública de Lisboa e Vale do Tejo (CRSP) decidiu manter a interdição a banhos, nas praias fluviais do concelho do Barreiro, depois de as análises à água continuarem a revelar má qualidade.

De acordo com um comunicado da autarquia do Barreiro, as praias do Clube Naval, Barra-a-Barra e Mexilhoeiro, irão continuar interditas, estando mesmo em causa uma situação de risco para a saúde pública.

Para este Verão está previsto o inicio da construção de uma ETAR, na região Barreiro/Moita, o que poderá representar uma solução para a descontaminação do estuário do Tejo.

Estas praias encontram-se excluídas do Programa de Vigilância Sanitária das Zonas Balneares, desde Março de 2001, como consequência de sucessivas análises realizadas à água e cujos resultados revelaram sempre má qualidade.

A Câmara Municipal do Barreiro desaconselha vivamente os banhos nestas zonas fluviais e como tal, colocou já cartazes informando sobre o risco para a saúde pública que estas águas representam, caso algum cidadão insista em não cumprir o concelho.

Inês de Matos

Fonte: Diário Digital

Centro de Genética Clínica comemora 15 anos de actividade laboratorial

O CGC, Centro de Genética Clínica e Patologia Prof. Amândio S. Tavares, primeiro laboratório privado de Genética Médica em Portugal, iniciou a sua actividade laboratorial em 1992 e está a comemorar 15 anos de existência.

O CGC, liderado por Purificação Tavares, para além do departamento clínico, dispõe de cinco médicos especialistas em Genética Médica, de cinco laboratórios distintos (Biotecnologia, Biologia Molecular, Citogenética, Anatomia-Patológica e Ratreio Pré-Natal) que disponibilizam mais de mil testes genéticos diferentes e processam 3600 análises por mês, a partir de amostras recebidas do país e do estrangeiro.

Ao longo destes 15 anos de existência, o CGC tem vindo a especializar-se em diferentes áreas médicas, consequência da interdisciplinaridade dos seus laboratórios, da sua capacidade para desenvolver novos testes e do departamento clínico. O CGC tornou-se referência em diferentes campos de investigação nacional e internacional como o diagnóstico pré-natal, a oncogenética e as doenças raras.

O CGC tem investido em excelentes profissionais, desde o seu início, contando, actualmente, com 70 colaboradores, incluindo 8 doutorados e 57 licenciados; está equipado com tecnologia sofisticada numa crescente aposta em I&DT, e tem conseguido aumentar e melhorar a oferta dos serviços numa perspectiva de crescimento sustentado.

A evolução constante no conhecimento genético abriu novas perspectivas na saúde, tornando a Genética Médica uma das áreas médicas mais requisitadas na actualidade. De referir ainda que a importância crescente das solicitações da comunidade médica em Espanha, levou que a CGC reforçasse a sua actividade em Espanha, com o Centro Genética Clínica España, SL, com sede em Pontevedra.

Paulo Frutuoso
Fontes: CGC -Centro de Genética Clinica, Ciência hoje

Nova terapêutica cancerígena pode substituir quimioterapia


Mini-bactérias atingem cancros sem danificar outros órgãos



Cientistas australianos estão a estudar uma nova terapêutica cancerígena que pode vir a substituir a quimioterapia. A tecnologia inovadora – que será ainda, este ano, testada em humanos – permite a destruição de cancros sem danificar outras células e órgãos circundantes.

Os efeitos secundários nos pacientes que se submetem à quimioterapia, constituem o principal entrave desta terapêutica cancerígena.
No entanto, segundo avançou o «Cancer Cell», uma cura inovadora que atinge os cancros de forma segura está a ser testada.

De acordo com aquele jornal científico, os investigadores de uma empresa de biotecnologia na Austrália – a EnGeneIC –, anunciaram um meio inovador de transporte de múltiplos medicamentos anti-cancerígenos, que demonstrou ser “preciso e inócuo” em ratos de laboratório, cães, macacos e porcos. Os especialistas esperam testar a segurança e eficácia da nova terapêutica em humanos já no final de 2007.

Em declarações ao «Cancer Cell», os cientistas asseguram que o meio de entrega de medicamentos em tecidos cancerígenos é feito sem danos para outros órgãos, revelando que se tratam de mini-células produzidas a partir de bactérias: “Os Veículos de Entrega EnGeneIC (EDVs) são fáceis de produzir e pouco dispendiosos já que são desenvolvidos a partir de bactérias e têm uma dimensão nanometrica, ou seja, um quinto do tamanho de uma célula normal (400 nanometros).”

O facto de os cientistas obrigarem a bactéria a dividir-se na extremidade (invés de se dividir na sua zona central) – de forma a produzir pequenos rebentos de citoplasma de vez em vez, – foi o que marcou a diferença desta investigação da equipa australiana, para as pesquisas de outros cientistas.

Os investigadores da EnGeneIC explicaram ao jornal que “o alvo das mini-células através de anticorpos específicos a receptores de membranas de células cancerígenas resultam em endocitose, degradação intra celular e libertação do medicamento”, concretizando que o mecanismo “afecta grandemente a inibição e regressão de tumores em crescimento em ratos com xenografos e casos de estudo de linfoma em cães, apesar da administração de pequenas quantidades de medicamentos e anticorpos.”

Jennifer MacDiarmid, cientista envolvida no estudo, esclareceu à revista on-line «New Scientist» que “parecem com uma bactéria mas, não têm cromossomas e não estão vivos”, acrescentando que “os EDVs têm uma membrana rígida não se quebram quando são injectados, por isso, conseguem carregar a carga ao local alvo.”

Os EDVs podem transportar múltiplos medicamentos e, desta forma, atingir os mais diversificados tecidos cancerígenos como, por exemplo, do cancro da mama, útero ou leucemias.

Raquel Pacheco
Fonte: Cancer Cell/New Scientist

Conselhos farmacêuticos impedem ida ao médico

De acordo com um estudo pedido pela Ordem dos Farmacêuticos, conclui-se que nos últimos 6 meses, metade dos utentes que pedem conselhos na farmácia evitam pelo menos uma visita ao médico.

Os investigadores do Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa, avaliaram a dimensão social da identidade das farmácias portuguesas e salientam que este estudo não mostra até que ponto são visíveis as melhorias do doente, com os conselhos dados pelo farmacêutico, assim como, a alteração nos planos do utente em consular um médico.

A verdade é que, a qualidade do serviço das farmácias tem vindo a ser, cada vez mais, um ponto crucial em relação a outros estabelecimentos, como centros de saúde, hospitais ou consultórios. Os utentes encontram-se satisfeitos e garantem que em muitos casos os conselhos dados impedem muitas visitas ao médico.

Uma forte confiança no farmacêutico faz com que cada vez mais, os utentes procuram os primeiros conselhos na farmácia.

Liliana Duarte

Fonte: Jornal Dica da Semana

Ritalina: um fenómeno geracional?

O metilfenidato, nome químico da Ritalina, tem sido o fármaco de eleição nos últimos 40 anos para tratar crianças que sofrem de Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção (PHDA).


O medicamento começou por ser prescrito a pessoas adultas com patologias depressivas, fadiga crónica e narcolepsia. No inicio dos anos 60, a utilização desta substância passou a ser recomendada em crianças hiperactivas, principalmente por aumentar o tempo que estas se conseguem concentrar numa mesma actividade.

Por volta de 1980, registou-se uma escalada na prescrição deste fármaco a crianças. O mesmo se verificou no Canadá durante os anos 90 o que resultou num aumento de prescrições de cerca de 500 por cento relativamente à década anterior.

Os pediatras começaram a reparar nesta prescrição galopante do metilfenidato e no ano 2000 alertaram que o medicamento só deveria ser recomendado em circunstâncias limite, e mesmo nesses casos, apenas durante o tempo estritamente necessário.

Cerca de 75 por cento das prescrições mundiais de Ritalina destinam-se a crianças, quatro vezes mais a rapazes do que a raparigas.

De acordo com Adriana Campos, psicóloga especializada na área de Consulta Psicológica de Jovens e Adultos e em Psicopatologia do Desenvolvimento, o grande aumento no consumo destas substâncias verificou-se em 2004, quando a venda destes medicamentos deixou de pertencer ao domínio das farmácias de certos hospitais e passou a fazer-se em qualquer farmácia.

Os estudos realizados sobre o assunto descrevem a PHDA como uma perturbação do desenvolvimento infantil com base neurobiológica. Esta patologia verifica-se quando os lobos frontais, responsáveis por funções executivas, tais como a atenção, a capacidade de antecipar situações e organizar tarefas, apresentam certas alterações. “Estas alterações estão associadas ao facto de a dopamina, que é um neurotransmissor, apresentar níveis inferiores aos normais, o que dificulta a comunicação entre as células”, esclarece Adriana Campos.

O que se pretende com a administração de Ritalina é o aumento dos níveis de dopamina e consequentemente, a obtenção de progressos no grau de funcionalidade dos lobos frontais. Esta melhoria resulta no aumento da atenção e na diminuição da impulsividade e hiperactividade em doentes com PHDA.

Os dados divulgados pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil (CADIn) indicam que esta patologia atinge cerca de 5 por cento da população escolar e é mais frequente em rapazes. Nas raparigas o diagnóstico é mais difícil, uma vez que a dificuldade de concentração “torna-as 'sonhadoras', 'cabeças no ar', sem o aumento da actividade que incomoda professores e família. Nas aulas tornam-se invisíveis”.

A psicóloga Adriana Campos acredita que actualmente não se verifica um aumento no aparecimento de casos de PHDA, já que esta é uma perturbação com uma componente biológica. “O que aumentou foi a capacidade de diagnóstico desta patologia”, refere.

Para além disso, a grande quantidade de informação que tem sido divulgada acerca deste assunto “conduz a um maior conhecimento e sensibilidade por parte das pessoas em geral e dos técnicos em particular para a sua identificação”, considera a responsável. Ainda assim, Adriana Campos sublinha que é preciso perceber que o excesso de informação poderá gerar falsos diagnósticos. Nesse sentido, a especialista salienta que “só é possível efectuar um diagnóstico preciso quando vários sintomas persistirem por mais de seis meses, em diferentes contextos: familiar, escolar e extra-escolar”.

A edição de Maio da Revista Pais&Filhos refere dados do jornal americano Health Afairs que indicam que a prescrição de medicamentos para tratar a PHDA aumentou, em todo o mundo, 274 por cento, entre 1993 e 2003. “Em Portugal, calcula-se que entre seis e oito mil crianças e adolescentes estejam a tomar este tipo de medicação (números de 2006, com base nas vendas). Em 2004, estimava-se que três mil crianças tomassem medicamentos para PHDA, enquanto que em 2003 eram apenas 400", pode ler-se na mesma publicação.

Marta Bilro

Fonte: educare.pt, globeandmail.com, Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil.

ENTREVISTA


Irene Silveira em entrevista ao «Farmácia e Medicamento»
Resgatar o prestígio da classe

Quiseram lançá-la na corrida à liderança da Ordem dos Farmacêuticos há seis anos, mas nessa altura o cargo de vice-reitora da Universidade de Coimbra impediu-a de dar o passo que ousa dar agora, consciente de que a sua experiência profissional, académica e até política poderá impulsionar a busca do prestígio que a classe vem perdendo. Dizendo-se “uma mulher positiva” e que não foge à luta Irene Silveira parte “com esperança” para as eleições de dia 21: um duelo no feminino…

FM – Por que motivo decidiu avançar neste momento para uma corrida ao cargo de bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, num duelo feminino pelo exercício de um lugar nunca antes atribuído a uma mulher?
IS – Avancei agora, porque só agora encontrei disponibilidade para isso. A verdade é que já nas anteriores eleições, em que foi eleito Aranda da Silva, fui incentivada a candidatar-me, mas nessa altura era vice-reitora na Universidade de Coimbra e não tinha possibilidade de desempenhar as funções de bastonária. No entanto, o apoio e o estímulo dos colegas, por quem nutro consideração e respeito, e o facto de eles continuarem a insistir para que me candidatasse e renovasse a Ordem, fizeram-me pensar nisso agora.

FM – Recentemente teceu algumas críticas quanto ao modo como a actual Ordem tem gerido alguns dossiers, designadamente o silêncio do bastonário em funções no que diz respeito à liberalização da propriedade das farmácias. O que teria feito nesse capítulo se fosse bastonária?
IS – Sou uma mulher positiva e de “enfrentamentos”. Como bastonária teria tomado outra posição nessa matéria. Acho incompreensível que no processo de produção de uma lei que altera as regras da propriedade das farmácias o bastonário da OF não tenha sido ouvido. Nessa e noutras matérias, a actual Ordem poderia ter feito mais, digo eu e dizem todos os farmacêuticos. Há um estatuto da OF que confere determinadas atribuições à estrutura representativa da classe farmacêutica, e uma dessas atribuições é justamente a de dialogar com o poder político e intervir nas políticas de saúde.

FM – Que proposta concreta tem para a questão da liberalização da propriedade das farmácias, agora que esse assunto está em cima da mesa e que o Governo se concedeu apenas seis meses para legislar sobre o assunto?
IS – Proponho fazer o que dizem os estatutos: através de um diálogo construtivo e respeitador, interpelar o poder político, que foi eleito democraticamente para o lugar que desempenha, pelo que as decisões que toma são legítimas. Enquanto Ordem dos Farmacêuticos, eu teria seguido os estatutos e enveredado pela via do diálogo actuante e interventivo, negociando e explorando essa forma de entendimento com o poder político. A liberalização da propriedade das farmácias terá consequências que não serão, de todo, as melhores para a saúde pública, com uma degradação progressiva da qualidade dos serviços prestados.

FM – Acredita que a confiança dos utentes das farmácias poderá perder-se quando atrás do balcão estiver a atendê-los alguém que não é um farmacêutico?
IS – Isso não pode acontecer. Temos de estar atentos aos ganhos em saúde, porque o nosso país é um país pequeno em que o factor económico é importante, mas não podemos pautar-nos apenas por esse aspecto. A regulamentação da propriedade das farmácias tem de ser negociada com o poder político, no sentido de produzir as mínimas consequências para os utentes das farmácias, e de forma a evidenciar a qualidade e a importância do farmacêutico e da sua qualificação processo de acompanhamento e aconselhamento dos doentes. Outras pessoas que se ponham atrás do balcão não terão estas capacidades, que decorrem de anos de formação. É imprescindível salientar, junto das instâncias superiores do poder político a importância do papel do farmacêutico na promoção da saúde, e eu terei, se for eleita, a preocupação de garantir essa intervenção do farmacêutico.

FM – A revisão da actual forma de revalidação da carteira profissional é a grande bandeira da sua campanha. O que importa mudar nesta matéria?
IS – Importa mudar tudo! Desde 1983 que pertenço a um grupo de formadores de farmacêuticos. Estou totalmente de acordo com a necessidade de formação. As pessoas que saem das universidades saem normalmente muito bem preparadas, mas a Ciência evolui a grande velocidade, e preconizo que a formação contínua é muito importante. O que não preconizo, de modo algum, é a frequência de acções de formação que atribuem créditos de um modo arbitrário. É preciso valorizar a experiência diária dos farmacêuticos. As pessoas têm de saber que competências têm de desenvolver e voluntariamente decidir adquirir essas competências. Não pode haver uma obrigatoriedade, por uma questão de créditos, de os profissionais terem de frequentar determinadas acções de formação, que nem sempre são as que melhor servem os seus interesses e os interesses dos doentes. A revalidação da carteira profissional não pode estar veiculada a este sistema.

FM – Alterar o actual esquema de revalidação é, portanto, a grande prioridade?
IS – A qualificação é uma das minhas prioridades, mas não da forma que hoje está considerada. É minha prioridade absoluta reformular o actual sistema, porque esta plêiade de cursos de formação não traz nada de positivo. Outra prioridade da lista B, que encabeço, é a descentralização da Ordem dos Farmacêuticos e o aumento da sua representatividade. Dou um exemplo: não faz sentido que, ao fim de um dia de trabalho, um colega de Castelo Branco tenha de vir frequentar uma acção de formação a Coimbra. É preciso repensar o tipo de cursos, a sua localização e os seus horários. Queremos mudar a Ordem, mas sempre ouvindo os farmacêuticos e reflectindo com eles sobre o que precisa de ser alterado.

FM – Defende também, talvez devido à sua carreira docente, um maior diálogo da Ordem dos Farmacêuticos com as faculdades…
IS – Fui coordenadora do processo de implementação das regras de Bolonha na Universidade de Coimbra. Sei, também por isso, que o diálogo com os estudantes deve ser intenso e muito claro. É muito importante que as pós-graduações e os vários cursos de formação contínua vão ao encontro das necessidades de formação dos profissionais. O ensino e a investigação devem estar ligados com o exercício da actividade profissional do farmacêutico.

FM – Está optimista quanto aos resultados das eleições do próximo dia 21?
IS – Sou uma mulher positiva. Muitos colegas, jovens e menos jovens, decidiram dar-me o seu apoio porque entenderam que tenho competência como docente e como profissional. Reúno a componente teórica com a experiência prática do que é o sector farmacêutico, e tenho tido responsabilidades bastante grandes. Tenho uma enorme ligação ao sector, de quase 25 anos, e tenho o perfil adequado para tratar dos problemas actuais da classe. Além disso, nunca trabalharei sozinha. Há uma vasta equipa que me apoia e espero, se for eleita bastonária, poder contar com todos os ramos de actividade do sector na luta para que a Ordem tenha uma nova visibilidade e uma nova excelência, dando a conhecer e enaltecendo o papel do farmacêutico no âmbito do plano nacional de saúde. É essa a imagem que quero que a Ordem dos Farmacêuticos dê da classe profissional que representa.

Carla Teixeira
Fonte: entrevista à candidata
Imagem: Site da campanha

Sector das Farmácias não conhece concorrência

O governo discute a liberalização das farmácias, mas em Portugal este continua a ser um negócio fechado.


Em Portugal, o sector das farmácias é fechado e lucrativo, protegido por um enquadramento legal antiquado, que o abriga da concorrência. Pelo menos é esta a conclusão de um estudo efectuado pelo Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Universidade Católica, cujo relatório final foi entregue à Autoridade da Concorrência (AdC), no final de 2005.

O sector dos estabelecimentos farmacêuticos, em Portugal, é dominado pela influente Associação Nacional das Farmácias (ANF), liderada por João Cordeiro.

De acordo com este relatório, "o enquadramento normativo que regula a actividade das farmácias tem as abrigado do processo concorrencial e, inequivocamente, tem lhes permitido a obtenção de lucros supra-normais muito consideráveis".

Patente neste relatório, está também o facto de a maioria destes estabelecimentos se localizarem nas áreas predominantemente urbanas, nomeadamente na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se situam 36,9% das 2663 farmácias existentes em Portugal, no final de 2004, ano em que o estudo se baseou.

Por outro lado, a região Norte conta com pouco mais de um terço das farmácias nacionais, com 28,8%, enquanto que em toda a região centro verifica-se a existência de apenas 24,6% dos estabelecimentos.

Na análise por concelhos, a predominância da localização urbana torna-se ainda mais evidente, uma vez que os concelhos de Lisboa e Porto são os únicos a registar mais de 50 farmácias, enquanto que na maioria dos concelhos do interior do país, o número de farmácias desce drasticamente, para menos de cinco estabelecimentos.

Em Portugal, existe uma farmácia para 3.761 utentes, contrariamente ao que acontece no pais vizinho ou na Bélgica, onde cada farmácia serve 2.099 e 1.825 utentes, respectivamente. A Alemanha, o Reino Unido e a Holanda destacam-se pelo motivo oposto, já que nestes países existe uma farmácia para 3.858 pessoas, no caso da Alemanha, 4.604 no Reino Unido ou 10.000 na Holanda.

As farmácias portuguesas são tendencialmente estabelecimentos comerciais de dimensões reduzidas, cujo volume anual de vendas se situa, em média, nos 1.2 milhões de euros e o resultado líquido atinge os 84.500 euros, em 2003.

Cada farmácias emprega, normalmente, dois farmacêuticos, de acordo com dados da Ordem dos Farmacêuticos, que em 2004 registava a inscrição de 9.912 profissionais.

No final de 2005, o número de farmácias em Portugal cresceu atingindo os 2782 estabelecimentos, contrariamente à tendência verificada nos anos anteriores, onde o crescimento era muito lento e fechado, o que acontecia já desde o Estado Novo.


Inês de Matos

Fonte: Diário de Noticias

Cérebro com capacidade autocorrectora


Investigadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) afirmam ter identificado duas funções do cérebro que desenvolvem um processo de aprendizagem até agora desconhecido.

O “ruído” potencia o desenvolvimento da capacidade autocorrectora do cérebro, sendo que, este processo de autocorrecção aprofunda o conhecimento neurológico, concluíram os cientistas norte-americanos do MIT.

Segundo revelou o principal autor do estudo, Uri Ronki, “uma é a função “ruído” que confunde e modifica as representações neurais – modificações biológicas criadas por aprendizagem num circuito de neurónios – e a outra, é a função correctora, que encontra automaticamente soluções sempre que detecta um erro.”

Este investigador do Instituto Médico Howard Hughes que trabalhou em colaboração com a equipa do MIT, evidenciou como as duas funções interagem: “Quando pensamos numa frase, o ‘ruído’ do cérebro pode mudar aleatoriamente as palavras mas a sua função correctora corrige continuamente o texto para este fazer sempre sentido.”

De acordo com a explicação dos cientistas, no processo de aprendizagem do cérebro coexistem dois ‘agentes’, o ‘professor’ e o ‘reparador’ ou mecanismo de reparação que correspondem ao sinal de aprendizagem (corrector) e ao ruído, respectivamente. “O ‘reparador’ (ruído) pode mudar a frase «John é casado» para «John é solteiro» e o ‘professor’ (corrector) corrige para, «John não é solteiro»”, exemplificou Uri Ronki.

A tese dos especialistas parte do conceito de redundância, defendendo, por isso, que “as representações neurais estão em constante mutação, mesmo quando se executa uma tarefa familiar.”

Deste modo, os investigadores acreditam que o desempenho da actividade cerebral melhora através de modificações repetidas, ou seja, através da repetição de uma acção o cérebro pode explorar vários caminhos para atingir um único fim.

Uri Ronki reforçou que “mesmo que a representação neural mude, o comportamento mantém-se fixo. Achamos que o reparador, ou seja o ‘ruído’, não é meramente um incómodo para o ‘professor’, mas sim, uma ajuda para que este possa explorar novas possibilidades que não considerou.”

Para Sebastian Seung, professor de Física e Ciência Neurológica Computacional do MIT, “a novidade foi verificar que a representação neural de um movimento parece mudar, mesmo quando o comportamento não muda. O cérebro revela um grau surpreendente de instabilidade na representação do mundo.”


A conclusão dos investigadores norte-americanos teve por base simulações realizadas em macacos, com a ajuda de um modelo matemático de rede cortical redundante que controla o movimento, utilizado para simular experiências de aprendizagem.

“Numa primeira experiência, ensinámos primatas a mover um cursor num ecrã até atingirem um alvo. Numa fase posterior, num ambiente controlado, os macacos tentaram sozinhos atingir esse mesmo alvo”, justificaram os autores do estudo.

Após determinadas simulações, os cientistas do MIT concluíram, então, que “a aprendizagem das ligações entre os neurónios, através deste modelo, pode ser um processo bastante ruidoso.”

Na opinião de Uri Ronki, “os conceitos de rede redundante e ‘aprendizagem ruidosa’ podem ser importantes para o estudo da Neurobiologia.”

De frisar que, a serem transferidos para os humanos, os resultados poderão vir a melhorar o conhecimento neurológico, como por exemplo, na produção de próteses neurais ou outros dispositivos externos.

Raquel Pacheco
Fonte: MIT

Principais medidas no Compromisso com a Saúde do Governo ainda estão por cumprir

Segundo avançou o Diário de Notícias, a maioria das principais medidas previstas no Compromisso com a Saúde do Governo ainda estão por cumprir ou estão à espera de regulamentação.

Do documento negociado pelo secretário de estado adjunto do primeiro-ministro, Filipe Baptista, e o líder da Associação Nacional de Farmácias (ANF), João Cordeiro, a 26 de Maio de 2006, tendo em vista a liberalização da propriedade das farmácias e a melhoria do acesso dos cidadãos aos medicamentos, apenas duas das principais medidas estão em curso. A eliminação da reserva de propriedade da farmácia por farmacêuticos, por exemplo, só esta terça-feira é que recebeu a autorização legislativa por parte da Assembleia da República. O futuro decreto-lei irá alterar o número de farmácias por proprietário de um para quatro; alterar o regime de incompatibilidades, fixar condições de acesso, de venda e cedência de licenças.

Segundo as contas do Ministério da Saúde, apenas cinco medidas do Compromisso estão por concretizar. No entanto, algumas das medidas que o Ministério considera estarem cumpridas, ainda estão dependentes de regulamentação para entrarem efectivamente em vigor.

A medida mais importante que já está no terreno tem a ver com o alargamento do horário das farmácias para 55 horas e o fim das taxas moderadoras em receitas urgentes. Outra das medidas mais importantes do plano prende-se com a generalização da prescrição de medicamentos pela Denominação Comum Internacional (DCI), isto é, pelo princípio activo, e não pela marca do laboratório.

Fonte do Ministério garante que 70% das prescrições nos centros de saúde já são feitas por DCI, mas, segundo o DN, vários farmacêuticos foram contactados e negaram, categoricamente, esta percentagem: "Nem pensar nisso. A maioria das prescrições continuam a ser feitas por marca", dizem.

Outra das medidas importantes, a dispensa de medicamentos por unidose em ambulatório, continua por cumprir. Segundo um porta-voz do Ministério, "Continua em estudo". Em relação à venda de medicamentos distribuídos pelo hospital nas farmácias (casos de terapêuticas dispendiosas como a oncológica), o ministério refere, uma vez mais, que a melhor forma de implementar a medida está em estudo. Também a venda de medicamentos à distância (Internet e entrega ao domicílio), aguarda a sua regulamentação.

Paulo Frutuoso
Fonte: DN

Bradley lança Elestrin para o tratamento dos sintomas da menopausa

A farmacêutica Bradley anunciou hoje o lançamento do medicamento Elestrin (gel de estradiol 0.06%). O Elestrin, aprovado pela agência norte-americana que regula medicamentos (FDA), em Dezembro de 2006, é uma terapia transdermal efectiva com uma dose baixa de estrogénio para o tratamento de sintomas vasomotores moderados a graves (afrontamentos) associados à menopausa.

O Elestrin irá entrar no mercado como uma terapia com uma dose baixa de estrogénio que segue as doses recomendadas (pequenas doses de estrogénio) pela FDA e pelas principais organizações de saúde femininas, tais como a Associação Americana de Obstretas e Ginecologistas (ACOG) e a Sociedade Norte-Americana de Menopausa (NAMS) .

O Elestrin é um gel de rápida absorção composto por uma fórmula bioidêntica de estradiol, o mesmo estrogénio produzido naturalmente pela mulher. O Elestrin foi desenvolvido para ser absorvido pela pele após uma aplicação tópica na zona superior do braço, e administra, de forma regular, estradiol na corrente sanguínea de maneira não irritante e indolor.

As mulheres têm vindo a procurar alternativas, após um estudo, da Iniciativa para a Saúde das Mulheres, em Julho de 2002, ter detalhado potenciais riscos para a saúde associados às terapias de estrogénio. O regime de baixa dose do Elestrin oferece aos médicos uma opção nova e diferente para o tratamento das pacientes que sofrem de sintomas climatéricos da menopausa.

Os resultados dos testes experimentais do Elestrin mostraram uma clara resposta na redução do número e gravidade dos afrontamentos nas doses testadas. A dose mais baixa estudada de Elestrin produz níveis de estradiol muito baixos no sangue e mostra um perfil seguro. Mais de 80 por cento das mulheres que usaram Elestrin apresentaram resultados elevados ou moderados na diminuição dos sintomas da menopausa.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire e www.drugs.com

Sangue do cordão umbilical permite obter células musculares cardíacas

Um grupo de investigadores japoneses conseguiu obter células musculares cardíacas funcionais a partir de células mesenquimais do sangue do cordão umbilical. Estas células estão presentes no sangue do cordão umbilical e poderão dar origem a células musculares, ósseas ou outras.

Os autores do estudo, publicado pela revista Stem Cells, sugerem que a população de células mesenquimais existentes no sangue do cordão umbilical possui potencial cardiomiogénico.

O potencial terapêutico das células de sangue do cordão umbilical em situações de isquémia cardíaca e na regeneração cardíaca após enfarte do miocárdio já foi anteriormente demonstrado em diversos estudos levados a cabo em modelos animais Esta nova investigação vem confirmar os efeitos benéficos do sangue do cordão umbilical enquanto fonte de células para a terapia celular em cardiologia.


Marta Bilro

Fonte: Cienciapt.net, Crioestaminal.

Cientistas criam 'roupa inteligente' que avalia saúde dos pacientes

Segundo a revista especializada Britânica "The Engineer", cientistas europeus estão a desenvolver roupas que, segundo eles, serão capazes de avaliar a saúde de quem está a usar os tecidos. Estes "tecidos inteligentes" contêm sensores embutidos projectados para avaliar fluidos corporais como o sangue e suor.

O objectivo será usar as roupas para fazer exames em grupos como pacientes de hospitais em fase de recuperação, pessoas com doenças crónicas e atletas que apresentem contusões. Um protótipo deste tecido com sensores está quase pronto, sendo o próximo passo o teste do tecido experimental em voluntários.

O programa Biotex, que envolve esta investigação, é custeado em parte pela União Europeia, e está a ser desenvolvido por pesquisadores de oito instituições. Os cientistas esperam que a tecnologia seja igualmente capaz de avaliar os sinais vitais do corpo, analisar o progresso na cura de ferimentos e detectar doenças e infecções ainda no estágio inicial, apontando anormalidades no metabolismo.

O coordenador do projecto, Jean Luprano, da companhia de tecnologia suíça CSEM, destaca que a tecnologia não tem o objectivo de substituir os métodos tradicionais de diagnóstico médico. Mas, segundo o cientista, quando o paciente está longe de uma clínica, estes métodos geralmente não são os mais práticos para a recolha de informações. "Nestes casos, sistemas de avaliação que possam ser usados, mesmo sendo menos precisos, poderão ajudar os médicos a conseguir mais informações, que não teriam se o paciente estivesse fora do hospital", afirmou.

Mark Outhwaite, presidente de um grupo especializado da Sociedade Britânica de Computação, que trabalha com informática e medicina à distância, diz que estes sensores serão úteis aos médicos apenas se fornecerem informação confiável e muito precisa, já que, o que está em causa é a avaliação de informação para importantes decisões médicas.

Paulo Frutuoso
Fontes: BBC, The Enginner

Tratamento da disfunção eréctil beneficia vida conjugal

Um estudo baseado na aplicação de Vardenafil concluiu que a utilização desta substância provoca um impacto positivo na vida sexual de um casal afectado pela disfunção eréctil. Em Portugal o fármaco é comercializado pela Bayer com o nome Levitra.

A investigação, que envolveu 788 casais, foi levada a cabo pelo “New England Research Institutes” em conjunto com outros centros de pesquisa. Os especialistas constataram que a substância devolve a erecção ao homem e aumenta a satisfação sexual não só do paciente mas também da sua parceira, de forma proporcional e significativa. O estudo foi publicado no “British Journal of Urology”.

Durante três meses foram avaliados 788 homens, que sofriam de disfunção eréctil ligeira, e as suas parceiras, tendo sido divididos em dois grupos. O primeiro foi tratado com Vardenafil e o segundo com um placebo. Os resultados foram avaliados com base no “Treatment Satisfaction Scale”, um questionário internacional que avalia o grau de satisfação do paciente ao tratamento a que foi submetido, e revelaram que a qualidade da vida sexual do casal sofreu melhorias.

Um dos aspectos analisados pretendeu avaliar a percepção do homem em relação à facilidade de manter a erecção. A administração de Vardenafil deu origem a um aumento de 32.9 pontos para 60.9, face a um amento de 31.6 para 37.5 no grupo de pacientes a quem foi administrado o placebo. A mesma situação, analisada do ponto de vista das parceiras deu conta de um aumento de 31.1 para 58.9 pontos. De acordo com os especialistas, os benefícios no tratamento são comprovados pelo facto de os níveis de percepção da mulher estarem muito próximos dos do homem.

No que diz respeito ao prazer sentido durante actividade sexual, nos homens foi registado um aumento de 41.2 para 64.6 pontos, face a um aumento de 37.3 para 41.6 nos pacientes que receberam o placebo. No caso das mulheres, o número subiu de 42.7 para 62.0, relativamente a uma diminuição de 40.7 para 38.3 no grupo administrado com um placebo.

Para Charles Rosenblatt, urologista do Hospital Albert Einstein, no Brasil, estes resultados comprovam “que o tratamento da disfunção eréctil com Levitra não é importante apenas para o homem, que recupera a saúde física para o acto sexual mas também para o casal”, acrescenta, já que “a mulher também sofre com o impacto da disfunção eréctil, e manter o prazer da actividade sexual é garantir qualidade de vida ao relacionamento conjugal”.

Relativamente à satisfação com a função eréctil, os homens tratados com Vardenafil reportaram um aumento de 72 por cento. No caso das mulheres, cerca de 57 por cento relataram melhorias na função eréctil do parceiro. A mesma pesquisa concluiu que entre os homens que atingiram o orgasmo, 51 por cento sentiu uma maior satisfação, o mesmo aconteceu com 37 por cento das mulheres. O aumento da confiança para completar o acto sexual foi outro dos factores que registou benefícios com o tratamento com Vardenafil.

De acordo com a explicação do Portal do Cidadão com Deficiência, a disfunção eréctil consiste na incapacidade total ou parcial em atingir ou manter uma erecção. Como consequência existe uma impossibilidade do acto sexual vaginal, introdução do pénis dentro da vagina (ou do intercurso anal), pois é necessária uma erecção no mínimo moderada para tal. Esta disfunção pode igualmente estar acompanhada ou surgir como perda da erecção antes da ejaculação. A disfunção eréctil pode não conduzir à perda de excitação e prazer psicológico.

Os dados da Decision Resources, divulgados pelo portal Vive Bem, referem que há cerca de 150 milhões de homens em todo o mundo que são afectados pela disfunção eréctil. Em Portugal, o número ascende aos 500 mil, revela a Sociedade Portuguesa de Andrologia.

O “Massachusetts Male Aging Study” indica que mais de 50 por cento dos homens na faixa etária entre os 40 e os 70 anos têm probabilidade de sofrer desta patologia.

Marta Bilro

Fonte: Viver Bem, SEGS, Portal do Cidadão com Deficiência.

Debates sobre desafios do sector das toxicodependências no Centro Cultutal de Belém

A Dianova Internacional reúne no Centro Cultural de Belém (CCB) em Lisboa, dia 21 de Junho, especialistas nacionais e internacionais para debater os principais desafios que se colocam ao sector das toxicodependências.

Os participantes na conferência internacional sob o tema «Rede, Cooperação e Inovação no Terceiro Secto», especialistas das áreas da Sociologia, da Justiça, e da Política Nacional e Internacional, irão analisar e debater o sector das toxicodependências e a importância que as redes colaborativas desempenham no incremento da eficiência e da eficácia das intervenções junto desta problemática.

A importância das redes, da qual fazem parte agentes que baseiam muita da sua actuação nos princípios da associação e da cooperação, é vital para as ONG (Organizações Não Governamentais) cujas origens e operações estão alinhadas com as dimensões chave do capital social: redes, relações e confiança e visão partilhada e normas.

Organizações do tipo da Dianova lidam com numerosas redes internas e externas – desde os colaboradores, utentes e famílias, comunidades locais, às redes de assistência social, reguladores e comunidades financeira e empresarial – através das quais desenvolvem relações e edificam a confiança que irão beneficiar em última instância os próprios Utentes da Dianova e permitir a este tipo de organizações poderem eficazmente prosseguir a sua missão.

O evento irá terminar com a assinatura do Convénio Internacional Dianova, tendo em vista o reforço da cooperação entre os membros da rede.

Nuno Oliveira Jorge

Fonte: Ministério da Saúde

Recolha voluntária de solução de limpeza de lentes de contacto

Em comunicado da Advanced Medical Optics Portugal, à Infarmed que a realização da recolha imediata do mercado nacional do produto Complete MoisturePlus (líquido multifunções para limpeza e manutenção de lentes de contacto).

A empresa Advanced Medical Optics Portugal, comunicou na presente data ao INFARMED a realização da recolha imediata do mercado nacional do produto Complete MoisturePlus (líquido multifunções para limpeza e manutenção de lentes de contacto), recomendando a devolução do referido produto ao local onde foi adquirido e a troca por outra solução de manutenção de lentes de contacto.

Eis o comunicado:

Esta acção preconizada pelo fabricante é uma medida de precaução na sequência da notificação de casos raros de infecções oculares graves (queratites causadas por parasitas do género Acanthamoeba) investigados pelos Centers for Disease Control and Prevention (CDC). O INFARMED não recebeu, até à data, qualquer notificação de incidentes relacionados com este dispositivo.

«Advertem-se os utilizadores de lentes de contacto para a importância das boas práticas de higiene e manutenção na utilização destes dispositivos tendo em vista a prevenção de infecções:• Remover as lentes de contacto antes de iniciar qualquer actividade que envolva o contacto com água, incluindo duche, banho de imersão e natação;•
Ler com atenção as instruções de uso, limpeza e substituição recomendadas pelo fabricante das lentes e dos produtos de limpeza;•
Lavar as mãos antes de manusear as lentes de contacto;•
Utilizar produtos esterilizados adequados para a limpeza e desinfecção das suas lentes de contacto;•
Não reutilizar produtos de manutenção de lentes de contacto. Só desta forma poderá assegurar uma limpeza e desinfecção adequadas.Caso algum utilizador apresente sintomas oculares como vermelhidão, dor, lacrimejar, aumento da sensibilidade à luz e visão distorcida aconselha-se a remoção imediata das lentes de contacto e, no caso da persistência dos sintomas, a consulta do seu médico assistente».

Qualquer situação grave e/ou inesperada relacionada com dispositivos médicos deve ser notificado ao INFARMED para os seguintes contactos:Departamento de Vigilância de Produtos de Saúde do INFARMEDParque de Saúde de Lisboa, Av. do Brasil, 53, Pav. 17A, 1749-004 LISBOATel: +351 21 798 71 45 Fax: +351 21 798 7367 E-mail: dvps@infarmed.pt Mais informações, modelos para notificação de incidentes e legislação sobre dispostivos médicos estão disponíveis em: http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/MONITORIZACAO_DO_MERCADO/VIGILANCIA_DE_DISPOSITIVOS_MEDICOS

Nuno Oliveira Jorge

Fonte: INFARMED

Não há cadáveres para investigação médica

O Instituto de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) alertou hoje que a falta de cadáveres põe em risco a dissecção no ensino da medicina e na investigação.

Por isso, a FMUP apela ao filantropismo dos portugueses na doação de corpos para fins científicos.

Em comunicado, a FMUP, refere «As aulas de anatomia e a investigação médica, com recurso à dissecção de cadáveres humanos, estão seriamente comprometidas. Em causa está a falta de cadáveres doados ao Instituto de Anatomia (IA) da Faculdade».

Em declarações à agência Lusa, Manuel Paula Barbosa, do IA, referiu que a instituição recebe, em média, entre seis a nove cadáveres por ano para dissecção.

«A dissecção é um método de ensino e de aprendizagem excelente», disse o investigador, acrescentando que actualmente estão inscritas 1554 pessoas como doadoras do seu cadáver para dissecção.

Manuel Paula Barbosa frisou também que, «mais do que a falta de declarações de doação, o problema da faculdade passa pelo incumprimento da vontade expressa dos doadores, por parte dos familiares, que ignoram o gesto altruísta de ceder o corpo para estudo».

«O problema é que os corpos não chegam cá. As famílias não cumprem a vontade do doador por múltiplas razões, mas essencialmente por razões religiosas», lamentou.

Manuel Barbosa salienta que, «em todo o processo inerente ao uso de corpos para estudo ou investigação, os médicos, cientistas e estudantes de medicina têm a máxima consideração pela dignidade pessoal e social do falecido e dos seus familiares».

«As cerimónias fúnebres que antecedem o acto de doação ou outras homenagens em nada são prejudicadas. Para além disso, a entidade cientificamente beneficiada fica responsável pela cremação ou inumação dos restos mortais dissecados, findos os estudos», sustenta Manuel Barbosa.

Para o responsável, a dissecção de cadáveres é um método que dá aos estudantes de medicina uma competência única: a humanização.

Assim, Manuel Barbosa «apela à generosidade e ao filantropismo dos portugueses» e lembra que «ao doar o cadáver ao ensino e à investigação, os cidadãos estão a contribuir para formar melhores médicos, com conhecimentos mais sólidos e mais humanismo, logo, mais aptos a tratar dos vivos».

Nuno Oliveira Jorge

Fonte: Lusa

Dor crónica afecta 1,6 milhões de portugueses

Segundo um estudo que vem a ser desenvolvido por investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, 1,6 milhões de pessoas no nosso país sofrem de dor crónica de intensidade moderada ou forte.

A investigação tem por objectivo realizar uma avaliação da dor crónica de intensidade moderada ou forte que tenha duração mínima de seis meses. De acordo com os inquiridos as dores mais frequentes são lombalgias, problemas de coluna, artrites ou artroses e dores de cabeça.

O estudo que está a ser feito através de entrevistas telefónicas, pretende atingir os cinco mil inquéritos. Até à data foram realizadas 1 200 entrevistas que permitem prever que 16% da população é afectada por dores crónicas.

Dos entrevistados 30% não está satisfeito com o tratamento da sua dor, por considerá-lo incorrecto ou inadequado. Castro Lopes, coordenador da investigação, afirmou à Lusa que este facto acontece visto que "ainda não se dá a devida importância à dor” e realça a importância de integrar formação nesta área no currículo dos cursos de medicina.

Para resolver o problema da falta de formação dos profissionais, nas faculdades de Medicina do Porto e Lisboa já existe um curso de pós-graduação na área da dor.

Em Portugal existe um Plano Nacional de Luta Contra a Dor que tem definido como um dos objectivos a alcançar a existência de unidades de dor em 75% dos hospitais portugueses. No entanto, elas apenas estão presentes em 60% dos hospitais. Quanto às unidades de dor aguda do pós-operatório o coordenador da investigação considera que não se verificou qualquer avanço.
"Isto é um motivo de grande preocupação, até porque eticamente trata-se da dor que é mais incorrecto não tratar, uma vez que é induzida pelo próprio médico, apesar de o ser em benefício do doente", salienta Castro Lopes.

A preocupação em tratar a dor deverá ser do interesse do próprio Estado. De acordo com afirmações de especialistas portugueses e estrangeiros, o Estado poderia poupar milhões de euros todos os anos se apostasse na prevenção e no tratamento da dor, uma vez que é uma das causas da quebra de produtividade laboral. Ao entrevistar pessoas que se encontravam em unidades de dor nos hospitais, foi possível concluir que em 85% dos doentes a dor afecta o seu desempenho no trabalho.

Na Europa, a média da população que sofre de dor crónica está perto dos 20%.

Sara Nascimento

Fonte: Lusa

Ambientes mais saudáveis poderiam evitar 13 milhões de mortes por ano

Um relatório, hoje divulgado, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o primeiro sobre o impacto dos factores ambientais sobre a saúde, concluiu que treze milhões de mortes poderiam ser evitadas anualmente, em todo o mundo, tornando os ambientes mais saudáveis.

Estes dados revelam grandes desigualdades mas demonstram também que a saúde das pessoas podia melhorar se fossem reduzidos os riscos ambientais. Angola, Burkina Faso, Mali e Afeganistão são os países mais afectados, onde mais de um terço das doenças poderia ser evitado com melhorias ambientais. De entre 23 países, mais de 10 por cento das mortes devem-se a apenas dois factores de risco ambientais: água imprópria para consumo (incluindo falta de saneamento e higiene) e poluição do ar interior, devido aos combustíveis sólidos usados para cozinhar.

Os países mais pobres são os que mais sofrem os efeitos dos factores ambientais sobre a saúde, perdendo 20 vezes mais anos saudáveis de vida, por pessoa, e por ano, do que os países mais ricos. No entanto, mesmo nos países com melhores condições ambientais, quase um sexto das doenças poderia ser evitada; as doenças cardiovasculares e as lesões do tráfego rodoviário, poderiam ser reduzidas, consideravelmente, com intervenções ambientais.

De salientar, de acordo com o mesmo relatório, que as crianças com menos de cinco anos são as principais vítimas, representando 74 por cento dos óbitos devido a diarreias e infecções respiratórias.

Susanne Weber-Mosdorf, assistente do director-geral da OMS para o Desenvolvimento Sustentável e Ambientes Saudáveis, afirmou que "é importante quantificar a carga de doenças associada aos ambientes insalubres. Esta informação é essencial para ajudar os países a seleccionar as intervenções mais adequadas".

Esta análise, feita mundialmente e de país a país, fornece uma estimativa preliminar dos impactos dos riscos ambientais sobre a saúde que incluem poluição, factores ocupacionais, radiação UV, ruído, métodos agrícolas, alterações climáticas e dos ecossistemas, ambiente construído e comportamento humano.

Paulo Frutuoso
Fonte: Público

No Dia Nacional de Luta contra a Dor

Especialistas referem que o Estado pouparia milhões ao investir no tratamento da dor crónica.

Especialistas portugueses e estrangeiros defendem que o Estado pouparia milhões de euros por ano se investisse mais na prevenção e tratamento da dor, fenómeno que contribui para o absentismo e provoca quebra de produtividade laboral.

De acordo com um estudo realizado em pessoas que frequentam unidades de dor crónica nos hospitais portugueses, em 85 por cento dos doentes a dor interfere de forma moderada ou grave no trabalho, disse à Lusa o presidente da Associação Portuguesa de Luta Contra a Dor, Castro Lopes, a propósito do Dia Nacional de Luta contra a Dor, que se assinala quinta-feira.

Em Portugal não há dados concretos dos custos directos e indirectos da dor, mas a Associação está a realizar essa análise e pretende ter resultados no final do ano.

À falta de elementos nacionais, Castro Lopes referiu que no Reino Unido um estudo demonstrou que as lombalgias (dores de costas) acarretavam 2,5 mil milhões de euros de custos directos (despesas de Saúde) e 17,3 mil milhões de euros de custos indirectos (traduzidos em absentismo ou perda de produtividade) só num ano.

Por exemplo na unidade da dor do Amadora-Sintra trabalham nove profissionais, desde anestesistas a psiquiatras.

Além da questão física, é necessário ajudar a recuperar alterações da vida das pessoas causadas pela dor, como perturbações do sono, do humor ou ansiedade.

Cerca de 70 por cento dos doentes da unidade do Amadora-Sintra sofrem de problemas como lombalgias, doenças degenerativas ou artroses.

«Temos uma faixa muito grande de doentes cuja dor é de origem muscular, outras causas são a lesão do nervo (em pessoas operadas à coluna) e do óssea», explicou o chefe da Unidade, José Correia.

O clínico lamenta que a dor seja «sub-tratada» em Portugal e ainda que os métodos e tratamentos da dor sejam «tão caros».

Segundo o responsável, o Infarmed vai apresentar uma proposta de alteração da comparticipação destes medicamentos, estando depois a decisão dependente do Ministério da Saúde.

Nuno Oliveira Jorge

Fonte: Lusa

Junta da Marinha Grande quer 24 horas para doentes

A Junta de Freguesia da Marinha Grande fez ontem uma reclamação para que seja mantido um horário de atendimento de 24 horas para os doentes da cidade mesmo que actual Serviço de Atendimento Permanente (SAP) no Centro de Saúde local seja formalmente encerrado.
No final de uma reunião com a direcção do centro de saúde, o presidente da Junta de Freguesia, Francisco Duarte afirmou à Agência Lusa que as pessoas “querem é ter médicos e atendimento 24 horas por dia”, mesmo que Correia de Campos encerre o actual SAP.
Da reunião, Francisco Duarte afirmou que trouxe “poucas novidades”, isto deve-se ao facto do director do Centro de Saúde saber e que “esperava o fecho do SAP”, mas que ainda não recebeu qualquer tipo de indicação de quando é que essa medida irá realmente acontecer.
“Numa coisa estivemos de acordo: não se pode encerrar o SAP sem criar condições alternativas” para a população, realçou o presidente da junta.
”Para nós, o nome não interessa. O que interessa é o atendimento 24 horas, seja no SAP ou noutra estrutura que venha a ser criada”, Francisco Duarte, rejeita aliás a possibilidade de coisas graves que possam acontecer durante a noite e as pessoas serem transportados para o hospital de Leiria.

Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital

Praia ou termas?

Com base no livro “Reumatologia Clínica” do Prof. Doutor Mário Viana de Queiroz e através da Campanha Nacional da Artrite Reumatóide, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia, alerta e aconselha os doentes reumáticos para uma maneira segura e saudável de gozarem as suas férias.
Os doentes reumáticos perguntam frequentemente aos seus médicos se devem gozar as férias na praia ou nas termas.
Em doenças reumáticas, como por exemplo no Lúpus Eritematoso Sistémico, a praia não é segura e pode mesmo ser fatal já que as radiações ultra-violetas da luz solar agravam a doença.
Pessoas com Artrite Reumatóide, com Espondilite Anquilosante, e outras doenças reumáticas inflamatórias agudas e crónicas, em fase de agudização, pioram na praia, logo não é melhor sítio para passarem os seus dias de descanso.
No entanto, se os doentes estiverem a tomar a medicação e forem orientados pelo seu médico podem fazer férias junto ao mar, mas nunca devem estar em contacto directo com o sol.
A montanha não é aconselhada aos doentes reumáticos no Inverno, mas pode ser uma alternativa no Verão. O campo é excelente para as férias dos doentes reumáticos crónicos.
Um local sempre perfeito é algum hotel ou outro tipo de isntalações com piscina de água quente para poderem exercitar as suas articulações, no entanto outro factor a ter em consideração é que estes doentes não devem viajar de automóvel, mas sim de comboio.
Mas acima de tudo, a melhor recomendação é que descansem, e gozem muito as férias, para não chegarem a casa ainda mais cansados.

Juliana Pereira
Fonte: sapo

“Alvo da Moda” termina a 22 de Junho

A segunda edição da campanha internacional O Cancro da Mama no Alvo da Moda (Fashion Targets Breast Cancer), promovida pela Associação Laço, com o apoio da Roche e da Lanidor, é na verdadeira essência da palavra, um caso sério de sucesso.
Esta iniciativa internacional, que chegou em Abril ao nosso pais, tem como objectivos principais, sensibilizar a população para o cancro da mama e recolher fundos para esta causa.
Tal como aconteceu na primeira vez, foram várias as caras nacionais como Fátima Lopes, Astrid Werdnig, Bárbara Guimarães, Sofia Carvalho e Sara Tavares, que se juntaram a defender uma causa.
Frances Austin, representante da Associação Laço e directora do projecto Fashion Targets Breast Câncer em Portugal, afirma que “este projecto internacional é um passo fundamental para desmistificar a doença e, ao mesmo tempo, angariar fundos para que todas as mulheres tenham igual acesso ao diagnóstico precoce e ao melhor tratamento possível.”E acrescenta: “Todos os anos, a campanha O Cancro da Mama no Alvo da Moda terá novidades. Este ano, para além das novas cores, haverá dois modelos distintos: uma t-shirt com decote em bico (que custará 19,90 euros) e uma t-shirt Top Marcel, mais desportiva (que custará 17,90 euros). Também no dia 22 de Junho, para finalizar a campanha, a Laço organizará o FTBC Friday, uma Sexta-Feira em que a associação convida todas as mulheres a vestirem a sua camisola e a juntarem-se na luta contra o cancro da mama.”
A associação conseguiu em apenas 3 meses, vender 16 mil t-shirts, no ano passado foram vendidas 15.237 t-shirts em apenas sete semanas e mais de 16 mil durante os 3 meses da campanha. No total foram angariados 254 mil euros.
Ao todo são 13 países unidos por um mesmo objectivo: Estados Unidos, Brasil, Argentina, Reino Unido, Islândia, Austrália, Canadá, Grécia, Chipre, Turquia, Japão, Irlanda e Portugal foram os 13 países que já abraçaram este projecto.
O Fashion Targets Breast Cancer já conseguir angariar mais de 100 milhões de dólares em merchandising e distribuídos mais de 40 milhões de dólares por diferentes associações de luta contra o cancro da mama.

Juliana Pereira
Fonte: Sapo

Prémio Nacional de Saúde 2007 Candidaturas até 30 de Junho

O Prémio Nacional de Saúde foi atribuído, pela primeira vez, em 2006, pela Direcção-Geral da Saúde e irá distinguir todos os anos, uma personalidade de destaque na área das Ciências da Saúde. O vencedor deverá ter “contribuído, inequivocamente, para a obtenção de ganhos em saúde ou para o prestígio das organizações de saúde no âmbito do Serviço Nacional de Saúde”.

A entrega do Prémio terá lugar no dia 4 de Outubro que corresponde ao aniversário da Direcção-Geral da Saúde, criada em 1899.

As candidaturas deverão ser apresentadas até dia 30 de Junho, juntamente com um formulário devidamente preenchido, e enviadas numa carta registada com aviso de recepção ou entregues na recepção da Direcção-Geral de Saúde.

O formulário que deve acompanhar a candidatura encontra-se disponível em www.dgs.pt.

Sara Nascimento

Fonte: site da DGS

Estudo comprove que o tipo de tratamento contra o cancro da próstatas depende de cada especialista

De acordo com um estudo liberado segunda-feira,o tipo de tratamento contra o cancro da próstata que cada homem recebe, tem muito haver com o especialista de cada um.

O cancro da próstata pode ser tratado eficazmente ao usar a radiação, sementes radioactivas ou a remoção cirúrgica da próstata.
A cirurgia ou os medicamentos para parar a produção de testosterona, conhecida como a terapia da hormona, podem igualmente ser usadas em pacientes de alto risco.É igualmente recomendado frequentemente uma observação médica próxima,pelos médicos. Cada tratamento é associado com os diferentes benefícios e efeitos secundários.
A cirurgia da próstata pode causar a incontinência urinária e a deficiência erectile; a terapia de radiação pode causar a diarreia e a deficiência orgânica erectile; e a terapia da hormona pode causar "hot flashes" e ternura no peito.
Embora a taxa de sobrevivência de cinco anos para homens com cancro de próstata localizado seja quase 100 por cento, é o terceira causa comum da morte do cancro nos homens de todas as idades, e a causa principal da morte do cancro nos homens com mais de 75 anos.
Segundo o especialista, Jang " Não há nenhum estudo científico que prova que a terapia trabalha melhor, por isso, os homens tendem seguir as recomendações médicas".
O estudo de mais de 85.000 homens com mais de 65 anos de idade com cancro de próstata foi descoberta uma correlação forte entre o tipo do médico e o tratamento.
A maioria de pacientes que sofrem de cancro da próstata tendem a ver primeiramente um urologista porque são os que executam biópsias e fazem diagnósticos.
Se o médico do paciente for um urologista, por exemplo, a recomendação mais frequente, para homens com menos de 70 anos de idade, será a cirurgia -- 70 por cento dos casos.
Para homens com mais de 75 anos que viram somente um urologista, a escolha era a observação "watching waitng" ou a terapia da hormona em 91 por cento dos pacientes.
Mas se consideraram além de um urologista,um oncologista da radiação, 78 por cento dos homens mais novos e 85 por cento dos mais idosos receberam a terapia de radiação.
Segundo,o Dr.Justin Bekelman,oncologista de radiação que trabalhou neste estudo," os pacientes tendem a ir bem em todas as opções do tratamento, a escolha recai sobre quais os efeitos secundários e as opções de tratamento que são as melhores para cada paciente".
Para Jang,"tanto os urologistas como os gatekeepers têm que apresentar informação equilibrada."
A sociedade americana contra o cancro estima que,já este ano, 218.890 homens irão ser diagnósticados com a doença e 27.000 homens já diagnósticados irão morrer.

Sandra Cunha

Fontes:Reuters,CNN

Novartis distinguida em Espanha

A farmacêutica suíça Novartis foi condecorada com a atribuição do prémio “Best Work Places 2007”, que anualmente é atribuído pelo instituto “Great Place to Work”. O reconhecimento coloca a Novartis entre as 10 melhores empresas para trabalhar em Espanha.


O laboratório tem conseguido manter-se no ranking das empresas espanholas ao longo de cinco anos consecutivos e encontra-se também entre as 30 melhores empresas para trabalhar.

Marta Bilro

Fonte: Diário Médico

Conjunto de sintomas ajuda na detecção precoce do cancro dos ovários

Um grupo de especialistas em oncologia identificou um conjunto de problemas de saúde que podem ser sintomáticos de cancro do ovário. Os investigadores aconselham as mulheres que detectem esses sintomas persistentes por mais de duas semanas a consultarem um médico.

Este é o primeiro reconhecimento oficial de que esta patologia, que se acreditava só apresentar indícios visíveis quando já se encontrava num estágio avançado, causa sintomas numa fase primária em muitas mulheres.

Nesse sentido, os investigadores alertam para os inchaços, dor pélvica ou abdominal, dificuldade em comer ou a sensação de ficar cheio muito depressa e a necessidade frequente de urinar. É aconselhável que uma mulher que detecte qualquer um destes problemas, quase todos os dias e durante duas ou três semanas, consulte o ginecologista, principalmente se os sintomas são novos e alteram o seu estado de saúde normal.

Os médicos estão confiantes que estas recomendações possam alertar as pacientes e os especialistas para os primeiros sintomas da doença e conduzam a um diagnóstico precoce. Desta forma é possível salvar mais vidas ou, pelo menos, prolongar a sobrevivência destas pacientes.

No entanto ainda é demasiado cedo para saber se as novas metodologias vão funcionar, se irão conduzir a um excesso de testes de diagnóstico ou mesmo se poderão significar a realização de exames desnecessários. Ainda assim, os especialistas acreditam que vale a pena apostar numa aproximação mais agressiva para detectar o cancro de ovário, um dos mais mortais, porque na maioria das vezes é diagnosticado tardiamente, depois da doença já se ter espalhado pelo organismo.

Se o cancro for encontrado e removido numa fase primária, antes de se espalhar para fora do ovário, cinco anos depois, 93 por cento dos pacientes ainda estão vivos. Apenas 19 por cento dos casos são detectados numa fase precoce e 45 por cento das mulheres com esta patologia sobrevive, pelo menos cinco anos, depois do diagnóstico. Entre as mulheres com cancro da mama, a percentagem de sobrevivência durante cinco ou mais anos atinge os 89 por cento.

As novas precauções estão a ser recomendadas pela Fundação de Cancro Ginecológico, pela Sociedade de Oncologistas Ginecológicos e pela Sociedade Americana de Cancro.

“Na maioria das vezes estes sintomas não vão corresponder a um cancro no ovário, porém é algo que deve ser tido em consideração”, afirmou Barbara Goff, responsável do departamento de ginecologia e oncologia da Universidade de Washington, em Seattle, e autora de vários estudos que contribuíram para identificar sintomas relevantes.

Segundo os dados do portal Saúde na Internet, o cancro dos ovários é responsável por 4 por cento dos cancros nos países industrializados, sendo a quarta mais frequente doença maligna visceral. A idade média de diagnóstico é aos 55 anos. A incidência aumentou ligeiramente durante os últimos 30 anos e a taxa de sobrevivência mantêm-se imutável.

Marta Bilro

Fonte: The Boston Globe, Saúde na Internet

Novas regras entram em vigor em 2008
Sanofi-Aventis altera esquema de distribuição


A Sanofi-Aventis anunciou esta semana a intenção de, em 2008, alterar o sistema de distribuição. Numa carta enviada aos accionistas, a empresa dá conta daquele objectivo, mas não concretiza as medidas em estudo. Depois das norte-americanas Pfizer, Janssen-Cilag, MSD e Lilly, é o primeiro laboratório europeu a equacionar mudanças na comercialização.

Depois de, há cerca de três semanas, ter asseverado que avaliaria a viabilidade de “qualquer estratégia que permita garantir de uma forma consistente e sustentável o acesso dos pacientes aos seus medicamentos”, a Sanofi-Aventis admitiu alterações tendo por base, nomeadamente, “as estratégias de preço livre, a racionalização da distribuição, a possível ampliação da capacidade logística interna, a utilização de operadores logísticos externos à companhia ou a promoção da venda directa”. São medidas eventuais a ter em conta neste processo, de acordo com a empresa, no âmbito de um “processo de reflexão” em curso. A decisão relativa às alterações já foi tomada e é irreversível, mas ainda não é conhecida a abrangência e a forma de materialização das mudanças a implementar.

Carla Teixeira
Fonte: Correo Farmaceutico

Imunossupressor derivado de um fungo

O Certican (everolimus), medicamento imunossupressor desenvolvido pela Novartis a partir de um fungo existente na Ilha da Páscoa, revelou capacidade para melhorar a função renal em doentes transplantados, reduzindo substancialmente o risco de rejeição do novo órgão.

Integrando o grupo dos imunossupressores, fármacos que têm como função fazer o controlo do sistema imunitário do organismo depois de um transplante, o Certican é utilizado para evitar a rejeição do órgão recebido, sendo normalmente administrado em conjunto com ciclosporina para microemulsão e corticosteróides no transplante de rim ou coração, a fim de evitar a rejeição do órgão transplantado. Apresenta-se em comprimidos de 0,25mg, redondos marmoreados de cor amarelada. Manuel Rengel, nefrólogo do Hospital Gregorio Marañon, em Madrid, perito em neufropatia crónica de enxertos, disse que “este medicamento ajuda sobretudo no transplante renal, já que a molécula everolimus funciona como um inibidor do surgimento de tumores e de outras possíveis complicações e efeitos secundários”.
Aprovado há vários anos na Europa, o Certican é utilizado também no Chile, onde a sua administração tem revelado bons resultados no período pós-transplante de órgãos como rins, coração, fígado e pulmões, entre outros. Aliás, aquele país teve um papel fulcral no desenvolvimento deste fármaco, na medida em que ele tem por base a molécula everolimus, um derivado de um fungo existente na Ilha da Páscoa, e que a Novartis sintetizou para tornar a sua utilização mais “amiga” dos seres humanos.

Carla Teixeira
Fonte: La Segunda Online, Novartis

Testes com células humanas dispensam cobaias

Através da utilização de células de origem humana, o perigo de novas substâncias poderá ser indicado pelos testes laboratoriais dispensando a utilização de cobaias.

Um estudo divulgado ontem (12 de Junho) indica que aperfeiçoando os testes de laboratório, o processo de avaliação da toxicidade dos produtos químicos poderá ser apressado, reduzindo a dependência de testes realizados em animais.

Melhorar a metodologia utilizada para a elaboração dos testes em células e tecidos poderá conduzir a mudanças fundamentais na forma como são realizados os testes de toxicidade, revela o Conselho Nacional de Pesquisa norte-americano.

O segredo está em usar células, preferencialmente de origem humana, e esperar que os testes laboratoriais indiquem o perigo que certas substâncias podem representar para os seres humanos, como é o caso dos pesticidas. Os actuais testes de produtos químicos, levados a cabo em animais, nem sempre apresentam resultados confiáveis ou que possam ter aplicação directa na fisiologia humana.

Para além disso, a metodologia actual pode ser demorada, enquanto os testes elaborados em células e linhagens de células podem ser efectuados com rapidez, afirmam os especialistas do conselho que integra a Academia Nacional de Ciências.

Esta investigação, elaborada a pedido da Agência de Protecção Ambiental, recomenda que sejam tidos em conta os novos métodos de teste centrados nas actividades celulares que, ao serem perturbadas, podem levar o surgimento de doenças.

Ainda que os testes em animais não possam ser negligenciados, o uso das novas técnicas poderá reduzir a necessidade de utilizar estas cobaias e permitir a sua eliminação a longo prazo. No entanto, os autores do estudo advertem que há ainda muitas pesquisas que têm que ser realizadas antes da eficácia dos novos testes poder ser comprovada.

Marta Bilro

Fonte: Associated Press, estadão.com.br

Em desenvolvimento pela Novartis Oncology
Novos fármacos para vários cancros


A Novartis Oncology anunciou hoje que tem em processo de registo sete novos medicamentos para o tratamento de diversos tipos de cancro. Além dos produtos da marca já em comercialização – Glivec, Zometa, Femara, Sandostatin LAR Depot e Exjade –, a Novartis diz ter em fase de investigação clínica um grande número de novos fármacos, sete dos quais poderão em breve fazer a sua estreia no mercado europeu e norte-americano.

David Epstein, presidente de Novartis Oncology, anunciou na cidade espanhola de Barcelona que os novos medicamentos deverão estar disponíveis no prazo máximo de três anos, e que um dos primeiros a chegar será o Tasigna (nilotinib), um “filho” do Glivec, produto que revolucionou o tratamento da leucemia mielóide crónica. De acordo com aquele responsável da marca suíça, o novo fármaco será mais potente e mais selectivo que o antecessor, devendo o nilotib permitir o tratamento com êxito a pequena percentagem de doentes que não respondeu à terapêutica com base no imatinib.
Outro composto que está a gerar grande expectativa e entusiasmo entre os peritos da Novartis Oncology, que o definem como “muito promissor”, é o RAD001, inibidor da mTOR, um fármaco oral que poderá ser usado no tratamento de diversos tipos de cancro e que foi ensaiado para o tratamento de carcinomas do rim, do pâncreas e em tumores neuroendócrinos. De acordo com a empresa farmacêutica prossegue ainda a investigação em torno de medicamentos já aprovados, com o objectivo de abrir caminho a novas indicações terapêuticas para os mesmos.
Na apresentação destes novos desenvolvimentos, o director da Novartis Oncology na Europa, Guido Guidi, destacou o papel de Espanha no âmbito da investigação e do desenvolvimento dos novos produtos oncológicos da companhia, depois de, só entre 2003 e 2007, o número de ensaios clínicos com medicamentos realizados no país vizinho ter aumentado 255 por cento. “A nossa aposta na investigação mostra o nosso profundo empenho e compromisso na descoberta e no desenvolvimento de novas estratégias para ajudar os pacientes com cancro, ao mesmo tempo que o nosso catálogo de produtos evidencia os esforços diários de milhares de pessoas dedicadas a essa missão”, enfatizou David Epstein.

Carla Teixeira
Fontes: Doyma, Novartis Oncology

Tykerb útil no combate ao cancro da mama

A empresa farmacêutica britânica GlaxoSmithKline anunciou hoje que os resultados dos ensaios ao seu medicamento contra o cancro Tykerb (lapatinib), anunciados na conferência anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica em Chicago, nos Estados Unidos, provaram a utilidade daquele fármaco no tratamento de mulheres com cancro da mama HER2 positivo.

Um dos estudos demonstrou que a associação do Tykerb com paclitaxel no âmbito do tratamento de primeira linha de pacientes com cancro da mama metastásico ou em estado avançado permitiu aumentar em média 7,9 meses a sobrevivência das mulheres afectadas, mais do que os 5,2 meses conseguidos através da utilização isolada do paclitaxel. Além disso, 60 por cento das pacientes que foram tratadas com a fórmula combinada desenvolveram resposta positiva ao tratamento, contra apenas 36 por cento das que receberam apenas uma substância.
Um outro estudo revelou eficácia do Tykerb no tratamento de doentes com cancro da mama que sofreram metástases no cérebro. Os resultados indicam que 19 das pacientes (sete por cento das integradas no estudo) experimentaram uma resposta terapêutica parcial, conseguindo uma redução de 50 por cento das lesões cerebrais sem aumento da necessidade de esteróides ou deterioração dos sintomas de nível neurológico da doença. Em 19 por cento dos casos produziu-se mesmo uma baixa da volumetria de 20 por cento nas lesões cerebrais, e em 42 por cento dos casos a evolução da doença estabilizou por um período mínimo de oito semanas.
A GlaxoSmithKline afirmou que continua a trabalhar no desenvolvimento do Tykerb, no sentido de melhorar o seu grau de eficácia no tratamento do carcinoma da mama, anunciando a breve realização de um ensaio clínico de fase III que deverá contar com mais de mil pacientes.

Carla Teixeira
Fonte: PM Farma

30% não cumpre prescrição médica até ao fim


ANF, Apifarma, OF e OM juntos na campanha «Adesão à Terapêutica»

Associação Nacional das Farmácias, Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, Ordem dos Farmacêuticos e Ordem dos Médicos estão de mãos dadas numa campanha de publicidade que vai arrancar, em todo o País, no dia 20 de Junho.

«Adesão à terapêutica» é o nome da iniciativa inédita que conta com a união de esforços das entidades: ANF, Apifarma, OF e OM.

A campanha, - que tem como alvo a população adulta e como mote: «Leve até ao fim para não voltar ao princípio» - , pretende alertar os utentes para a necessidade de cumprirem a prescrição médica integralmente.

Com a duração de três semanas, a iniciativa culmina a 12 de Julho, contando com um investimento de cerca de 200 mil euros.
A mensagem vai passar na imprensa escrita, outdoors, na rede Multibanco, nas farmácias (com folhetos, sacos e cartazes) e em centros de saúde (cartazes).

Recorde-se que, um estudo, recentemente, divulgado demonstrou que 30% dos adultos portugueses não cumprem a prescrição médica até ao fim. Os parceiros envolvidos sublinham que "o problema da não adesão à terapêutica, não é só um problema individual, mas também, um problema de saúde pública. Não cumprir a prescrição médica, não só tem implicações na nossa saúde individual, como também nos recursos de saúde do país."

Raquel Pacheco
Fonte: ANF/Apifarma/OM/OF

Cientistas utilizam células-mãe na cura de Parkinson

Os investigadores britânicos introduziram células-mãe em macacos que tinham sintomas de Parkinson. Os resultados não forma positivos, mas está aberto o caminho para a descoberta de um tratamento eficaz desta doença do sistema nervoso.

As células-mãe de humanos foram injectadas nos primatas. Estes não as rejeitaram, mas as células também não tiveram o papel renovador, antes protegeram a o cérebro de deteriorar.

Nos primeiros quatro meses, os macacos estiveram estáveis, mas depois a doença avançou. Os cientistas acreditam que o corpo dos macacos começou nesta altura a rejeitar as células, pelo que numa próxima experiência não vão poder descurar o seu sistema imunitário.

Richard Sidman, co-autor do estudo refere que este trabalho «pode lever anos em teste, mas é um começo e é de salientar que estamos a falar da possibilidade de descobrir tratamento para inúmeras doenças».

Parkinson afecta homens e mulheres, sobretudo depois dos 40 anos, e carecteriza-se pela rigidez dos músculos e tremos dos membros inferiores e superiores. Esta condição física é causada pela perda de células cerebrais que produzem um químico chamado dopamina.

A utilização de células-mãe no tratamento de Parkinson é encarado como a melhor forma de superar a doença.

Sara Pelicano

Fontes: BBC

Tykerb dá resultados positivos no tratamento do cancro

O fármaco da companhia americana GlaxoSmithKline (GSK), Tykerb, apresentou bons resultados no tratamento de mulheres com cancro da mama HER2- positivo. No entanto, a empresa continua a realizar testes, pois os resultados ainda não estão consolidados.


Numa primeira fase de testes, foram criados dois grupos de doentes de cancro da mama com metástases. Um medicado com Tykerb, onde 60% das pessoas tiveram uma recuperação parcial ou total das metástases. A um outro grupo administraram apenas paclitaxel. Neste apenas houve resultados positivos em 36% dos casos.

A duração de tempo sem reincidências também aumentou de 19 meses para 24, acrescentou a GSK.

As metástases têm se verificado também na actividade cerebral pelo que este foi um factor averiguado na segunda fase de testes. Através da monoterapia com Tykerb 19 doentes, 7% do grupo analisado, conseguiram uma redução aproximada de 50% das lesões cerebrais, sem consequências neurológicas e sem a utilização de esteróides.

A GSK conclui que o Tykerb, associado com a capecitabina, reduz o número de doentes da mama com metástases cerebrais. Adiantou ainda que estão inscritas mil pessoas para continuar o estudo sobre o medicamento.

Sara Pelicano

Fontes: Pm Farma, GSK

Novos fármacos eficazes no tratamento da artrite reumatóide

Um grupo de especialistas estudou a utilização de três novos fármacos no tratamento da artrite reumatóide e comprovou a sua eficácia na redução dos sintomas da doença. A investigação, divulgada pela revista médica britânica “The Lancet”, poderá trazer benefícios significativos no tratamento de uma doença crónica que se caracteriza, principalmente, pelas dores nas articulações e afecta entre 0,5 e 1 por cento da população no mundo industrializado.

O professor Josef Smolen e um grupo de cientistas do departamento de Reumatologia da Faculdade de Medicina de Viena estudaram os efeitos do uso de Rituximab, Abatacept e Tocilizumab e as reacções provocadas nos pacientes quando os medicamentos eram usados como tratamentos individuais ou combinados com outras terapias.

Os autores do estudo exploraram a patogenia da artrite reumatóide e calcularam novas estratégias terapêuticas de forma a perceber como poderá ser melhorada a resposta do paciente ao tratamento. Estes especialistas acreditam que a única forma de prevenir as consequências da doença em cada indivíduo e nos sistemas de saúde é através de tratamentos efectivos.

Entre os três remédios avaliados no estudo, o Rituximab e o Abatacept já obtiveram aprovação, sendo que o Tocilizumab continua em período de testes. Os testes realizados com Rituximab demonstraram que o fármaco reduz os sintomas provocados pela artrite reumatóide em mais de 50 por cento num terço dos pacientes.

A administração de dez gramas de Abatacept, que interfere no mecanismo de resposta da célula T, por cada quilo de massa corporal do doente posteriormente submetido a um tratamento de metotrexate, revelou uma diminuição de 50 por cento dos sintomas da doença em 40 por cento dos pacientes. A ingestão de Tocilizumabb em conjunto com o metotrexate resultou numa redução dos sintomas em 50 por cento, em mais de 40 por cento dos pacientes.

Ainda assim os cientistas relembram que é preciso ter precaução com os efeitos secundários que podem variar de acordo com cada medicamento.

Entre os pacientes tratados com Rituximab, 30 a 35 por cento reagiram à primeira dose intra-venosa, e apresentaram taxas muito mais elevadas de infecções graves relativamente àqueles a quem foi administrado um placebo. Nos doentes que tomaram Abatacept foi registado um maior índice de dores de cabeça, enjoos e infecções graves do que nos que receberam o placebo. Os pacientes sujeitos à terapia com Tocilizumab relataram sintomas de dor de cabeça e erupções na pele, estomatite, febre, subida dos níveis de colesterol e enzimas de fígado.

Nas conclusões da investigação, os cientistas observaram que os três fármacos permitem diminuir os sintomas da artrite reumatóide, melhorar as funções físicas e a condição de saúde do paciente, ao mesmo tempo que retardam a progressão dos danos nas articulações.

A artrite reumatóide é uma doença inflamatória crónica, de causa ainda desconhecida, envolvendo particularmente as articulações. Atinge mais o sexo feminino do que o masculino e inicia-se, normalmente, entre os 30 e os 40 anos, podendo também ocorrer na terceira idade. A doença afecta a vida e o dia-a-dia do paciente tanto a nível familiar como social.

De acordo com a descrição da Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide (A.N.D.A.R.), esta patologia caracteriza-se por provocar dor, principalmente nas articulações das mãos, punhos, cotovelos, joelhos e pés, mas pode afectar qualquer articulação. Problemas nos olhos, coração, pulmões, rins e no sistema nervoso periférico também não são excluídos do rol de sintomas detectados em alguns casos.

Tal como explica António Vilar, presidente da Direcção do Instituto Português de Reumatologia, «a inflamação afecta a cartilagem, corrói o osso e destrói a articulação, daí que, quando não se consegue parar a inflamação, possam surgir deformações». As cartilagens e o próprio osso acabam por ser corroídos pela inflamação.

Os especialistas sabem como é que se desenvolve a inflamação, como é que a doença progride e que graus de incapacidade pode provocar, mas continuam sem saber qual é a sua causa.

Os tratamentos mais clássicos, onde se incluem os sais de ouro, o metotrexato, a salazopirina e os antipalúdicos têm uma taxa de indução de remissão que anda na casa dos 40 a 60 por cento. Em Portugal, existem cerca de 40.000 doentes diagnosticados com artrite reumatóide.

Marta Bilro

Fonte: Último Segundo, Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide