sexta-feira, 15 de junho de 2007

Células estaminais humanas reduzem efeitos de Parkinson em primatas

Há uma nova esperança para os doentes de Parkinson, uma perturbação degenerativa e lentamente progressiva do sistema nervoso cujos principais sintomas são o tremor em repouso, a lentidão na iniciação de movimentos e a rigidez muscular. Um grupo de primatas portadores da doença em estado avançado conseguiram andar, movimentar-se, alimentar-se melhor e diminuir a incidência dos tremores depois de serem injectados com células estaminais neurológicas humanas.

O estudo realizado por uma equipa de cientistas de Yale, de Harvard, da Universidade do Colorado e do Instituto Burnham foi divulgado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”.

A doença de Parkinson afecta cerca de 1 por cento da população com mais de 65 anos e 0,4 por cento da população com mais de 40 anos. Esta patologia resulta da incapacidade do cérebro para produzir dopamina, o principal neurotransmissor dos gânglios basais que são responsáveis por processar os sinais e transmitir a informação ao tálamo, que selecciona os impulsos processados e os envia para o córtex cerebral. A causa da degenerescência das células nervosas e da perda de dopamina, habitualmente, não é conhecida.

Apesar de os resultados serem promissores, ainda deverá demorar alguns anos para avaliar se um procedimento semelhante poderá ter valor terapêutico nos seres humanos, explicou o coordenador do estudo, Eugene Redmond, professor de psiquiatria e neurocirurgia em Yale, no Connecticut.

O grupo de cientistas tem vindo a explorar a utilização de células estaminais humanas no cérebro de pessoas e animais com a doença de Parkinson. “Primeiro tratamos os macacos com um químico que induz a doença de Parkinson destruindo as células de dopamina”, explicou Eugene Redmond. Posteriormente, acrescentou o responsável, “foram-lhes implantadas no cérebro células estaminais que observámos para perceber que tipo de efeitos teriam no comportamento e que tipo de alterações produziriam no cérebro”.

Para surpresa dos especialistas, em vez de apenas substituírem as células danificadas como estava previsto, as células estaminais actuaram na protecção das células danificadas prevendo futuras deteriorações. “Não só foi verificado o potencial das células estaminais na substituição de outras, como também se registaram uma variedade de efeitos que conduziram à regularização de algumas anomalias”, esclareceu Redmond.

As células neurológicas humanas implantadas nos primatas sobreviveram, migraram e tiveram um impacto funcional. Apesar de considerar que este é um passo importante, o cientista ressalvou que “há uma quantidade de estudos que precisam ser feitos antes de determinar se isto poderá ter impacto em ambiente clínico”.

Durante a elaboração do estudo, cinco em oito macacos com doença de Parkinson em estado avançado foram injectados com células estaminais neurológicas humanas enquanto os outros três receberam injecções de um placebo.

Os animais foram observados durante quatro meses antes da aplicação das injecções e durante os quatro meses que se seguiram ao procedimento. Os primatas injectados com as células estaminais apresentaram melhorias progressivas em todo o período pós-tratamento e agiram de forma significativamente distinta dos macacos a quem foi injectado o placebo.

Um conjunto composto por 21 macacos foi também analisado durante oito meses para avaliar outros possíveis efeitos biológicos das células estaminais. Não se registou o aparecimento de tumores ou outros efeitos secundários.

A Doença de Parkinson é uma afecção não reversível, que se prolonga por toda a vida. No entanto, a qualidade de vida dos doentes pode ser, substancialmente, melhorada com a utilização da medicação, sendo que, por exemplo, com a levodopa há uma redução dos sintomas em cerca de 75% dos pacientes, refere o portal da Administração Regional de Saúde do Centro.

Os dados da Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson, indicam que em Portugal existem dois estudos epidemiológicos de prevalência que apontam para a existência aproximada de 12 mil doentes. A doença pode manifestar-se pela quinta ou sexta década da vida, e só excepcionalmente mais cedo. A sua incidência aumenta com a idade constituindo esta, só por si, um factor de risco. É previsível, portanto, que o número de doentes venha a aumentar à medida que aumenta a esperança de vida. Afecta ambos os sexos com ligeira preponderância para o sexo masculino.

Marta Bilro

Fonte: The Times of India, Voa News, News-medical.net, Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson, Administração Regional de Saúde do Centro, Manual Merck.

Pilula do Dia Seguinte já conquistou as portuguesas


Milagrosa ou abortiva, a Contracepção Oral de emergência entrou no mercado nacional há sete anos e desde então, as vendas não param de subir.

Apesar das divergências entre os especialistas, geralmente motivadas pela forma como a pílula do dia seguinte evita o desenvolvimento de uma gravidez, se ela é ou não abortiva, o facto é que este parece ser um modo de contracepção cada vez mais usual. Só nos primeiros dois meses de 2007 foram vendidas 42561 unidades.

A pílula do dia seguinte, como é vulgarmente designada a contracepção oral de emergência (COE), é composta por doses elevadas de progestagénio - levonorgestrel - isolado ou associado a estrogénio - etinilestradiol. A sua toma deve acontecer em casos de emergência, quando os restantes métodos contraceptivos falharam e existe a possibilidade real de gravidez. Nestes casos e quando tomada num máximo de 72 horas após o acto sexual desprotegido, a contracepção oral de emergência tem uma eficácia na ordem dos 80%.

Mas o êxito das vendas podem traduzir uma realidade perigosa, estarão as mulheres portuguesas a utilizar a pílula do dia seguinte, como forma de contracepção regular?

De facto, os especialistas têm pedido estudos no sentido de perceber, de que forma está a ser utilizada a contracepção oral de emergência.

Para o presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Ginecologia, Martinez de Oliveira, os números da contracepção de emergência podem ser lidos de duas formas. "Uma, a que se pretende, que está a evitar o risco de gravidez. A outra, é que esta fórmula começa a ser olhada como uma situação mais confortável do que a contracepção regular".

De acordo com um estudo apresentado na 22ª Conferência Internacional de Farmacoepidemiologia, que decorreu no Centro de Congressos de Lisboa, no verão do ano passado, 79,6 por cento das consumidoras da pílula do dia seguinte usam contracepção regular, sendo que 31 por cento elegem a contracepção hormonal oral (pílula) como o seu método anticoncepcional.

No entanto, a toma regular deste medicamento é cada vez mais uma realidade. Graça Conceição, coordenadora do Gabinete de Apoio à Sexualidade Juvenil, que funciona nas instalações do Instituto Português da Juventude (IPJ), de Aveiro, admite a existência de casos de jovens que “já tomaram três e quatro vezes”.

Para o presidente do Colégio de Especialidade de Obstetrícia e Ginecologia da Ordem dos Médicos, Luís Mendes Graça, esta realidade traça o “retrato de um país de pessoas mal educadas para a saúde. Muitas raparigas persistem numa incultura completa sobre a pílula, com diversos anátemas, logo não a utilizam. Por outro lado, surge esta receita milagrosa e acham que não têm que se preocupar".

Os riscos do uso regular

Falta de informação, uma educação sexual deficiente ou simplesmente a falta de consciência, são vários os motivos apontados para o uso recorrente a esta pílula. Mas o facto é que o uso continuado deste medicamento, pode acarretar riscos para a saúde, uma vez que uma toma da pílula do dia seguinte equivale ao consumo de 15 comprimidos de uma pílula convencional, tendo em conta a ingestão da substância activa levonorgestrel.

O seu uso repetido e continuado aumenta a possibilidade de se manifestarem efeitos secundários, como “o risco de pressão arterial, risco embólico ou descompensação de diabetes, que são raros, mas, quando acontecem, são muito graves”, alerta Luís Mendes Graça.

Quando tomada ocasionalmente, o que se verifica é a toma de uma dose de estrogénio pontual, não levantando riscos directos para a mulher. Contudo, os especialistas continuam a alertar para o carácter de emergência deste medicamento, que não dispensa o uso do preservativo, pois só este consegue prevenir as doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV/Sida.

Nas farmácias, também existe uma preocupação em informar os utentes sobre a correcta utilização da pílula de emergência, desincentivando a sua toma recorrente. Mário Pereira, farmacêutico, afirma que, “já apareceu uma ou outra pessoa que tenta pedir a pílula para uma segunda utilização ou comprar mais uma caixa para ficar de reserva e, nesse caso, o utente é fortemente desincentivado de o fazer. Às vezes também nos pedem erradamente a venda de uma pílula do dia seguinte, antes até eventualmente de ter havido relações, como método preventivo e temos de explicar que aquilo não se destina a prevenir, mas sim a remediar”.

Como se toma a pílula do dia seguinte?

Quem procura este medicamento raramente tem dúvidas, a esmagadora maioria toma de acordo com as indicações do folheto informativo.
A pílula o dia seguinte deve ser tomada até 72 horas após uma relação sexual não protegida, quando a mulher se encontrar no seu período fértil, entre o 12º e o 16º dia após o início do período menstrual, impedindo a nidação do óvulo nas paredes no útero.

No entanto, a actuação da pílula do dia seguinte varia consoante a altura do ciclo menstrual em que é tomada, podendo impedir ou atrasar a ovulação, impedir a fecundação/fertilização (o encontro do óvulo com o espermatozoide) ou pode impedir a implantação dum ovulo na parede do útero (nidação).

Se a nidação já tiver acontecido, num período superior a 72 horas, a contracepção emergência não produz um efeito anticonceptivo, não tendo qualquer efeito sob uma gravidez já implantada.

Questões Éticas

A pílula do dia seguinte interfere na ovulação, na fecundação e no revestimento interno do útero (endométrio), criando um ambiente impróprio para a implantação do óvulo fecundado, não produzindo deste modo um efeito abortivo. Esta é a visão da comunidade cientifica, que definiu o inicio de uma gravidez a partir do momento que se dá a nidação.

Contudo, diversos especialistas discordam deste ponto de vista, acreditando que uma gravidez tem inicio com a fecundação do óvulo, dai que considerem a impossibilidade de nidação, um efeito abortivo.

Os fármacos utilizados na contracepção de emergência podem ser divididos em dois grupos: os que têm principalmente uma acção anovulatória, e aqueles em que prevalece o efeito antiimplantatório. Os estrogéneos actuam fundamentalmente inibindo a ovulação, e os progestagéneos inibindo a ovulação e a implantação. É precisamente esta acção antiimplantatória que é posta em causa, pois a fecundação do óvulo já aconteceu e de acordo com este ponto de vista, a acção da pílula será abortiva.

A realidade portuguesa em números

A pílula do dia seguinte entrou no mercado português em 2000, mas só no ano seguinte seria aprovada a sua comercialização livre de receita médica.

Nos primeiros cinco anos de comercialização, as vendas triplicaram e só no ano passado foram vendidas quase 240 mil pílulas do dia seguinte, tendo o Algarve e os Açores registado o maior número de embalagens vendidas. As mulheres que mais procuraram este método de emergência situam-se na faixa etária dos 18 aos 22 anos.

Actualmente, encontram-se à venda no mercado nacional três marcas de contracepção oral de emergência, sendo apenas uma sujeita a receita médica, cujo preço, segundo o site do Infarmed, se situa nos 3,53 euros. As restantes, variam entre os nove e os 11 euros.

Inicialmente a COE era apenas vendida em farmácias, mas desde Novembro de 2005 passou a estar também disponível em postos de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica.

Esta pílula é ainda distribuída gratuitamente nos Centros de Atendimento a Jovens e nos Centros de Saúde ou hospitais, obedecendo ao direito ao planeamento familiar, garantido na Lei n.º 3/84 e inscrito na Constituição da República Portuguesa.

Inês de Matos

Fontes: Médicos de Portugal, Juventude.gov.pt, Jornal de Noticias, oaveiro.pt
Imagens: Jornal de Noticias, oaveiro.pt

Porto debate Ciências Forenses


Três congressos de 21 a 23 de Junho


O Instituto Nacional de Medicina Legal, em colaboração com a Sociedade Espanhola de Medicina Legal, a Sociedade Latino-americana de Direito Médico e com a MAFS (Mediterranean Academy of Forensic Sciences), realiza, de 21 a 23 de Junho, na Fundação Engenheiro António de Almeida, no Porto, os seguintes congressos : III CONGRESSO IBÉRICO DE MEDICINA LEGAL ; III MEDITERRANEAN ACADEMY OF FORENSIC SCIENCES CONGRESS e V CONGRESSO LATINOAMERICANO DE DIREITO MÉDICO.

A realização destes eventos, - que contará com a presença de conferencistas especialistas internacionais de reconhecida competência, e nos quais se espera a participação de numerosos países -, constituirá um marco importante no estudo e divulgação científica das Ciências Forenses no nosso País.

Raquel Pacheco


Fonte: INML

Cidadãos de Vendas Novas felizes com decisão

O Movimento de Cidadãos Independentes em Defesa das Urgências de Vendas Novas (MCIVN) sentiu-se bastante contente com a decisão da reabertura do Serviço de Atendimento Permanente (SAP), dizendo mesmo que “valeu a pena a luta” da população do Concelho.
“A população de Vendas Novas, com excepção daqueles que faleceram, devido à arrogância do governo, está de parabéns”, disse à agência Lusa o porta-voz do movimento, António Leitão.
Este movimento realizou nas últimas semanas várias acções de protesto contra o fecho das urgências na cidade, incluindo desfiles e vigílias, onde várias pessoas participaram.
O ministro da Saúde fez reabrir o SAP, a partir de hoje, do serviço nocturno no Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Vendas Novas, de forma a cumprir uma decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja.
A decisão do tribunal de Beja é feita depois de uma providência cautelar interposta pelo Município de Vendas Novas, após o encerramento daquele serviço.
Depois da decisão, Correia de Campos emitiu um despacho, a que a Lusa teve acesso, a assim dar razão ao tribunal: “a partir de sexta-feira, dado que hoje é manifestamente impossível”.
“O Centro de Saúde encerra, como anteriormente, a actividade à hora regular e a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo providenciará para reabrir o SAP nas exactas condições em que funcionava até à sua descontinuidade”, determina o ministro, no despacho.
O Serviço de Atendimento Permanente (SAP), responsável pelas urgências durante 24 horas/dia no Centro de Saúde de Vendas Novas, fechou as portas a 28 de Maio, de acordo com a lista elaborado pelo Ministério da Saúde.

Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

Investigadores revelam ter descoberto dois novos genes associados à diabetes

Investigadores dos Açores e das Canárias revelaram no seminário Luso Espanhol "Diabetes Mellitus", que decorreu em Angra do Heroísmo sexta-feira, 15 de junho, ter descoberto pela primeira vez a associação de dois genes ligados à diabetes que vão permitir um melhor conhecimento sobre a relação entre a genética e aquela patologia.

Segundo o coordenador do grupo de investigação, Jácome Armas, e também director do "Serviço Especializado de Epidemiologia e Biologia Molecular" (SEEBMO),"vai ser possível perceber melhor o mecanismo de susceptibilidade à doença e assim encontrar determinado tipo de fármacos que possam travar o seu desenvolvimento".

Estes genes, agora associados à diabetes são do do género "KIR- Killer inhibitory receptors", ou seja, "inibidores dos receptores assassinos".Esta descoberta ocorreu no âmbito do projecto "Diabetogen", apoiado pelo programa Europeu INTERREG III-B, que envolve doze investigadores médicos do Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo (Terceira) e do Hospital Universitário das Canárias.

A diabetes é uma doença crónica caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar (glucose) no sangue. À quantidade de glucose no sangue, dá-se o nome de glicemia. O aumento da glicemia chama-se hiperglicemia. A diabetes tem a tendencia de aumentar a sua frequência com a idade, atingindo ambos os sexos. Estima-se que em Portugal, exsitam cerca de meio milhão de pessoas com Diabetes.

Paulo Frutuoso
Fontes: Ciência Hoje, Associação Protectora dos diabeticos de Potugal

Analistas prevêem atrasos na aprovação de fármacos contra a obesidade

A Pfizer a e Merck poderão enfrentar dificuldade na aprovação dos seus novos fármacos de controlo de peso no mercado norte-americano. A opinião proferida por alguns especialistas surge depois da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drug Administration - FDA) ter reprovado a comercialização do Zimulti (rimonabant) da Sanofi-Aventis, indicado para o mesmo efeito.

A comissão de especialistas considerou que eram necessários mais testes para comprovar se o Zimulti (também comercializado com o nome Acomplia em Portugal) aumenta os riscos de suicídio. O mesmo poderá acontecer com as substâncias que estão a ser desenvolvidas pela Pfizer e pela Merck, uma vez que actuam na mesma parte do cérebro, referem os analistas.

Após a decisão da FDA, a francesa Sanofi-Aventis viu as suas acções desvalorizarem 6,33 por cento (ou 4,26 euros), para 63 euros por acção, traduzindo-se na maior quebra da empresa nos últimos três anos. Esta sequência de acontecimentos tem levado os especialistas a especular sobre a forma como o desenvolvimento de fármacos similares poderá ser afectado.

O desempenho das três substâncias no organismo é idêntico, já que ambos actuam bloqueando selectivamente os receptores CB1 situados centralmente ao nível do cérebro. Os investigadores acreditam que estes receptores também poderão ter influência na regulação do humor uma vez que, quando é activado, cria uma sensação de euforia e boa disposição.

O parecer do comité “poderá atrasar a velocidade do desenvolvimento dos dois compostos adicionais CB1 para combater a obesidade”, afirmou Tony Butler, analista do banco de investimento norte-americano Lehman Brothers, em Nova Iorque. “A balança dos riscos e dos benefícios parece estar a pender para o lado do risco neste tipo de fármacos. Acreditamos, por isso, que o CB1 pode não representar um desenvolvimento terapêutico viável para a obesidade”, acrescentou.

O taranabant, fármaco que está a ser desenvolvido pela Merck, e o CP-945598, medicamento da Pfizer, encontram-se actualmente na fase III entre os testes regularmente requeridos para poderem obter a aprovação da FDA.

Steven Lederer, porta voz da Pfizer, em declarações à Bloomberg revelou que o programa de testes ainda está a decorrer, no entanto, escusou-se a revelar quando é que a empresa irá submeter a substância à aprovação da FDA.

A farmacêutica Merck deverá pedir aprovação à FDA para comercializar o medicamento já em 2008, avançou Ron Rogers, porta-voz da empresa.

Caso receba parecer positivo, o taranabant, do laboratório alemão Merck, poderá estar no mercado em 2009 e, eventualmente representar lucros no valor de 747 milhões de euros, prevê Charles Butler, analista da Lehman Brothers.

As acções da Merck sofreram hoje (15 de Julho) uma quebra de cerca de 33 cêntimos para 37,54 euros na bolsa de Nova Iorque. Por sua vez, as acções da Pfizer registaram uma subida de cerca de 3 cêntimos para 19.72 euros.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Business Week.

Segurança Clínica em debate em workshop

No próximo sábado, dia 16, a Cooperativa de Ensino Superior e Universitário, CESPU, vai realizar o workshop internacional “Segurança Clínica: o paradigma das organizações fiáveis” que terá lugar no auditório da Escola Superior do Vale do Ave, em Vila Nova de Famalicão.

Este evento vem marcar uma fase inicial na identificação e avaliação de erros nos serviços de saúde em Portugal. No nosso país não há dados estatísticos sobre o erro em saúde mas, de acordo com uma estimativa realizada em 2004 com base num estudo desenvolvido nos EUA fez-se uma previsão de 2900 pessoas que morriam por ano em hospitais devido a falhas ocorridas no sistema organizacional ou pelos próprios profissionais de saúde.

A iniciativa conta com a participação de investigadores espanhóis e ingleses, que vão expor as soluções que se utilizam nos seus países para controlar situações adversas que ocorram nos hospitais e das medidas tomadas para garantir a segurança do doente.

A sessão de abertura tem lugar às 9h30 pelo presidente da CESPU e o evento decorrerá pelo resto da manhã.Para mais informações consultar o site www.cespu.pt.

Fonte: JASFarma e site oficial da CESPU

EMEA revê licença europeia do Acomplia

Agência Europeia do Medicamento (EMEA) prepara-se para reavaliar, na próxima semana, a licença do Acomplia (rimonabant), o fármaco comercializado pela Sanofi-Aventis destinado à perda de peso.

Depois da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drug Administration – FDA) ter recusado a aprovação do medicamento no mercado daquele país, a Comissão dos Produtos Médicos para Uso Humano da EMEA vai agora reavaliar a comercialização do fármaco na Europa.

A decisão da FDA ter-se-á baseado num estudo que, apesar de confirmar a eficácia do tratamento na diminuição de peso, referia que os pacientes a quem foi administrado o medicamento relataram com frequência a ocorrência de pensamentos ou actos suicidas e perturbações psicológicas.

Morgan Stanley, porta-voz da EMEA referiu que a Comissão irá avaliar o fármaco à luz das recomendações da FDA para poder decidir a se haverá ou não necessidade de tomar alguma atitude. De acordo com esta responsável, a decisão poderá surgir no final da próxima semana, e o prior cenário previsto é a suspensão imediata da licença de comercialização do fármaco.

“Existe um leque de reacções possíveis, entre as quais a revogação da autorização de comercialização, porém podem ser recomendados avisos adicionais, avisos de reforço, novas contra-indicações, basicamente alterar os termos da autorização de comercialização”, afirmou a mesma fonte.

O laboratório francês veio a público dizer que não tinha recebido qualquer tipo de notificação por parte da EMEA e acrescentou que na Europa, o fármaco é acompanhado de um aviso que alerta para a possibilidade de causar efeitos secundários do foro psiquiátrico.

Para além disso, um porta-voz da empresa fez questão de sublinhar que a Sanofi-Aventis não alterou as suas perspectivas de ganhos para 2007 porque nunca houve indícios de que o Acomplia pudesse ser lançado nos Estados Unidos da América ainda este ano.

“A aprovação do Zimulti [Acomplia] é pouco provável até ao inicio da próxima década, e esta seria a melhor das hipóteses”, referiu Alexandra Hauber, analista do banco de investimentos norte-americano Bear Stearns, num trabalho de pesquisa.

Outros analistas equacionaram alguns cenários sobre as repercussões deste caso no futuro da farmacêutica. “Não transmite uma boa imagem ter um fármaco reprovado nos EUA e autorizado na Europa”, apontou Laurent Vallee da Richelieu Finance. Um representante do Citigroup prevê que esta ameaça sobre a “segurança” do Acomplia possa atrasar o crescimento das vendas na Europa.

O fármaco tem actualmente aprovação em 37 países em todo o mundo e já é comercializado em 18. Na Europa, o rimobanabant é utilizado desde Junho de 2006.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, First World.

Portugal Sem Fumo

No dia 25 de Junho realiza-se um debate público sobre o tabagismo proposto pelo Fórum Hospital do Futuro. O evento terá lugar no auditório do Infarmed e visa organizar um debate com o intuito de dar origem a um White Paper, com algumas medidas a tomar, tais como um livro Verde da Comissão Europeia “Por uma Europa sem Fumo: opções estratégicas a nível comunitário” e Plano Nacional de Saúde (reflexão sobre políticas a aplicar).

Os resultados desta discussão serão posteriormente apresentados numa sessão pública, de forma a dar origem a novos debates.

Entre a comissão Cientifica estão nomes como Francisco George, Director Geral de Saúde Maria do Céu Machado, Alta comissária da Saúde.

Para mais informações consulte o sitio http://www.portugalsemfumo.org/


Fonte: Portal da Saúde

Liliana Duarte

Eleições à Ordem dos Farmacêuticos; (Lista B)

A Farmcaia.com.pt dá a conhecer os momentos finais e o «forcing» que as candidatas estão a realizar a menos de uma semana das eleições marcadas para a próxima Quinta-feira, dia 21 de Junho.

Candidata à Lista B, Professora Irene Silveira, realiza Festa de Encerramento de Campanha e apresentação dos candidatos da Lista J para as Secções Regionais, esta noite, no Hotel Pestana Palace, em Alcântara, Lisboa, às 21h00.

Nuno Oliveira Jorge

Fonte: www.irenesilveira.com/

Eleições à Ordem dos Farmacêuticos; (Lista A)

A Farmcaia.com.pt dá a conhecer os momentos finais e o «forcing» que as candidatas estão a realizar a menos de uma semana das eleições marcadas para a próxima Quinta-feira, dia 21 de Junho.

Candidata à Lista A, Professora Filomena Cabeçadas, continua com reuniões com os Farmacêuticos, desta feita será esta noite, em Braga, às 21h00.

Nuno Oliveira Jorge

Fonte: www.filomenacabeca.com/scid/fcabeca/

Motivo psíquico pode justificar aborto

Fez ontem seis meses que a Associação para o Planeamento da Família (APF) criou a Linha Opções para ajudar as mulheres que tivessem dúvidas quanto a dar continuidade à gravidez. Também os próprios médicos ligam para pedir indicações sobre as atitudes a tomar.

Uma avaliação dos números de chamadas que têm sido feitas para a Linha Opções permite concluir que os médicos estão mais receptivos a concordar com um aborto se os motivos apresentados forem de ordem psíquica.
Segundo a coordenadora da Linha, Elisabete Souto, 4% das chamadas foram feitas por técnicos de saúde de cuidados primários que, na sua maioria, "tinham a utente à frente, a pedir a IVG" e "queriam ajudá-la, saber onde encontrar respostas, pedir esclarecimentos sobre o quadro legal, sobre como passar o atestado de risco de saúde psíquica".

A aceitação tem vindo a sofrer alterações desde o referendo de Fevereiro que legalizou a interrupção voluntária da gravidez (IVG) até às dez semanas e perante as mulheres que se apresentam nos serviços de saúde a pedir a mesma. "São todas mulheres muito angustiadas. Em muitas circunstâncias é possível dizer-lhes que há uma alínea da lei para isso", afirma Elisabete Souto, quando se trata de uma gravidez que já ultrapassa as dez semanas consideradas legais. "A nova lei só acrescentou a alínea da opção da mulher até às dez semanas. As restantes mantêm-se com os mesmos prazos", continua a coordenadora, realçando que às 12 semanas o risco de saúde pode ser psíquico.

No entanto Elisabete Souto diz que não se trata de banalizar a IVG, facto que se temia com a legalização, pois considera que tomar uma decisão destas e chegar a fazê-lo não é nada fácil. De qualquer modo, os casos de aborto em gravidezes adiantadas são raros, tendo em conta os números da Linha Opções. Em seis meses foram recebidas 383 chamadas das quais 68% para pedir a interrupção, justificada por razões sócio-económicas. A maioria das chamadas dizia respeito a gravidezes com menos de dez semanas e 6,4% tratava-se de gravidezes superiores a 12 semanas.

Sara Nascimento

Fonte: Jornal de Notícias

Debate o erro nas organizações de saúde em Workshop Internacional

Portugal começa a dar os primeiros passos na identificação e avaliação de erros nos serviços de saúde, a CESPU – Cooperativa de Ensino Superior e Universitário promove um debate em torno da «Segurança Clínica: o paradigma das organizações fiáveis».

O workshop internacional decorre durante toda a manhã de dia 16 (sábado), a partir das 9h30, no auditório da Escola Superior do Vale do Ave, em Vila Nova de Famalicão.

Dirigido a profissionais de saúde, a iniciativa conta com um painel composto por investigadores espanhóis e ingleses que darão a conhecer as realidades e estratégias dos seus países, no campo da identificação e controlo dos eventos adversos nos hospitais, bem como no desenvolvimento e resultados da segurança do doente.

Em Portugal não existem dados estatísticos sobre o erro em saúde, apesar do problema poder ser minimizado através da monitorização de indicadores da qualidade e do consequente aperfeiçoamento da organização dos estabelecimentos de saúde.

A única estimativa foi elaborada em 2004 e baseou-se num estudo realizado nos EUA, adaptando e extrapolando os números à realidade nacional.

Na altura, previa-se que 2900 pessoas morressem todos os anos em hospitais portugueses, devido a erros relacionados com falhas no sistema organizacional ou cometidas pelos profissionais de saúde.

Nuno Oliveira Jorge

Fonte: Jasfarma

Estudo sobre "salas de chuto" parado

O presidente do Instituto de Drogas e Toxicodependência, João Goulão disse hoje à agência Lusa, que devido à queda da câmara de Lisboa, o estudo que estava a ser feito para uma futura localização das salas de injecção assistida em Lisboa encontram-se suspensos.
“Estávamos em fase final de definição dos moldes de funcionamento e dos locais”, referiu, no entanto não mencionou quais os locais a serem estudados.
“Estamos na expectativa para reatar as negociações. Este é um momento de renegociar o plano de intervenção com a Câmara Municipal, fruto também das mudanças a que vamos assistindo no universo da toxicodependência. Esperamos não perder esse interlocutor”, disse ainda, João Goulão
Quando questionado, sobre a opinião negativa que alguns candidatos à câmara têm manifestado contra as ICAR, o Presidente Instituto de Drogas e Toxicodependência, mostrou alguma preocupação mas com cautela: “Logo veremos. Não vale a pena especular sobre os resultados eleitorais, mas é claro que continuamos preocupados com a questão. A evidência das necessidades é sempre sentida por quem lida mais proximamente com a realidade”, concluiu.
As ICAR, fazem parte da estratégia municipal de intervenção para as dependências e serão financiadas em 60 por cento pelo Instituto de Droga e Toxicodependência. Além do consumo de drogas permitido, os toxicodependentes terão nestas instalações apoio médico, psicossocial, de higiene e alimentação, e informação sobre o tratamento.


Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

Salas de injecção assistida «suspensas» em Lisboa

Os trabalhos do grupo criado para estudar a localização das futuras salas de injecção assistida em Lisboa encontram-se suspensos desde a dissolução do executivo camarário, disse esta sexta-feira o presidente do Instituto de Drogas e Toxicodependência.

João Goulão afirmou que o Instituto mantém a intenção de criar na capital duas instalações de consumo apoiado para a recuperação (ICAR), mas adiantou que desde a queda da autarquia, a 10 de Maio, os trabalhos da comissão encarregada do projecto pararam.

«Estávamos em fase final de definição dos moldes de funcionamento e dos locais», referiu, escusando-se, no entanto, a precisar a localização das salas.

«Estamos na expectativa para reatar as negociações. Este é um momento de renegociar o plano de intervenção com a Câmara Municipal, fruto também das mudanças a que vamos assistindo no universo da toxicodependência. Esperamos não perder esse interlocutor», acrescentou o responsável.

Questionado sobre a oposição manifestada por alguns candidatos à autarquia lisboeta quanto à criação das ICAR, João Goulão admitiu alguma inquietude, mas preferiu não antecipar eventuais dificuldades.

«Logo veremos. Não vale a pena especular sobre os resultados eleitorais, mas é claro que continuamos preocupados com a questão. A evidência das necessidades é sempre sentida por quem lida mais proximamente com a realidade», concluiu.

As ICAR, aprovadas em reunião de câmara em Novembro passado com a abstenção do PCP e os votos contra do CDS-PP, inserem-se na estratégia municipal de intervenção para as dependências e serão financiadas em 60 por cento pelo Instituto de Droga e Toxicodependência.

Além do consumo de drogas permitido, os toxicodependentes terão nestas instalações apoio médico, psicossocial, de higiene e alimentação, e informação sobre o tratamento.

Segundo fonte do gabinete do vereador da Acção Social, Sérgio Lipari Pinto, a primeira sala deveria abrir no segundo trimestre do ano, um projecto que tem merecido críticas e queixas de deputados municipais e de moradores das zonas inicialmente previstas para a sua localização - a Quinta do Lavrado, na freguesia de São João, e no bairro do Charquinho, em Benfica, onde funcionam gabinetes de apoio ao toxicodependente (GAT).


Nuno Oliveira Jorge

Fonte: Lusa

Hospital de Mirandela viola regras

A administração do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) foi hoje acusada de violar o acordo acertado entre a autarquia e o Ministério da Saúde para a manutenção da urgência médico-cirúrgica no hospital local.
José Silvano em declarações à Lusa disse que a administração do CHNE pretende alterar o regime de serviço dos cirurgiões e que ameaça “encerrar a cirurgia durante a noite se os profissionais recusarem as condições propostas”.
Segundo o autarca, o hospital pretende apenas que a equipa de cirurgia apenas fique no hospital durante o dia e que durante a noite, só sejam chamados se assim se justificar, não tendo que ficar assim no centro hospitalar.
José Silvano afirma que “os cirurgiões recusaram a proposta” da administração do CHNE, que terá “ameaçado encerrar o serviço de cirurgia à noite, entre as 24:00 e as 08:00, já a partir de segunda-feira, se as condições não forem aceites”. A CHNE justificou esta medida, por existir uma redução de casos que precisem de
José Silvano, que tem lutado tanto pelas reformas na saúde acredita que este tipo de iniciativa viola o acordo feiro entre a Câmara e o Ministério da Saúde.
A autarquia assinou, em Abril, com o ministro Correia de Campos um acordo que mantém a urgência médico-cirúrgica no hospital local, depois desta já ter constado na lista de encerramentos do Ministério.

Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

Femara eficaz no tratamento do cancro do ovário

Um estudo da Universidade de Edimburgo indica que o Femara, um fármaco comum no tratamento do cancro da mama pode também ser utilizado eficazmente para combater o cancro do ovário.

Os investigadores acreditam que o tratamento hormonal aplicado nos pacientes com cancro da mama poderá retrair significativamente o risco de reincidência do tumor do ovário. Os testes comprovaram que a utilização de um anti-estrogéneo num grupo de 44 pacientes prolongou a vida de algumas das mulheres até três anos e, noutros casos, atrasou a utilização dos tratamentos com quimioterapia.

Para além de evitar que as pacientes sejam sujeitas à quimioterapia, o tratamento, que envolve a toma de um comprimido diário, não causa náuseas, fadiga, perda de cabelo ou infertilidade temporária. A comprovar-se esta descoberta depois da repetição de testes em maior escala, esta será a primeira terapia inovadora para o cancro desde os anos 80.

“Um marco importante”, é desta forma que John Smith, o professor responsável pelo programa, descreve a descoberta que permitirá desenvolver a pesquisa e tratamento do cancro do ovário.

Apesar das intensas investigações levadas a cabo nos últimos 20 anos, têm havido poucas pistas que permitam perceber o funcionamento da doença, refere o especialista, salientando que “o novo estudo sugere que a inclusão de terapia hormonal na nossa estratégia de tratamento poderá prolongar e melhorar a vida das mulheres com cancro”.

Os cientistas esperam agora que com a evolução da investigação, possam ser desenvolvidos tratamentos para mulheres na fase inicial da doença de forma a prolongar-lhe ainda mais a esperança de vida.

A aplicação de Letrozol (comercializado em Portugal com o nome Femara), reconhecida pela utilização no tratamento do carcinoma da mama, ataca o cancro ao impedir o fornecimento de estrogéneo, substância essencial no crescimento de alguns tumores.

Observando os níveis de uma molécula existente no sangue segregada pelo cancro do ovário, os investigadores conseguiram seguir o progresso dos tumores durante o tratamento.

O estudo, publicado no “Clinical Cancer Research”, refere que depois de seis meses de tratamento com o anti-estrogéneo, o tumor não se desenvolveu em um quarto das mulheres. Da mesma forma, um terço das participantes com mais sensibilidade ao estrogéneo mostrou uma resposta positiva permitindo atrasar o tratamento com quimioterapia.

Conforme explicou John Smith, se forem utilizados medicamentos hormonais numa fase anterior, a hipótese de reincidência pode ser atrasada, possivelmente durante um longo período de tempo. Uma vez que na maioria das mulheres se regista uma recaída dentro de dois anos, este é um passo "muito significativo”, sublinhou.

Segundo o portal Saúde na Internet, o cancro dos ovários é responsável por 4 por cento dos cancros nos países industrializados, sendo a quarta mais frequente doença maligna visceral. A idade média de diagnóstico é aos 55 anos. A incidência aumentou ligeiramente durante os últimos 30 anos e a taxa de sobrevivência mantêm-se imutável.

Apesar de ser o terceiro cancro mais frequente do aparelho reprodutor feminino, morrem mais mulheres de cancro do ovário do que de qualquer outro que afecte o aparelho reprodutor, referem dados do portal Manual Merck.

Marta Bilro

Fonte: BBC, Guardian Unlimited, Teleghaph, Manual Merck, Saúde na Internet.

Prescrição electrónica bem implantada em Espanha
Farmácia Hospitalar de vanguarda


O grau de implantação da prescrição electrónica assistida nos principais hospitais de Espanha é mais elevado do que nos Estados Unidos, projectando a Farmácia Hospitalar do país vizinho para um nível de charneira no que respeita ao capítulo da utilização das novas tecnologias na Saúde.

Ainda que muito continue por fazer no domínio da salvaguarda da segurança e da eficácia no manuseamento e na administração dos medicamentos em Espanha, o sector da Farmácia Hospitalar daquele país começa a evidenciar-se como área de vanguarda na aplicação das novas tecnologias com vista a cumprir esse objectivo. Um estudo realizado pelo Grupo Tecno, uma equipa de trabalho constituída para a avaliação das novas tecnologias na área da Saúde pela Sociedade Espanhola de Farmácia Hospitalar, analisou o grau de implantação e desenvolvimento de várias ferramentas informáticas de gestão relacionadas com a prescrição e a dispensa de medicamentos em 82 hospitais, que representam cerca de 40 por cento do tecido farmacêutico hospitalar em Espanha.
Teresa Bermejo, responsável pelo Serviço de Farmácia do Hospital Ramón e Cajal e coordenadora do Grupo Tecno, disse ao «Correo Farmaceutico» que “não existe um estudo similar a este a nível nacional, nem sequer a nível europeu”, já que só a área da prescrição electrónica assistida foi explorada em anteriores investigações, que deram conta justamente do elevado grau de implantação daquela medida nos hospitais espanhóis, informação que este estudo vem agora confirmar. De acordo com a pesquisa agora divulgada, 22,7 por cento das unidades de saúde analisadas funciona com prescrição electrónica, havendo ainda uma percentagem de 6,6 por cento que trabalha com a prescrição electrónica integrando a história clínica dos pacientes que trata.
A responsável sublinha que, “à luz destes dados, a informatização em Espanha é actualmente muito maior do que nos Estados Unidos, onde em 2004 a implantação da prescrição electrónica era de apenas 4,2 por cento”, evidenciando o facto de o país vizinho estar a “trabalhar bastante bem” uma tecnologia que é ainda recente. Reconhece, contudo, que a primazia espanhola na área da prescrição electrónica não se espelha noutros sectores da gestão hospitalar, onde o modelo vigente nos Estados Unidos continua, claramente, a ser mais eficaz.

Carla Teixeira
Fonte: Correo Farmaceutico

Falta de sangue no parto mata 125 mil mulheres por ano

Na sequência do Dia Mundial do Dador de Sangue, comemorado no passado dia 14 de Junho e subordinado ao tema “Sangue Seguro para uma Maternidade Segura”, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que existem, em todo o mundo, mais de 500.000 mortes maternas em consequência de complicações na gravidez e no parto. Cerca de 25% destas mortes são provocadas por fortes hemorragias que, muitas vezes por falta de sangue, não são tratadas convenientemente.

Este ano, a campanha do Dia Mundial do Dador de Sangue visa enaltecer o papel salvador de vidas de uma transfusão de sangue durante os cuidados maternais e perinatais. De acordo com os dados da OMS, 99% das mortes maternas ocorrem nos países pobres ou em desenvolvimento onde as transfusões de sangue são mais raras e as doações são motivadas por dinheiro. Destes óbitos, cerca de 44% sucedem em África, 31% na Ásia e mais de 21% na América Latina e nas Caraíbas, sendo atribuídas a hemorragias e ao risco de desenvolvimento de complicações. As hemorragias severas são mais frequentes em mulheres grávidas com problemas de saúde, tais como anemia, sépsis, malária, HIV/SIDA e mutilação genital feminina.

A OMS revelou igualmente que, de acordo com dados recolhidos em 172 países em 2004, houve um aumento da percentagem de doações voluntárias de sangue de 25% para 47% em países pobres ou em desenvolvimento. A organização espera que o Dia Mundial do Dador de Sangue, celebrado todos os anos desde 2004, venha a encorajar mais pessoas a tornarem-se dadores de sangue voluntariamente, evidenciando, igualmente, a importância da doação regular para prevenir falta de sangue nos bancos.

De referir que Portugal, nos últimos 15 anos, triplicou o número de doadores de sangue existindo, neste momento, cerca de 400.000 dadores.
Para doar sangue é necessário estar em bom estado de saúde, possuir hábitos de vida saudáveis, peso igual ou superior a 50kg e idade compreendida entre os 18 e os 65 anos. Para uma primeira dádiva, o limite de idade é aos 60 anos. Os homens podem dar sangue de 3 em 3 meses (4 vezes/ano) e as mulheres de 4 em 4 meses (3 vezes/ano) sem qualquer prejuízo para si próprios.


Para mais informações contacte o Serviço de Promoção da Dádiva de Sangue do Instituto Português do Sangue situado no Parque de Saúde de Lisboa, em Lisboa
Telef: 217 921 020
E-mail: dadiva@ips.min-saude.pt

Paulo Frutuoso
fontes: OMS, Instituto Português do Sangue, BBC Brasil

Cientistas identificam gene comum a 30% dos cancros da mama

Uma equipa de cientistas descobriu uma presença anormalmente elevada de um gene do cancro da mama presente em 30 a 40 por cento das células tumorais dos cancros mamários. Os especialistas suspeitam que seja o responsável pelo crescimento deste tipo de cancro.

A presença do gene, identificado como IKBKE, foi detectada por dez vezes em células cancerosas, enquanto que as células normais são apenas compostas por duas cópias do gene IKBKE, explica o estudo desenvolvido pelos investigadores da Faculdade de Medicina de Harvard e do Instituto de Cancro Dana Farber em Massachussets, nos Estados Unidos da América.

“Este é um oncogene do cancro mamário produzido numa grande percentagem dos cancros de mama. Isto é relevante porque significa que pode ser muito importante para muitos pacientes com esta patologia”, afirmou William Hahn, professor de medicina na Escola de Medicina de Harvard e oncologista no Instituto de Cancro Dana-Farber e no “Bringham and Women’s Hospital”, em Boston.

Este gene difere dos genes susceptíveis ao cancro da mama, o BRCA1 e BRCA2, presentes nas mulheres desde o seu nascimento. As mulheres portadoras de uma mutação nesses genes apresentam um risco de 70 a 80 por cento de desenvolver cancro da mama.

Neste caso, as mulheres à nascença são portadoras de uma versão saudável do gene IKBKE, porém ocorre uma mutação durante a vida que provoca a multiplicação do gene em várias cópias nas células mamárias, mas em nenhuma outra parte do corpo.

Segundo explicam os investigadores, o gene codifica um certo tipo de proteína e actua como um comutador que ajuda a regular o crescimento celular. Quando existem demasiadas cópias do IKBKE, a célula produz demasiada proteína que estimula de forma excessiva um conjunto de sinais de crescimento permitindo à célula prosperar em vez de morrer.

Por outro lado, ao impedir a produção dessa proteína nas linhas de células de cancro de mama que comportem amplificações de IKBKE a célula deixa de crescer e em alguns casos morre, refere o artigo.

A partir de agora o objectivo dos investigadores, segundo Han, passa por tentar desenvolver um fármaco que consiga fazer o mesmo nos pacientes cujos tumores contenham cópias extra.

“Se houver 10 por cento de hipótese desta descoberta conduzir ao tratamento do cancro da mama, cerca de 30 por cento das mulheres vão beneficiar dele, o que, de acordo com o nosso ponto de vista é um avanço muito significativo”, salientou Steven Narod, professor da Universidade de Toronto e co-autor do estudo que identificou o gene BRCA1.

O Herceptin, considerado a maior descoberta para combate ao cancro nos últimos 15 anos, e o Gleevec, um fármaco que revolucionou o tratamento da leucemia e de alguns tumores gastro-intestinais, podem vir a desempenhar um papel importante já que actuam atingindo apenas o gene que sofreu mutação.

O Herceptin actua na proteína HER-2, produzida em 20 a 25 por cento dos cancros de mama. “A magnitude aqui é a mesma relativamente à HER-2, cujos benefícios foram claros quando foi administrado Herceptin aos pacientes”, referiu Hahn.

Analisado todas as estratégias levadas a cabo, os cientistas podem agora penetrar na complexidade das mutações de DNA que ocorrem tradicionalmente nas células de tumor e isolar outros responsáveis pelo cancro.

De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde, o cancro da mama mata cerca de 500 mil pessoas por ano em todo o mundo, e 1,2 milhões de homens e mulheres são diagnosticados todos os anos.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Xinhua, Canada.com, ABC News, Web Medical News, Terra.es

Estudo

Maior desafio do sector é a inovação
Indústria farmacêutica duplica valor até 2020


O envelhecimento da população, o aumento da prevalência da obesidade e a maior procura de fármacos e tratamentos nos mercados emergentes deverão impulsionar um crescimento da indústria farmacêutica que culminará na duplicação do seu valor de facturação actual até 2020, atingindo os 974,2 milhões de euros.

À luz dos resultados de um estudo recente da consultora PricewaterhouseCoopers, um quinto do volume de vendas mundial do sector farmacêutico centrar-se-á, nessa altura, em sete países – Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Rússia e Turquia –, que em 2004 detinham apenas oito por cento da quota de mercado a nível mundial. Nesta linha de evolução, segundo prevê a empresa autora do estudo, a China pode tornar-se o segundo ou terceiro maior mercado do mundo, sendo já um dos países que têm evidenciado maior crescimento, com uma expansão muito significativa do volume de vendas de medicamentos ao longo dos últimos anos.
A IMS Health, entidade responsável pela compilação das informações estatísticas mais relevantes do sector farmacêutico, estimou um aumento de sete por cento no volume global de vendas no ano passado, mas de acordo com o estudo divulgado agora pela PricewaterhouseCoopers, os grandes laboratórios correm o risco de não conseguir dar uma resposta satisfatória à elevação da demanda, se não alterarem radicalmente a abordagem que actualmente fazem da questão do desenvolvimento e da comercialização de novos fármacos. Steve Arlington, da direcção da empresa consultora, deu conta da sua convicção de que “o maior desafio para a indústria é a inovação”, acrescentando que “actualmente o investimento feito na investigação e no desenvolvimento de novas soluções farmacêuticas corresponde sensivelmente ao dobro do investimento que se fazia há uma década, mas o volume de produção de novos medicamentos baixou cerca de dois quintos desde essa altura”.

Carla Teixeira
Fonte: Diário Digital, Reuters

Recolha voluntária do Cromabak

O departamento de Inspecção do Infarmed anunciou hoje que a firma Laboratoires Thea deu conta da intenção de proceder à recolha voluntária das embalagens do lote 06K20/1 do medicamento Cromabak 20mg/ml Colírio, em virtude de numa das embalagens ter sido encontrada a embalagem de outro fármaco, o Timolabak – Timonol, rotulada em italiano. O conselho directivo do Infarmed deliberou pois, na sequência desta notícia, a suspensão imediata da comercialização daquele produto.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

Infarmed autoriza reintrodução do Zyloric

O Infarmed anunciou que, por deliberação do seu conselho directivo, foi autorizada a reintrodução no circuito normal de distribuição das embalagens reprocessadas do lote F219 do medicamento Zyloric (alopurinol) de 300mg, de 60 comprimidos, com prazo de validade de Novembro do próximo ano. A decisão deve-se ao facto de ter sido enviado, no dia 20 de Abril deste ano, o relatório de reprocessamento das embalagens que tinham sido recolhidas, com o reacondicionamento com menção à dosagem correcta no alumínio dos blisters, certificando-se, por via de declaração da direcção técnica da sociedade Laboratórios Vitória, SA, que as embalagens a reintroduzir no mercado estão em conformidade com a legislação em vigor.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

EUA: Produto tóxico detectado em dentífricos da África do Sul

Foram encontradas à venda, nos Estados Unidos, pastas de dentes de renome, mas contendo um produto perigoso, o dietileno glicol, utilizado na produção de líquidos anti-congelantes para automóveis.

Os produtos dentífricos, alegadamente importados da África do Sul, por uma empresa da Nova Jérsia, a MS USA Trading, Inc, encontram-se à venda em embalagens falsificadas da Colgate, nas versões Regular, Gel, Triple e Herbal, por um terço do preço do produto original

A Colgate veio já esclarecer em comunicado, que não utiliza o dietileno glicol nos seus produtos, nem “importa da África do Sul, pasta de dentes para os Estados Unidos”, recusando qualquer ligação com estes produtos.

Os lotes importados, foram distribuídos por lojas de retalho (onde todos os produtos são vendidos a 99 cêntimos) de Nova Jérsia, Nova Iorque, Pensilvânia e Maryland.

Doug Arbesfeld, porta-voz da FDA, confirma que a agência sabia, "há muito, que existem à venda falsificações de pastas de dentes", mas não quis "alarmar desnecessariamente as pessoas".

As embalagens contrafeitas apresentam diversos erros ortográficos, que incluem 'isclinically', 'SOUTH AFRLCA' e 'South African Denter Assoxiation'.

A utilização do dietileno glicol, havia já sido detectado anteriormente em produtos dentífricos contrafeitos, originários da China, motivando um alerta da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos, mas neste caso, as marcas eram desconhecidas e não foram encontradas à venda nos EUA.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Espanha autoriza clonagem terapêutica


O Congresso de Deputados espanhol aprovou, de forma definitiva, a Lei de Investigação Biomédica, que permitirá estabelecer as condições para o desenvolvimento da investigação biomédica. Um dos principais pontos, e também o que causa mais polémica, é a autorização da técnica de transferência nuclear, conhecida como clonagem terapêutica.

A Espanha torna-se, assim, no quarto país da Europa e o nono do Mundo a permitir a investigação biomédica e a clonagem com fins terapêuticos. A partir desta altura, podem ser feita em Espanha pesquisas biomédica recorrendo à clonagem de células estaminais embrionárias.

A clonagem terapêutica permite a criação de matéria viva com o objectivo de substituir um órgão doente e cuja compatibilidade com o paciente é garantida pela semelhança genética desenvolvida através da clonagem.

Com a aprovação desta lei, fixam-se normas e âmbitos anteriormente não regulados, tais como nos que diz respeito às análises genéticas, à obtenção, doação e investigação com amostras biológicas humanas, especialmente no que se refere a elementos de natureza embrionária, e ainda à criação de biobancos. A gestão e controlo destes biobancos será da responsabilidade das comunidades autónomas.


Contudo, a lei proíbe expressamente a criação de embriões destinados à reprodução e à investigação, estando ainda garantido o princípio de confidencialidade e o sistema gratuito da doação de células.

A Espanha passa a fazer parte de um grupo restrito em que a técnica é autorizada, sendo este composto pelo Reino Unido, Bélgica, Suécia, Japão, Austrália, Israel, Coreia do Sul e Singapura.

Isabel Marques

Fontes: Jornal de Notícias e El Mundo

Novo IPO vai ter hotel e centro de convívio para doentes e família

O ministro da Saúde, Correia de Campos, revelou que o novo Instituto Português de Oncologia (IPO), terá um laboratório de investigação, um hotel e um centro de convívio, para além do próprio hospital.

Segundo Correia de Campos, o novo projecto para o IPO tem uma acessibilidade privilegiada para os doentes e os seus familiares, pelo que, além de um hospital a funcionar na luta contra o cancro, terá um laboratório de investigação científica, de nível europeu, um hotel residencial para os doentes e familiares e um centro de convívio, onde possam ser trocadas experiências sobre a doença e o seu acompanhamento.

O Ministro da Saúde tem recebido algumas críticas da oposição em relação ao seu propósito de mudar fisicamente de local o IPO. O Ministro defende-se dizendo que "tudo isto não cabe em 7,2 hectares". O total de hectares onde está instalado o actual instituto são insuficientes para o novo projecto, que ocupará cerca de 12 hectares.

O ministério da Saúde tentou negociar com a Câmara de Lisboa mas não existe nenhum terreno disponível na capital com área suficiente para o instalar. Existem conversações em curso com uma autarquia que, ao que tudo indica, será Oeiras, mas não existe ainda nenhuma decisão definitiva.

Paulo Frutuoso
Fontes: SOL

FDA concede revisão prioritária para o Hycamtin Oral

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) concedeu uma revisão prioritária para o Hycamtin Oral, da GlaxoSmithKline, para o tratamento da reincidência do cancro do pulmão de pequenas células. A Glaxo sublinhou que, caso o medicamento seja aprovado, será o primeiro agente-único de quimioterapia oral disponível para o tratamento do cancro do pulmão de pequenas células, após falha da terapia de primeira linha.

O Hycamtin, na sua forma corrente, é intravenoso e requer uma terapia de cinco dias consecutivos de três em três semanas. O Hycamtin Oral, que trata o cancro agressivo que afecta 15 por cento dos pacientes com cancro do pulmão, se for aprovado, irá permitir aos pacientes serem tratados em casa. A forma intravenosa do fármaco está aprovada para tratar o cancro dos ovários metastizado, para além do cancro do pulmão de pequenas células, após a quimioterapia ter falhado. O Hycamtin também está indicado para o tratamento de mulheres com certos tipos de cancro cervical em combinação com quimioterapia.

A farmacêutica declarou que o pedido à FDA se baseou numa parte dos dados da fase III do estudo, que mostrou que os pacientes com reincidência do cancro do pulmão de pequenas células que receberam Hycamtin oral, em conjunto com cuidados de suporte, apresentaram no geral uma taxa de sobrevivência mais elevada e controlo dos sintomas, em comparação com pacientes que só receberam cuidados de suporte.

A FDA concede revisão prioritária a produtos que são considerados como sendo avanços terapêuticos significativos, em relação a terapias existentes. Com o estatuto de revisão prioritária, a FDA irá tomar uma decisão em relação à aprovação do Hycamtin em seis meses, em vez dos 10 a 12 meses habituais do período de revisão.

Isabel Marques

Fontes: First Word, SmartMoney e Scientific American


Ministério da Saúde francês suspende equipamentos de radioterapia

O Ministério da Saúde francês ordenou a suspensão, por período indefinido, de metade das máquinas de radioterapia do país, depois da ocorrência de problemas com o equipamento hospitalar, utilizado no tratamento do cancro do cérebro.

As máquinas, da marca alemã Brainlab, terão um problema na calibração, o que poderá alterar a dose de quimioterapia administrada aos doentes. A empresa alemã comunicou a detecção da anomalia, aos hospitais franceses, a 7 de Junho, depois de um aparelho da mesma marca, utilizado em Espanha, ter demonstrado problemas.

Existem 550 máquinas de quimioterapia desta marca, espalhadas pelo mundo, no entanto, o problema apenas foi detectado em sete destes aparelhos. Em França encontram-se quatro, existindo ainda duas nos Estados Unidos e uma em Espanha.

Os hospitais de Nancy, Tours, Montpellier e Paris vão suspender o funcionamento dos seus equipamentos, mas a desconfiança quanto a este tipo de tratamento cresceu, depois de se terem registado problemas na dosagem da radioterapia, em vários pacientes.

Georges Noel, perito em radioterapia do Centro Oncológico Paul Strauss, em Estrasburgo, explica que os doentes com cancros no cérebro, que não podem se sujeitos a cirurgia, recorrem frequentemente a sessões de radioterapia.

Este especialista alerta também para a possibilidade de o mau funcionamento desta máquina, ser lesivo para os doentes, dependendo da gravidade dos danos causados, nas zonas cerebrais afectadas.

Os problemas com os equipamentos de radioterapia, em França têm-se sucedido desde 2004, quando 24 doentes receberam cerca de 30 por cento de radiação excessiva durante o tratamentos ao cancro da próstata, quatro deles vieram a falecer, e uma mulher de 32 anos morreu após ter recebido um tratamento por radioterapia 10 vezes superior ao necessário.

Já em Abril deste ano, 145 doentes receberam uma dose inadequada de radiação num hospital de Toulouse.

Inês de Matos

Fonte: Lusa