terça-feira, 26 de junho de 2007

CE aprova comercialização de Cialis oral

A farmacêutica Lilly anunciou a autorização pela Comissão Europeia da venda no fármaco Cialis, utilizado no tratamento da disfunção eréctil. As doses vão ser de 2,5mg e 5mg uma vez ao dia, consoante a necessidade do doente.

«A disfunção eréctil é uma doença crónica e para alguns homens, o Cialis de uma só toma diária vai eliminar a necessidade de planificar num espaço de tempo a relação sexual, como acontece com outras terapias», explica o director geral de Operações Europeias da Lilly, Abbas Hussain.

A Comissão Europeia fundamentou a sua decisão através de uma revisão e avaliação dos resultados dos testes feitos para analisar a eficácia do produto numa só toma diária. No estudo, os homens que toma 2,5 mg e 5 mg de Cialis têm uma função eréctil melhor do que os doentes que tomam placebo.

A dosagem recomendada é de 5mg, é utilizada uma quantidade inferior consoante o grau de tolerância que o paciente tiver em relação ao fármaco.

Os efeitos secundários mais frequentes foram a indigestão, dor nas costas, dores musculares, ruborização facial e congestão nasal. Todos foram transitórios e moderados.

O lançamento do medicamento está previsto para o segundo semestre deste ano, anunciou a farmacêutica.

sara pelicano

fontes: 121.doc, pm farma

Bloqueio de enzima reverte autismo

O bloqueio de uma enzima chave do cérebro poderá reverter muitos dos sintomas inerentes à síndrome do X frágil (SXF), uma doença genética hereditária que causa um largo espectro de deficiência mental e que muitas vezes acompanha o autismo. Na investigação realizada com ratos portadores da doença os cientistas conseguiram reverter os sintomas de atraso mental e o autismo.

Os resultados da investigação fazem renascer a esperança de que possam vir a ser desenvolvidos medicamentos com os mesmos efeitos que ajudem a restaurar o cérebro das crianças portadoras desta doença, e possivelmente, de algumas formas de autismo, referiu Susumu Tonegawa, o orientador do estudo publicado na edição online do jornal “Proceedings of the National Academy of Sciences”.

Os cientistas do “Picower Institute for Learning and Memory” do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, manipularam geneticamente os roedores para que desenvolvessem a síndrome do X frágil, a principal causa genética-hereditária de défice cognitivo e a causa genética mais comum de autismo.

A síndroma do X frágil está inserida no conjunto das doenças genéticas associadas à expansão da repetição de um trinucleótido, no caso da SXF o trinucleótido de CGG -citosina, guanina,guanina - do gene FMR1. Quando existe uma mutação neste gene, podem surgir problemas que vão desde as dificuldades ligeiras de aprendizagem ao autismo. “O nosso estudo sugere que a inibição de uma determinada enzima no cérebro poderá funcionar como uma terapia eficiente para atacar os sintomas debilitantes da SXF nas crianças, e possivelmente, nas crianças autistas também”, afirmou Mansuo L. Hayashi, co-autor da investigação.

A PAK, enzima cerebral que foi bloqueada pelos especialistas, afecta o número, o tamanho e forma das ligações entre os neurónios e o cérebro. Sempre que a actividade da PAK era parada, as anomalias cerebrais nos ratos com SXF eram revertidas. “Incrivelmente, a inibição da PAK também restaurou a comunicação eléctrica entre os neurónios nos cérebros dos ratos com SXF, corrigindo as anomalias comportamentais no processo”, frisou Tonegawa, prémio Nobel da Medicina em 1987.

Já existem compostos químicos capazes de inibir a actividade da PAK, algo que poderá ser útil no desenvolvimento de fármacos para tratar a SXF, acrescentou o mesmo especialista.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Monsters & Critics, The Boston Globe, Manual Merck, Associação Portuguesa da Síndrome do X frágil.

FIL recebe segunda edição do Salão Internacional de Saúde e Bem-Estar

A segunda edição da Viver Saúde, Salão Internacional de Saúde e Bem-Estar, está agendada para os dias 28 a 30 de Setembro, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), apresentando desde logo algumas novidades.

À semelhança do que já tinha acontecido no ano passado, na primeira edição da Viver Saúde, também este ano existirá uma área dedicada à Beleza e Bem-Estar.

Mas as novidades passam pela criação de dois novos espaços, o Parafarma, integrado na área da Beleza e Bem-Estar, com exposição dos laboratórios e empresas de Dermocosmética e o Fórum Med, dedicado à Medicina , cujo acesso será restrito a profissionais, onde estarão expostos produtos, serviços, equipamentos e software.

O certame vai abordar temas como a importância de novos estilos de vida, mais saudáveis, equilibrados e cuidados, mas também a prevenção, novas formas de tratamento e sessões de esclarecimento.

De forma a dinamizar e promover eventos paralelos ao certame, nomeadamente workshops, seminários e formação profissional, será criada uma Comissão Consultiva para cada área.

Inês de Matos

Fonte: JASFarma

Estudo Norte Americano revela

Diabetes ataca maioritariamente jovens de raça branca

Um novo estudo divulgado hoje pelo Journal of the American Medical Association (JAMA), revela que a diabetes tem maior incidência em jovens de raça branca, não hispânicos, do que nos jovens dos restantes grupos étnicos dos Estados Unidos.

O estudo contou com 2.435 pacientes com idades inferiores a 20 anos, a quem a doença foi diagnosticada entre 2002 e 2003, recrutados em dez pontos distintos dos EUA, que cobriram uma população de mais de 10 milhões de pessoas.

Os resultados mostram que em todos os grupos étnicos a diabetes do tipo 1 é a mais comum em crianças com idade inferior a 10 anos, sendo também o tipo mais comum nos jovens de raça branca, onde a taxa de incidência aumenta com a idade, variando de 18.6 por cento em crianças com menos de 4 anos, a 32.9 por cento na faixa etária do 10 aos 14 anos.

Os resultados mostram que em todos os grupos étnicos a diabetes do tipo 1 é a mais comum em crianças com idade inferior a 10 anos, sendo também o tipo mais comum nos jovens de raça caucasiana. Neste grupo, a taxa de incidência de diabetes tipo 1 aumenta com a idade, variando de 18.6 por cento, em crianças com idade inferior a 4 anos, a 32.9 por cento na faixa etária dos 10 aos 14 anos.

De acordo com Dana Dabelea, do centro de ciências da saúde da Universidade do Colorado, Denver, “a elevada taxa de diabetes do tipo 1 em crianças caucasianas reflecte uma maior susceptibilidade genética à auto-imunidade”.

Os investigadores acreditam que, tal como acontece com a diabetes do tipo 2, também a diabetes do tipo 1 pode ser motivada pela obesidade, o que, segundo Dabelea, pode justificar as disparidades entre os principais grupos étnicos existentes nos EUA.

A obesidade é mesmo um dos principais factores de risco da diabetes. Até há pouco tempo os casos diagnosticados de diabetes do tipo 2 eram raros, com maior incidência em adolescentes de grupos étnicos minoritários. No entanto, a situação tem-se vindo a inverter e a obesidade é já o segundo maior factor de risco, só ultrapassada pela transmissão de mãe para filho, durante a gravidez.

A diabetes precisa ainda de mais e melhor investigação, garante Rebecca B. Lipton, da Universidade de Chicago, sendo necessário proceder a “uma aproximação coordenada, de forma a analisar a diabetes na infância”. “Somente então a sociedade pode responder eficazmente ao crescente desafio do diabetes na juventude,” conclui a médica.

A diabetes precisa ainda de mais e melhor investigação, garante Rebecca B. Lipton, da Universidade de Chicago, sendo necessário proceder a “uma abordagem coordenada, de forma a analisar a diabetes na infância”. “Somente então, a sociedade pode responder eficazmente ao crescente desafio da diabetes na juventude,” conclui a médica.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

Roche lança OPA sobre a Ventana

A farmacêutica suíça Roche lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Ventana Medical Systems, uma empresa de testes de diagnóstico de cancro. A proposta, que ascende aos 2,23 mil milhões de euros (três mil milhões de dólares norte-americanos), é mais um trunfo para acrescentar aos muitos que colocam a Roche na liderança mundial dos medicamentos anti-cancerígenos.

A contrapartida de 55,7 euros (75 dólares) em dinheiro, oferecidos por cada acção da empresa norte-americana especializada em histopatologia, representa um prémio de 44 por cento face ao seu valor de fecho na sessão de sexta-feira da bolsa de Nasdaq, que era de 38,57 euros (51,95 dólares), e 55 por cento acima da média da cotação destes títulos nos últimos três meses.

Entre os principais objectivos traçados pela Roche para este ano encontram-se a concretização de quatro aquisições na área do diagnóstico, permitindo-lhe alargar a sua oferta de equipamentos e consolidar o primeiro lugar entre os competidores na área de sistemas de diagnóstico in-vitro e terapias oncológica.

A OPA gerou alguma controvérsia no seio da Ventana que já tinha bloqueado as tentativas da Roche para chegar a acordo numa possível fusão. Apesar das hostilidades, o presidente da farmacêutica, Franz Humer, já afirmou estar disponível para estabelecer um “diálogo construtivo” para permitir que o negócio possa estar fechado até ao fim do ano.

"Acreditamos que a nossa proposta pela Ventana representa uma oportunidade única para ambas as empresas e para os seus accionistas. A Ventana será um complemento excepcional para o grupo Roche e acreditamos que somos o melhor parceiro estratégico para capitalizar o potencial da Ventana ", salientou ainda o responsável no documento emitido pela empresa.

Marta Bilro

Fonte: Diário Económico, Jornal de Negócios, Dinheiro Digital.

Esquece-se de tomar medicamentos?

Chip medicinal em fase de estudo foi bem sucedido em cães

Um aparelho para ser implantado no corpo humano, cujo objectivo é administrar medicamentos, está a ser testado por investigadores norte-americanos da MicroCHIPS, Inc., em Massachusetts.

Trata-se de um chip medicinal que pode ser pré-carregado com medicamentos até 100 doses e, segundo os cientistas, foi bem sucedido nos testes feitos em cães.

O aparelho - programado via wireless - poderá chegar ao mercado daqui a cinco anos, tendo sido concebido, também, para ajudar a administrar fármacos que são menos eficazes quando tomados por via oral.

Raquel Pacheco

Fonte: Nature Biotechnology/Microchips Press Release

Guarda recebe conferência sobre “Cirurgia no Século XXI”

A cidade da Guarda recebe na sexta-feira (29 de Junho), às 9h45, a conferência “Cirurgia no Século XXI”, uma iniciativa integrada no III Ciclo de Conferências “Saúde Sem Fronteiras”, que decorrerá na sala de sessões da Assembleia Municipal.

O encontro, contará com as intervenções de Francisco Castro e Sousa, catedrático de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e presidente do Conselho Directivo da mesma Faculdade, e de Jacinto Garcia, titular de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de Salamanca e cirurgião no Hospital Universitário.

Haverá ainda lugar para a apresentação de trabalhos dos alunos da Escola Superior de Saúde e de Internos de Medicina do Hospital Sousa Martins.

A coordenação científica do evento é da responsabilidade de Manuel Santos Rosa, professor da Faculdade de Medicina de Coimbra, e de José Paz Bouza, da Faculdade de Medicina da Universidade de Salamanca, e é reconhecido como “Curso de Formação Contínua” pela Universidade de Salamanca.

O projecto “Saúde Sem Fronteiras” nasceu de uma organização conjunta do Centro de Estudos Ibéricos, Ordem dos Médicos, Ordem dos Enfermeiros, Escola Superior de Saúde da Guarda, Associação Nacional de Farmácias e Ordem dos Farmacêuticos.

Os detalhes informativos sobre este ciclo de conferências estão disponíveis no portal do Centro de Estudos Ibéricos, www.cei.pt.

Marta Bilro

Fonte: Diário da Guarda

Mesa Redonda na FIL

Nos dias 12 e 13 de Julho decorrerá no centro de Congressos da FIL, em Lisboa, uma mesa redonda intitulada "Health Strategies in Europe", no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).

A iniciativa pretende definir um enquadramento de referência para o desenvolvimento de uma estratégia de saúde na Europa e identificar estratégias e meios que garantam desenvolvimento estratégicos. Para além disso pretende-se discutir mecanismos de coordenação que garantam desenvolvimentos estratégicos, na Europa, baseados na evidência científica.

Para saber mais sobre o evento e o programa consulte : http://www.acs.min-saude.pt

Liliana Duarte


Fontes: Portal da Sáude

Seminário "Ambiente e Saúde"

No dia 29 decorre no Instituto Nacional de Saúde Dr.Ricardo Jorge, Lisboa o último seminário de investigação de 2007, dedicado ao tema "Ambiente e Saúde"

Com este seminário pretende-se dar a conhecer os resultados das actividades de investigação cientifica, realizadas por Paula Alvito, do Centro de Segurança Alimentar e Nutrição.

No seminário será ainda apresentado o modelo de digestão in vitro na avaliação da bioacessibilidade da Patulina.

Para mais informações consulte o sitio : http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/a+saude+em+portugal/investigacao+e+desenvolvimento/seminarios+2007.htm



Liliana Duarte
Fonte: Portal da Saúde

UE aprova nova fórmula de Cialis

A Eli Lilly garantiu aprovação da Comissão Europeia para a comercialização da fórmula de toma diária do Cialis (tadalafil), um fármaco para tratar a disfunção eréctil. A nova dosagem permitirá que um homem impotente esteja sempre preparado para ter relações sexuais.

A farmacêutica norte-americana pretende lançar o medicamento nalguns mercados europeus durante o segundo semestre deste ano e expandir-se a toda a Europa em 2008, foi hoje avançado num comunicado da empresa. Este parecer favorável vai permitir que a Eli Lilly distancie a sua terapia de disfunção eréctil da do seu competidor directo, o Viagra, comercializado pela Pfizer, uma vez que, anteriormente, ambos os fármacos tinham que ser tomados sempre que era necessário, com alguma antecipação.

As vendas mundiais de Cialis renderam, em 2006, cerca de 725 milhões de euros, colocando o medicamento do segundo lugar da tabela dos mais vendidos, logo atrás do Viagra. O fármaco, disponível em mais de 100 países, permite que os homens mantenham relações sexuais até 36 horas após a toma do comprimido, comparativamente às 4 horas conferidas pela toma do Viagra.

A nova fórmula desenvolvida pela Eli Lilly, que deverá ser tomada continuamente, em doses mais reduzidas, mas com mais frequência, pretende eliminar a necessidade de planear com antecedência um possível encontro sexual.

Marta Bilro

Fonte: First World, Bloomberg, Indianapolis Business Journal.

Reportagem

Aspartame, um benefício artificial?

Estudo relaciona o adoçante à incidência de cancro


Um estudo que analisou a utilização de aspartame, um edulcorante artificial de baixo valor energético, voltou a levantar suspeitas acerca desta substância ao revelar que os ratos, aos quais esta foi administrada de forma regular, demonstraram riscos acrescidos de desenvolver leucemia, linfomas e cancro da mama.

O aspartame é utilizado em vários alimentos, bebidas e medicamentos em mais de 100 países. A sua utilização foi, primeiramente, aprovada pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA) em 1981 para misturas em pó e edulcorantes de mesa de baixo valor energético. Em 1996, foi aprovado o seu uso em todos os alimentos e bebidas.

A investigação, conduzida pela Fundação Europeia Ramazzini de Oncologia e Ciências do Ambiente, em Itália, revelou que quando a exposição ao edulcorante começa durante a vida fetal, os potenciais efeitos cancerígenos aumentam. Os ratos foram expostos ao aspartame em níveis superiores e inferiores à dose diária máxima recomendada. Este estudo coloca “sérias questões acerca da segurança do aspartame”, afirmou Mike Jacobson, director-executivo do Centro para as Ciências de Interesse Público, uma entidade responsável pela fiscalização da saúde pública sedeada em Washington.

“Com base nos dados científicos, acreditamos que o aspartame deve ser evitado tanto quanto possível, especialmente por grávidas e crianças”, salienttou Morando Soffritti, o principal responsável pela investigação publicada no “Environmental Health Perspectives”, uma publicação com apoio governamental. Por sua vez, Michael Herndon, um porta-voz da FDA, afirmou que “nesta altura, a FDA não vê motivos para alterar as suas conclusões anteriores que indicam que o aspartame é seguro enquanto adoçante para os alimentos”.

Nos Estados Unidos da América, a dose diária recomendada de aspartame situa-se nos 50 miligramas por cada quilo do peso do corpo, enquanto que na Europa se fica pelas 40 miligramas por cada quilo do peso corporal. É uma quantidade muito elevada, alertam os especialistas, já que, numa pessoa com 68 quilos, equivale a 18 latas de refrigerante dietético por dia. Numa criança com 22 quilos, aproxima-se das seis latas diárias. Para além disso, a presença do aspartame não se fica só pelos refrigerantes. Está também na composição dos iogurtes, sobremesas dietéticas, pastilhas e medicamentos. Nesse sentido, é provável que a ingestão diária de aspartame seja muitas vezes subestimada, alerta Soffrittini.

Ao nível do consumo mundial, o edulcorante artificial representa 62 por cento do valor do mercado de adoçantes, e deverá estar presente em seis mil produtos em todo o mundo, incluindo bebidas gaseificadas, doces, adoçantes de mesa e alguns produtos farmacêuticos, tais como vitaminas e xaropes para a tosse sem adição de açúcar.

Os procedimentos da investigação

Para concretizar este estudo a equipa de investigadores separou as fêmeas grávidas em três grupos. Um dos grupos foi alimentado com uma dose elevada de aspartame (100mg/kg de peso corporal), o segundo foi alimentado com uma dose inferior (20 mg/kg de peso corporal) e o terceiro não recebeu qualquer adoçante na alimentação.

O processo teve início no 12º dia de gravidez e as mães foram mortas depois de desmamarem. Por sua vez, as crias, que receberam a mesma alimentação que as mães, viveram até falecerem por causas naturais e foram posteriormente examinadas à procura de cancro e doenças. No total foram analisados 400 ratos. Os cientistas observaram a pele, a gordura, as glândulas mamárias, o cérebro, as glândulas pituitárias e as glândulas salivares.

No final, os investigadores descobriram um aumento, estatisticamente relevante, dos tumores malignos, nos ratos que foram alimentados com o edulcorante artificial. O grupo de fêmeas alimentadas com a dose mais elevada de aspartame revelou uma percentagem de aumento dos tumores de 15 por cento, enquanto que no grupo alimentado com a dose mais reduzida o aumento dos linfomas e leucemias não se revelou significativo em ambos os sexos, nem o cancro da mama nas fémeas.

Face às conclusões, Soffrittini sublinhou que é necessário “reconsiderar urgentemente” as regulações governamentais sobre o uso de aspartame enquanto edulcorante artificial. Um estudo de 2005 tinha já alertado para os perigos de ingestão desta substância e para e existência de uma co-relação entre o aumento da incidência de linfomas e leucemias nas fêmeas de ratos e as doses de aspartame ingeridas. Na altura, Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar considerou que não existia ainda fundamento para recomendar alterações nas dietas dos consumidores, no que se referia ao aspartame, mas prometeu analisar a informação.

Marta Bilro

Fonte: Food Navigator, Journal Sentinel, Associação Portuguesa de Dietistas.

Medicamentos fora das farmácias: APED considera “processo exemplar”

Quota de venda situa-se nos 5%

“Apesar dos muitos cenários catastróficos, a venda de medicamentos sem receita médica nos espaços comerciais foi um processo exemplar”, afirmou, hoje, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).

Em defesa da sua tese, o presidente da APED argumentou que, “no primeiro trimestre deste ano, a quota de vendas de medicamentos sem receita médica fora das farmácias se situa já nos 5 por cento das vendas totais de medicamentos que, por ano, chegam aos 250 milhões de euros.”

Na opinião de Luís Vieira e Silva, “os medicamentos sem receita médica continuam a ser uma aposta e são um mercado crescente para a empresas de distribuição”, considerando que “as pessoas não passaram a comprar medicamentos exageradamente.”

Face os receios que espoletaram na altura, do início da sua comercialização, afirmou, convicto: “Nada se passou de grave.”

O responsável da APED elogiou, ainda, o recente anúncio do alargamento da lista de medicamentos sem receita médica, ou seja, que também poderão ser comercializados fora das farmácias: “É um trabalho crescente que só beneficia o consumidor, por ter mais espaços de venda e horários mais alargados” considerou.

Raquel Pacheco

Fonte: AF

Congresso Saúde e Sexo divulga programação

O programa do Congresso Saúde e Sexo, que terá lugar no Porto, durante os dias 21 e 22 de Setembro, já está concluído. Entre os principais assuntos em debate no primeiro dia destacam-se o sexo na sociedade, o negócio do sexo e os prazeres. Para o final deste dia e início do segundo estão agendados vários workshops e será debatida a temática das expressões sexuais e a química do sexo.

No quadro de especialistas presente para o tema de abertura do congresso – Sexo na Sociedade – vão comparecer Machado Caetano, António Palha, Mário de Sousa e Ana Maria Moreira. Cada um dos especialistas abordará um subtema que vai desde a educação para a sexualidade à reprodução medicamente assistida.

Para falar sobre o “Negócio do Sexo” foram convidados António Rui Leal, que irá abordar a “Prostituição nas Ruas do Porto”; Alexandra Oliveira que irá centrar-se na temática da “Prostituição, Casas de Alterne e de Striptease em Portugal”; e Jorge Martins que se debruçará sobre o tema “Prostituição e Redes de Tráfico de Mulheres”.

A discussão em torno dos “Prazeres” fica a cargo de Júlio Machado Vaz, Manuel Esteves, Mota Cardoso e Isabel Freire. “(A)normal vs. Patológico” é o assunto que marca o início do segundo dia de congresso e conta com a participação de Afonso Albuquerque, Pinto da Costa, Manuela Brito e Rui Xavier Vieira. As “Expressões Sexuais” são um assunto que ficará sob a responsabilidade de Daniel Sampaio, Fancisco Allen Gomes, João Décio Ferreira e Iris Monteiro. Para encerrar o encontro, estará em cima da mesa a “Química do Sexo” num debate com a participação de António Santinho Martins, Serafim Guimarães, Pedro Nobre e Avelino Fraga.

O painel de Workshops ainda não está encerrado sendo que, até ao momento, se encontram confirmados o de “Educação Sexual”, orientado por Vítor Ferreira; “Mitos na Sexualidade” com Joana Almeida; “Sexualidade e Deficiência Mental” a cargo de Sara Moreira; e “Transexualidade” que terá uma abordagem médica, endócrina e cirúrgica proferida por um especialista de cada área.

Os interessados poderão inscrever-se nos Workshops e obter mais informações sobre o congresso através do endereço csaudeesexo.blogspot.com/.

Marta Bilro

Fonte: Press, csaudeesexo.blogspot.com/.

Dapagliflozin mostra resultados positivos em teste de fase II

A Bristol-Myers Squibb e a AstraZeneca estão a trabalhar num novo fármaco para a diabetes, cujos resultados dos testes em fase inicial demonstraram que a substância, o dapagliflozin, permite controlar os níveis de açúcar no sangue em diabéticos do tipo 2 e parece ser segura. As conclusões da investigação foram apresentadas durante a reunião anual da Associação Americana de Diabetes.

O novo composto pertence à nova classe dos inibidores de glucose SGLT2 e revelou benefícios quando administrado sozinho ou associado a outro medicamento. Num comunicado emitido, as empresas referem que durante os ensaios clínicos não foram detectados efeitos secundários sérios.

De acordo com Bernard Komoroski, investigador da farmacêutica norte-americana Bristol-Myers Squibb, o medicamento gere os níveis de açúcar no sangue controlando a forma como o açúcar é processado nos rins, o que traz benefícios para os diabéticos que sofrem de flutuações perigosas nos níveis de açúcar no sangue. Estas substâncias controlam o nível de açúcar no sangue ajudando os rins a eliminar a glicose do organismo.

No estudo de fase II, que envolveu a participação de 74 pacientes durante duas semanas, o dapagliflozin diminuiu o açúcar no sangue em maior quantidade do que um placebo. David Albaugh, porta-voz da britânica AstraZeneca, salientou que ainda este ano deverão surgir novas descobertas sobre o fármaco a partir de estudos de maiores dimensões.

O dapagliflozin e outras substâncias similares, que estão a ser testadas pela Sanofi Aventis e pela GlaxoSmithKline, competem actualmente pela entrada no mercado, de forma a tornarem-se no primeiro fármaco inibidor da glucose SGLT2 a receber aprovação. O medicamento, que deverá receber parecer positivo em 2010, poderá gerar cerca de 223 milhões de euros por ano, previu Roopesh Patelm analista da USB Investment Research.

Marta Bilro

Fonte: First World, Bloomberg, CNN Money, Hemscott.

FDA fiscaliza produção de suplementos dietéticos

A indústria norte-americana de suplementos dietéticos passa a estar sujeita ao cumprimento de práticas de produção que pretendem garantir que as vitaminas, medicamentos herbais e outros produtos são rotulados correctamente, cumprem padrões de qualidade e não contêm impurezas ou contaminantes.

A decisão foi anunciada pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drug Administration - FDA) e teve origem na descoberta do último ano, segundo a qual alguns compostos medicinais destinados à disfunção eréctil foram detectados em suplementos não autorizados. “Esta regulação ajuda a assegurar a qualidade dos suplementos dietéticos para que os consumidores possam estar confiantes de que os produtos que compram contêm o que está descrito no rótulo”, explicou Andrew C. von Eschenbach, representante da FDA.

As novas regulamentações incluem todas as etapas da vida do produto, desde a sua produção, ao processo de embalamento e rotulagem até ao armazenamento. O produto final será analisado e as queixas dos consumidores serão registadas e analisadas. As novas regras abrangem ainda o manuseamento e criação de novas plantas. Para além disso, todas as situações adversas relacionadas com suplementos dietéticos terão de ser transmitidas à FDA.

A União de Consumidores aplaudiu a iniciativa mas refere que esta “ainda não garante que os suplementos sejam seguros e eficazes antes de entrarem no mercado”. Janell Mayo Duncan, representante da União de Consumidores afirma que “esta nova regra requer que os produtores de suplementos dietéticos cumpram os procedimentos para garantir que os seus produtos contêm o tipo e quantidade de ingredientes descritos no rótulo. No entanto, os consumidores não fazem ideia se tal produto funciona ou se é perigoso”.

Para restringir as infracções a FDA pode ainda pedir aos produtores para removerem um ingrediente ou para rever os rótulos e, em casos mais sérios, poderá apreender o produto, apresentar uma queixa em tribunal ou procurando responsabilização criminal. Porém, a agência não tem qualquer poder de regular a publicidade aos suplementos dietéticos. A nova regulação será introduzida gradualmente ao longo de três anos e terá início a 24 de Agosto para os pequenos produtores. Os fabricantes de larga escala têm até Junho de 2008 para cumprir o estabelecido.

Marta Bilro

Fonte: AHN, Med News

Médico descobriu o vírus da sida em 1983
Luc Montaigner no congresso da ESEI em Lisboa



O investigador francês Luc Montaigner, que em 1983, num trabalho conjunto com o norte-americano Robert Gallo, se notabilizou pela descoberta do vírus da sida, vai deslocar-se a Lisboa no final do mês de Setembro, para participar no primeiro dia de trabalhos do VI Congresso da Sociedade Europeia para Infecções Emergentes. No encontro, agendado para o Hotel Tivoli Tejo, deverão marcar presença mais de 200 destacados especialistas internacionais naquela matéria.

Luc Montaigner, médico e actual director do departamento de Sida e Retrovírus do Instituto Pasteur de Paris, membro da Academia das Ciências e de Medicina e da Unesco, será o primeiro orador do evento, depois de o director do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, José Pereira Miguel, discursar na sessão de abertura. Luc Montaigner usará da palavra durante cerca de uma hora numa conferência que intitulou de «Nano elements from pathogenic micro-organisms».
O encontro arranca a 30 de Setembro e prolonga-se até 3 de Outubro, devendo ter na assistência médicos, veterinários, biólogos, farmacêuticos e investigadores. Os interessados em fazer comunicações poderão submeter os seus trabalhos até ao próximo dia 15, bastando para isso contactar a organização. Qualquer informação adicional poderá ser obtida através do site
http://www.esei2007.com/. Fundada em 1997, a ESEI é uma organização sem fins lucrativos que tem como objectivo constituir um fórum europeu para investigação científica e troca de dados na área das infecções emergentes entre investigadores europeus nas vertentes de Saúde Humana e Veterinária.

Carla Teixeira
Fonte: Ciência.pt, ESEI

REPORTAGEM

Indústria farmacêutica privilegia males comuns em países ricos
Doenças negligenciadas sem tratamento


As chamadas doenças negligenciadas, como a doença de Chagas, a leishmaniose, a doença do sono e a malária, afectam milhares de pessoas em todo o mundo, mas colhem um interesse marginal junto da indústria farmacêutica, cuja investigação se concentra essencialmente no desenvolvimento de fármacos para as doenças mais comuns nos países do primeiro mundo. A DNDi nasceu precisamente para vencer essa tendência, trabalhando na pesquisa de medicamentos novos e acessíveis às pessoas afectadas por estas patologias.

O combate às doenças globais como cancro, doenças cardiovasculares, mentais e neurológicas, mais comuns nos países desenvolvidos onde se concentra a grande fatia do tecido industrial ligado à investigação farmacêutica e ao desenvolvimento de medicamentos, monopolizam a atenção dos especialistas, enquanto há outras patologias, convencionalmente designadas como doenças negligenciadas, em que o interesse das empresas é pouco significativo, para não dizer quase nulo. É o que acontece com a doença de Chagas, a leishmaniose, a doença do sono e a malária, cujos afectados são quase sempre pessoas pobres e de países do terceiro mundo – os dos países ricos representam uma franja muito pequena, que contrai malária em viagens ou na sequência de outros problemas de saúde, como a tuberculose –, que normalmente não têm poder de compra que justifique, aos olhos das empresas farmacêuticas, a estimulação daquele mercado.
A doença de Chagas e a leishmaniose, por outro lado, afectam somente países em desenvolvimento, onde a esmagadora maioria da população não dispõe de meios para a compra de fármacos, pelo que acaba por ficar de fora da zona de cobertura do mercado farmacêutico e dos interesses da investigação naquela área. Na figura, o rectângulo acinzentado representa a parcela do mercado farmacêutico mundial relativa aos produtos voltados para especificidades que não são eminentemente do foro médico, como a celulite, a calvície, as rugas, as dietas, o stress e as questões de adaptação a diferentes fusos horários, mas que, apesar disso, constituem um segmento de mercado altamente lucrativo nos países ricos.
Na sua intervenção no terreno, remonta a 1971 a percepção, por parte das equipas da organização internacional de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteiras, de que a investigação de medicamentos para as doenças tropicais evolui a um ritmo muito inferior à dos outros sectores, pelo que, nos países em vias de desenvolvimento, já nessa altura era evidente uma discrepância que resultava numa premente falta de tratamentos eficazes, acessíveis e adaptados às necessidades das populações que eram injusta e impiedosamente afectadas pelas doenças negligenciadas. Os MSF, antevendo a estagnação daquele tipo de pesquisas – nos últimos 25 anos apenas um por cento do total de medicamentos desenvolvidos à escala mundial pretendeu tratar as chamadas doenças tropicais –, e percebendo que os médicos têm hoje de seguir terapias antigas, cada vez mais ineficazes devido à resistência crescente às soluções farmacológicas de há 40 anos, tomaram uma atitude.

Nobel à investigação
Galardoada com o Prémio Nobel da Paz, a organização humanitária decidiu usar a quantia recebida no estudo das necessidades médicas dos pacientes que sofriam de doenças negligenciadas, tendo para isso reunido uma equipa de especialistas internacionais, que de imediato se debruçaram sobre aquela problemática. O Grupo de Trabalho de Medicamentos para Doenças Negligenciadas, como foi designado, concentrou-se na identificação da crise no tratamento daqueles doentes e na busca de estratégias inovadoras para garantir o desenvolvimento de novos medicamentos que lhes fossem úteis, e em 2001, no culminar desse esforço, propôs a criação de uma entidade independente e sem fins lucrativos destinada a desenvolver novos fármacos ou formulações de medicamentos existentes para pacientes de doenças negligenciadas.
Era assim lançado o embrião da DNDi, sigla em inglês para Drugs for Neglected Diseases initiative (Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas), que viria a ser oficialmente implantada no dia 3 de Julho de 2003, com sede na Suíça e intervenção a nível planetário, preenchendo as lacunas existentes na investigação e no desenvolvimento de novos produtos farmacológicos. Contando com parcerias com entidades como os Médicos sem Fronteiras, a brasileira Fundação Oswaldo Cruz, o Conselho Indiano de Pesquisa Médica, o Ministério da Saúde da Malásia, o Instituto de Pesquisa Médica do Quénia, o Pasteur de França e o Banco Mundial, a DNDi coordena a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos em colaboração com a comunidade científica internacional e com a indústria farmacêutica.

Carla Teixeira
Fonte: DNDi, Organização Mundial de Saúde

Projecto Google adsense

Lema vencedor: Ao clicar já está a ajudar! - Carla Teixeira

Texto vencedor: Sempre que clicar está a contribuir para fazer a diferença

Gosta de ajudar, mas às vezes não sabe bem como e o tempo também não é muito? Pensa que só a sua ajuda não vai fazer a diferença e que por isso não vale a pena? E se à sua ajuda se juntarem muitas mais?

As novas tecnologias, a facilidade de acesso à informação e a globalização também podem ser utilizadas para fazer a diferença junto daqueles que precisam de mais apoio do que aquele providenciado pelas autoridades competentes. O cidadão comum também pode contribuir, sem ter despesas e sem disponibilizar muito tempo.

Agora pode ajudar várias associações sem sair de casa e em apenas alguns minutos. Quando acede ao farmacia.com.pt pode contribuir para várias causas com um simples clique.

O Portal da Farmácia e do Medicamento está a apostar numa iniciativa para ajudar várias associações de doentes através dos lucros provenientes da publicidade do Google AdSense. O farmacia.com.pt irá entregar às associações metade dos lucros resultantes dos cliques nos anúncios que aparecem no final das notícias.

O Google AdSense exibe anúncios relacionados com o conteúdo do site, de modo a que sejam úteis e relevantes para os leitores, e sempre que os visitantes clicam nesses anúncios, o farmacia.com.pt recebe dinheiro que irá partilhar com associações que necessitam de apoio para prosseguir o seu trabalho na ajuda de pessoas com problemas de saúde.

Ajudar assim é simples, sem custos e só precisa de uns minutos.

A iniciativa começa agora em Julho e metade dos lucros irá para a Raríssimas, a primeira associação a ser apoiada.

Associe-se ao farmacia.com.pt e seja parceiro nesta iniciativa de solidariedade social.

Isabel Marques

Tabaco custou 434 milhões de euros em cuidados de saúde em 2005

O Infarmed divulgou que se estima que o tabaco tenha sido responsável por custos de cerca de 434 milhões de euros em internamentos hospitalares, medicamentos, consultas e exames, em 2005.

De acordo com um estudo realizado por investigadores da Universidade Católica Portuguesa e da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, os internamentos causados pelo tabagismo custaram 126 milhões de euros, uma quantia que se junta aos mais de 308 milhões gastos em medicamentos, consultas e meios complementares de diagnóstico. Segundo o estudo, estima-se que o tabaco foi ainda responsável por 12 por cento das mortes registadas no país em 2005, alertando também para a diminuição do número de pessoas que nunca fumaram.

Se os fumadores portugueses tivessem deixado o vício, poder
ia ter-se poupado cerca de 144 milhões de euros, dos quais 64 milhões em internamentos e 80 milhões em cuidados ambulatórios.

O vício do tabaco foi responsável por 146 mil anos de vida perdidos, no que se refere a perdas de saúde, que têm em conta não só a morte prematura, mas também os níveis de incapacidade. Destes, 51 mil poderiam ter sido recuperados caso os fumadores portugueses tivessem deixado de fumar. No total, deixar o tabaco levaria a uma redução de 5,8% nas taxas de mortalidade no nosso país. Os casos de cancro nos lábios, cavidade oral e faringe, por exemplo, diminuiriam para metade nos homens portugueses, se estes deixassem de fumar, o mesmo sucedendo com o cancro da traqueia, pulmões e brônquios, cuja ocorrência apresentaria uma diminuição de 45%.

Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), actualmente, um em cada dez adultos morre devido ao fumo, prevendo-se que, caso a situação actual se mantiver, em 2020, o tabaco terá sido responsável pela morte anual de 10 milhões de pessoas. Das cerca de 650 milhões de pessoas que presentemente fumam em todo o mundo, metade acabará por morrer vítima do tabaco.

Segundo dados de 2005, em Portugal, uma em cada cinco pessoas fuma, sendo 31 por cento homens e 10,3 por cento mulheres. De acordo com o Eurobarómetro, divulgado no mês passado, cerca de metade dos fumadores portugueses quer deixar de fumar, mas só um em cada três é que realmente tenta .

Um dos professores responsáveis pelo estudo, Miguel Gouveia, sublinhou que, apesar de tudo, se registou uma ligeira redução do número de pessoas que fuma habitualmente, contudo essa diminuição tem sido feita de uma forma contraditória, já que o tabagismo tem reduzido nos homens e aumentado nas mulheres.

Isabel Marques

Diário Digital, TSF Online, SicOnline

MIT investiga enzima que provoca Síndrome de X Frágil

Estudo revela que a inibição da enzima p21 (PAK) no cérebro pode ser uma boa terapia no tratamento da Síndrome de X Frágil (SXF), causador do ao autismo, anunciaram investigadores do Picower Institute for Learning and Memory do Massachusetts Institute of Technology (MIT).

A enzima p21 controla o número, o tamanho e a forma das conexões entre os neurónios no cérebro. A investigação feita em ratos com mutação genética do cromossoma X revelou a paragem da actividade da enzima inverteu a estrutura de conexões neuronais.

Esta descoberta e a medicação já existente podem possibilitar o desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento de SXF.

O professor de biologia e neurociência do MIT, Susumu Tonegawa, disse ainda que a inibição da actividade de p21 foi feita apenas algumas semanas depois dos sintomas da patologia terem surgido o que leva a crer que há possibilidade de reverter o SXF mesmo depois de diagnosticado.

O Síndrome de X Frágil é uma doença genética que provoca atraso mental e dificuldades de aprendizagem. A patologia é também associada a um conjunto de características físicas e neuro-psicológicas que afectam as pessoas suas portadoras de variadas maneiras. Os rapazes (80%) apresentam um défice cognitivo grande, nas raparigas os valores descem para 33 a 50%. Problemas emocionais e comportamentais são comuns a ambos os sexos. O SXF é hereditário.

O trabalho vai ser publicado na versão online de Proceedings of the National Academy of Sciences e foi apoiado pela FRAXA Foundation, a Simons Foundation, a Wellcome Trust e National Institutes of Health.

Sara Pelicano

Fontes: MIT, Associação Portuguesa da Síndrome do X frágil e The National Fragil X Foundation

EMEA emite opinião positiva relativamente ao Atriance

A Agência Europeia do Medicamento (EMEA) emitiu um parecer favorável recomendando que a comercialização do Atriance (nelarabina solução para infusão), da GlaxoSmithKline, seja aprovada para o tratamento de pacientes com Leucemia Linfoblástica Aguda de células T (LLA-T) e Linfoma Linfoblástico das células T (LBL-T) que sofreram uma recaída, ou que foram refractários a, pelo menos, dois tratamentos de quimioterapia anteriores.

A Leucemia Linfoblástica Aguda de células T (LLA-T) e Linfoma Linfoblástico das células T (LBL-T) são formas raras e difíceis de tratar da Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) e do Linfoma Linfoblástico (LBL). Existem só algumas centenas de casos de reincidência de LLA-T por ano na Europa. Os pacientes com LLA-T e LBL-T tendem a ter um prognóstico pior do que pacientes com doença de células B. Sendo assim, há poucas opções de tratamento para aqueles pacientes que são refractários, ou sofreram recaídas a seguir a, pelo menos, dois tratamentos de quimioterapia. A nelarabina é um progresso para este grupo de pacientes, uma vez que poderá oferecer a alguns pacientes a oportunidade de avançar para um tratamento potencialmente curativo, tal como o transplante de células estaminais.

Foi conduzida a fase II do estudo em pacientes adultos com LLA-T e LBL-T reincidentes ou refractários para avaliar a eficácia e segurança da nelarabina. 40 pacientes foram inscritos, tendo 39 pacientes recebido pelo menos uma dose de nelarabina. Um subgrupo de 28 pacientes em 39, teve recaídas ou foram refractários, a seguir a dois ou mais tratamentos anteriores de quimioterapia. Seis pacientes (21%) apresentaram uma resposta completa, com ou sem restauração dos níveis normais de células no sangue e um paciente deste grupo prosseguiu para o transplante de células estaminais. No geral, foi registada uma média de sobrevivência de 20 semanas.

A fase II do estudo também avaliou 153 pacientes pediátricos (com menos de 21 anos) com LLA-T e LBL-T reincidentes ou refractários, com o mesmo propósito de avaliar a eficácia e segurança da nelarabina. Um subgrupo de 84 pacientes foi tratado com uma dose de 650mg/m2 durante cinco dias, e 39 desses pacientes tiveram recaídas ou foram refractários, a seguir a dois ou mais tratamentos anteriores de quimioterapia. 23 por cento desses 39 pacientes apresentou uma resposta completa com ou sem restauração dos níveis normais de células do sangue, e quatro desses pacientes avançaram para um transplante de células estaminais.

A nelarabina quando administrada por via intravenosa é convertida em ara G e depois na sua forma activa, ara GTP. A acumulação de ara GTP nas células leva à inibição da síntese do ADN, que resulta na morte programada das células.

O fármaco recebeu o estatuto de medicamento órfão na Europa, em Junho de 2005, assim como nos Estados Unidos, em Dezembro de 2003, onde foi aprovado em Outubro de 2005 e é comercializado como Arranon. A nelarabina será agora ponderada para aprovação final para comercialização por parte da Comissão Europeia.

Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) e Linfoma Linfoblástico (LBL)

A LLA é um cancro das células brancas do sangue, as células que normalmente combatem as infecções. É uma doença rara e difícil de tratar que é mais comum nas crianças e progride rapidamente na ausência de uma terapia eficaz. A LLA é o tipo de cancro mais comum nas crianças, representando 23 por cento dos cancros diagnosticados em crianças com menos de 15 anos. A LLA -T representa a minoria da população que tem LLA e tem um prognóstico particularmente fraco depois de uma reincidência.

A LBL é um tipo do Linfoma de Não-Hodgkin, um cancro do sistema linfático, que ocorrre mais frequentemente em crianças do que em adultos. Os pacientes com LBL–T representam um subgrupo destas pessoas.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, GlaxoSmithKline, Bloomberg

Campanha de vacinação contra a pólio abrange crianças de três países africanos

Foi lançada hoje na Namíbia uma campanha de vacinação contra o vírus da poliomielite, destinada à imunização das crianças entre os zero e os cinco anos, de três países africanos, Angola, República Democrática do Congo e Namíbia.

A sincronização da campanha de vacinação, deve-se ao facto de estes três países africanos registarem elevadas taxas de infecção com o vírus da poliomielite, frequente na região, devendo as crianças ser vacinadas em simultâneo.

Entre quarta e sexta-feira, irá decorrer a primeira das duas fases que compõe a campanha, estando prevista a vacinação de 5,7 milhões de crianças de Angola e 300.000 da Namíbia.

No Congo deverão ser vacinadas apenas as crianças das regiões fronteiriças com Angola, nomeadamente Baixo Congo, Cassai Ocidental e Catanga, não sendo portanto adiantado o número de crianças a vacinar.

No caso de Angola, depois de três anos consecutivos em que não foram registados casos de infecção com poliomielite, foram este ano identificadas duas crianças com a doença, enquanto que a Namíbia registou em Maio do ano passado 19 casos, essencialmente adultos, depois de dez anos sem quaisquer registos.

O vice-ministro da Saúde angolano, José Van-Dúnen, mostrou-se satisfeito com o bom funcionamento do sistema de vigilância epidemiológico do pais, uma vez que permitiu “detectar a existência destes casos".

"É impossível interromper a circulação do vírus da pólio, devido ao grande movimento das populações entre as várias províncias e para os países vizinhos, onde o vírus continua a circular", lamenta o dirigente angolano.

A circulação do vírus continua a ser permitida devido às deficientes condições de saneamento básico, ao qual grande parte da população angolana não tem acesso, o que aliado ao debilitado estado nutricional das crianças, impede a eficiência da vacina.

José Van-Dúnen, admite que “a nossa vacinação de rotina tem níveis que não nos permite proteger as nossas crianças como desejaríamos, por isso estamos primeiro a aumentar o acesso à água potável e a melhorar o saneamento, e a fazer esforços para aumentar significativamente as coberturas de vacinação de rotina”.

Na Namíbia, tal como em Angola, os casos registados encontram-se em bairros suburbanos, derivados de condições deficitárias de higiene e alimentação.

Para o ministro da Saúde e Serviços Sociais da Namíbia, Richard Nchabi Kamwi, a tarefa de eliminar o vírus da poliomielite do continente africano será árdua, devendo passar não só pela vacinação das crianças de áreas afectadas, mas também pela imunização de todas as crianças dos países que nunca conseguiram interromper a transmissão do vírus.

"Estou convencido que nós podemos fazer com que a região da África Austral fique livre do vírus da pólio brevemente, o que deveria acontecer em todo o continente e no mundo", disse o governante.

O vírus da poliomielite é altamente contagioso e tem maior incidências nas crianças menores de cinco anos, causando paralisia permanente numa em cada 200 infecções, das quais entre cinco a dez por cento morrem.

A Nigéria poderá vir a ser o principal responsável pela expansão do vírus selvagem da poliomielite, uma vez que este ainda é um país endémico.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Infarmed ordena recolha do Diamicron


Gliclazida: genérico administrado para diabetes
A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) ordenou a recolha de todas as embalagens de 60 comprimidos (80mg) do medicamento Diamicron (Gliclazida) por colocarem em risco a saúde pública.

“Foi ordenada a recolha de todas as embalagens do lote n.º 49221, validade: 09/2007 do medicamento Diamicron (Gliclazida) 80 mg/ embalagem de 60 comprimidos, com registo de Autorização de Introdução no Mercado (AIM) n.º 8391318”, alertou, ontem, o Infarmed.

No comunicado emitido com carácter de “muito urgente”, Hélder Mota Filipe, membro do conselho directivo do Infarmed, justifica que a retirada do fármaco advém das análises realizadas na Direcção de Comprovação de Qualidade do Infarmed, onde “foram detectados resultados fora das especificações no que respeita ao ensaio de dissolução.”

A firma Servier Portugal - Especialidades Farmacêuticas, Lda. é a titular de AIM do medicamento. O Gliclazida 80 mg (genérico do Diamicron, do laboratório Servier) é utilizado no tratamento de diabetes em não- insulinodependentes, obesos e idosos.

Raquel Pacheco
Fonte: Infarmed

Anti-depresivos inimigos dos ossos

A ingestão de anti-depressivos pode conduzir ao enfraquecimento dos ossos, aumentando o risco de osteoporose em pessoas idosas. A conclusão resulta de dois estudos elaborados por especialistas norte-americanos publicados na edição de 25 de Junho do “Archives of Internal Medicine”.

A investigação centrou-se numa das classes de anti-depressivos, denominados inibidores selectivos da reabsorção de serotonina (SSRIs na sigla inglesa), medicamentos ingeridos por milhões de pessoas, muitas delas idosas. Nesta categoria inserem-se, por exemplo, o Prozac (Fluoxetina) da farmacêutica Eli Lilly e o Seroxat (Paroxetina) comercializado pelo laboratório britânico GlaxoSmithKline. Os estudos são ainda preliminares, advertem os autores, não devendo, por isso, influenciar a alteração da medicação dos pacientes. “No entanto, considero que a nossa descoberta sugere que esta área precisa de ser mais investigada”, salientou Susan Diem, responsável por um dos estudos.

A equipa liderada por Susan Diem, da Universidade do Minnesota, avaliou 2.722 mulheres, com uma média de idades de 78 anos, 198 das quais tomavam SSRIs. As que ingeriram os anti-depressivos registaram uma diminuição da densidade na anca de 0,82 por cento por ano, comparativamente a uma redução anual de 0,47 por cento entre as mulheres que não tomam os fármacos.

No segundo estudo, conduzido por Elizabeth Haney da Universidade de Ciências e Saúde de Oregon, em Portland, foram analisados 5.995 homens, com uma média de idades de 74 anos, entre os quais 160 que utilizavam SSRIs. Os investigadores detectaram uma diminuição da densidade da anca 3,9 por cento inferior à dos homens que não tomaram quaisquer anti-depressivos ou que ingeriram outro tipo de medicamentos para a depressão. A equipa de cientistas comparou também doentes que utilizavam de anti-depressivos tricíclicos ou trazodone com pacientes que não tomavam qualquer anti-depressivo. A análise não revelou efeitos aparentes na densidade da anca ou na espinha dorsal.


Os anti-depressivos SSRI inibem uma proteína responsável pelo transporte da serotonina, um mensageiro químico que tem influência no sono e no humor. A presença dessa mesma proteína foi detectada nos ossos, aumentando a possibilidade desses fármacos influírem no fortalecimento dos mesmos e conduzirem à osteoporose, referem os investigadores.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Forbes, Channel 4.


Toyama e Roche criam fármaco para artrite reumatóide

T- 5224 é um fármaco que inibe inflamações e bloqueia os sintomas de artrite reumatóide, como a destruição óssea progressiva. As farmacêuticas Toyama Chemical e Roche assinaram um acordo para continuar a investigar e desenvolver o medicamento.

«Este novo fármaco oral vai juntar-se à gama de produtos desenvolvidos pela Roche na área da inflamação e artrite reumatóide. O T-5224 teve resultados prometedores nos primeiros ensaios clínicos feitos», afirmou o director de desenvolvimento farmacêutico da Roche, Jean-Jacques Garaud.

A artrite reumatóide é uma doença inflamatória, na qual há alterações dos tecidos conjuntivos do corpo. Esta patologia tem origem numa inflamação proliferativa crónica da membrana sinovial e atinge sobretudo mulheres na fase adulta (jovem) e pós-menopáusicas.


Nos termos do acordo, a empresa japonesa cede à Roche os direitos exclusivos para investigar, desenvolver e vender o T-5224 em todo o mundo, excepto no Japão, onde a Toyama Chemical mantém direitos exclusivos.

Sara Pelicano

Fontes: Roche, Pm Farma, Saúde e Segurança e Portal da Saúde