quinta-feira, 28 de junho de 2007

Nanomedicina é a nova era

Maior laboratório ibérico de nanotecnologia abre em Portugal em 2009

Um exército de robôs com proporções microscópicas entram pelo corpo e atacam células cancerígenas, destroem bactérias e vírus, inserem medicamentos em células específicas, desobstruem artérias e realizam cirurgias minimamente invasivas – em tempos foi ficção, hoje, são dados passos dado rumo à realidade.

A nanomedicina é a nova era da medicina. Consiste em usar nanopartículas, nanorobôs e outros elementos em escala nanométrica para curar, diagnosticar ou prevenir doenças.
A utilização da medicina em escala nanométrica (nanoescala) é uma alternativa de tratamento e diagnóstico que, segundo vaticinam os especialistas, será uma realidade “entranhada” dentro de 10 a 15 anos.

No entanto, nos últimos anos, a nanociência e a nanotecnologia têm atraído a atenção de investigadores e cientistas em todo o mundo. São vários os casos de nanorobôs médicos programáveis que têm sido propostos para uso terapêutico, aplicações gerontológicas, pesquisas farmacêuticas e diagnósticos clínicos.

Fazer de Braga uma potência à escala global

José Rivas Rey da Universidade de Santiago de Compostela será o presidente do novo Laboratório Internacional e Ibérico de Nanotecnologia (INL nas siglas em Inglês) que vai nascer em Braga. O centro de investigação deverá entrar em funcionamento pleno em 2009.

De acordo com o investigador, a aposta passa pela “excelência”, sublinhando que o processo de recrutamento procurará atrair “os melhores do mundo” de modo a transformar o laboratório ibérico numa “potência no campo da nanotecnologia à escala global.”

Para isso, Rey garantiu que vai orientar-se pelo princípio de “excelência”, anunciando ainda outras apostas: “Reforçar a boa colaboração científica actualmente existente entre Portugal e Espanha, estimular a criação de empresas de base tecnológica e atrair o investimento privado.”

Segundo o futuro presidente do Laboratório Internacional e Ibérico de Nanotecnologia, a área de intervenção do centro de investigação de Braga incidirá na nanomedicina, ambiente, controlo de qualidade alimentar e nanoelectrónica.

No sentido de se envolverem no projecto, diversos institutos universitários e centros de investigação ibero-americanos e asiáticos, juntamente com centros espanhóis e portugueses, estão já a estabelecer contactos.
O laboratório ibérico está ficará sediado na área, actualmente, ocupada pela Bracalândia.

Raquel Pacheco

Fonte: Tecnet/CiênciaHoje/Nanomedicine.com/Médicos na Internet

Brasil na vanguarda dos nanofármacos

Primeiro produto nanotecnológico chega ao mercado em dois anos
Na área de nanofármacos ou nanotecnológica farmacêutica, nanobiotecnologia e biologia molecular, o Brasil é o país que tem as investigações em estágio mais acelerado. O primeiro produto brasileiro nanotecnológico para a saúde deverá chegar ao mercado em dois anos - um anestésico para pequenas cirurgias na pele.

A inovação - desenvolvida pela Incrementha em parceria com as cientistas Sílvia Guterres e Adriana Pohlmann, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - está numa nanocápsula biodegradável que transporta o medicamento para regiões específicas. "Com o veículo nanotecnológico, o anestésico penetra e concentra-se apenas nas terminações nervosas da pele, evitando ser absorvido pela circulação sanguínea e diminuindo, assim, as hipóteses dos efeitos colaterais", explicaram.

De acordo com Henry Suzuki, director técnico da Incrementha (empresa responsável pelo produto) “a nanotecnologia está no controlo da absorção e da liberação do princípio activo”, revelando - sobre o produto em causa – que “apesar de os testes clínicos ainda não terem começado, o desenvolvimento tecnológico do nanofármaco está concluído. O produto em escala comercial deverá chegar ao mercado em menos de dois anos.”

Entre os benefícios do nanofármaco, o responsável apontou a diminuição da dose recomendada e o aumento da potência do princípio activo e do tempo de duração do efeito terapêutico.

Realçando que um dos objectivos da Incrementha é “desenvolver plataformas tecnológicas que possam servir como veículo-padrão para o transporte de outros medicamentos”, Henry Suzuky sublinhou que vencidas as “barreiras tecnológicas” deste primeiro produto, “vamos abrir caminho para outros que possam se beneficiar da nanotecnologia.”


Nanotecnologia
Recentemente, no Brasil, o Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq na sigla brasileira) deu um importante passo para acelerar o desenvolvimento das investigações nesta área. Induziu uma iniciativa nacional em Nanociências e Nanotecnologias, com a criação de redes cooperantes - com informações disponíveis no site http://www.cnpq.br/ - que abordam problemas relacionados à nanotecnologia molecular.

O programa brasileiro em nanociência e nanotecnologia, em fase de implantação pelo CNPq, já é devidamente reconhecido, internacionalmente, facilitando o intercâmbio e a troca de informações entre cientistas.

Raquel Pacheco

Fontes: BBC/BiotechBrasil/Cnpq/Terra.com

Assembleia da República aprova nova lei do tabaco

A nova lei do tabaco foi hoje aprovada em votação final na Assembleia da República com os votos favoráveis do PS, PSD, PCP, Verdes e um deputado do CDS-PP. Os votos contra foram apenas cinco e o Bloco de Esquerda, bem como a maioria da bancada parlamentar do CDS-PP, optaram pela abstenção.

Dos cinco deputados que votaram contra a aprovação da nova lei do tabaco, três pertencem à bancada social democrata, nomeadamente, António Carlos Monteiro, Mota Soares e João Rebelo. Além dos deputados sociais democratas, também os dois deputados do Movimento Partido da Terra (MPT), eleitos nas listas do PSD, Quartin Graça e Carloto Marques, votaram contra a aprovação da lei.

Apesar da abstenção registada na bancada do partido popular, que se registou inclusive no voto do líder, Paulo Portas, o partido permitiu a liberdade do voto, o que levou o deputado José Paulo de Carvalho a votar de forma favorável.

Os socialistas Vítor Baptista e Manuel Mota anunciaram de imediato que entregariam as respectivas declarações de voto por escrito, isto apesar do voto favorável apresentados pela bancada do PS.

A lei agora aprovada acaba por ser menos proibitiva do que inicialmente se previa, pois prevê coimas máximas de 750 euros para fumadores transgressores, em vez dos mil euros previstos no diploma inicial do governo, e dá aos proprietários dos estabelecimentos mais pequenos a opção de permitir ou não o consumo de tabaco.

Os proprietários têm a liberdade de escolha, mas os que optem por permitir o consumo de tabaco nos seus estabelecimentos, terão de arranjar forma de garantir a qualidade do ar. Na mesma linha seguem os estabelecimentos com mais de 100 metros quadrados, que continuam a manter a obrigatoriedade de proibir o consumo de tabaco, ainda que possam criar uma área para fumadores, desde que não ultrapasse os 30 por cento da área total.

Maria de Belém, deputada socialista e presidente da Comissão de Saúde, considera que o diploma traduz “uma lei equilibrada”, que possibilita que “quem nunca fumou não fique com vontade de começar a fumar e que quem já fuma tenha vontade de deixar de fumar”.

Na perspectiva social democrata, “de uma solução proibicionista, inconsequente, radical e abrupta (...) evoluiu-se para uma solução em que se garante espaços públicos livres de fumo, mas que salvaguarda em determinadas condições o direito de escolha e o princípio da responsabilidade”.

O deputado democrata cristão Hélder Amaral considera a aprovação da lei um “sinal positivo”, ainda que não tenham sido ponderados os direitos dos fumadores, relembrando que as multas previstas para quem fumar em locais proibidos são muito superiores às do consumo de drogas. “Não é proibido fumar e a nicotina não é uma substância ilícita”, notou Hélder Amaral.

Da parte do Bloco de Esquerda fica um “sentimento de frustração”. João Semedo, deputado esquerdista considerou que se “facilitou onde não se devia facilitar e proibiu-se o que não vale a pena proibir”.

Apesar das criticas, a nova lei do tabaco foi mesmo aprovada e o diploma legal deverá entrar em vigor a 1 de Janeiro de 2008.



Inês de Matos

Fonte: Lusa e Sol

Risco de transmissão de esclerose múltipla é igual em pais e mães

Os homens e mulheres que sofrem de esclerose múltipla têm probabilidades iguais de transmitir a doença aos filhos, revela um estudo do Neurology, o jornal Sociedade Americana de Neurologia, e que contraria uma investigação recente que alegava que o risco da doença ser transmitida através do pai era duas vezes superior.

A equipa de especialistas analisou 3.088 famílias canadianas nas quais um dos pais era portador de esclerose múltipla. Das 8.401 crianças inseridas nessas famílias, 798 sofriam de esclerose múltipla. Os cientistas observaram que os números de transmissão da doença eram muito semelhantes, com 9,41 por cento para o pai e 9,76 por cento para a mãe. “Curiosamente, observámos também que quando meios-irmãos são ambos portadores de esclerose múltipla, há claramente um maior efeito maternal, com a mãe a ser tendencialmente a progenitora comum”, frisou George Ebers, professor de neurologia clínica na Universidade de Oxford.

Os investigadores não encontraram qualquer evidência que apoiasse a teoria recentemente divulgada de que os homens eram mais resistentes à esclerose múltipla por comportarem uma carga genética mais pesada sendo, por isso, mais aptos à transmissão do risco genético aos filhos. “O nosso estudo envolveu 16 vezes mais pessoas do que o anteriormente publicado e desfaz possíveis dúvidas acerca da teoria amplamente divulgada do modelo de susceptibilidade à hereditariedade de esclerose múltipla através dos genes múltiplos”, afirmou Ebers.

Segundo dados da Associação Nacional de Esclerose Múltipla (ANEM), a doença afecta mais de um milhão de pessoas em todo o mundo. Os estudos epidemiológicos apontam para a existência de 450 mil pessoas com esclerose múltipla só na Europa, sendo a incidência maior nos países nórdicos. Estima-se que o número de doentes em Portugal se aproxime dos cinco mil.

De acordo com a ANEM, a esclerose múltipla é uma doença inflamatória crónica, desmielinizante e degenerativa, do sistema nervoso central que interfere com a capacidade do mesmo em controlar funções como a visão, a locomoção, e o equilíbrio. Denomina-se esclerose pelo facto de, em resultado da doença, se formar um tecido parecido com uma cicatriz, que endurece, formando uma placa em algumas áreas do cérebro e medula espinal. Denomina-se múltipla, porque várias áreas dispersas do cérebro e medula espinal são afectadas. Os sintomas podem ser leves ou severos, e aparecem e desaparecem, total ou parcialmente, de maneira imprevisível.

Para além de um programa de exercícios e ginástica muscular, os medicamentos são também imprescindíveis, nomeadamente os relaxantes musculares, pois permitem reduzir a tensão dos músculos e melhorar os movimentos. São também utilizados imunomoduladores, como os interferões-beta ou o acetato de glatiramero, que actuam no sistema imunitário. O Grupo de Estudos de Esclerose Múltipla (GEEM) refere que «o Estado português gasta anualmente pelo menos cerca de 35 milhões de euros» a tratar esses doentes, à razão de dez mil euros por cada um.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, CTV.ca, Reuters, Associação Nacional de Esclerose Múltipla.

DECO dá nota negativa aos seguros de saúde vendidos em Portugal

Na sua edição de Junho, a revista Dinheiro & Direitos, da associação de defesa do consumidor (DECO), publica um estudo onde conclui que os seguros de saúde à venda em Portugal não têm qualidade, depois de ter analisado 88 planos de saúde privados.

O estudo aponta diversos factores que diminuem substancialmente a qualidade dos seguros, nomeadamente o elevado número de exclusões, os limites de idade, os períodos de carência alargados e a duração anual dos contratos. De acordo com a revista, todos estes pontos deixam o consumidor desprotegido, podendo “ficar sem protecção na altura em que provavelmente mais precisa”.

Os seguros de saúde privados têm cativado os portugueses, no entanto, “o aumento da oferta nos últimos anos e a criação de planos mais acessíveis à bolsa dos portugueses não tem sido acompanhado de uma melhoria da qualidade das apólices”.

Um dos principais pontos apontados pela Dinheiro & Direitos é a duração do contrato, já que “como são renovados anualmente, a seguradora pode pôr fim ao contrato se o cliente começar a dar muita despesa, por exemplo, devido a uma doença prolongada”, alegando que “os seguros deveriam tornar-se vitalícios após três ou quatro anos de vigência”.

Contudo, para além da duração do contrato, são apontados também problemas na cobertura dos seguros, uma vez que existem diversas excepções, pois a maioria das apólices não paga despesas relacionadas com doenças psiquiátricas, tuberculose e hepatite, transplante de órgãos, hemodiálise, sida e hérnias, fisioterapia e tratamentos de obesidade e infertilidade.

Por outro lado, os seguros de saúde deixam de lado os idosos, muitas vezes os mais carentes, já que a extinção automática do seguro acontece aos 65 ou 70 anos. Deste modo, a DECO considera a situação “inaceitável”, pois os seguros apenas beneficiam os jovens em perfeitas condições de saúde e “de pouco ou nada servem a quem deles realmente precisa”.

A Dinheiro & Direitos denuncia que a situação já dura há quase uma década e meia, existindo uma total falta de vontade e inércia por parte das autoridades fiscalizadoras.

As conclusões do estudo foram enviadas para o Instituto de Seguros de Portugal (ISP), grupos parlamentares com assento na Assembleia da República e Secretaria de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, uma vez que a DECO pretende ver alterada a lei que propicia a situação, obrigando as seguradoras a criar produtos que realmente protejam os consumidores

Apesar da fraca qualidade, a DECO admite que os seguros privados são sempre uma alternativa ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente em situações dispendiosas como internamentos e partos ou simplesmente para consultas de especialidade. Segundo a DECO, as apólices da Açoreana, Allianz, Axa, Império Bonança, Médis e Victoria são aquelas que apresentam melhor relação qualidade/preço.

Inês de Matos

Fonte: Agência Financeira
Medinfar mantém apoio à desportista
Elisabete Jacinto trocou Trifene 200 por Oleoban

Ao cabo de mais de 10 anos de ligação ao Trifene 200, Elisabete Jacinto tem nova imagem, desta feita associada à marca Oleoban, uma gama de produtos de higiene diária da Medinfar. A equipa da desportista veste agora de azul, o mesmo tom das embalagens do novo patrocinador, e também a imagem do camião que conduz foi alterada, num trabalho de design da Brand & Advise.

A gama de produtos Oleoban está há mais de 20 anos no mercado, e em Outubro a piloto nacional assumirá o estatuto de rosto da marca, numa campanha que visa alavanca o processo de comunicação da Oleoban junto do público, segundo disse ao jornal «Meios & Publicidade» Edite Santos, group product manager da Medinfar Mulher, área específica focalizada no feminino e criada pela firma farmacêutica que além do Trifene 200 e da Oleoban inclui a marca Clearblue (testes de gravidez) e o serviço Cytothera (criopreservação das células estaminais do cordão umbilical).

Carla Teixeira
Fonte: Medinfar, Meios e Publicidade

Cervarix protege contra lesões pré-cancerígenas

O Carvarix, vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), que deverá ser lançada pela GlaxoSmithKline até ao final do ano corrente, revelou 100 por cento de eficácia na prevenção antecipada de lesões cancerígenas, em resultados preliminares de um ensaio clínico de Fase III. Os resultados podem representar uma ameaça para o Gradasil, vacina produzida pela Sanofi Pasteur MSD que já se encontra disponível do mercado, mas que oferece protecção apenas contra os tipos 16 e 18 do HPV.

O vírus do papiloma humano é responsável pelo aparecimento de 99 por cento dos casos de cancro do colo do útero, que em Portugal tem maior incidência do que em todos os outros países da Europa. Os dados do estudo, publicado no jornal “Lancet”, demonstram também que o Carvarix fornece protecção significativa contra infecções aliadas a vírus capazes de provocar cancro. O cancro cervical, ou cancro do colo do útero, é causado por vários tipos de HPV que se desenvolvem através do contacto sexual. A persistência de infecções provocadas por este vírus pode conduzir ao desenvolvimento de lesões pré-cancerígenas, que por sua vez podem gerar o aparecimento do cancro cervical, o segundo mais frequente entre todas as mulheres e o mais comum entre as mulheres mais jovens.

“A descoberta é muito aliciante porque as mulheres que participaram no estudo são representativas das pacientes analisadas pelos médicos no seu dia-a-dia”, salientou Jorma Paavonent, o principal responsável pela investigação e professor do departamento de ginecologia e obstetrícia no Hospital Central da Universidade de Helsinquia, na Finlândia. Para além disso, acrescentou o especialista, “isto fornece fortes indícios de que esta vacina pode proteger as mulheres contra as infecções que se podem gerar um cancro cervical”.

Os tipos 16 e 18 do vírus do papiloma humano são os principais alvos do Carvarix, que representam cerca de 70 por cento dos casos de cancro do colo do útero. Esta última fase de ensaios envolve 18.644 mulheres, com idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos, oriundas de 14 países da Europa, Ásia e Pacífico, América do Norte e América Latina. De acordo com a farmacêutica britânica este é o ensaio clínico mais amplo realizado até à data, no que diz respeito à vacina do cancro cervical.

De acordo com os resultados temporários, o Carvarix deu provas de conferir uma protecção eficaz contra infecções persistentes caudas pelos tipos 45, 31 e 52 do HPV, que contribuem igualmente para o aparecimento do cancro do colo do útero. No entanto, um comentário adicional que acompanha a publicação do estudo, sublinha que apesar dos dados serem animadores, as suas interpretações são limitadas, dado o curto período de tempo que decorreu após o ensaio clínico, que em média costuma demorar 15 meses.

Por norma, são necessários vários anos para que células normais do cérvix (colo uterino) se transformem em células cancerígenas. O Cervarix, que aguarda aprovação das autoridades reguladoras norte-americanas e europeias, obteve, em Maio, a sua primeira licença de comercialização na Austrália, onde a sua utilização foi recomendada em mulheres com idades compreendidas entre os 10 e os 45 anos.

Marta Bilro

Fonte: The Australian, CNN Money, United Press International, Manual Merck.

Genzyme prossegue com aquisição da Bioenvision

A Genzyme, uma das empresas que lidera o mercado mundial de biotecnologia, anunciou que a moção jurídica que pretendia atrasar o processo de aquisição da Bioenvision foi retirada voluntariamente depois das duas empresas terem revelado mais informações.

A Genzyme, que efectuou uma proposta de aquisição da Bioenvision que ascende aos 256 milhões de euros, não revelou quem interpôs o processo em tribunal para impedir a transacção, mas mostrou-se confiante que o negócio possa ser concretizado no dia 2 de Julho. A proposta foi avançada no dia 29 de Maio e com ela a Genzyme pretende obter acesso total ao Evoltra (Clofarabina), um fármaco da Bioenvision utilizado no tratamento da leucemia.

“Estamos muito satisfeitos com esta acção e estamos confiantes que em breve estaremos em posição de encerrar a transacção”, afirmou Mark Enyedy, presidente da Genzyme Oncology, uma das unidades da Genzyme. “Muitos dos accionistas já ofereceram os seus títulos e estamos ansiosos que outros façam o mesmo dentro dos próximos dias”, acrescentou o mesmo responsável.

Por sua vez, a SCO Capital Partners, que detém uma fatia de 13,4 por cento na empresa, reafirmou que irá rejeitar a oferta da Genzyme, que corresponde a cerca de 4,16 euros por acção, por considerar que o valor é demasiado baixo.

As acções da Genzyme registaram uma subida de 0,92 euros, ou 1,9 por cento, para os 48,98 euros na bolsa de Nasdaq. Os títulos da Bioenvision mantiveram-se inalterados nos 4,16 euros.

Marta Bilro

Fonte: First World, Bloomberg, CNBC, Boston Business Journal.

Proposta de lei inflama mercado farmacêutico nos EUA

O Comité de Saúde, Educação, Trabalho e Pensões do Senado dos Estados Unidos da América ratificou uma proposta de lei que permitirá à Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA) aprovar versões biológicas de medicamentos, também denominados como biogenéricos. A medida não agrada às empresas de biotecnologia e também não satisfaz todas as exigências das produtoras de genéricos.

As empresas de biotecnologia, que se opõem à ideia, alegam que os seus produtos são demasiados difíceis de copiar sem incorrer no risco de provocar vários efeitos secundários. A medida confere à FDA uma larga margem de manobra para determinar que tipos de testes serão necessários para aprovar um biogenérico.

De acordo com a medida, as empresas produtoras de genéricos que procurem autorização para comercializar biogenéricos têm que fornecer à FDA dados analíticos e, pelo menos, um ensaio clínico que demonstre que a segurança e eficácia do produto se equiparam às do fármaco original. Ainda assim o requerimento pode ser recusado pela autoridade reguladora norte-americana. Para além disso, os produtores de genéricos estão obrigados a esperar 12 anos após um medicamento de marca ter entrado no mercado antes de submeter uma aprovação para comercializar uma versão biogenérica.

A presidente e directora executiva da Associação Farmacêutica de Genéricos (GPhA na sigla inglesa), Kathleen Jaeger, aplaudiu a medida apesar de considerar que algumas das componentes da proposta são “arbitrárias e excessivas”. “Continuamos a opor-nos aos 12 anos de exclusividade de mercado que esta legislação garante às empresas de biotecnologia”, salientou a responsável, por considerar que esse factor atrasa o acesso à competição sustentável e à escolha dos consumidores.

As previsões dos analistas indicam que o Herceptin (Trastuzumab), da Genentech, e o Epogen (Darbepoetina alfa) da Amgen, comercializado em Portugal com a designação Aranesp, deverão ser os primeiros fármacos biotecnológicos a ser produzidos pelas empresas de genéricos. Megan Peace, porta-voz da norte-americana Genentech, afirmou que a empresa não “acredita que os doentes tenham que se submeter a maiores riscos ou incertezas inerentes à utilização de um semelhante”.

Marta Bilro

Fonte: First World, Bloomberg, GPhA, Market Watch.

Células estaminais em foco em Portugal

Biocant Park recebe especialistas mundiais nos próximo dias 9 e 10

O Biocant Park, em Cantanhede, receberá nos dias 9 e 10 de Julho, alguns dos maiores especialistas mundiais na área das Células Estaminais e da Biotecnologia. A missão deste encontro é debater os últimos contributos da investigação na área para a saúde humana.

Numa altura em que a empresa Crioestaminal anunciou a realização do primeiro transplante em Portugal com células estaminais do sangue do cordão umbilical criopreservadas num banco privado português, Portugal vai ser palco de uma reunião científica nesta matéria. Intitula-se «Stem Cells in Health Biotechnology», e é uma iniciativa conjunta da Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular (SPCE-TC), da Crioestaminal e da Associação Portuguesa de Bioindústrias (APBio).

Segundo apurou o FARMACIA.COM.PT, no primeiro painel do encontro – que decorre entre as 9h00 e as 18h00 do dia 10 - serão abordados temas como a aplicação de células estaminais na medicina regenerativa; a clonagem terapêutica; as células estaminais neuronais e as aplicações clínicas presentes e futuras dos vários tipos de células estaminais existentes.

No segundo painel, vão estar também em cima da mesa as mais recentes estratégias de engenharia de tecidos e medicina regenerativa, a expansão das células estaminais e a importância crescente das que se encontram no sangue do cordão umbilical.

De acordo com comunicado do Biocant Park, a visão europeia do papel destas células na Biotecnologia e na Saúde será exposta pela representante da Associação Europeia de Bioindústrias (EuropaBio).

Gonçalo Castelo-Branco do Karolinska Institute (Suécia), Lino Ferreira do Massachusetts Institute of Technology (EUA), Alexandra Capela, do Stem Cells Inc., (EUA), João Ramalho Santos do Centro de Neurociências de Coimbra, Rui Reis, do SPCE-TC (Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular) e Joaquim Cabral do Instituto Superior Técnico são alguns dos nomes dos especialistas portugueses participantes.

A nota revela ainda que, entre os investigadores estrangeiros estão: Stephen Minger, Massachusetts Institute of Technology (EUA), Mark Furth, Wake Forest Institute of Regenerative Medicine (EUA), Christian Breyman, University Hospital of Zurich, (Suíça) e Stefanie Pingitzer da EuropaBio.

Biocant Park
O Biocant é um centro de investigação e desenvolvimento aplicado em Ciências da Vida com o objectivo de criar produtos e serviços inovadores em biotecnologia.
Recorde-se que, o Biocant apresentou-se, este mês, em Colónia (Alemanha), como um dos primeiros centros de biotecnologia no Mundo que implementou Cadernos de Laboratório Electrónicos.

Raquel Pacheco

Fonte: Biocant Park/SPCE-TC

Desperdício nas farmácias aumentou 22%

Ministério da Saúde não tem dados sobre hospitais


O desperdício dos medicamentos vendidos nas farmácias aumentou mais de 22 por cento em 2006, face ao ano anterior. Quanto aos fármacos desperdiçados nos hospitais, o Ministério da Saúde, admite que possam existir, mas não dispõe de quaisquer dados.

Fonte do gabinete do ministro da Saúde, Correia de Campos, confirmou hoje, ao FARMACIA.COM.PT - a notícia avançada pela TSF - de que o ministério não dispõe de qualquer relatório que contabilize o desperdício de fármacos nos hospitais. “Admitimos a existência”, afirmou, alegando que “muitos dos medicamentos fornecidos nos hospitais não são tomados na íntegra.”

Em 2006, foram recolhidas 576 toneladas de resíduos de embalagens e medicamentos fora de prazo, o que correspondeu a um aumento de 22,3 por cento face a 2005. Os dados foram divulgados pela Valormed - empresa de recolha e gestão de resíduos de embalagens e medicamentos.

Raquel Pacheco

Fonte: Ministério da Saúde/TSF/Valormed

Semelhanças entre células estaminais humanas e de ratos podem conduzir a tratamento de doenças

Duas equipas independentes de investigadores britânicos descobriram semelhanças entre um determinado tipo de células estaminais em embriões de ratos e células estaminais embrionárias humanas. Os cientistas acreditam que poderão utilizar as células para pesquisar as causas de doenças humanas. Outra das vantagens é a possibilidade de produzir mais facilmente tecido para pesquisas e, um dia, substituir os tecidos danificados em doentes de Alzheimer, Parkinson e na diabetes.

Segundo explicou Roger Pedersen, do grupo de pesquisa de Cambridge, as novas células estaminais embrionárias dos roedores poderão fornecer um modelo útil para futuramente perceber as células estaminais humanas que ainda representam uma “ligação desconhecida” entre as células estaminais embrionárias humanas e as dos ratos. Estudos anteriores tinham demonstrado que apenas células retiradas dos embriões dos ratos, antes de serem implantadas no útero, poderiam produzir células estaminais embrionárias com potencial para se transformarem em qualquer célula.

No entanto, o estudo conduzido por Richard Gardner, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, revelou que as células do epiblasto, um tecido que se desenvolve depois do embrião estar no útero, têm propriedades que são tão poderosas quanto a pré-implantação de células estaminais embrionárias. Para além disso, as suas propriedades são mais semelhantes às células estaminais embrionárias humanas do que as células estaminais embrionárias dos ratos pré-implantadas.

“A principal vantagem é que agora temos um outro modelo no qual podemos analisar os mecanismos de suporte relacionados com as células estaminais para perceber as diferenças”, afirmou Paul Sanberg, professor de neurocirurgia e director do Centro de Envelhecimento e Reparação Cerebral em Tampa, da Universidade do Sul da Flórida. “Não é um estudo orientado clinicamente, mas pode ser utilizado para pesquisas mais importantes”, salientou.

Os estudos, publicados na revista “Nature”, fornecem aos cientistas a possibilidade de desenvolverem modelos de ratos mais valiosos enquanto ferramentas de investigação. Os especialistas da Universidade de Cambridge e Oxford acreditam que o segredo pode estar no “timing”: eles colheram as células dos embriões dos ratos dois dias depois do que é habitual os investigadores fazerem.

As células embrionárias são pluripotentes, o que significa que têm capacidade para virtualmente se desenvolverem e transformarem em qualquer célula do corpo. Os investigadores estão confiantes de que estas células possam conduzir a tratamentos ou curas para doenças como a diabetes, falha hepática, lesão na medula espinal, enfarte, doença de Alzheimer e doenças cardiovasculares.

Marta Bilro

Fonte: Medical News, Science News, Xinhua.

Torneio de Golfe organizado pela Associação Laço

A Associação Laço promove, no próximo dia 29, o 7º Laço Golf Challenge, um torneio que terá lugar na Quinta da Marinha Oitavos Golfe, patrocinado este ano pela Tranquilidade.

O torneio pretende reunir 72 jogadores, figuras públicas e amantes do golfe em torno de uma causa, a luta contra o cancro da mama.
Entre os convidados estão o deputado europeu João de Deus Pinheiro, o guarda-redes do Sporting Ricardo, o social-democrata Manuel Dias Loureiro, os embaixadores dos Estados Unidos e os Embaixadores da Suiça,

Este ano o torneio conta com algumas novidades. Uma delas é a partida shotgun às 14h30m com cocktail e jantar logo a seguir.
Haverá também um sorteio, que acontecerá durante o jantar com prémios variados, desde viagens, estadias, jantares, equipamentos e vinhos.

As receitas do evento serão utilizadas para apoiar a luta contra o cancro da mama em Portugal que é o cancro com maior taxa de incidência em no nosso país.
No ano passado, a Laço angariou mais de €350.000 para apoiar vários projectos: optimização do rastreio em famílias portuguesas com Síndrome Hereditário de Cancro da Mama; obras de Expansão da Unidade de Aferição do Rastreio do Cancro da Mama – LPCC (NRN) no Porto e digitalização das Unidades de Aferição do Rastreio do Cancro da Mama – LPCC (NRC) em Coimbra e LPCC (NRS) em Lisboa.

Liliana Duarte

Fonte: JASFarma

Seminário «Prevenir a obesidade infantil. Sem mitos»

O “Meu 1.º Festival” é o primeiro festival dirigido a crianças e realiza-se entre os dias 28 e 1 de Julho, no Parque dos Poetas, em Oeiras.

Neste espaço vão decorrer concertos com diversas personagens que as crianças adoram, tais como o Noddy, Ruça e Leopoldina.

Diversas actividades ao ar livre e seminários orientados por especialistas de diversas áreas estão no programa do festival. No dia 30 a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) e a Lilly Portugal realizam o Seminário “Prevenir a Obesidade Infantil. Sem Mitos.”A partir das 11h00, o Director Clínico da APDP, Dr. José Manuel Boavida e a Nutricionista da APDP, Dra. Maria João Afonso, vão abordar este tema e desmistificar algumas questões relacionadas com a alimentação e a obesidade infantil, associadas também à diabetes.

Este tema preocupa todos, uma vez que a obesidade infantil tem aumentado de ano para ano, provocando também outras doenças, como é o caso do diabetes tipo 2.Portugal é o país europeu que se encontra numa das posições mais desfavoráveis, ao apresentar mais de metade da população com excesso de peso, ao registar uma maior prevalência de obesidade infantil e de diabetes.

Para saber mais sobre o festival consulte o sitio http://www.meu1festival.com/

Liliana Duarte

Fonte: JASFarma

Banana ajuda a combater depressão

Um estudo realizado por cientistas das Filipinas, do Instituto de Pesquisa de Alimento e Nutrição, detectou que a ingestão de duas ou três bananas por dia ajuda a combater a depressão, devido a uma substância altamente presente neste fruto.
A substância designada de trytophan é um anti depressivo natural da fruta, que pode manter os níveis normais de serotonina (a serotonina é um neurotransmissor, isto é, uma molécula envolvida na comunicação entre as células do cérebro), no organismo.
A banana possui ainda altos níveis de vitamina A, C, K e B6, que quando se encontra em défice pode provocar insónia, fraqueza e irritabilidade.
O estudo afirma ainda que a banana não produz colesterol, não causa obesidade e diminui os riscos de ataques cardíacos.
Desta forma é um óptimo alimento para todos, especialmente crianças, pois ajuda a reforçar a massa muscular e dá energia.

Liliana Duarte

Fontes: Wikipédia
Portal Saúde em Movimento

Suplementos nutritivos beneficiam doentes oncológicos

Um conjunto de estudos apresentados durante a reunião anual da Sociedade Norte-Americana de Oncologia Clínica (ASCO na sigla inglesa) chamou a atenção para os benefícios e eficácia dos suplementos nutritivos no tratamento do cancro.

O consumo de doses diárias de ginseng já tinha demonstrado vantagens para ajudar a reduzir a fadiga e a melhorar os níveis de energia e o bem-estar emocional dos doentes oncológicos, de acordo com uma pesquisa elaborada por especialistas da Clínica Mayo em Rochester, no Minnesota.

Por sua vez, “as sementes de linhaça são ricas em ómega 3, igualmente presente no pescado, e actuariam sobre a produção de membranas celulares reduzindo a sua multiplicação”, explicou Wendy Demark-Wahnefried, da Universidade Duke, na Carolina do Norte, e autora de um dos estudos sobre o assunto.

Uma hormona presente na composição das sementes tem capacidade para neutralizar outras como a testosterona ou os estrogéneos. Um ensaio clínico de fase II, que envolveu a participação de 161 pessoas com cancro da próstata, revelou que aqueles aos quais foram administradas diariamente 30 gramas de sementes de linhaça, tiveram uma progressão mais lenta dos tumores, entre 30 e 40 por cento, relativamente àqueles a quem foi administrado um placebo.

Em 2002, a importância dos suplementos nutritivos tinha igualmente sido salientada por uma equipa de investigadores espanhóis que demonstraram que suplementos nutritivos enriquecidos com péptidos e alguns ácidos gordos ajudam doentes infectados pelo VIH a ganhar peso e a melhorar a sua função imunológica.

Marta Bilro

Fonte: Saúde na Internet, Aidsportugal.com

Consumidos pela mãe durante a gravidez
Anti-depressivos podem ser inócuos para o bebé


O consumo de medicamentos anti-depressivos pela mulher durante os primeiros meses de gravidez poderá não ter um impacto significativo no desenvolvimento do bebé. Dois estudos publicados no «The New England Journal of Medicine» fizeram uma avaliação dos riscos eventuais da toma daqueles fármacos por mulheres no primeiro trimestre de gestação, e aferiram que, apesar de alguns medicamentos parecerem desencadear um perigo acrescido do surgimento de defeitos congénitos no feto, o aumento dessa probabilidade é pequeno.

Julio Vallejo Ruiloba, presidente da Sociedade Española de Psiquiatria e director do serviço daquela especialidade no Hospital Universitário de Bellvitge, em Barcelona, aconselhou “muita prudência” na extrapolação das conclusões dos dois estudos, e lembrou que “às mulheres que estão em tratamento por depressão recomendamos sempre que não engravidem”. Acrescentou no entanto que, se a gravidez acontece, “diminui-se o mais possível a administração de medicamentos, até à sua exclusão se essa eventualidade for possível, sem agravamento significativo do quadro clínico da paciente”.
No final de 2005 a empresa farmacêutica britânica GlaxoSmithKline advertiu para o resultado de um estudo que apontava a detecção de maior risco de malformações congénitas nos bebés cujas mães tinham sido tratadas com paroxetina, um inibidor selectivo da recaptação da serotonina, durante os primeiros meses de gestação. A descoberta fez com que, desde essa altura, as autoridades sanitárias de diversos países tivessem promovido a alteração do prospecto daquela substância activa, de modo a que fosse indicado esse risco para as crianças.

Carla Teixeira
Fonte: El Mundo
Benfica e Escola Superior de Saúde do Alcoitão organizam
Jornadas de Saúde no Desporto


Um workshop da empresa farmacêutica Novartis, sobre «Ultra-sons e sonofurese», e a intervenção de Jorge Barbosa, licenciado em Farmácia/Toxicologia e reputado investigador do Instituto Nacional de Investigação Veterinária, sobre a problemática «Doping e alimentação», constituem os pontos altos do primeiro dia de trabalhos das Jornadas de Saúde no Desporto, que arrancam amanhã no Pavilhão Açoreana Seguros, em Lisboa, numa organização conjunta do Departamento de Modalidades do Benfica e da Escola Superior de Saúde do Alcoitão.

A primeira iniciativa, orientada pelo fisioterapeuta Telmo Firmino, tem início previsto para as nove horas e deverá prolongar-se por toda a manhã, estando a alocução de Jorge Barbosa agendada para as 15h30. Na assistência é esperada a presença de centenas de participantes, interessados no contacto com vários profissionais de renome mundial em áreas directa ou indirectamente relacionadas com o desporto, como a alimentação, o doping, o treino, a fisioterapia ou a psicologia. Em paralelo terá lugar no Pavilhão EDP uma feira de exposição técnica destinada às empresas e instituições, para divulgação dos seus produtos e serviços.
Os principais destinatários do evento, que termina no sábado, são médicos, fisioterapeutas, enfermeiros e profissionais do desporto, estudantes de saúde e de desporto, atletas e dirigentes das áreas de Educação, Saúde e Desporto, técnicos de saúde e acção social. Mais informações poderão ser obtidas através do número de telefone 217219570 ou do endereço de correio electrónico modalidades@slbenfica.pt.

Carla Teixeira
Fonte: Jasfarma, Sport Lisboa e Benfica, Escola Superior de Saúde de Alcoitão

REPORTAGEM

Brasil já vende medicamentos fraccionados há mais de um ano
Solução para evitar o desperdício de fármacos


Todos os dias, em todo o mundo, há milhões de pessoas que se dirigem à farmácia e são confrontadas com o mesmo problema: de acordo com a receita prescrita pelo médico precisam de uma determinada quantidade de fármacos, mas a embalagem do medicamento correspondente contém muito mais do que a quantidade prescrita. Inevitavelmente, quando finda o tratamento as unidades remanescentes vão para o lixo ou acumulam-se nos armários até ultrapassarem a validade ou serem usadas num eventual episódio de auto-medicação posterior. Um desperdício a que a venda fraccionada de medicamentos poderia dar resposta.

No Brasil a medida já está a ser aplicada desde 2005, e apesar da polémica inicial, motivada pelo desacordo das empresas farmacêuticas, que alegavam ter elevados custos de adaptação das linhas de fabrico para a modificação das embalagens, parece ter encontrado consenso na sociedade. O objectivo da venda fraccionada de medicamentos – o farmacêutico dispensa ao utente apenas o número de comprimidos ou a exacta quantidade de outros produtos que é indicada na receita médica, em vez de obrigar à compra de toda a embalagem – é eminentemente social, e visa apenas evitar o desperdício de dinheiro por parte de quem compra o fármaco, mas poderia ser uma boa opção, também em Portugal, evitando a acumulação de restos de embalagens que é comum nos armários de qualquer família.
Em vigor desde Maio de 2005 no Brasil, na sequência de um despacho da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a venda fraccionada de medicamentos dá ao doente a hipótese de adquirir apenas o número de comprimidos necessários, de acordo com a receita que apresenta, para o tratamento indicado pelo médico, mas só pode ser efectuada em farmácias e laboratórios adequados a essa prática, ou seja, que disponham de um ambiente exclusivo para a divisão dos medicamentos e tenham à disposição do público um farmacêutico devidamente identificado, que é o único profissional capacitado para essa tarefa.

O caso português
A venda nas farmácias portuguesas da quantidade exacta de medicamentos que foi prescrita pelo médico, em embalagens destacáveis que permitissem a divisão das quantidades, evitaria o enorme e recorrente desperdício de dinheiro e produtos, ao mesmo tempo que favoreceria o ambiente, visto que muitas vezes as embalagens que sobram são depositadas em lixeiras onde podem, inclusivamente, contaminar o solo e captar a atenção das crianças, colocando a sua saúde em risco. No nosso país a solução para as embalagens de medicamentos remanescentes é hoje outra, e passa pela sua revalorização energética, mas nem sempre a população adere às iniciativas de entrega dos fármacos não utilizados.
O sistema integrado de recolha de embalagens e medicamentos fora de uso criado pela Valormed potenciou, apenas em 2005, a reciclagem de mais de 90 por cento das 4202 toneladas de resíduos produzidas pela fileira do medicamento. De acordo com dados de um estudo realizado pela Business Unlimited para aquela empresa, os fabricantes, armazenistas e distribuidores e importadores de medicamentos em Portugal produziram, naquele ano, 4202 toneladas de resíduos, entre plástico, madeira, metal, vidro, mistura de embalagens vazias ou embalagens contaminadas por resíduos de medicamento (cerca de metade dos resíduos).
Na passada segunda-feira a sociedade Valormed informou que 98 por cento das farmácias portuguesas integram já o projecto ambiental de recolha de resíduos de embalagens e medicamentos fora de prazo. O anúncio foi feito no âmbito da quinta edição da entrega dos Prémios Valormed, que visam distinguir as farmácias que, a nível distrital, mais se destacaram na promoção de iniciativas de sensibilização da população para os comportamentos de protecção ambiental em termos de resíduos de embalagens e medicamentos fora de uso.
Numa sessão que contou com as presenças dos presidentes do Infarmed, da ANF, da Apifarma, da Groquifar e da Fecofar, os directores técnicos e os representantes das farmácias premiadas em todo o país, o director-geral da Valormed, José Carapeto, considerou que “neste processo de formação para um comportamento ecológico na fileira do medicamento, o farmacêutico e os profissionais de saúde que exercem funções nas farmácias comunitárias desempenham papel crucial, porque são o rosto visível da Valormed, aconselhando e sensibilizando os utentes para a mais valia ambiental deste sistema”.

Carla Teixeira
Fonte: Boehringer Ingelheim, Correio da Bahia, Valormed
Ministro da Saúde fez declarações polémicas
Fármacos fora de prazo para os pobres


António Correia de Campos, titular da pasta da Saúde e um dos ministros mais contestados do actual governo, volta a estar envolvido numa situação polémica. De acordo com informações avançadas pela TSF Rádio, aquele responsável terá dito, quando interpelado por uma pessoa da assistência no âmbito de uma conferência, que a entrega de medicamentos fora de prazo “a pobres” seria uma forma de evitar o desperdício.

Os factos remontam à passada quinta-feira. Segundo a rádio, Correia de Campos usava da palavra num evento dinamizado pela Ordem dos Economistas quando um elemento da assistência, alegadamente pertencente à Associação Nacional de Farmácias, exibiu um saco contendo medicamentos fora de prazo no valor de 1700 euros, questionando o governante sobre o que fazer com eles. O ministro da Saúde terá então respondido que “toda a gente sabe” que há desperdício de fármacos, já que os utentes compram unidades a mais do que aquelas de que efectivamente necessitam, sugerindo então, para surpresa de todos os presentes, que a ANF “tem certamente pobres inscritos da quinta ou da sexta-feira”, acrescentando que “talvez pudesse facultar esses produtos farmacêuticos para serem utilizados”…

Carla Teixeira
Fonte: Sapo/Lusa

Fim do acordo da Migenix com a Schering para o tratamento do vírus da Hepatite C

A Migenix Inc., uma companhia farmacêutica focada no desenvolvimento de medicamentos para doenças infecciosas, recebeu a notícia de que a Schering-Plough Corporation não irá entrar no segundo período de exclusividade para negociar os termos do acordo da licença para o fármaco para o vírus da Hepatite C (VHC), celgosivir, da Migenix.

A Migenix está, assim, livre para avançar negociações com outras partes interessadas. A Schering expressou a vontade de considerar providenciar à Migenix orientação no que se refere ao desenvolvimento de estudos e fornecimento de fármacos para sustentar o desenvolvimento clínico adicional do celgosivir.

O Presidente da Migenix, Jim DeMesa, declarou que os resultados do estudo de não-resposta demonstraram benefícios clínicos significativos quando o celgosivir foi adicionado às terapias habituais (interferon peguilado mais ribavirina). Estes resultados aumentaram o interesse tanto da parte da comunidade clínica, como de várias companhias farmacêuticas e biotécnicas activas no desenvolvimento de produtos para o vírus da Hepatite C. Visto que o celgosivir oferece um mecanismo único de acção, numa dosagem única diária, um bom perfil de segurança, e tem demonstrado sinergias com outros tratamentos do VHC, a Migenix está optimista acerca do potencial do celgosivir na contribuição no tratamento dos pacientes com VHC.

Celgosivir (MX-3253)
O celgosivir, um inibidor oral de alphaglucosidase I, é actualmente o único fármaco anti-VHC em desenvolvimento clínico que actua na glicosilação sitio-dirigida. Nos estudos pré-clínicos, o celgosivir mostrou sinergias in vitro excelentes com vários interferons clínicos ou em desenvolvimento, incuindo Pegasys, Peg-Intron, Infergen, Alferon e IFN omega (com ou sem ribavirina) e outros fármacos em desenvolvimento para o tratamento do VHC (por exemplo, inibidores de polimerase) e, por isso, tem o potencial para ser incluído em várias terapias de combinação para melhorar a eficácia em tratamentos anti-VHC.

Vírus da Hepatite C
O VHC causa inflamação do fígado e pode progredir para complicações mais graves, tais como cirrose do fígado, cancro do fígado e em última instância, a morte. A Organização Mundial de Saúde estima que, em todo o mundo, 170 milhões de indivíduos sofram de Hepatite Crónica C, com três a quarto milhões de novos casos todos os anos. Calcula-se que em Portugal haja cerca de 150.000 pessoas infectadas pelo VHC com cerca de 700 novos casos por ano.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive, Portal do Cidadão com Deficiência

3i quer comprar laboratórios farmacêuticos em Portugal

Plano: investir mais de 1,5 mil milhões de euros já este ano
A britânica 3i, a maior sociedade europeia de capital privado, pretende adquirir laboratórios farmacêuticos em Portugal, a notícia foi avançada pelo Diário Económico (DE). O fundo tem em vista a construção de quatro ou cinco laboratórios farmacêuticos na Península Ibérica.

De acordo com o jornal, o maior fundo europeu do sector de capital privado espera investir, este ano, mais de 1,5 mil milhões de euros em operações de “venture” capital, que passam pela entrada num projecto em fase de lançamento, ou “buyouts” compra e venda de participações em empresas com o objectivo de realizar mais-valias.

Parte deste orçamento - que visa a internacionalização do 3i -, destina-se também ao mercado português onde está “à procura das melhores operações”, afirmou em entrevista ao DE, Maite Ballester, parceira do grupo em Espanha, e responsável pelo escritório que faz o trabalho de prospecção em Portugal.

Segundo anunciou a representante da 3i, os planos do grupo para Portugal, (onde detém cerca de três ou quatro grandes operações), passam, também, pela área da Saúde: “Queremos constituir um fundo com quatro ou cinco laboratórios farmacêuticos em Portugal e Espanha.”

Recorde-se que, em Portugal, a 3i investiu já 75 milhões de euros e admite gastar mais 20 milhões. O primeiro investimento da 3i em Portugal consistiu na compra de uma posição minoritária na Multiópticas, hoje, uma empresa líder de mercado.

Raquel Pacheco
Fonte: DE/DD

Vacina do colo do útero previne 90% das doenças

Investigadores da Universidade de Helsínquia, na Finlândia, comprovaram que a vacina de prevenção do cancro do colo do útero tem 90,4% de eficácia. Os resultados do estudo foram publicados na revista «The Lancet».


Nos testes, os cientistas vacinaram contra o vírus que provoca o cancro no útero, o papilomavírus humano (HPV) tipo 16 e 18, 9. 258 mil mulheres e contra a hepatite A cerca de 9. 267 mil.

Quinze meses depois, verificaram que 90,4% não tinha nenhuma neoplasia intra-epitelial cervical grave, uma alteração do colo do útero provocada pelos tipos 16/18 do HPV.

Os investigadores concluem então que a vacina tem elevada eficácia e é bem tolerada por uma vasta população de mulheres, pelo que é útil na prevenção do cancro do colo do útero.

Esta é a segunda doença que vítimas mais mulheres depois no cancro da mama.

Sara Pelicano

Fontes: UOL

Seminário «Novas regras de alegações nutricionais e de saúde da União Europeia»

O seminário «Novas regras de alegações nutricionais e de saúde da União Europeia» é organizado pelo Instituto Becel e tem como objectivo explicar as novas rotulagens nutricionais dos alimentos e sublinhar as principais mudanças que vão surgir com a nova regulamentação.

No próximo dia 1 de Julho entram em vigor as novas regras que definem as alegações nutricionais e de saúde que vêm na rotulagem nos alimentos. A partir desta data, toda a informação sobre um determinado alimento tem de vir escrita de forma clara na embalagem.

Assim, o consumidor reunirá melhores condições para poder decidir com maior conhecimento o que está a comprar.

O seminário vai ter lugar no hotel Pestana Palace, em Lisboa.

Programação:

09h10 - Abertura:

- Dr.ª Helena Cid Nutricionista e Directora do Instituto Becel

09h20 – Como é que os consumidores lidam e entendem os rótulos ?

Oradora: Dra. Lúcia Lima Especialista em estudos de mercado - Unilever Jerónimo Martins

09h50 - Apresentação do novo Regulamento Europeu sobre alegações nutricionais e de saúde

Oradora: Eng.ª Teresa Ferreira Technical Advisor Foods - Unilever Jerónimo Martins 1

0h30 – Tea break

10h45 - Como descodificar a informação nutricional

Oradora: Prof. Maria Daniel Vaz de Almeida Presidente dos Conselhos Directivo e Científico da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto

11h15 - Rotulagem, que futuro?

Orador: Eng.º Dante Lacerda Dias Lead Technical Director - Unilever Jerónimo Martins

11h45 - Debate e Fecho:

- Drª Helena Cid Nutricionista e Directora do Instituto Becel

Sara Pelicano

Fonte: Jasfarma

Leishmaniose: Pistas para futuros tratamentos

Cientistas identificaram novos genes ao comparar três espécies de parasitas

Um grupo internacional de investigadores identificou genes que poderão ajudar a indicar novos tratamentos da leishmaniose. A doença afecta, por ano, cerca de dois milhões de pessoas e ameaça um quinto da população mundial.

Num artigo publicado, este mês, na revista «Nature Genetics», os cientistas compararam os genomas da Leishmania infantum e da Leishmania braziliensis, que causam, respectivamente, a leishmaniose visceral e a monocutânea – formas que podem causar a morte –, com a sequência genómica, produzida em 2005, da Leishmania major, que causa a forma cutânea da doença, menos severa.

De acordo com a equipa de investigadores, apesar de as grandes diferenças entre os tipos de doença, apenas 200 dos mais de oito mil genes de cada genoma apresentaram distribuição diferenciada entre as três espécies.
Foi esta variação, - excepcionalmente pequena no conteúdo genético - que proporcionou novas hipóteses sobre os processos que determinam a severidade da doença em humanos.

“Identificar factores que permitem uma manifestação clínica muito diferente para três organismos tão semelhantes é uma investigação importante”, afirmou o autor principal do estudo, Matt Berriman, do Instituto Wellcome Trust Sanger.

Na revista «Nature Genetics», os cientistas revelam que identificaram apenas cinco genes do genoma da Leishmania major que estavam completamente ausentes nas outras duas espécies.
“É evidente que deve ter havido uma pressão evolucionária considerável no decorrer do tempo para manter a estrutura e a sequência dos genomas de Leishmania. O grau de similaridade entre as espécies foi algo inesperado”, explicou Deborah Smith, uma das autoras do estudo.

Para a investigadora da Universidade de Nova York, “talvez apenas poucos genes dos parasitas sejam importantes para determinar que tipo de doença se desenvolve depois da infecção. É possível que o genoma do hospedeiro tenha um papel mais importante na manifestação clínica da doença.”

Estudo representa esperança

A leishmaniose é uma das doenças consideradas negligenciadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que destaca a necessidade do desenvolvimento de novos tratamentos. Faltam estudos biológicos sobre a função de metade dos genes da Leishmania, por isso, o estudo comparativo de genomas representa um caminho para descobrir aqueles que são essenciais para cada espécie.

Um alvo potencial é o gene CFAS, que codifica uma enzima envolvida na produção de componentes da membrana celular. O CFAS está presente nos genomas da Leishmania braziliensis e da Leishmania infantum, mas está ausente no genoma humano. Acredita-se que os genes do parasita tenham sido adquiridos de espécies bacterianas que têm sequências muito similares.

Jeremy Mottram, colaborador do projecto e docente na Universidade de Glasgow, na Escócia, esclarece que “o CFAS está envolvido com a virulência e a persistência no Mycobacterium, (agente causador da tuberculose)”, concretizando que, “a identificação deste gene na Leishmania levanta a possibilidade de que alguns factores de virulência sejam conservados entre patogénicos, intracelulares bacterianos e eucarióticos.”

“Além da função relativa à diferença dos quadros clínicos, o número limitado de genes específicos para cada espécie poderá levar a uma identificação mais rápida de sequências envolvidas em aspectos especializados da biologia da Leishmania” considerou outro investigador, David Sacks, director do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas de Bethesda, nos Estados Unidos.


Portugal: leishmaníase visceral
A leishmaniose ou leishmaníase ou calazar ou úlcera de Bauru é a doença provocada pelos parasitas unicelulares do género Leishmania. Há três tipos de leishmaníase: visceral, que ataca os orgãos internos, cutânea, que ataca a pele, e mucocutânea, que ataca as mucosas e a pele. No Brasil existem as três formas, enquanto que em Portugal existe principalmente a leishmaníase visceral e alguns casos (muito raros) de leishmaníase cutânea. Esta raridade é relativa, visto ocorrer uma subnotificação dos casos de Leishmaniose cutânea. Uma razão para esta subnotificação é o facto de a maioria dos casos de Leishmaniose cutânea humana serem autolimitantes, embora possam demorar até vários meses a resolverem-se.
As Leishmania são transmitidas pelos insectos fêmeas dos géneros Phlebotomus (Velho Mundo) ou Lutzomyia (Novo Mundo). A Leishmaniose também pode afectar o cão. Aliás, na Europa, este é considerado o reservatório da doença.

Raquel Pacheco

Fonte: BBC/Agência FAPESP/Biotecnologia.com/