terça-feira, 3 de julho de 2007

Perda de sensibilidade no olfacto pode prever Alzheimer

A dificuldade em identificar odores como o do limão, da banana ou da canela pode ser um primeiro indicador do desenvolvimento da doença de Alzheimer, revelou um relatório publicado pelo “Archives of General Psychiatry”. Os investigadores acreditam que os adultos de meia-idade que revelam problemas em reconhecer odores comuns podem correr mais riscos de vir a desenvolver problemas de memória, aprendizagem e cognição.

Segundo Robert Wilson, professor de neuropsicologia no “Rush Alzheimer's Disease Center”, em Chicago, a incapacidade de identificar determinados aromas já foi anteriormente relacionada com o défice cognitivo. No entanto, “ninguém elaborou [um estudo] com pessoas que não sofressem qualquer défice cognitivo”, afirmou.

A análise envolveu a participação de 589 idosos, com uma média de idades que rondou os 80 anos. Os participantes foram submetidos a um teste no qual 12 odores comuns lhes eram colocados junto do nariz. Posteriormente foi avaliada com uma escala de 1 a 12 valores a sua capacidade para fazer corresponder os odores a uma de quatro alternativas propostas. Durante cinco anos foram avaliados uma vez por ano através de testes neurológicos e de função cognitiva.

As conclusões da investigação permitiram aos cientistas observar que 30,1 por cento dos participantes desenvolveram uma debilidade cognitiva ligeira, que aumentava à medida que a identificação dos odores era mais imprecisa. Nesse sentido, aqueles que registaram uma média de valores mais diminutos no teste de reconhecimento de aromas tinham 50 por cento mais probabilidades de desenvolver a incapacidade relativamente aos que tiveram resultados acima da média.

De acordo com a Associação Médica Americana, esta relação não se alterou quando foram tidos em conta factores de saúde que pudessem ter influência sobre o olfacto. A inaptidão para identificar odores foi também associada a uma diminuição da avaliação cognitiva e a um declínio mais célere dos episódios de memória relativos a experiencias passadas, da memória semântica relacionada com as palavras e os símbolos e da agilidade de percepção.

As conclusões sugerem que mesmo antes de se desenvolverem os sintomas da doença de Alzheimer, há sinais de desorientação que se expandem em certas zonas cerebrais que podem estar relacionadas com a incapacidade de processar os cheiros. Pelo facto da dificuldade em identificar odores ser muitas vezes associada a outras patologias neurológicas, como é o caso da doença de Parkinson, existem outros mecanismos provavelmente envolvidos, salientam os investigadores. “As descobertas sugerem que a disfunção no olfacto pode ser uma manifestação precoce da doença de Alzheimer e que a avaliação do sentido do olfacto poderá ser útil para uma identificação precoce da doença”, consideram os especialistas.

Marta Bilro

Fonte: The Washington Post, Wapt.com.

Wyeth adquire exclusividade de venda de BeneFix

A farmacêutica Wyeth conseguiu a venda exclusiva do medicamento Benefix, utilizado no tratamento da hemofilia, tipos A eB. Duarnte 10 anos o fármaco foi comercializado, na União Euroepia, através de uma parceria entre a Wyeth e Baxter.

As duas empresas têm desenvolvido esforços para que esta transicção ocorra de forma pacifica para que não haja um ruptura de armazenagem. A Wyteh torna-se assim detentora do comercial mundial na venda de medicamentos combinados para tratamento da hemofilia.

«Estamos encantados por aumentar a oferta de meios terapêuticos ao dispor dos doentes europeus. Estamos a pensar melhorar o BeneFix. Este assunto está dependente da aprovação das autoridades europeias competentes», explicou o vice-presidente da unidade biofarmacêutica da Wyeth, Cavan Redmond.

Sara Pelicano

Fontes: Pm Farma, Wyeth

Angola contrata 60 médicos cubanos

A República de Angola pode contar a partir de hoje com mais 60 médicos para cobrir as necessidades de saúde da província de Luanda. Os médicos, chegados a Luanda dia 30 de Junho, vieram de Cuba para trabalhar durante dois anos nos bairros periféricos da capital angolana.

A delegação cubana efectuou hoje a formalização da sua actividade na Ordem dos Médicos de Angola, de forma a poder começar o trabalho de imediato, o que na opinião do bastonário da Ordem dos Médicos de Angola, João Bastos, representa um importante contributo para ajudar “a debelar as dificuldades existentes no sector”.

Em Luanda existem apenas 1.400 médicos para atenderem cerca de quatro milhões de habitantes. “Sabemos que não somos muitos e que temos algumas dificuldades na contenção de algumas patologias e por isso resolveram os órgãos superiores desta província tomar esta atitude nobre para a defesa da nossa população”, disse o bastonário durante o seu discurso de boas vindas.

Para o director Provincial de Saúde, Vita Vemba, a falta de médicos nas zonas periféricas de Luanda é preocupante, pois “não conseguimos encontrar internamente os médicos, por isso fizemos um apelo aos médicos cubanos. A nossa universidade anualmente injecta no mercado apenas 40 a 50 médicos e fica difícil distribuir esse número pelas 18 províncias que compõem o país”.

O director provincial acredita que, caso não existam movimentações da população, o actual número de médicos existentes no país já é satisfatório. No entanto, caso seja necessário serão feitos novos apelos à cooperação internacional, para cobrir as necessidades do país.

O chefe da delegação cubana, Osmani Hidalgo, acredita que a cooperação entre os governos de Angola e Cuba, será muito importante para melhorar os índices de saúde angolanos, mostrando-se preparado para as dificuldades que irá encontrar no terreno, “temos a certeza que essas dificuldades não vão interferir em nada no bom desempenho das suas tarefas”.

A chegada dos médicos cubanos a Angola traz à memória a cooperação entre Cuba e Angola, estabelecida no período pós independência de Angola, nomeadamente ao nível da educação, saúde e da actividade militar.

Contudo, esta parceria quebrou-se na década de 90, quando o governo angolano e a UNITA assinaram a paz e marcaram eleições, processo que ficaria interrompido com o novo eclodir da guerra civil. Quem nega o reatamento da cooperação é o bastonário João Bastos, dizendo tratar-se de dois “momentos diferentes”.

Os médicos cubanos vão reforçar as equipas médicas existentes nas zonas periféricas de Luanda nas áreas de medicina interna, ginecologia e obstetrícia, pediatria e cirurgia.

Inês de Matos

Fonte: Lusa, Diário Digital
Infarmed autorizou entrada no mercado do Mifepristone
Pílula abortiva à venda em Portugal

O Instituto da Farmácia e do Medicamento anunciou hoje a autorização para a comercialização do Mifepristone, medicamento também conhecido como "a pílula abortiva". O novo fármaco poderá ser adquirido directamente pelos hospitais à MediRex Pharma, uma empresa nacional que foi autorizada pela autoridade do sector a introduzir o produto em Portugal. O Mifepristone, um dos medicamentos usados pela associação Women on Waves, que no seu site ensinava às mulheres de todo o mundo como utilizar o fármaco, foi originalmente concebido como um mecanismo de terapia para problemas de estômago, mas acabou por se tornar mais conhecido pelas suas propriedades abortivas.
De acordo com uma nota do Infarmed divulgada hoje aos órgãos de Comunicação Social, a MediRex Pharma recebeu, a título excepcional, uma autorização para "comercializar, exclusivamente em meio hospitalar" aquele medicamento, que segundo um assessor daquela entidade poderá agora ser mais facilmente adquirido pelos hospitais onde serão, no quadro da nova lei, realizadas intervenções para a interrupção voluntária da gravidez. De acordo com a mesma fonte, 25 hospitais portugueses tinham já diligenciado no sentido de comprar a pílula abortiva no estrangeiro, único procedimento possível para a sua obtenção antes da autorização agora concedida pelo Infarmed, enquanto outras duas dezenas de unidades hospitalares já o fizeram no âmbito destas novas regras.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

Biogen e Cardiokine associam-se para desenvolver Lixivaptan

A Biogen Idec Inc. e a Cardiokine associaram-se para desenvolver um composto oral destinado ao tratamento da hiponatremia em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva. O fármaco deverá entrar em ensaios clínicos de Fase III ainda este ano.

O Lixivaptan, nome atribuído à substância, é um antagonista receptor de vasopressina V2 selectivo que, em testes clínicos, demonstrou benefícios no tratamento da hiponatremia.

Esta condição é detectada quando a concentração de sódio no sangue desce em demasia derivado do excesso de diluição, aumentando a quantidade de água no corpo e originando um desequilíbrio do sódio e da água no organismo. O medicamento faz com que a água seja expelida pelos rins sem afectar o nível do sódio e dos outros electrólitos.

A Biogen adquiriu os direitos de desenvolvimento e comercialização do fármaco num negócio que pode ascender aos 162 milhões de euros. A Cardiokine, farmacêutica especializada em medicamentos para o tratamento da insuficiência cardíaca, mantém o direito de opção para a promoção conjunta do Lixivaptan nos Estados Unidos da América. O acordo, que deverá entrar em vigor no terceiro trimestre deste ano, está sujeito à aprovação das entidades reguladoras.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, The Boston Globe, Triangle Business Journals, Biogen Idec.

Cientistas conseguiram transplantar genoma entre bactérias

Procedimento abre caminho à criação de organismos sintéticos

Cientistas norte-americanos conseguiram transplantar o genoma de uma bactéria para outra. O sucesso deste procedimento em bactérias abre, assim, caminho para criação de organismos sintéticos em laboratório.


Os investigadores do Instituto J. Craig Venter, nos Estados Unidos (EUA) deram um passo importante no grande objectivo do biólogo e empreendedor Craig Venter com seu instituto: criar um organismo vivo em laboratório.

De acordo com a última edição da revista «Science», o procedimento fez com que a bactéria receptora (da espécie Mycoplasma capricolum) assumisse todas as características da bactéria doadora, uma espécie aparentada chamada Mycoplasma mycoides.

Liderados pela francesa Carole Lartigue, os cientistas descodificaram o trabalho: “Inserimos dois genes no genoma da M. mycoides - um deles torna o microorganismo resistente a antibióticos, enquanto o outro produz uma substância azulada para ajudar a comprovar que as bactérias receptoras incorporaram o genoma transplantado.”

Na fase seguinte, “limpámos o único cromossoma da bactéria doadora, (retirando todas as proteínas) e o que sobrou foi ADN puro, que foi então adicionado a um recipiente que continha colónias de M. capricolum – a bactéria receptora”, relataram.

Segundo os investigadores, em quatro dias, surgiram as colónias azuis - reveladoras da absorção, pelas bactérias, do genoma transplantado.

A última fase consistiu em expor as colónias a um antibiótico. “Foram seleccionadas apenas as bactérias que assumiram as características ditadas pelo genoma transplantado, entre elas as que resistiram ao antibiótico”, explicaram, concretizando que “a sequência das proteínas mostrou que as bactérias expressavam apenas as proteínas codificadas no genoma da M. mycoides.”

Próxima etapa: cromossoma sintético completo

A próxima etapa no projecto de J. Craig Venter é criar um cromossoma sintético completo. Na opinião dos especialistas, este estudo mostra que será possível inserir este genoma num organismo e “activá-lo”.
Os investigadores manifestaram-se confiantes de que será possível injectar genes que façam os organismos sintéticos produzirem desde combustíveis, até medicamentos.

Raquel Pacheco

Fonte: Revistas Science e FAPESP /BBCNews

SNS britânico realiza primeiro transplante hepático com dador adulto vivo

Uma equipa de cirurgiões de Leeds, no Reino Unido, realizou o primeiro transplante de fígado entre duas pessoas adultas e com vida no Serviço Nacional de Saúde britânico. A operação, que durou oito horas, envolveu quatro cirurgiões a trabalhar em simultâneo em salas diferentes.

O paciente encontra-se ainda no Hospital de St. James mas, de acordo com os médicos, deverá ter alta nos próximos dias. Stephen Lomas, de 51 anos, está a progredir de forma “excelente”, depois de ter recebido mais de metade do fígado doado pelo próprio filho. Os especialistas estão confiantes de que esta cirurgia pioneira ofereça uma esperança às pessoas que se encontram em lista de espera.

Os transplantes de fígado levados a cabo no Serviço Nacional de Saúde britânico são, por norma, realizados com órgãos disponibilizados por dadores falecidos. Segundo Charlie Milson, hepatologista, um em cada cinco doentes a precisarem de um transplante de fígado acaba por falecer enquanto espera que apareça um dador.

Steven Lomas teve a sorte de encontrar no filho uma hipótese de sobrevivência. “Eles dizem que estou a recuperar bem e sinto-me melhor a cada dia que passa. Precisarei, obviamente, de algum tempo para recuperar mas tudo parece estar bem”, afirmou Lomas. O filho, David Lomas, de 20 anos, recebeu alta hospitalar poucos dias depois da cirurgia.

Conforme explicou Charlie Milson, “o fígado tem duas características importantes que possibilitam o transplante em vida, por um lado é muito maior do que aquilo que necessitamos e por outro pode regenerar-se em semanas caso lhe sejam removidas algumas partes”. Durante esta cirurgia foi removida uma parte do fígado saudável do dador e transplantado para o paciente com insuficiência hepática. “A parte do fígado que permanece no dador irá desenvolver-se dentro de semanas atingindo quase o tamanho normal”, salientou o especialista.

De acordo com dados do Portal da Saúde, em Portugal, o primeiro transplante hepático com dador vivo em adulto foi realizado nos Hospitais da Universidade de Coimbra no dia 5 de Outubro de 2006.

Marta Bilro

Fonte: BBC News, Scotsman, Guardian Unlimited, Portal da Saúde.

Receitas digitais: Santa Maria faz balanço positivo

Letra indecifrável pode ser fatal para o doente

Em Portugal, o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, é um dos exemplos nacionais de inovação tecnológica, tendo aderido às receitas digitais há um ano e meio. A marcação de consultas electrónicas é o próximo passo.

Apanágio de muitos médicos é a letra indecifrável. Outra verdade é que, todo o cuidado é pouco no acto da prescrição médica. Uma décima a mais na dosagem ou indicar medicamentos com nomes semelhantes, mas com efeitos distintos, pode não só ser nocivo para a saúde do doente, como também, ser fatal.

Alberto Campos Fernandes, presidente do conselho de administração do hospital de Santa Maria, fez ao «Público» um balanço positivo da utilização da prescrição electrónica: “Desde a agilização da distribuição dos medicamentos dentro do hospital, à maior comodidade e redução do tempo de espera dos doentes que vão às consultas, a introdução do sistema electrónico foi uma aposta ganha.”

Corroborando de que a utilização de um suporte digital diminui os erros nas receitas, o responsável descreve o processo no Santa Maria: “As prescrições são escritas e impressas dentro do consultório, acabando assim o já conhecido problema das letras ilegíveis.”


Marcações electrónicas de consultas


Alberto Campos Fernandes anunciou também que, além das receitas digitais, aquela unidade hospitalar está já a apostar nas marcações electrónicas de consultas.

Recorde-se que, as receitas ilegíveis são responsáveis por 61% dos erros de medicação em hospitais norte-americanos. A conclusão saiu de um estudo feito pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota, nos Estados-Unidos. A investigação elege as receitas digitais como solução para este problema.

Outra conclusão tirada do mesmo estudo, indicou que os hospitais norte-americanos que trocaram as receitas manuais por receitas computorizadas registaram uma queda de 66% neste tipo de erros.

Raquel Pacheco

Fonte: Público

Brasil quer aumentar produção de medicamentos


Novo Centro Integrado de Protótipos, Biofármacos e Reactivos para Diagnóstico inaugurado em 2009

O Brasil terá, em 2009, um Centro Integrado de Protótipos, Biofármacos e Reactivos para Diagnóstico (CIPBR). A nova unidade vai permitir aumentar a produção de novos medicamentos.

Trata-se do primeiro centro do país voltado para transformação de medicamentos ainda em fase experimental, e que serão testados em humanos antes de ser produzidos em escala industrial e introduzidos no mercado.

Fazer chegar à população, mais rapidamente, as novas tecnologias farmacêuticas é outro objectivo da nova estrutura que pertence ao laboratório Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz). Segundo avançou a Agência Brasil, poderá ser utilizada, também, para desenvolver projectos de novos medicamentos nascidos na iniciativa privada.


Entre as principais substâncias a serem produzidas estão a eritropoetina humana recombinante, para tratamento de anemias associadas à insuficiência renal crónica, ao cancro e à sida, e o interferon Alfa 2b humano recombinante, usado no tratamento de hepatite e de alguns tipos de cancro.


De acordo com a mesma fonte, o investimento para a construção do centro recebeu, ontem, um reforço do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social brasileiro.

Apesar do Brasil ser responsável por 2% do conjunto de artigos científicos publicados em todo o mundo, é um dos países que menos registam patentes na área de fármacos, vacinas e medicamentos.
Neste sentido, para o ministro da Saúde brasileiro, a nova unidade da Fiocruz, “vai preencher uma lacuna existente no país entre a pesquisa básica e a produção de medicamentos.”

Raquel Pacheco

Fonte: Agência Brasil

Cientistas testam medicamento que pode suprimir memórias traumáticas

Uma equipa de cientistas da Universidade de Harvard e McGill, em Montreal, no Canadá, acredita ter descoberto uma forma de reduzir o impacto das memórias negativas no cérebro das pessoas. Os investigadores estão a trabalhar num medicamento que bloqueia ou apaga essas recordações dolorosas através de uma técnica que permite aos psiquiatras interromper os caminhos bioquímicos que possibilitam que a memória seja lembrada.

Os especialistas utilizaram um fármaco denominado propanolol que atinge as memórias indesejadas deixando intactas as restantes recordações. A substância foi injectada ao mesmo tempo que era pedido a um dos voluntários que recordassem uma memória traumática.

O estudo, publicado no “Journal of Psychiatric Research”, indica que a utilização do fármaco parece impedir o armazenamento das memórias indesejadas. Os investigadores acreditam que a descoberta poderá conduzir a novos tratamentos para doentes com perturbações psiquiátricas, como é o caso do stress pós-traumático. No entanto, alguns especialistas alertam para o facto da investigação ainda se encontrar em fase inicial, e mostraram-se preocupados com a hipótese da utilização do medicamento potenciar o excesso de utilização.

Para realizar a investigação foram analisadas 19 vítimas de violação ou acidente durante 10 dias, algumas tratadas com o medicamento e outras com um placebo. Os cientistas pediram aos participantes que descrevessem as suas recordações do evento traumático que tinha ocorrido 10 dias antes. Uma semana mais tarde, os cientistas observaram que as pessoas que receberam a injecção de propanolol demonstraram menos sintomas de stress quando se recordavam do trauma.

Uma investigação semelhante foi levada a cabo na Universidade de Nova Iorque, mas desta vez aplicada em ratos. Utilizado um fármaco para a amnésia, denominado U0126, os especialistas norte-americanos conseguiram remover uma memória específica do cérebro dos roedores deixando as restantes recordações intactas.

Depois de terem sido administrados com a substância, os ratos foram treinados para associarem dois tons musicais através de um leve choque eléctrico para que quando ouvissem qualquer um dos sons se preparassem para receber um choque. Os investigadores deram o medicamento a metade dos ratos enquanto tocavam um dos tons musicais. Depois de ingerirem o U0126, os animais que tinham tomado o medicamento já não associavam um som particular ao choque mas ainda relacionavam o choque ao segundo tom, demonstrando que apenas uma das memórias tinha sido apagada.

Os especialistas acreditam que as memórias são inicialmente armazenadas no cérebro, em estado fluído e maleável, antes de se tornar parte do circuito. Posteriormente, quando são recordadas, voltam a tornar-se fluidas e aptas a serem alteradas. Os cientistas estão convencidos que o propandolol interrompe os caminhos bioquímicos que permitem que a memória se “solidifique” depois de ser recordada.

Marta Bilro

Fonte: BBC News, Xinhua, Daily India.

Estudo de investigadores espanhóis alerta para perigo em fetos
100% das grávidas tem um pesticida na placenta

Cem por cento das mulheres grávidas têm, pelo menos, um tipo de pesticida na placenta. O alerta foi dado por cientistas espanhóis que defendem, agora, uma investigação intensa sobre os danos associados às contaminações nesta camada que deveria proteger o feto.

Um estudo da Universidade de Granada, na Espanha, mostrou que 100 por cento das gestantes têm, pelo menos, um tipo de pesticida na placenta, mas muitas chegavam a ter oito ou mais tipos dessas substâncias.

Os investigadores analisaram 308 grávidas atendidas no hospital universitário de Granada, de 2000 a 2002, tendo sido extraídas amostras de placentas no parto.

Segundo informaram os cientistas espanhóis ao jornal «El Pais», a investigação focalizou-se nos contaminantes que afectam o funcionamento de hormônios, como os compostos presentes em certos pesticidas organoclorados disruptivos.

Segundo a coordenadora do estudo, María José López Espinosa, os seres humanos criam, por ano, cerca de duas mil novas substâncias. “A maioria são poluentes presentes no ar, na água, no solo e nos alimentos, sendo que, muitos são, inadvertidamente, absorvidos pelo corpo humano todos os dias, seja pela simples inalação ou pela ingestão de alimentos”, esclareceu.

“Boa parte dessas substâncias é eliminada pelo organismo, mas uma parte pode ser assimilada e acumulada nos tecidos”, afirmou a investigadora sublinhando que este acumulo “é particularmente perigoso” para as mulheres grávidas. “Durante a gestação, os contaminantes acumulados pela mãe passam para o feto em desenvolvimento”, frisou.

No entanto, a equipa de investigadores espanhóis admitiu desconhecer que tipo de consequência a exposição a pesticidas organoclorados poderá ter sobre os bebés, defendendo, por isso, um outro estudo que considere “com maior pormenor” os danos ambientais e os reflexos na grávida e no feto.

María José López acredita, contudo, que essas consequências “podem ser graves” sustentando que “a exposição acontece desde os primeiros momentos da formação do embrião.”
Para os investigadores espanhóis, outra possibilidade é que certos problemas sejam conhecidos, mas nunca tenham sido relacionados à exposição fetal a pesticidas organoclorados.

O grupo de pesquisa – que já fez estudos que associavam a exposição a pesticidas a malformações nos aparelhos genital e urinário – sugere que a contaminação pode ser evitada por meio de dieta equilibrada, exercícios diários e controle do tabagismo.

Raquel Pacheco

Fonte: El Pais/Correofarmaceutico.com/OGlobo

Epilepsia aumenta tendências suicidas

Um estudo da autoria de investigadores dinamarqueses afirma que as pessoas que sofrem de epilepsia têm três vezes mais probabilidades de cometer suicídio do que a população em geral, com especial incidência nos seis meses que se seguem ao diagnóstico. O risco é mais saliente nas mulheres do que nos homens mas diminui à medida que aumenta o tempo que se vive com esta perturbação.

De acordo com o artigo publicado no jornal britânico “The Lancet Neurology”, a frequência de suicídios entre as pessoas que sofrem de epilepsia não pode ser justificada com perturbações psiquiátricas, nem pelo historial sócio-económico do paciente. “O nosso estudo identifica as pessoas recentemente diagnosticadas com epilepsia como um grupo vulnerável que requer atenção especial”, referem os autores.

Os doentes que foram diagnosticados há seis meses ou menos vêm o risco de suicídio aumentar cinco vezes, revelou a investigação orientada por Per Sidenius do Hospital da Universidade de Aarhus, na Dinamarca. A equipa de ciensitas analisou 21.169 casos de suicídio na Dinamarca cometidos entre 1981 e 1997. Posteriormente foi constituído um grupo de controlo com 423.128 casos que tinham outras causas de falecimento.

A pesquisa detectou que 492 casos de suicídio (2,32 por cento) correspondiam a pessoas com epilepsia, comparativamente com 3.140 indivíduos do grupo de controlo (0,74 por cento). Aqueles aos quais tinha sido recentemente diagnosticada a epilepsia e que também sofriam de doença psiquiátrica tinham 29 vezes mais probabilidades de cometer suicídio.

A epilepsia é uma perturbação caracterizada pela tendência a sofrer convulsões recidivantes. Segundo a Liga Portuguesa Contra a Epilepsia, qualquer pessoa pode sofrer um ataque epiléptico, devido, por exemplo, a choque eléctrico, deficiência em oxigénio, traumatismo craniano, baixa do açúcar no sangue, privação de álcool, abuso da cocaína, sendo que 1 em cada 20 pessoas têm uma única crise isolada durante a sua vida. Porém, uma crise isolada não é sinónimo de epilepsia. Este termo apenas se emprega quando as crises têm tendência a repetir-se, espontaneamente, ao longo do tempo.

Cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo são afectadas por esta perturbação e 75 novos casos são detectados todos os dias. Calcula-se que em cada mil portugueses, 4 a 7 sofram desta doença. A epilepsia pode iniciar-se em qualquer idade, mas é mais comum até aos 25 e depois dos 65 anos.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Forbes, The Independent, Manual Merck, Liga Portuguesa Contra a Epilepsia.

Pneumonia atípica surgiu em 2003
Anticorpo consegue neutralizar vírus da SRAS


Uma equipa internacional de investigadores identificou o primeiro anticorpo humano com capacidade para neutralizar diferentes variantes do agente responsável pela Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS), que em 2003 varreu vários países e assustou o mundo, vitimando milhares de pessoas. Sem causa conhecida, a então designada pneumonia atípica disseminou-se rapidamente e accionou mecanismos transnacionais de luta.

De acordo com um artigo publicado na edição de hoje do jornal «Proceedings of the National Academy of Sciences», uma equipa de investigadores liderada por Dimiter Dimitrov, do norte-americano National Cancer Institute, desenvolveu uma pesquisa que incidiu na análise da proteína que permite a entrada do vírus no corpo humano, tendo registado avanços na identificação de dois anticorpos contra o vírus da SRAS em seres humanos. Um desses anticorpos, o S230.15, foi encontrado no sangue de um doente infectado por pneumonia atípica que acabou por recuperar, enquanto o segundo, o m396, foi extraído de um conjunto de anticorpos retirados do sangue de 10 voluntários saudáveis. Os autores do estudo afirmam que “estes resultados demonstram o potencial de eventuais novos tratamentos para a pneumonia atípica com base em anticorpos, que podem ser utilizadas de forma isolada ou combinada, potenciando o desenvolvimento de vacinas para a doença.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Xinhua

Brasil recebeu 9 toneladas de genérico do Efavirenz

O Ministério da Saúde brasileiro já tem em sua posse o primeiro lote da versão genérica do antiretroviral Efavirenz, utilizado no tratamento do HIV/Sida. As autoridades terão à disposição nove toneladas do fármaco, tendo recebido 3,3 milhões de comprimidos na versão de 600 miligramas e 108 mil cápsulas de 200 miligramas, adquiridas pelo governo ao laboratório indiano Aurobindo.

Até ao inicio do próximo ano, deverão ser importados pelo Brasil mais oito lotes, quatro deles provenientes da farmacêutica Ranbaxy, também da Índia. Esta medida foi possível depois do presidente brasileiro, Lula da Silva, ter decretado, em Maio, o licenciamento compulsório do medicamento face ao aumento exponencial do número de casos de seropositivos no país.

O processo de aquisição do primeiro lote ficou a cargo da Unicef. A medida provocou uma quebra no preço dos comprimidos na versão de adulto (600 miligramas) de 1,15 euros para 38 cêntimos. Por sua vez a dosagem de uso infantil (200 miligramas) desceu dos 49 para os 17 cêntimos.

A compra da versão genérica do Efavirenz permitirá uma redução de 71,35 por cento no custo anual do tratamento de pacientes que usam o comprimido de 600mg. No caso dos pacientes que usam a versão em cápsula de 200mg, a redução rondará os 65,6 por cento. No total, estima-se uma redução de 11,8 milhões de euros nos gastos (R$30,6 milhões). A Merck Sharp & Dohme, detentora da patente do medicamento, deverá receber uma taxa de royalties de 1,5 por cento, paga pelo governo brasileiro.

O Efavirenz é o fármaco mais utilizado no Brasil para tratar o vírus, fazendo parte da medicação de cerca de 70 mil pacientes portadores de HIV, quase metade de todos os doentes em tratamento. No total serão adquiridos 13,5 milhões de comprimidos através da Unicef e mais 13,5 milhões com o intermédio da Organização Pan-Americana de Saúde, quantidade suficiente para preencher o stock do governo durante 12 meses, ou seja, até Agosto de 2008.

No que diz respeito à solução oral do Efavirenz, utilizada no tratamento pediátrico, o governo brasileiro estabeleceu um novo contrato de fornecimento com a farmacêutica alemã, a única produtora no mundo, que deverá ser suficiente até Junho de 2008.

Marta Bilro

Fonte: A Tarde, Globo Online, cosmo.com.br.

Novartis Oncology promete inovar no combate ao cancro
Dez medicamentos em dez anos


O presidente da Novartis Oncology, David Epstein, anunciou hoje, em entrevista ao jornal espanhol «El Pais», a intenção da empresa de “lançar um novo medicamento contra o cancro por ano, nos próximos dez anos”. Um reforço do empenho da firma que nos últimos sete anos conseguiu lançar no mercado cinco novas soluções para a doença oncológica.

Agora que começam a chegar aos hospitais e aos doentes os frutos do trabalho de várias décadas de investigação, acelerados na sequência dos recentes avanços na área genética, a Novartis Oncology congratula-se com o sucesso de medicamentos como o Glivec (que revolucionou o tratamento da leucemia mielóide crónica e deu mostras de eficácia noutras neoplasias, como o tumor do estroma gastrointestinal), o Femara (para o cancro da mama) e o Zometa (tratamento das metástases ósseas de vários cancros). Tendo em conta esse palmarés, David Epstein lamentou que “a actual imagem da indústria farmacêutica não seja tão boa como deveria ser, tendo em conta a grande quantidade de coisas boas que ela produz”.
Preconizando uma “maior e mais constante comunicação, nos dois sentidos”, entre os médicos e a indústria, e no momento em que ainda aguarda o resultado de um diferendo que mantém com o governo da Índia para que aquele país reconheça os direitos da patente do Glivec, aprovado nos Estados Unidos em 2001, a Novartis Oncology afirma-se disponível para apostar no lançamento de novos fármacos nos próximos anos, e garante uma cadência anual na distribuição dessas soluções. De acordo com David Epstein, é intenção da empresa suíça lançar um novo fármaco a cada ano, nos próximos dez. O responsável assevera ainda que, nesta fase, estão em ensaios clínicos 13 medicamentos, enquanto outros sete encontram-se prestes a ser registados.

Carla Teixeira
Fonte: El Pais
Antecipando o probable “chumbo” da FDA
Sanofi-Aventis retira pedido de autorização de rimonabant


Duas semanas depois de uma comissão de especialistas ter desaconselhado a autorização de uma pílula anti-obesidade nos Estados Unidos, a Sanofi-Aventis, fabricante do medicamento, decidiu retirar o pedido apresentado à FDA, tendo em conta que a autoridade reguladora norte-americana costuma seguir os conselhos dos peritos.

Antecipando assim o mais que provável “chumbo” da solicitação para comercializar o seu produto nos Estados Unidos, apesar de o mesmo se encontrar devidamente autorizado na Europa, com o nome comercial de Acomplia, a empresa farmacêutica tenciona, contudo, voltar a solicitar autorização para introdução no mercado norte-americano, depois de rever alguns dados do dossier a apresentar com o pedido. No entanto, de acordo com alguns analistas, é provável que a companhia reformule o pedido, indicando o rimonabant como tratamento para a diabetes e não como uma pílula para combater a obesidade.
De acordo com o «The Wall Street Journal», em alguns ensaios clínicos o fármaco já demonstrou capacidade para controlar os níveis de glucose, tendo o laboratório fabricante levado a cabo alguns estudos adicionais com pacientes diabéticos. Na origem da recomendação dos especialistas para a não aprovação do rimonabant terá estado o temor de que a sua administração provoque efeitos secundários em termos psíquicos, incluindo o aumento dos pensamentos suicidas. O veredicto da FDA só estava previsto para o final deste mês, mas a Sanofi-Aventis antecipou-se e retirou a solicitação.

Carla Teixeira
Fonte: El Mundo

FDA aprovou Tamiflu para crianças

A Food and Drug Administration, entidade reguladora do sector do medicamento nos Estados Unidos, aprovou a entrada no mercado farmacêutico de uma versão infantil do Tamiflu, com doses menores, de 30 e 45 miligramas, que poderá ser administrada em pacientes com mais de um ano de idade. A nova fórmula, em cápsulas, tem também a vantagem de poder ser armazenada durante cinco anos, enquanto a suspensão líquida apenas tem um prazo de validade de dois.

O novo fármaco, segundo informações avançadas pela farmacêutica suíça Roche, que o fabrica e comercializa, revelou eficácia no tratamento e na prevenção dos tipos A e B da gripe das aves. Ao mesmo tempo, sublinhou a companhia, quando há muitos países a fazer armazenagem do Tamiflu, prevenindo um eventual surto da doença, a maior validade da nova fórmula reveste especial importância. “A Roche continua a trabalhar para facilitar o acesso e a utilização dos antivirais num contexto de preparação e resposta a uma possível pandemia”, explicou Dominick Iacuzio, director médico daquele laboratório farmacêutico.
De acordo com o mesmo responsável, “o surgimento da nova fórmula de Tamiflu não só oferece aos governos uma nova opção no que diz respeito à armazenagem do medicamento, como proporciona aos médicos a prescrição de comprimidos aos pacientes que os prefiram à suspensão líquida”. A empresa atesta que as cápsulas de 75 miligramas, para adultos, continuarão a estar disponíveis no mercado, assim como a solução líquida para as crianças, sendo a nova fórmula apenas mais uma opção no tratamento ou prevenção da gripe das aves, doença para a qual o Tamiflu é tido como o medicamento de eleição.

Carla Teixeira
Fonte: Reuters

Identificada molécula importante na resistência a alergias alimentares

Molécula vital para a resistência às alergias alimentares foi identificada

Cientistas descobriram que quando uma certa molécula sinalizadora está em falta, as pessoas tornam-se mais susceptíveis a alergias alimentares, que podem chegar a ser mortais, sendo que esta descoberta aponta para um potencial tratamento.

O Dr Claudio Nicoletti e a sua equipa do Instituto de Pesquisa em Alimentos (IFR), em Norwich, Inglaterra, descobriram que os ratos, quando certas células dendríticas não produzem as moléculas do sistema imunitário, Interleucina-12 (IL-12), tornam-se susceptíveis a alergias alimentares. Segundo o Dr. Nicoletti, a equipa conseguiu identificar uma molécula que é muito importante para a regulação da resposta imunitária e, pela primeira vez, representa claramente um potencial alvo para a terapia de alergias. Esta questão continua em investigação.

Nas pessoas que sofrem de alergias alimentares, o sistema imunitário responde às proteínas dos alimentos com se estas fossem nocivas, produzindo anticorpos para destrui-las. Em casos extremos, com alguns alimentos, tais como nozes ou peixe, o indivíduo pode sofrer reacções que podem pôr em causa a vida, incluindo choque anafilático. Actualmente, não existe maneira de tratar estas alergias e os afectados são forçados a simplesmente ser extremamente cautelosos com o que comem. Muitos também andam com injecções de adrenalina, para utilizar em casos de emergência quando ocorre contaminação.

O Dr Nicoletti sugeriu que ao colocar um alérgeno na presença do IL-12, as reacções alérgicas poderiam ser colocadas sob controlo. O Dr Nicoletti sublinhou ainda que uma proteína alimentar pode ser perfeitamente inofensiva para uma pessoa e letal para outra.

O Dr Nicoletti, em colaboração com cientistas da Universidade de Siena, comparou a actividade das células dendríticas no intestino e no baço de ratos alérgicos e resistentes a alergias. Descobriu que no intestino dos ratos susceptíveis a alergias, as células dendríticas tinham parado de produzir IL-12.

Normalmente, as células dendrítricas apresentam um antigénio a um receptor de células T e segregam IL-12. Isto provoca que as células T estejam a produzir as suas próprias citocinas, tais como factor beta de necrose tumoral (TNF-beta) e gama interferon (IFN-gamma). Estes então atraem outras células do sistema imunitário, as macrófagas, para destruir os agentes patogénicos que absorveram.

A equipa identificou a molécula em falta que, normalmente, coloca as respostas imunitárias sob controlo e na medida apropriada.

Isabel Marques

Fontes: www.in-pharmatechnologist.com, www.ifr.ac.uk

Karo Bio e Wyeth prolongam colaboração

A companhia sueca Karo Bio anunciou que prolongou a colaboração com a Wyeth, no que se refere às pesquisas para a aterosclerose, por mais um ano, até 31 de Agosto de 2008. O objectivo principal do prolongamento é caracterizar componentes de back-up e para avaliar possibilidades clínicas adicionais ao direccionar ao LXR (Receptor Hormonal Nuclear).

A colaboração com a Wyeth começou em 2001 com o intuito de desenvolver novos componentes para o tratamento da aterosclerose com o LXR como receptor alvo. Em Agosto de 2006, a Wyeth entrou na fase I do desenvolvimento clínico que despoletou um pagamento considerável à Karo Bio.

Segundo o presidente da Karo Bio, Per-Olof Wallström, a companhia está satisfeita por poder continuar com a Wyeth na colaboração conjunta e prevêem grandes oportunidades para compostos que têm como alvo a LXR.

LXR é um Receptor Hormonal Nuclear que é um importante regulador do metabolismo do colesterol nos mamíferos. LXR tem muitas características que o tornam um alvo atractivo para o desenvolvimento de fármacos para a prevenção e tratamento da aterosclerose e dislipidemia. A modulação do LXR com pequenos compostos moleculares tem demonstrado que melhora o efluxo do colesterol das células em vasos sanguíneos ateroscleróticos, resultando numa redução na progressão da doença aterosclerótica, em modelos experimentais seleccionados. A modulação do LXR também tem sido implicada na redução da inflamação vascular que, para além do colesterol, é um importante mediador da aterosclerose. Acredita-se que estas características do LXR são de importância crucial para uma nova geração de fármacos para tratar e prevenir com sucesso a aterosclerose.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive