quinta-feira, 12 de julho de 2007

FDA irá rever o Isentress da Merck & Co. em Setembro

Um comité consultivo da FDA, constituído por especialistas em fármacos antiretrovirais, deverá reunir-se no dia 5 de Setembro para rever a segurança e a eficácia do Isentress (raltegravir), o tratamento experimental da Merck & Co. para o VIH. A farmacêutica procura a aprovação para o Isentress, em combinação com outros agentes antiretrovirais, para pacientes com VIH-1 que não respondem às terapias antiretrovirais existentes.

A FDA concedeu revisão prioritária ao inibidor da integrase no mês passado, e a Merck espera a decisão final em meados de Outubro.

A Merck está a competir com a Pfizer Inc. pelo desenvolvimento do primeiro novo tipo de tratamento da década para o VIH, o vírus que causa a SIDA.

O Isentress actua ao bloquear a enzima responsável por inserir material genético do VIH nas células humanas, impedindo que o vírus se reproduza e que infecte outras células. O fármaco, o primeiro a atingir o VIH através deste mecanismo, reduziu a carga viral em mais de 75 por cento dos pacientes que receberam uma terapia combinada, em dois ensaios clínicos.

Por seu lado, a Pfizer não conseguiu a aprovação para o Maraviroc, comprimidos para o VIH, em Junho. A farmacêutica revelou que está a resolver com a FDA questões relacionadas com a rotulagem, um atraso que os analistas pensam que possa demorar três meses. O Maraviroc modifica o formato de uma proteína na superfície das células saudáveis, tornando impossível a entrada do vírus.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg, Forbes

Bayer adopta estratégia virtual

À medida que a concorrência aumenta, a indústria farmacêutica aplica-se, cada vez mais, na procura de novos trunfos. Consciente da importância das tecnologias, a Bayer Healthcare está a utilizar um jogo de computador para atrair a atenção das camadas mais jovens da população, para um analgésico destinado a combater as mazelas do avanço da idade.

O Aleve Liquid Gels, lançado em Março nos Estados Unidos da América, é um medicamento de venda livre, normalmente utilizado por pessoas acima dos 50 anos de idade com o objectivo de aliviar as dores nas costas e as dores provocadas pela artrite. O laboratório pretende agora aproximar o produto da camada de população com idades entre os 25 e os 49 anos.

Acedendo ao portal www.aleviator.com os internautas podem acompanhar uma narrativa ficcional que os conduz através de um conjunto de pistas e lugares na rede, wikis e blogues. Por cada visitante que siga o jogo até ao final, algo que demora cerca de um minuto, a Bayer faz uma doação que varia entre os 3,6 e os 7,3 euros ao “Conservation Fund”, um grupo de defesa ambiental sem fins lucrativos.

“O Aleve tornou-se famoso e é visto pelos consumidores mais velhos como um óptimo produto para a artrite”, salientou Jay Kolpon, vice-presidente do departamento do desenvolvimento de marketing e negócios da Bayher Healthcare, uma divisão da alemã Bayer sedeada nos Estados Unidos da América. “Os géis líquidos destinam-me aos jovens e a condições que antecedem a artrite, tais como as dores no corpo ou dores musculares”, acrescentou.

Para já, a campanha é encarada pela Bayer como algo em fase experimental e que deverá evoluir cuidadosamente. Conforme explicou Kolpon, a adesão e consciência dos visitantes em relação à marca vai ser avaliada, bem como a doação ao “Conservation Fund”. O Aleve (Naproxeno), em comprimidos, é comercializado em Portugal desde 2002.

Marta Bilro

Fonte: The New York Times, The Earth Times, Monsters & Critics.

Óleos solares podem levar a lesões que degeneram em cancros

Especialista alerta e pede retirada de óleos solares do mercado

O presidente da Associação Portuguesa de Cancro de Pele(APCC),Osvaldo Correia, defendeu hoje que as autoridades de saúde deveriam retirar do mercado os óleos solares, porque podem levar a lesões que degeneram em cancros de pele.
Segundo Osvaldo Correia,aqueles produtos "têm um efeito enganoso" sobre os seus utilizadores, já que "ao transmitirem gordura à pele evitam o seu repuxar, transmitindo uma falsa sensação de que a pele não está a envelhecer".Por outro lado, os óleos solares evitam a vermelhidão cutânea, levando a que as pessoas se exponham mais tempo ao sol, julgando que não estão em perigo.
Sublinhando que os índices de protecção aconselháveis "são de 30 para cima", o presidente da APCC acentuou em declarações á Lusa que, independentemente da falsa impressão de segurança transmitida por aqueles dois indicadores, aqueles produtos não evitam a penetração dos raios ultra-violeta (UVA) nas camadas mais profundas da pele.
O êxito daqueles produtos em alguns sectores do mercado deriva da falsa palavra de ordem "Moreno Igual a Beleza" pelo que a sua distribuição está sempre assegurada enquanto esse slogan tiver reflexo social. "São produtos que asseguram uma penetração silenciosa dos raios ultra-violeta, que atingem mais profundamente a pele, que envelhece precocemente", disse. Observou que os índices de protecção daqueles produtos, normalmente muito baixos, "são enganosos", porque complementam a transmissão de uma sensação de segurança.
O presidente aconselhou os portugueses de pele branca mais clara a utilizar sempre protectores solares com um índice mínimo de 30. Mesmo as pessoas de pele morena, aconselhou, "não devem usar protectores inferiores a 20" e até os indivíduos de pele negra "devem usar protectores não inferiores a 15".
Para uma protecção a cima dos 30 é necessário uma indicação médica,uma vez que, apresentam um risco maior de desenvolvimento de sensibilização cutânea devido ao aumento da concentração dos filtros.
O presidente da APCC chamou a atenção para o facto de os próprios protectores solares com índices mais elevados "poderem ser prejudiciais, porque podem levar as pessoas a pensar que não precisam de outros tipos de protecção, como as sombras, as t-shirts e os óculos de sol.De recordar, que nunca é demais os cuidados com os mais pequenos sendo que, a exposição solar na infância até a adolescência é um dos maiores factores de risco para o desenvolvimento de cancro de pele na vida adulta.

Sandra Cunha

Fontes:JN, saúde da família.Enciclopédia médica volume 7

Filtros Solares

Nesta época de calor, é essencial aplicar os protectores solares com frequência,especialmente depois de mergulhos e exercícios físicos.Todos sabemos a importância dos FPS, mas será que sabemos qual usar?


Os filtros solares são substâncias destinadas a proteger a pele do sol .Elas conseguem proteger a pele,a curto prazo, de queimaduras e alergias solares e, a longo prazo,do envelhelhecimento e do cancro da pele.
A loção de bronzeamento é um termo incorrecto para o filtro solar, já que sua função é completamente diferente. A loção de bronzeamento é usada para atrair raios UV para atingir um melhor bronzeado.
Os filtros químicos agem através da absorção dos raios ultravioletas,impedindo assim que a pele seja atingida.
Já os filtros físicos ou de barreira formam uma película sobre a pele e reflectem a luz como um espelho.Não são muito aceites cosmeticamente mas apresentam menor sensibilização,sendo muito indicados para elevar a protecção solar e para as crianças menores.

O que será o Factor de Protecção Solar(FPS) ?

Os Factores de Protecção Solar estão presentes em todos os filtros e indicam o tempo que uma pessoa pode ficar exposta ao sol, sem se queimar. A pele, quando exposta ao sol sem protecção, leva um determinado tempo para ficar vermelha. Quando se usa um filtro solar com FPS 15, por exemplo, a mesma pele leva 15 vezes mais tempo para ficar vermelha.
Eles auxiliam na escolha do produto de acordo com o tipo de pele. Para peles mais claras, o tempo de exposição solar necessária para queimá-las é menor do que para as peles mais resistentes.


As peles mais claras necessitam de filtros com FPS mais altos (FPS 30)mas as peles mais morenas podem utilizar um FPS mais baixo. É aconselhável um FPS 15 no mínimo.
Os filtros com FPS maiores que 30,devido ao aumento da concentração de filtros solares,apresentam um maior risco de desenvolvimento de sensibilização cutânea,ou seja,alergias de pele. A sua utilização deve ser indicada pelo médico assistente,conforme a necessidade do uso.
O FPS 15 a 30 deve ser utilizado regularmente,dependendo do tipo de pele,da presença de doenças de pele,da prática desporto,da altitude da região e das condições ambientais.Superfícies como areia, neve e água podem reflectir muito a luz solar.


O seu uso correcto implica, uma aplicação uniforme e abundante(30 minutos antes da exposição). A dosagem pode ser calculada usando a fórmula para a área de superfície do corpo e subsequentemente subtraindo a área coberta por roupa que dá protecção efectiva contra a radiação UV.
A dose usada pela FDA nos testes de filtro solar é de 2 mg/cm² e com base de uma amostragem, calculada numa monografia de FDA, se assumirmos um adulto mediano com altura de 1,63 m e peso de 68 kg com 82 cm de cintura, ele necessitaria de exactamente 29 g para cobrir sua área corporal não coberta.
É necessário a sua reaplicação frequente de duas a duas horas, após exercício físicos, mergulhos e transpiração excessiva. É de igual importância utilizar os protectores labiais e óculos escuros.


É fundamental o seu uso nas crianças, pois a exposição solar na infância até a adolescência é um dos maiores factores de risco para o desenvolvimento de cancro de pele na vida adulta.
Escolhe com o médico o filtro mais adequado, evite os horários de exposição e utilize os chapéus, camisetas e guarda-sóis no sentido de protegê-los e educá-los para se exporem sempre com segurança ao sol.

A linguagem utilizada nos rótulos dos filtros solares deixa-nos confusos na maioria das vezes,é importante sabermos o significado dos termos e assim escolher o mais adequado:


-Anti UVA e UVB: filtros que protegem contra os raios ultravioleta A e ultravioleta B.
- Hipoalergênico: utiliza substâncias que geralmente não provocam alergias.
-Livre de PABA ou "PABA Free": filtros que não contém a substância PABA,que tem alto poder de causar alergias.
-Livre de òleo ou "oil free":substâncias oleosas. São os mais indicados para pessoas de pele oleosa ou com tendência à formação de cravos e espinhas.
-Não comedogênico: filtros que não obstruem os poros, evitando assim a formação de cravos. São também indicados para pessoas de pele oleosa e com tendência à formação de cravos e espinhas.


Cuidados adicionais

Para além da protecção obtida com a aplicação dos filtros solares,
é igualmente importante evitar a exposição ao sol entre as 10.00 e as 15.00 horas ,sendo o período de maior incidência de radiação ultravioleta.
É importante saber que perto de 50% da radiação solar pode atingir partes do corpo submersas na água,os dias nublados também emitem radiações com riscos de queimadura solar.Superfícies de vidro bloqueiam apenas a radiação UVB e parte da UVA.
Os idosos que utilizem filtros solares recebem radiações solar adequada no que diz respeito ao risco de Osteoporose.
Os guarda-sóis devem ser de tecido de algodão o mais compacto e forrado possível e não os que são confeccionados com nylon fino.
Os tecidos sintéticos oferecem maior protecção.A presença de tintas aumenta a protecção.


Sandra Cunha

Fontes: dermatologia.net,wikipédia
Saúde e família.Grande Enciclopédia Médica,volume7

Wyeth processa Mylan para impedir comercialização de genérico do Effexor XR

A farmacêutica Wyeth apresentou uma queixa na justiça norte-americana contra a Mylan por uma alegada infracção de patente. O objectivo é impedir a Mylan de comercializar um semelhante genérico do antidepressivo Effexor XR (Venlafaxina).

O medicamento é o mais bem sucedido da Wyeth, com vendas anuais que ascendem aos 2,69 mil milhões de euros, e o antidepressivo mais vendido a nível mundial, referem dados da IMS Health.

De acordo com o processo interposto pela Wyeth, a Mylan tê-la-á notificado de que iria submeter, junto da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA), uma aprovação para comercializar uma versão de um genérico do Effexor XR. A Mylan alega que a as patentes do medicamento são inválidas e que, por isso, não estarão a ser violadas pela sua tentativa de vender um semelhante genérico.

A Wyeth considera que há uma infracção da patente do produto e pede que o tribunal tome medidas para bloquear as tentativas da Mylan para vender versões copiadas, até que a patente expire, o que deverá acontecer em 2017.

Em 2006, a Wyeth chegou a um consenso com o laboratório israelita Teva Pharmaceutical num litígio referente a uma violação da patente do Effexor. Segundo o acordo, a Teva já iniciou as vendas dos genéricos de uma versão do Effexor, que compreende uma pequena porção do total das vendas do medicamento, porém, a fórmula de lançamento alargado só poderá ser comercializada a partir de Julho de 2010, embora a Teva possa colocá-lo mais cedo no mercado obedecendo a determinadas condições.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money

Erbitux não atinge objectivos no tratamento do cancro do pulmão

O Erbitux (cetuximab) é ineficaz no tratamento do cancro do pulmão, não tendo demonstrado benefícios na redução dos tumores, revelaram as conclusões de um ensaio clínico de Fase III. Por outro lado, algumas das finalidades secundárias do medicamento foram atingidas.

O fármaco, desenvolvido pela ImClone Systems e pela Bristol-Myers Squibb, não atingiu o objectivo principal quando administrado com conjunto com taxane e carboplatina, uma vez que não conseguiu atrasar o crescimento de tumores em doentes com carcinoma pulmonar de não pequenas células (CPNPC).

Porém, o comunicado divulgado pelas empresas refere que a substância cumpriu as metas secundárias propostas, entre as quais se incluem a taxa de resposta e a sobrevivência livre de progressão, cujos resultados foram “estatisticamente significativos”.

O estudo, realizado nos Estados Unidos da América e no Canadá, contou com a participação de 600 doentes e é apenas um entre vários ensaios clínicos que testam a eficácia do Erbitux no tratamento do cancro do pulmão. Os dados relativos à investigação mais abrangente que está actualmente a ser realizada, e que analisa a administração do Erbitux em associação com cisplatina e vinorelbina, não se encontram ainda disponíveis.

Em Abril, um ensaio clínico de fase III demonstrou que o medicamento também não conseguiu melhorar a sobrevivência geral dos doentes com cancro do pâncreas. Quando combinado com uma quimioterapia baseada em gemcitabina, a substância não prolongou a vida do doente para lá do que já era atingido pela quimioterapia isolada. O Erbitux, utilizado em Portugal, desde Junho de 2004, é indicado no tratamento de doentes com cancro colorectal metastático em associação com irinotecano. Em associação com radioterapia está indicado para o tratamento de doentes com carcinoma pavimentocelular da cabeça e pescoço, localmente avançado.

Marta Bilro

Fonte: StreetInsider.com, Market Watch, CNN Money, Infarmed.

Merck investe 726 milhões de euros em parceria com a Ariad

A Merck e a Ariad Pharmaceuticals estabeleceram um acordo de colaboração para desenvolverem e comercializarem em conjunto o AP23573, o novo medicamento da Ariad para o tratamento do cancro. A parceria deverá custar à farmacêutica alemã mais de 726 milhões de euros.

Num comunicado conjunto, as empresas referem que os ensaios clínicos de última fase para analisar a eficácia deste medicamento no tratamento de sarcomas metastáticos deverão iniciar-se até ao final de Setembro. Os sarcomas, tumores malignos de células derivadas da mesoderme, desenvolvem-se nos tecidos conectivos de suporte extra-esqueléticos, como é o caso dos músculos, tendões, tecidos sinoviais peri-articulares, gordura, endotélio dos vasos sanguíneos e canais linfáticos, e o mesotélio dos órgãos viscerais.

O AP23573 é um inibidor de pequenas moléculas da proteína mTOR, elemento chave na activação das células cancerígenas. Os termos do acordo prevêem que a norte-americana Ariad receba, de imediato, cerca de 54,5 milhões de euros e outros 328 milhões em pagamentos relativos ao cumprimento de objectivos de desenvolvimento. Caso o tratamento cumpra as metas de venda estabelecidas, a Ariad poderá ainda receber mis 145,2 milhões de euros adicionais, entre outros pagamentos, segundo refere o documento.

O bloqueio da proteína mTOR origina um efeito semelhante à sensação de fome nas células cancerígenas interferindo com o crescimento, divisão e metabolismo das mesmas. O inibidor recebeu as designações de produto de acção rápida e medicamento órfão atribuídas pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA), e de medicamento órfão pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA) para o tratamento do sarcoma dos tecidos moles e do sarcoma dos ossos.

Marta Bilro

Fonte: Business Week, Bloomberg, Forbes.

Governo pretende distinguir as boas práticas hospitalares
Premiar desempenho na área do medicamento


O Estado anunciou a intenção de criar um prémio para assinalar o desempenho mais eficaz na área do medicamento hospitalar em Portugal. De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos, o Governo aceitou a sugestão avançada pelo Grupo de Trabalho para o Programa do Medicamento Hospitalar, e a breve trecho porá em marcha a medida, que visa enaltecer as boas práticas no seio das unidades de saúde nacionais.

O governante, que falava aos jornalistas nos Hospitais Universitários de Coimbra, onde presidiu a uma apresentação do Programa do Medicamento Hospitalar em que participaram representantes de todos os hospitais do país, explicou que será atribuído anualmente à unidade hospitalar que demonstre merecê-lo, “um prémio de excelência”, que deverá abranger o universo dos hospitais públicos do país. O regulamento que orientará a escolha da entidade galardoada deverá, de acordo com Francisco Ramos, “traduzir uma filosofia de reconhecimento do mérito e das boas práticas” na gestão do medicamento.
O grupo de trabalho coordenado por Rui Crujeira defendeu a instituição de uma linha de financiamento integrada no orçamento do Serviço Nacional de Saúde, a fim de prestar formação aos recursos humanos e de promover a investigação no âmbito do Programa do Medicamento Hospitalar, acrescentando que a dotação orçamental poderia ainda viabilizar a realização de projectos de remodelação de instalações e de aquisição de equipamentos, tendo sempre em vista uma melhor gestão do medicamento nos hospitais públicos portugueses, materializando uma cultura que o secretário de Estado definiu como “uma cultura de meritocracia” e de “denúncia daqueles que têm práticas mais fracas”.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Ministério da Saúde

Luminex e Exiqon assinam acordo de distribuição para produtos de MicroRNA

A Exiqon vai liderar a distribuição dos produtos FlexmiR enquanto as companhias continuam a desenvolver novas tecnologias de MicroRNA.

A Luminex Corporation, fornecedor líder de soluções multiplex, e a Exiqon A/S, líder no fornecimento de produtos de alta qualidade de análise da expressão de genes, anunciaram a realização de um acordo de distribuição para a linha de produtos FlexmiR, desenvolvida em conjunto pelas duas companhias em 2006. Segundo os termos do acordo, a Exiqon obteve os direitos não exclusivos para distribuir os actuais e os novos produtos FlexmiR e vender sistemas Luminex aos laboratórios por todo o mundo. Para além da assinatura deste novo acordo, as companhias lançaram mais dois produtos FlexmiR: o FlexmiR painel de extensão no rato/ratazana de MicroRNA e o FlexmiR aparelho de controlo de MicroRNA.

Em Dezembro de 2006, a Luminex e a Exiqon lançaram o FlexmiR, uma nova linha de produtos de microRNA que combinam a tecnologia xMAP flexível da Luminex e a tecnologia de Ácido Nucleico Bloqueado (LNA - Locked Nucleic Acid, em inglês) da Exiqon. A linha FlexmiR distribui mais dados em menos tempo do que outros testes e oferece a melhor especificidade na classe e um fluxo de trabalho altamente simplificado. O FlexmiR pode fornecer aos cientistas e investigadores mais de 6.300 dados em quatro horas.

O recentemente lançado FlexmiR painel de extensão no rato/ratazana de MicroRNA aumenta a linha de produtos FlexmiR disponíveis aos cientistas que trabalham com modelos animais de ratos ou ratazanas como pesquisa preliminar antes de passar para amostras humanas armazenadas. O novo FlexmiR aparelho de controlo de MicroRNA oferece aos investigadores a possibilidade de avaliar a integridade dos seus testes sem ideias pré-concebidas acerca da integridade das amostras. Ambos os produtos irão ajudar cientistas e investigadores a poupar tempo e recursos.

Segundo o presidente da Luminex, Patrick J. Balthrop, a linha de produtos FlexmiR que a Luminex co-produziu com a Exiqon tem demonstrado ser uma ferramenta abrangente, precisa e simples para a análise de microRNA, acrescentando que estão ansiosos por trabalhar ainda mais com a Exiqon para fornecer novas ferramentas aos cientistas e investigadores envolvidos em pesquisa de microRNA. Este acordo e os novos produtos, nos quais a empresa está a colaborar com a Exiqon, irão permitir à Luminex continuar a expandir a investigação nesta área vital e emergente de pesquisa.

O presidente da Exiqon, Lars Kongsbak, sublinhou que o FlexmiR é uma inovação importante na investigação de microRNA, caracterizado por ter uma especificidade e eficácia incomparáveis. Kongsbak acrescentou ainda que a empresa está encantada com o lançamento destas duas novas ofertas e por expandir a parceria com a Luminex. A capacidade de não só proporcionar produtos FlexmiR aos clientes, como também fornecer sistemas Luminex, irá permitir abranger uma base mais vasta de cientistas e investigadores.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire, www.luminexcorp.com

Análise ao sangue permite diagnóstico precoce da doença de Alzheimer

Um conjunto de proteínas presentes no sangue de algumas pessoas que as predispõe para desenvolverem a doença de Alzheimer poderá ser a chave para um exame sanguíneo que detecta precocemente sinais da doença. Cientistas britânicos acreditam que o teste poderá estar disponível dentro de cinco anos.

Antecipar o diagnóstico e melhorar os tratamentos são dois dos principais objectivos traçados pelos investigadores, que julgam estar perto de desenvolver um teste de análise ao sangue capaz de identificar sinais desta doença degenerativa. De acordo com os cientistas, os pacientes cujo resultado seja positivo relativamente à presença de determinadas proteínas, poderão corrigir a sua dieta e fazer mais exercício físico para diminuir as probabilidades de desenvolverem a doença.

A equipa de especialistas do King’s College, em Londres, responsável pela elaboração do estudo, afirma que os pacientes portadores da doença numa fase precoce demonstraram níveis elevados de duas proteínas no sangue. A investigação que deu origem a estas conclusões comparou os níveis de proteínas no sangue de mais de 500 portadores da doença com os de pessoas idosas saudáveis. A maior frustração das pessoas está relacionada com o facto de que “quando são diagnosticadas com Alzheimer, já é demasiado tarde para fazer alguma coisa acerca disso”, frisou Madhav Thambisetty, um dos cientistas envolvidos na pesquisa.

O principal desafio que se coloca à investigação reside em “descobrir o que pode causar a doença de Alzheimer e perceber se é possível identificá-la antes de se instalar e, dessa forma, proporcionar aos pacientes uma oportunidade de tratamento eficaz”, destaca Thambisetty. A grande meta, de acordo com o responsável, “é criar um teste sanguíneo simples que possa eventualmente ser administrado num centro de saúde”. Apesar das expectativas serem animadoras, os responsáveis sublinham que são ainda necessários ensaios clínicos rigorosos.

A doença de Alzheimer afecta uma em cada 10 pessoas com idade acima dos 65 anos. Os testes de diagnóstico actualmente disponíveis incluem exames ao cérebro, realizados em hospitais, ou punções lombares que se tornam dolorosas e comportam efeitos secundários. As fases iniciais da doença são muito difíceis de diagnosticar e apesar de “existirem centenas de medicamentos em desenvolvimento”, os custos “são muito elevados e quase proibitivos mesmo para as maiores empresas farmacêuticas”, afirmou Thambisetty. Este factor torna ainda mais aliciante a nova descoberta. “Um exame ao sangue não invasivo para diagnosticar a doença de Alzheimer teria uma importância enorme”, afirma Clive Ballard, director do departamento de investigação da “Alzheimer's Society”. Até porque, “o diagnóstico precoce permite que as pessoas com demência se preparem a si e às suas carreiras para o futuro”, acrescentou.

Marta Bilro

Fonte: Daily Mail, News Post India, Telegraph.com.uk.

Farmacêuticos nem sempre decifram correctamente a receita
“Letra de médico” pode ser fatal


Um estudo recente de um grupo de especialistas da Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, aferiu que a chamada “letra de médico” (um tipo de escrita tradicionalmente pouco inteligível para o comum dos cidadãos que os profissionais usam na prescrição de medicamentos), aliada aos erros de transcrição e interpretação da intenção do clínico pelos farmacêuticos, são responsáveis por 61 por cento dos erros de medicação cometidos na rede de hospitais norte-americanos.

À luz do mesmo estudo, publicado no jornal «Health Services Research», os centros hospitalares que já estão dotados do sistema informático que permite a prescrição electrónica de medicamentos conseguiram uma diminuição de 66 por cento na prevalência daquele problema. Os autores da investigação acreditam que 25 por cento dos doentes hospitalares norte-americanos já foram, pelo menos uma vez, alvo de erros de medicação, que podem, em determinadas circunstâncias, produzir efeitos perniciosos bastante graves para os utentes dos serviços de saúde, já que são comuns os enganos em termos de substância, mas também a nível das quantidades administradas.
Em Portugal a prescrição electrónica está já numa fase relativamente avançada de implementação, sendo a indicação dos fármacos a ingerir feita com o recurso a um computador em grande parte das unidades hospitalares desde o início deste ano, quando aquele método de prescrição foi alargado a todo o Serviço Nacional de Saúde, composto por 89 hospitais e cerca de 360 centros de saúde e extensões locais dos mesmos.

Carla Teixeira
Fonte: Health Services Research
Projecto inovador de informação
Revista «FarmaSaúde» nas bancas em Janeiro

A Creativíssima, empresa especialista em marketing e comunicação nas áreas da Farmácia e da Saúde, vai editar, em Janeiro de 2008, o primeiro número da nova revista «FarmaSaúde», que pretende ser um guia informativo semestral sobre os serviços disponibilizados no sector a nível nacional.

Na sua primeira edição, a nova publicação será editada em nove distritos – Beja, Braga, Évora, Faro, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal e Viana do Castelo, mas a breve trecho, segundo a empresa editora, deverá estar também disponível nos restantes distritos do território continental e nas regiões autónomas. A revista assume como objectivo principal tornar-se “o veículo de comunicação, divulgação e informação entre farmácias e diversos agentes de saúde e os cidadãos”, tarefa que será sempre complementada pelo site http://www.farmasaude.pt/.
Chamando a si a virtude de ser o único meio no País a oferecer uma compilação de todas as farmácias de Portugal Continental e das Ilhas “de uma forma simples e fácil de consultar, onde também pode pesquisar-se as farmácias de serviço, os diferentes serviços de saúde e urgências e os contactos de aconselhamento e apoio aos utentes”, o projecto deverá ainda disponibilizar notícias e vários artigos de opinião relacionados com as temáticas que cobre.

Carla Teixeira
Fonte: Criativíssima

Cancro da mama: Mutação nos genes BRCA não aumenta risco de mortalidade

A mutação dos genes BRCA1 e BRCA2 que, de acordo com o conhecimento generalizado dos cientistas, predispõe a mulher ao aparecimento de cancro da mama, diminuindo-lhe a oportunidade de vida, está a ser contestada por uma recente descoberta. Um novo estudo demonstrou que a taxa de mortalidade devido ao cancro da mama entre as mulheres israelitas Ashkenazi, que eram portadoras de uma variação nesses genes, não é diferente das que não possuem essa mutação.

A investigação, divulgada no “New England Journal of Medicine” vem desafiar o conhecimento geral ao afirmar que a presença ou de uma variação nos genes BRCA1 ou BRCA2 não influencia a taxa de sobrevivência 10 anos mais tarde. Todas as mulheres são portadoras destes genes à nascença, no entanto, uma alteração hereditária na sua composição é responsável por 5 a 10 por cento dos cancros da mama. Esta condição faz também com que o risco de desenvolver a doença durante a vida seja 3 a 7 vezes mais elevada nas mulheres portadoras de uma mutação nos genes BRCA1 e BRCA2. Por norma, isto verifica-se numa em cada 450 mulheres.

Porém, no caso das mulheres Ashkenazi, as estatísticas são mais elevadas, com cerca de uma em cada 40 mulheres a serem portadoras de uma mutação genética hereditária nesses genes e a desenvolverem cancro. Este facto faz com que a probabilidades de terem uma mutação esteja 10 vezes acima do normal. A elevada concentração de mulheres Ashkenazi em Israel levou Gad Rennert, do Centro Nacional de Controlo de Cancro, em Haifa, a realizar um estudo em 22 hospitais locais.

Depois de recolhido o ADN de 71 por cento do total de 2.514 mulheres envolvidas no estudo, e os registos médicos de 86 por cento das participantes, os investigadores observaram que 10 por cento das amostras eram portadoras de uma mutação no gene BRCA1 ou BRCA2. Ao analisarem a taxa de risco de mortalidade, os cientistas não detectaram uma diferença significativa entre as portadoras de variações genéticas naqueles genes e as não portadoras. “As taxas de morte especificamente relacionadas com o cancro da mama nas mulheres israelitas são semelhantes entre as portadoras de uma mutação nos genes BRCA e as não portadoras”, concluem os especialistas.

Segundo Rennert, “A maioria [das portadoras de BRCA] que desenvolvem cancro da mama vão sobreviver à doença. Essa é uma mensagem importante para as mulheres e para os médicos”. Actualmente, calcula-se que uma em cada 10 mulheres irá desenvolver cancro da mama ao longo da sua vida. Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, o cancro da mama continua a ser a primeira causa de morte das mulheres entre os 35 e os 55 anos e a segunda entre as mulheres de todas as idades. Na Europa, quase 20 por cento de todas as mortes por causa oncológica são devidas ao cancro da mama.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Medical News Today, Roche.

Em doentes com cancro da mama operável e HER2
Herceptin ajuda a aumentar sobrevivência


O uso combinado do Herceptin (trastuzumab) com a quimioterapia reduz em 34 por cento a mortalidade entre as mulheres com cancro da mama, contribuindo também para um aumento de 38 por cento da sobrevivência com cura. São dados positivos que resultam de uma revisão de cinco ensaios clínicos, e que foram apresentados em Lugano, na Suíça, no congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica.

Segundo a investigadora Issa Dahabreh, da Universidade de Atenas, a revisão dos cinco ensaios clínicos permitiu aferir que a combinação do recurso à quimioterapia com a utilização do Herceptin vem melhorar a sobrevivência entre as mulheres com cancro da mama operável que tenham tido resultado positivo nos testes à presença do HER2, o proto-gene responsável pela produção de uma proteína que tem papel regulador nas células saudáveis, mas que permite, perante um erro aleatório, levar ao surgimento de um cancro.
Issa Dahabreh considera que “estes resultados confirmam que a administração do trastuzumab em associação com a quimioterapia deveria ser a opção de primeira linha no tratamento das mulheres com aquele tipo de carcinoma, designadamente nas que sofrem de doenças cardiovasculares”. Uma convicção que se alicerça nos resultados do acompanhamento de mais de 13 mil mulheres, apesar de em vários outros estudos realizados com aquele fármaco algumas pacientes terem sofrido sérios efeitos colaterais.

Carla Teixeira
Fonte: El pais, Herceptin.com, Roche
Terapias hormonais prejudicam mulheres mais velhas
Risco acrescido de problemas cardíacos

As mulheres mais velhas, que há muito entraram na menopausa, deverão evitar o recurso a terapias hormonais com vista a prevenir doenças do coração. De acordo com um estudo publicado no «British Medical Journal», esses tratamentos só são adequados para alívio dos primeiros sintomas da menopausa, em mulheres mais novas.

Um estudo internacional que incidiu no acompanhamento de mulheres mais velhas confirmou dados recentes que apontavam para um risco acrescido naquela faixa da população do recurso a terapias de substituição hormonal. Os especialistas referem que o início de tratamentos hormonais em mulheres que estejam já na casa dos 60 anos “não é aconselhável”. JoAnn Manson, médica responsável pelo departamento de Medicina Preventiva da Escola Médica de Harvard, em Boston, que fez parte do estudo, explicou que, nessa população, aquele tipo de tratamentos pode mesmo ser prejudicial à saúde.
A especialista falava à margem de uma conferência sobre terapias hormonais, que durante muito tempo colheram, junto da comunidade médica, a convicção de que poderiam ajudar a proteger as mulheres das doenças crónicas, especialmente as de índole cardíaca. No entanto, um estudo divulgado em 2002 veio lançar o alarme entre os cientistas, ao relacionar as doenças do coração com aquelas terapias, que nessa altura foram abandonadas por milhões de mulheres em todo o mundo. Este novo estudo atesta que esses riscos são mais pronunciados nas mulheres que dão início aos tratamentos mais tardiamente, baseando-se nos dados da análise de mais de cinco mil pacientes na Grã-Bretanha, na Austrália e na Nova Zelândia.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Reuters

Centros chineses de colheita de sangue vão ter vídeo vigilância

Depois de sucessivos escândalos, a China decretou a instalação de sistemas de vídeo vigilância em todos os centros de colheita de sangue do país, de forma a combater o mercado paralelo que a venda ilícita de sangue alimenta.

A ordem surge na sequência da prisão de seis pessoas, acusadas de aliciar, de forma ilegal, imigrantes a doar sangue, na província de Guangdong, no sul da China, e da ordem de encerramento de três clínicas, por falsificação dos registos de dadores.

O sistema de vídeo vigilância deverá estar pronto a funcionar em Outubro e é mais uma tentativa do governo chinês de reabilitar o mercado de sangue, que viu a sua credibilidade destruída na década de 90, com o escândalo da contaminação de milhares de pessoas com VIH/Sida, devido a transfusões com sangue não controlado e obtido de forma ilegal.

Mas os escândalos não reportam apenas à década de 90, pois em Junho deste ano, a autoridade chinesa de regulação alimentar e farmacológica, denunciou que em pelo menos 18 hospitais do Norte da China estava a ser utilizado plasma falso.

O governo chinês garante que vai estar alerta e que terá mão pesada para punir este tipo de corrupção, para que sirvam de exemplo, numa tentativa de limpar o nome da marca “made in China”.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

EFSA alerta para o potencial cancerígeno do corante E128

A Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) tem-se mostrado preocupada com a utilização do corante E128, também conhecido como Encarnado 2G, em produtos alimentares, nomeadamente em salsichas e hambúrgueres, uma vez que testes de laboratório realizados em ratos, têm mostrado que existe potencial risco de cancro no consumo destes produtos.

O corante em causa tem sido autorizado na Europa para incorporação em salsichas e hamburgueres que tenham 4% a 6% de conteúdo em cereais ou vegetais, no entanto, os resultados dos testes levaram já o conselho de especialistas em aditivos que apoia tecnicamente a EFSA, a recomendar que o corante E128 não seja considerado seguro para consumo humano.

O corante E128 converte-se numa substância de consistência oleosa chamada anilina, durante o processo de digestão e assimilação. Durante os testes de laboratório, foi injectada anilina aos ratos, que acabaram por desenvolver tumores.

Os especialistas consideram que estes resultados não podem ser ignorados, pois mostram claramente o potencial carcinogénico da anilina.

A EFSA encontra-se neste momento a proceder à revisão e confirmação de provas sobre os riscos dos corantes alimentares e ontem foi a vez de o Parlamento Europeu aprovar, na generalidade, uma regulamentação que harmoniza e simplifica o recurso a aditivos pela indústria agro-alimentar, prevendo-se a reavaliação de cerca de 300 destas substâncias.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Termómetros e aparelhos de medição arterial com mercúrio

Proibição europeia não deve afectar Portugal

Portugal está preparado para acatar a proibição da utilização de mercúrio em aparelhos de medição arterial e termómetros, decretada terça-feira pelo Parlamento Europeu (ver artigo Parlamento Europeu proíbe uso de mercúrio em termómetros), pois há muito que os serviços do Estado deixaram de usar estes equipamentos, optando por substitutos sem mercúrio, bem como os estabelecimentos farmacêuticos, que deixaram de comercializar estes aparelhos desde o inicio de 2006.

A proibição europeia deve-se ao facto de o mercúrio ser um metal muito tóxico, que pode representar sérios riscos para a saúde pública e para o meio ambiente, e deverá representar uma diminuição anual de 33 toneladas nas emissões de mercúrio, de acordo com a estimativa da Comissão Europeia.

O Estado português começou a substituir, de forma gradual, os aparelhos de medição arterial e termómetros, seguindo uma "orientação nacional de há muitos anos", motivada por uma directiva comunitária, em vigor no direito interno português desde 1999, disse à Lusa o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, Mário Durval, pelo que a proibição agora decretada não deverá afectar significativamente o país.

No entanto, os novos aparelhos sem mercúrio têm sido alvo de criticas e desconfiança, sendo frequentemente posta em causa a sua fiabilidade e rigor, já que grande parte dos aparelhos à venda no mercado nacional não possui qualquer certificação, o que dificulta a sua calibração.

Se para Mário Durval, os aparelhos que surgiram para substituir o mercúrio são "fidedignos", para o presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), Luís Martins, são duvidosos, nomeadamente os digitais, que apresentam falhas ao nível da calibração.

Para este especialista, "os aparelhos de pulso não prestam para nada" porque "não têm nenhuma fiabilidade". Os aparelhos de melhor qualidade são os de medição da pressão arterial no braço, porque medem a pressão na artéria branquial, sobre a qual recai a ciência em torno destas medições, explicou. Apesar da desconfiança, o presidente da SPH acredita que no futuro a tecnologia vai resolver a falta de rigor dos novos aparelhos.

Para além da classe médica, as criticas têm surgido também por parte da população mais idosa, que receia os novos termómetros e aparelhos de medição da pressão arterial, de acordo com uma ronda feita por farmácias fora do distrito de Lisboa.

"É muito difícil que os idosos aceitem os novos termómetros digitais", contou à Lusa a farmacêutica Ana Maria Rico da Farmácia Central, em Coimbra, contrariamente às gerações mais novas, que preferem os termómetros e aparelhos de medição digitais, por permitirem uma medição mais rápida.

Também a farmacêutica Mariana Paisana da Farmácia Silveira, em Beja, confirma que "há muita resistência nas pessoas mais idosas", no entanto há cerca de dois anos que esta farmácia não tem à venda aparelhos com mercúrio.

As farmácias começaram a evitar a comercialização de aparelhos com mercúrio na sequência do pedido do Infarmed - Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento - emitido em Maio de 2002, que pedia para que fosse evitado o uso e aquisição de termómetros de mercúrio. De acordo com o porta-voz deste organismo, actualmente já não há farmácias que tenham para venda aparelhos com mercúrio.~

Inês de Matos

Fonte: Lusa, RTP

Reavaliação do NICE recomenda Alimta para tratamento do mesotelioma

O Alimta, da Eli Lilly & Co., deverá ser financiado pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido para uma forma de cancro do pulmão associado à exposição ao amianto.

Na sua avaliação final, o Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (NICE) do Reino Unido recomendou que o Alimta (pemetrexed), da Eli Lilly, deve estar disponível no Serviço Nacional de Saúde para determinados pacientes com mesotelioma. A decisão foi tomada após a farmacêutica ter contestado a resolução original de Junho de 2006, de não recomendar o produto para esta situação devido a ser dispendioso.

O director de implementação do NICE, Gillian Leng, explicou que a avaliação inicial das provas sugeria que estas eram insuficientes para demonstrar que o fármaco era melhor do que outros menos dispendiosos. Contudo, Leng acrescentou que, durante o processo de reavaliação, ficou claro um número de factores significativos, o que, tomado em consideração, permitiu que o comité de avaliação independente recomendasse o Alimta como opção de tratamento para a maioria dos pacientes com mesotelioma.

Nas indicações revistas, o NICE recomenda que o Alimta fique disponível para pacientes com mesotelioma pleural maligno que conseguem executar as tarefas diárias, mas cujo cancro está avançado e para os quais a cirurgia não é considerada apropriada. O NICE não recomenda o Alimta para pacientes que estão demasiado doentes para tolerar quimioterapia adicional ao tratamento. As recomendações finais são esperadas para Setembro.

O director-geral da Lilly UK, Andrew Hotchkiss, acrescentou que a avaliação revista mostra que o NICE reconheceu os benefícios que o Alimta pode oferecer em termos de sobrevivência e qualidade de vida. A decisão significa que a maioria das pessoas com mesotelioma poderão agora obter pemetrexed através do Serviço Nacional de Saúde. Um tratamento com o fármaco custa em média 8.000 libras por paciente, quando combinado com o agente de quimioterapia cisplatina. A farmacêutica prevê que o Serviço Nacional de Saúde gaste entre 3,4 milhões e 5,7 milhões de libras por ano com o Alimta.

Mais informações relativas ao Alimta e suas aplicações podem ser consultadas no farmacia.com.pt, no artigo “ALIMTA® útil no tratamento do cancro do pulmão”, publicado no dia 03 de Junho.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg, BBC News