terça-feira, 17 de julho de 2007

OMS aceita avaliar certificação da vacina contra HPV

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aceitou um pedido submetido pela farmacêutica Merck para atribuir uma certificação da vacina contra quatro tipos do Papilomavírus Humano (HPV), e já está a proceder a uma avaliação.

O objectivo é garantir que a vacina cumpre os padrões de qualidade, segurança e eficácia através da certificação de «pré-qualificação da OMS», para que esta seja adquirida pelas agências das Nações Unidas, como o Fundo para as Crianças (UNICEF) ou Organização de Saúde Pan-americana (PAHO).

O laboratório alemão pretende também “tornar a vacina disponível a preços drasticamente mais baixos para os países eleitos pelo Gavi (Aliança Global para Vacinas e Imunização)” através da condução de ensaios clínicos globais e parcerias com a OMS, o GAVI e outras organizações internacionais.

O cancro do colo do útero é o segundo tipo de cancro que mais afecta a saúde da mulher, e a segunda causa de morte por cancro em mulheres, depois do cancro da mama. Portugal tem a mais alta incidência da Europa desta doença oncológica, cuja principal causa é o vírus HPV, registando 900 novos casos por ano, e mais de 300 casos mortais.

A vacina contra o cancro do colo do útero está actualmente incluída no Programa Nacional de Vacinação da Dinamarca, Luxemburgo, Reino Unido e França.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital

Lucros da Johnson & Johnson crescem 9% no segundo trimestre

Os resultados líquidos da Johnson & Johnson (J&J) aumentaram 9,3 por cento no segundo trimestre do ano, para os 2,23 mil milhões de euros, relativamente aos 2,05 mil milhões de euros registados em período homólogo do ano anterior. As acções da empresa subiram 76 cêntimos face à valorização de 69 cêntimos atingida durante os mesmos meses de 2006.

De acordo com os responsáveis do grupo norte-americano, os resultados ficam a dever-se às fortes vendas de dispositivos médicos e medicamentos prescritos, especialmente em mercados internacionais.

O volume de negócios do trimestre alcançou uma progressão na ordem dos 13 por cento, para os 10,953 milhões de euros, um valor que supera ligeiramente os 10,926 milhões de euros previstos pelo mercado. Excluindo a aquisição da Pfizer Consumer Healthcare, o crescimento das vendas situou-se em 3,6 por cento.

As vendas mundiais da J&J cresceram, no segundo trimestre de 2007, 5,8 por cento, face ao aumento de 9 por cento nas vendas domésticas e de 18,4 por cento nas vendas internacionais.

“Continuamos a aumentar as receitas, ao mesmo tempo que conseguimos integrar com sucesso as aquisições e investir em oportunidades promissoras de maior crescimento”, salientou o presidente e director executivo do grupo William Weldon, num comunicado divulgado hoje.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Terra.es.

SPP promove Curso de Cessação Tabágica

Para transmitir aos médicos de clínica geral procedimentos e condutas eficazes, capazes de incentivar os pacientes a deixarem de fumar, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) vai promover um Curso de Cessação Tabágica. A iniciativa ganha especial importância quando um estudo de 2006 revela que há, em Portugal, 2 milhões de fumadores, dos quais metade pretende deixar o vício.

Face à crescente necessidade de envolver activamente os profissionais de saúde nas temáticas da cessação tabágica e alertar para a importância de um tratamento com acompanhamento médico, o objectivo é também habilitar estes profissionais de saúde “a exercer uma boa prática em relação aos fumadores e ao abandono tabágico”, salientou Segorbe Luís, Presidente da SPP.

Segundo afirmou o especialista um estudo, que remonta a finais de 2006, demonstrou que “existem cerca de 2 milhões de fumadores, dos quais metade quer deixar de fumar. No entanto, só cerca de 20 por cento decidiram fazê-lo”. É, por isso, urgente dar resposta aos cidadãos fumadores que pretendem deixar de o ser, explicando-lhes que “a melhor forma de o conseguirem com sucesso é através do aconselhamento e tratamento Médico”, referiu Segorbe Luís.

As medidas restritivas têm resultados visíveis na redução do hábito tabágico e o aumento significativo do custo do tabaco tem também um efeito positivo na diminuição do seu consumo, considera o responsável. Nesse sentido, as entidades públicas deveriam debruçar-se mais sobre o assunto, uma vez que é ainda necessária muita divulgação das consultas de Cessação Tabágica junto da população.

A decorrer nas zonas Centro e Sul do país, o Curso de Cessação Tabágica aborda várias temáticas, desde as componentes do fumo do tabaco, às doenças relacionadas com o Tabagismo e aos benefícios em deixar de fumar. Os interessados poderão contactar a SPP para obter mais pormenores sobre o evento.

Marta Bilro

Fonte: SPP

Identificação de composto garante 363 mil euros à Pharmacopeia

A Pharmacopeia, empresa especializada no desenvolvimento de pequenas moléculas terapêuticas desconhecidas, anunciou ter identificado um composto principal, seis meses antes do prazo agendada pelo acordo de cooperação com a GlaxoSmithKline. A descoberta garante à Pharmacopeia um pagamento de 363 mil euros por parte da farmacêutica britânica.

A substância está a ser avaliada como um potencial tratamento para as dores inflamatórias e irá agora ser optimizada à medida que continua a progredir em direcção ao seu desenvolvimento. De acordo com os termos do acordo que regem esta colaboração, a empresa já deverá ter recebido da GSK 7,3 milhões de euros, e habilita-se a um pagamento adicional no valor de 3,6 milhões de euros logo que estejam completas as actividades adicionais relacionadas com as observações recentes.

“Ao longo da última semana, o nosso trabalho com a Pharmacopeia tem exemplificado o elevado padrão de cooperação e produtividade que acreditamos que irá contribuir para o futuro do desenvolvimento de medicamentos”, sublinhou Hugh Cowley, vice-presidente da GSK e presidente do Centro de Excelência para a Descoberta de Medicamentos Externos do laboratório.

O responsável considera que a identificação deste composto principal, antes da data prevista, “é a indicação clara de um progresso significativo que tem sido feito num curto período de tempo”. Os responsáveis da Pharmacopeia, satisfeitos com a parceria e com os resultados positivos, mostram-se “ansiosos para seguir em frente com o programa em direcção ao desenvolvimento pré-clínico e por repetir o sucesso em outros programas em curso no âmbito da aliança com a GSK”, frisou Les Browne, presidente e director executivo da empresa.

A Pharmacopeia tem vindo a desenvolver um valioso portfolio de parceiros, possuindo, actualmente, alianças estratégicas com a Cephalon, a GlaxoSmithKline, a Organon e a Wyeth.

Marta Bilro

Fonte: PR Newswire, MSN Money, CNN Money.

Amira Pharmaceuticals anuncia resultados iniciais positivos do AM103 para o tratamento da doença respiratória e da cardiovascular

A Amira Pharmaceuticals anunciou dados iniciais positivos da fase I do ensaio clínico do AM103, o componente líder da companhia. Os primeiros resultados provisórios demonstram que uma única dose de AM103 provoca uma inibição elevada significante da síntese de leucotrienos.
O AM103 é um inibidor oral de última geração da proteína activadora da 5-lipoxigenase (FLAP, sigla em inglês), que demonstrou potencial para tratar a asma e doença cardiovascular ao evitar a síntese de leucotrienos, componentes biológicos que levam à inflamação. O actual ensaio de fase I controlado por placebo e duplamente cego é delineado para determinar a segurança e tolerabilidade do aumento de dose única e do aumento de doses múltiplas de AM103 em voluntários saudáveis. O ensaio também está a avaliar as propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas do composto, especificamente a sua capacidade de inibir a produção de leucotrienos.

O vice-presidente e co-fundador da Amira Pharmaceuticals, Jilly Evans, afirmou que com os modelos pré-clínicos de farmacocinéticas e farmacodinâmicas, conseguiu-se prever com muita precisão os resultados demonstrados até à data, nesta fase I do estudo do AM103. Esta capacidade é uma fonte real de vantagem competitiva para a Amira enquanto se desenham novos tipos de inibidores de leucotrienos.

A aprovação do pedido de Autorização de Ensaio Clínico, submetido na Europa no início deste ano, permitiu à Amira começar a fase I do ensaio clínico. A farmacêutica espera ter dados finais do estudo durante o último semestre de 2007. Baseado nestes dados e em anteriores, a Amira planeia fazer um Pedido de Licença de Novo Medicamento nos Estados Unidos em 2008. Os resultados do ensaio também irão permitir à companhia identificar a dose óptima de AM103 para os estudos de fase II.

O director científico da Amira, Peppi Prasit, sublinhou que os estudos pré-clínicos do AM103 demonstraram que uma dose baixa é eficaz em vários modelos inflamatórios. Estudos recentes mostraram que os leucotrienos estão implicados na aterosclerose, sugerindo que o AM103 pode ter um potencial enorme em indicações cardiovasculares em adição às reconhecidas indicações respiratórias.

O mercado respiratório para este composto está estimado entre 2 a 3 mil milhões de dólares, e o mercado cardiovascular pode ser ainda mais valioso. As conversações estão a decorrer com vários potenciais parceiros farmacêuticos.

Inibidores FLAP
A FLAP é um componente chave inicial no caminho dos leucotrienos, um processo de sinalização complexo que exerce controlo sobre os processos biológicos, tais como inflamação e imunidade. A actividade excessiva da FLAP agrava as doenças inflamatórias, como a asma. O gene da FLAP também foi ligado a um aumento significativo no risco de enfarte do miocárdio e AVC. O AM103 liga-se à FLAP, inibindo a síntese de leucotrienos que causa a inflamação.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Lucros da Roche deverão crescer 16% no primeiro semestre do ano

Os lucros da farmacêutica suíça Roche deverão registar, no primeiro semestre de 2007, um aumento de 16 por cento, atingindo os 3,1 mil milhões de euros, comparativamente ao período homólogo do ano anterior, estimam os analistas. Os bons resultados são, em grande parte, impulsionados pelo sucesso das vendas do Herceptin (trastuzumab) e do Avastin (bevacizumab), dois fármacos destinados ao tratamento do cancro.

De acordo com uma estimativa elaborada pela Bloomberg a partir da análise de sete especialistas, as receitas líquidas da empresa, nos primeiros seis meses do ano, terão atingido os 3,1 mil milhões de euros, relativamente aos 2,72 mil milhões de euros registados no mesmo período de 2006. A Roche deverá divulgar os resultados relativos ao primeiro semestre no dia 19 de Julho

No que toca às vendas, os analistas calculam um aumento de 15 por cento para os 13,7 mil milhões de euros, relativamente aos mesmos seis meses do ano anterior. As vendas do Herceptin foram estimadas em 724,8 milhões de euros na primeira metade de 2007, uma subida de 30 por cento sobre o valor registado em igual período de 2006. As previsões indicam ainda um aumento de 43 por cento nas vendas do Avastin, ascendendo aos 604 milhões de euros.

O MabThera, comercializado nos Estados Unidos da América pela Genentech e pela Biogen como Rituxan, deverá registar, nos primeiros seis meses do ano, um crescimento de 14 por cento, para os 845,5 milhões de euros. Em suma, os especialistas prevêem que as receitas da empresa cresçam 15 por cento, para os 13,7 mil milhões de euros.

Andrew Fellows, analista da Helvea, considera que as atenções deverão centrar-se, principalmente, no Avastin, incluindo a nova submissão de autorização para a utilização do medicamento no tratamento do cancro da mama depois da Administração Norte-Americana de Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA) ter requerido mais dados sobre a segurança e eficácia do medicamento. “O Herceptin está bastante saturado no mercado norte-americano, por isso as atenções estão concentradas no exterior”, acrescentou.

Marta Bilro

Fonte: First Word, Bloomberg.

Wyeth resolve processo do Prempro e evita julgamento

A Wyeth conseguiu chegar a acordo no processo em que o Prempro era apontado como responsável pelo desenvolvimento de cancro da mama numa paciente que se submeteu ao tratamento hormonal da farmacêutica norte-americana. A empresa conseguiu resolver o caso ainda antes do inicio do julgamento.

Depois de se submeter ao tratamento com Prempro, uma combinação de estrogénio e acetato de medroxiprogesterona, utilizado como substituição hormonal pós-menopausa, durante sete anos, Ellen Deutsch, terá sido diagnosticada com cancro da mama.

Segundo revelou Chris Garland, um porta-voz do laboratório Wyeth, o juiz Bryan D. Garruto aprovou o acordo proposto pela empresa, porém os pormenores não foram revelados.

“O caso Deutsh está resolvido e ambas as partes ficaram satisfeitas”, acrescentou o responsável da farmacêutica. Este foi o terceiro caso resolvido pela Wyeth através de um acordo e o primeiro cujo julgamento estava prestes a ter início. A empresa enfrenta, actualmente, 5.200 queixas relativas a medicamentos de terapia hormonal que, em 2006, registaram vendas no valor de 725,9 milhões de euros.

Mesmo depois da divulgação de estudo financiado pelo governo que relacionou os fármacos ao risco de desenvolver cancro e de sofrer ataques cardíacos, o Prempro continua disponível no mercado norte-americano. A farmacêutica afirma que realizou vários testes para garantir a segurança dos medicamentos, tendo informado acerca dos riscos através da rotulagem e dos folhetos informativos.

Marta Bilro

Fonte: First Word, Bloomberg.

NovoNordisk processa Sanofi-Aventis por violação de patente

A farmacêutica dinamarquesa NovoNordisk, a maior produtora mundial de insulina, está a processar a Sanofi-Aventis devido a uma alegada violação da patente norte-americana de um sistema de dosagem.

Segundo revelou Mike Rulis, porta-voz do laboratório NovoNordisk, a queixa terá sido apresentada em tribunal no dia 10 de Julho, porém ainda não está marcada a data do julgamento.

O caso deverá estar relacionado com a patente norte-americana do método de dosagem da caneta de insulina NovoPen4, desenvolvida pela NovoNordisk, adiantou Rulis. A empresa dinamarquesa alega que a Sanofi-Aventis utiliza um sistema de dosagem semelhante nas suas canetas de insulina SoloStar, infringindo, assim, a patente da NovoNordisk.

O responsável escusou-se a adiantar se a farmacêutica tinha intenções de instaurar processos judiciais contra a Sanofi noutros países. “Primeiro vamos esperar pela data do julgamento, mas é comum que os casos que envolvem patentes se arrastem por alguns anos”, afirmou.

A nova caneta de insulina SoloStar, produzida pela francesa Sanofi-Aventis deverá ser lançada no mercado dos Estados Unidos da América durante os próximos meses.

Marta Bilro

Fonte: Reuters.

AstraZeneca e IBM assinam acordo de 1,4 mil milhões de dólares para estratégia global de “outsourcing”

A IBM anunciou que acordou com a AstraZeneca uma estratégia global de “outsourcing” com a duração de sete anos, no valor de 1,4 mil milhões de dólares. O acordo renova e expande o âmbito de um contrato existente e cobre as provisões de serviços infraestruturais de Tecnologias de Informação (TI), em 60 países. Este acordo inclui serviços a funções adicionais no interior da AstraZeneca, uma das maiores companhias farmacêuticas do mundo. O acordo foi assinado em Julho.

Nos termos do acordo, a IBM irá fornecer uma infra-estrutura técnica global única, gerindo os serviços de TI para a AstraZeneca em toda a organização. Isto inclui alojamento de sites e de servidores, serviço de assistência, gestão de PC, serviços de rede e comunicações, incluindo e-mail, e suporte de operações de computador. A AstraZeneca manterá o controlo da totalidade da estratégia de TI e do desenvolvimento e suporte dos seus sistemas de aplicação.

O director de informação da AstraZeneca, Richard Williams, disse que este acordo inovador com a IBM irá permitir à AstraZeneca dar maior valor ao negócio ao fornecer globalmente serviços infraestruturais consistentes, permitindo difundir a nova tecnologia de forma mais rápida e mais eficiente, com níveis melhorados de serviços.

Este acordo com a IBM irá permitir à AstraZeneca focar os seus esforços em acrescentar valor às suas operações científicas, comerciais e de abastecimento, ajudando assim a farmacêutica a distribuir mais medicamentos que fazem uma diferença significativa aos pacientes. Ao permitir que a IBM tenha mais autonomia nos métodos de fornecimento, o acordo será mais eficiente a nível de custos quando comparado com um sistema “in-house”.

O vice-presidente sénior da IBM, Doug Elix, afirmou que a empresa irá organizar os seus recursos globais para fornecer uma infra-estrutura flexível e ágil permitindo à AstraZeneca continuar a implementar o seu plano de crescimento e de liderança na indústria farmacêutica. A confiança que a IBM tem construído, ao longo dos sete anos anteriores, irá ajudar a empresa e a AstraZeneca a abrir caminho nos serviços de transformação nos próximos sete anos.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Revista “Farmácia Saúde” lidera segmento Saúde e Educação

A revista “Farmácia Saúde” atingiu a maior audiência de sempre no trimestre Abril/Junho deste ano, com 3,4 pontos, o melhor resultado de sempre conseguido por uma revista do género. A publicação chega já a mais de 282 mil leitores, com idades acima dos 15 anos, de acordo com os dados do Bareme Imprensa, da Marktest, divulgados esta semana.

Em relação ao trimestre anterior (Janeiro/Março), registou-se uma subida de audiências de nove décimas, um resultado nunca antes atingido e que vem reforçar a já sólida liderança da revista neste segmento.

A “Farmácia Saúde” leva ao público o essencial da informação sobre a saúde, como estudos e artigos de grande rigor científico, apresentados de forma acessível a todos, para alcançar o mais vasto número de leitores.

A publicação é editada pela Associação Nacional das Farmácias e chega mensalmente e de forma gratuita, até ao grande publico através da distribuição feita nas farmácias de todo o pais, que se assumem assim como espaços promotores da saúde das comunidades em que estão inseridas.

Inês de Matos

Fonte: ANF

Quando a medicina traz de volta o sorriso

Nova técnica cirurgica permite recuperação do movimento dos músculos da face

Uma equipa de cirurgiões norte-americanos, da Universidade de Medicina John Hopkins, em Baltimore, EUA, desenvolveu uma nova técnica cirúrgica que pode devolver o sorriso aos doentes com paralisia facial, uma vez que permite a recuperação do movimento dos músculos da face, num curto espaço de tempo, cerca de uma semana após a intervenção.

A técnica é conhecida por temporalis tendon transfer e apresenta diversas vantagens face às técnicas que têm vindo a ser utilizadas no tratamento da paralisia facial, uma vez que tem uma aplicação simples, possibilitando a reanimação dos músculos faciais, com resultados rápidos e melhores do que as técnicas antigas.

A equipa americana iniciou a preparação da técnica em 2004, em sete pacientes, tendo ainda aplicado a mesma a outros nove doentes que demonstraram igualmente resultados muito positivos.

Os cirurgiões, liderados pelo Dr. Patrick Byrne, devolveram o sorriso a seis dos sete pacientes submetidos à aplicação desta técnica. “ A capacidade de sorrir é aquilo que mais preocupa os pacientes na paralisia facial”, adianta Patrick Byrne, mas com a nova técnica cirúrgica este problema pode ser ultrapassado e dentro de uma semana o paciente volta a sorrir.

A cirurgia é pouco invasiva e como tal as cicatrizes ficam quase invisíveis e apesar de não garantir a 100 por cento a recuperação do movimento dos músculos faciais, os resultados ainda assim, são muito animadores.

De acordo com o líder da equipa, “a paralisia facial é um problema para o qual não temos ainda todas as respostas”, pois a face é uma parte do corpo humano que apresenta grande complexidade. A paralisia facial total atinge 39 músculos e ainda não é possível recuperar o movimento em todos, no entanto, foi já percorrido um longo caminho.

A causa mais comum de paralisia facial é a paralisia de Bell - causada por uma insuficiente função dos tendões faciais, que provoca a inactividade dos músculos da face - no entanto, também os tumores cerebrais e os enfartes podem levar à perda de movimento facial.

No caso dos doentes afectados pela paralisia de Bell, a recuperação pode ser total ainda que demore alguns meses, já no que respeita aos doentes que foram vitimas de enfarte, existem algumas limitações, pois uma intervenção cirúrgica acarreta sempre grandes riscos.

Ainda que não possa ser aplicada a todos os pacientes com paralisia facial, Patrick Byrne acredita que esta técnica pode representar uma nova esperança para os doentes que sofram de paralisia facial há muito tempo e que tenham já experimentado outros métodos de tratamento, que se tenham revelado pouco eficazes.

Inês de Matos

Fonte: Reuters