sábado, 11 de agosto de 2007

Prexige retirado do mercado australiano

Medicamento associado a ocorrência de lesões hepáticas

As autoridades de saúde australianas ordenaram a recolha do mercado do Prexige (Lumiracoxib), um medicamento destinado ao tratamento da osteoartrose, depois de terem sido registadas duas mortes e dois transplantes de fígado que se suspeita terem sido provocados pela utilização do fármaco.

O Departamento de Saúde e Administração de Bens Terapêuticos de Envelhecimento (TGA) do Governo Australiano emitiu um comunicado, no qual refere que a administração do medicamento foi associada a várias lesões no fígado. O fármaco, comercializado pela Novartis, é um inibidor selectivo da COX-2 que pertence ao grupo dos anti-inflamatórios não esteróides (AINEs).

O documento divulgado pelo TGA dá conta da recepção de oito relatórios referentes a reacções adversas provocadas no fígado pelo mediamento em questão, “incluindo duas mortes e dois transplantes de fígado”.

A medida é preventiva, refere o TGA que, em conjunto com o Comité de Aconselhamento de Reacções Adversas a Fármacos, procedeu à análise dos referidos relatórios “e recomendou o cancelamento do registo do Lumiracoxib devido à gravidade dos efeitos secundários relatados associados à ingestão do medicamento”, afirmou Rohan Hammett, presidente do comité de especialistas.

Segundo explicou o mesmo responsável, “quanto mais longo é o tempo de exposição ao tratamento, maiores são as probabilidades de lesões hepáticas”. O TGA recomenda, por isso, que os doentes abandonem a toma do fármaco “imediatamente” e procurem uma terapia alternativa junto do médico.

A Novartis está a colaborar na recolha do medicamento, avançou a farmacêutica num comunicado divulgado no seu portal australiano. Desde Julho de 2005, data em que a substância foi lançadao, registaram-se já mais de 7 milhões de prescrições do Prexige a nível mundial.

Marta Bilro

Fonte: Novartis, Departamento de Saúde e Administração de Bens Terapêuticos de Envelhecimento do Governo Australiano.

Lisboa acolhe 1º Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas

Conhecer “o estado da arte”, isto é, as funções e tecnologias químicas e farmacêuticas envolvidas no processo de produção dos produtos de beleza, para além do papel que desempenham nas rotinas do dia-a-dia, é o mote para a realização do 1º Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas, subordinado ao tema “Expandindo as Fronteiras”. O Auditório Agostinho da Silva, em Lisboa, será o palco onde se vão cruzar diversos especialistas do sector, no dia 19 de Outubro de 2007.

O evento, organizado pelo Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, pretende contribuir para a promoção desta área junto de investigadores, industriais, empresários e profissionais dos diversos sectores da saúde. Nesse sentido, o congresso vai funcionar como um fórum de apresentação de trabalhos e discussão de temas, de natureza técnico-científica.

A massificação dos produtos de beleza, higiene e bem-estar fez com que estes se tornassem uma presença constante no dia-a-dia de cada pessoa. Porém, a sua composição envolve compostos complexos, em muitos aspectos (técnicos) mais elaborados que os medicamentos. Actualmente são, com frequência, utilizados como complemento principal da terapêutica dermatológica, e reconhecidos na promoção da saúde pública e qualidade de vida, esbatendo-se, por vezes, as fronteiras com outros produtos de saúde (medicamentos e dispositivos médicos), biocidas ou alimentos.

De acordo com os organizadores do evento, esta realidade é fruto do avanço científico e tecnológico que tem “proporcionado permanentes desenvolvimentos e inovação, que transformam esta na classe mais segura de produtos para uso humano, e simultaneamente, cada vez mais úteis e acessíveis”.

Entre os principais temas que vão ser debatidos destacam-se a importância da informação ao consumidor, o futuro da comprovação da segurança dos produtos cosméticos na Europa, a abordagem dermatológica do foto-envelhecimento, a relação entre a pele e a mente, o papel dos produtos cosméticos na saúde pública ou a farmácia comunitária e a promoção da saúde cutânea. A ficha de inscrição está disponível no portal do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Lusófona, bem como o programa e a lista de intervenientes no congresso.

Marta Bilro

Fonte: Jasfarma, Universidade Lusófona.

Doença afecta cerca de 400 mil pessoas em Portugal
Identificado gene causador do glaucoma capsular


Uma equipa de cientistas da Escandinávia identificou o gene responsável pelo glaucoma capsular, uma das variantes daquela doença ocular cujo tratamento é mais difícil. À luz dos dados divulgados na edição desta semana da revista «Science», as mutações do gene LOXL1 constituem a causa da deterioração progressiva da visão, que pode levar à completa cegueira.

O conceito de glaucoma envolve um grupo de doenças do nervo óptico, caracterizadas por um aumento da pressão intra-ocular, diminuição da irrigação, aumento da “dureza” do globo do olho e atrofia do nervo óptico, factores que provocam uma típica perda do campo visual, acompanhada de alterações macroscópicas do nervo óptico (escavação), que ajudam a definir o diagnóstico. Porque numa fase inicial a doença é assintomática, a perda de visão começa por ser imperceptível, o que leva a que, quando o doente toma consciência das dificuldades, se encontre já numa fase muito avançada. O glaucoma capsular afeta 10 a 20 por cento das pessoas com mais de 60 anos de idade (no nosso país deverão ser cerca de 400 mil os afectados), mas enquanto a cegueira é irreversível, a perda de visão gradual pode ser evitada, se detectada a tempo.
É nesse contexto que a descoberta dos investigadores escandinavos agora relatada na «Science» assume importância fundamental. Trata-se de uma investigação de grande relevância científica, na medida em que “a genética conduziu diretamente ao que parece ser a única causa de uma doença tão comum quanto devastadora”, como explicou Kari Stefansson, presidente da Decode Genetics Inc, uma sociedade especializada em análise genética com sede na Islândia, acrescentando que “os riscos apresentados por estas variações genéticas são muito altos, porque são responsáveis por todos os casos de glaucoma capsular, o que significa que, se for possível neutralizar o impacto destas variações, deveremos poder eliminar a doença”. A alternativa actual de tratamento do glaucoma é a trabeculectomia, uma intervenção cirúrgica de algum risco, que consiste na criação de um novo ponto de saída do humor aquoso do olho, de modo a fazer baixar a pressão intra-ocular.

Carla Teixeira
Fonte: CorreioWeb, Centro de Oftalmologia do Algarve
Base de dados controlará consumo de medicamentos
Madeira prepara processo clínico electrónico


A Região Autónoma da Madeira está a preparar, no âmbito dos projectos do Eixo de Medidas Estruturantes, a criação de uma base de dados que permita a gestão online de todos os processos clínicos dos doentes insulares. Uma simples ida à farmácia poderá ser substituída por um atendimento virtual, em que o farmacêutico explica ao paciente o funcionamento e a dose dos medicamentos que lhe foram prescritos.

De acordo com informações avançadas pelo secretário regional dos Assuntos Sociais na Madeira, Francisco João Ramos, em declarações à imprensa local, está neste momento a ser preparada a “instalação de uma rede informática que vai permitir a gestão online do processo clínico”. O responsável explicou que a medida permitirá que, “em vez de ir à farmácia com uma receita, a pessoa possa apenas dizer o número do cartão de utente. O farmacêutico vê a receita que foi prescrita e diz ao doente como deve tomar o fármaco indicado. Na opinião de Francisco João Ramos, o novo método terá como vantagem um maior controlo do tipo e quantidade de medicamentos prescritos e tomados, uma vez que “assim teremos a certeza de que o medicamento foi efectivamente comprado, que foi comprado na quantidade certa, e se porventura o doente o consumiu em excesso ou de acordo com o conselho do médico e do farmacêutico”.
Ainda segundo o mesmo elemento do governo regional, será criada uma base de dados de todos os doentes, que possibilitará que, num hospital ou centro de saúde, as análises feitas sejam registadas, com o dia e a hora em que foi realizada. “Se poucos dias depois o mesmo doente voltar a fazer a mesma análise, para avaliar os mesmos parâmetros, terá de justificar por que razão o faz”, disse o secretário regional dos Assuntos Sociais. O mesmo princípio será aplicado às consultas, às radiografias e a uma pluralidade de outros serviços disponibilizados nas unidades prestadoras de cuidados de saúde na Ilha da Madeira. O processo clínico electrónico é um projecto promovido pelo Serviço Regional de Saúde da Madeira, que prevê o abandono gradual da informação que hoje circula em suporte de papel, com o objectivo de fazer com que toda a informação clínica relacionada com a observação, o diagnóstico e o tratamento dos doentes passe a ser registada no formato electrónico, mais fácil de actualizar e partilhar.

Carla Teixeira
Fonte: Jornal da Madeira, Madeira Digital

Símbolo motiva processo da Johnson & Johnson à Cruz Vermelha Americana

A farmacêutica Johnson & Johnson decidiu processar a Cruz Vermelha Americana, acusando-a de vender os direitos de utilização do conhecido símbolo desta instituição de solidariedade, violando assim o acordo assinado pela fundadora da instituição em 1865, onde esta cedia a utilização exclusiva do símbolo aos medicamentos e produtos químicos e cirúrgicos da empresa.

«Após mais de um século de forte cooperação na utilização da marca comercial Cruz Vermelha… estamos desiludidos por saber que a instituição começou uma campanha para licenciar a marca com fins comerciais», informou em comunicado a farmacêutica.

O processo judicial surge depois de a Cruz Vermelha Americana ter decidido ceder os direitos de utilização do símbolo, a empresas que comercializam produtos como luvas cirúrgicas, corta-unhas, pentes e escovas de dentes, à venda nas grandes superfícies comerciais norte-americanas.

Reagindo ao processo movido pela Johnson & Johnson, a Cruz Vermelha norte-americana alega que os produtos são destinados à saúde e segurança de crianças e que os lucros obtidos com as suas vendas revertem para projectos de ajuda de emergência.

Apesar de ter sido adoptado pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha em 1863, o símbolo apenas foi reconhecido pelo Congresso norte-americano em 1900. Entretanto, já a Johnson & Johnson utilizava o símbolo como marca comercial nos seus pensos rápidos e produtos para bebé há 3 anos.

Inês de Matos

Fonte: Sol