segunda-feira, 13 de agosto de 2007

AVC: anticoagulante é mais eficaz do que aspirina

Estudo provou que risco de ataques foi significativamente menor em doentes administrados com warfarina

Um estudo publicado na «The Lancet» revela que a warfarina (anticoagulante) provou ser mais eficaz do que a aspirina na prevenção de apoplexias, neste caso, no Acidente Vascular Cerebral (AVC) que ocorre em idosos que sofrem de arritmias cardíacas.

De acordo com aquela revista médica, a investigação conduzida por cientistas da Universidade de Birmingham (Reino Unido) - liderada pelo médico Jonathan Mant – incidiu no estudo de um grupo de 973 pessoas que sofriam de fibrilhação auricular (contracção auricular extremamente veloz e desordenada).

Deste grupo – que tinha uma média etária de 81 anos – a equipa de investigadores escolheu, aleatoriamente, 488 doentes aos quais administrou o anticoagulante (warfarina), enquanto que, a aspirina foi administrada nos restantes. Durante dois anos e sete meses, os cientistas analisaram a eficácia de cada medicamento e o aumento do risco de hemorragias nos usuários.

Ao longo daquele período de tempo, foram estudados casos de AVC (apoplexia fatal ou paralisadora), hemorragias intracranianas e embolias arteriais graves. Segundo os cientistas britânicos, ocorreram 24 casos graves: 21 AVC, duas hemorragias intracraniais e uma embolia sistémica no grupo que recebeu warfarina. No grupo que tomou aspirina, registaram 48 episódios graves: 44 ataques cerebrais, uma hemorragia intracranial e três embolias sistémicas.

Os resultados permitiram à equipa de Jonathan Mant constatar que “o risco de ataques de apoplexia e embolias arteriais era significativamente menor no primeiro grupo que no segundo”, concluindo que, deste modo, o anticoagulante pode ser usado mais frequentemente para tratar idosos. Contudo, os especialistas ressalvaram não ter prova de que – comparativamente com a usual aspirina - esta substância activa espolete outros problemas de risco maior.

Raquel Pacheco
Fontes: «The Lancet»/Radio Grande FM

Next Safety aponta avanço para novos tratamentos

Testes provaram eficácia de dispositivo pulmonar na administração de nicotina; empresa diz que medicamentos podem seguir o mesmo caminho

Qualquer medicamento solúvel em água poderá ser administrado com “precisão e eficácia muito altas” através dos dispositivos e métodos pulmonares desenvolvidos pela Next Safety. A garantia foi dada pela empresa após ter testado com êxito a eficiência de um dos aparelhos, avançou a PRNewswire.

Tal como noticiou o farmacia.com.pt, a Next Safety vaticinou o fim da era do tabaco ao apresentar aos fumadores um aparelho inovador de distribuição de nicotina. Segundo foi antecipado, o dispositivo - com efeitos altamente psicoativos do acto de fumar, e com a mais valia de banir a inalação das 69 substâncias cancerígenas presentes nos cigarros – iria ser testado em humanos.

Os resultados do estudo (que envolveu 30 participantes) provaram que o dispositivo pulmonar proporciona maior eficácia do que cigarros. “Mais de 74 por cento da nicotina contida no dispositivo entrou na corrente sanguínea”, anunciou a empresa, citada pela PRNewswire.

Fim da era do tabaco
Segundo explicou a Next Safety, “cada indivíduo recebeu menos nicotina do que aquela tipicamente inalada a partir do consumo de um cigarro, mas com efeitos psicoativos mais elevados”, sublinhando que “sem receberem nenhum dos cancerígenos mortais, os participantes conseguiram níveis de nicotina no sangue muito mais altos e em taxas mais rápidas do que aqueles possivelmente obtidos através do consumo de cigarros.”

Face aos resultados conclusivos destes testes, a Next Safety Inc. considera que a tecnologia que desenvolveu pode abrir caminho a outros tratamentos. “O avanço na administração pulmonar de um medicamento não está limitado somente à nicotina”, afirmou, concretizando que diversos fármacos, nomeadamente, antibióticos, analgésicos, antieméticos e vacinas de toma via intravenosa “podem, agora, ser administrados efectivamente através de meios pulmonares com precisão, eficácia e eficiência.”

De acordo com um comunicado da empresa, os dispositivos começarão a ser distribuídos em Dezembro, “nos mercados onde as regulamentações actuais permitirem” contabilizando “mais de dois milhões de aparelhos, por mês, durante o primeiro trimestre de 2008.”

Recorde-se que, esta semana, a Next Safety vai distribuir amostras dos dispositivos para alguns jornalistas.

Raquel Pacheco
Fonte: PRNewswire

Kuvan reduz níveis fenilalanina no sangue

A Biomarin Pharmaceutical e a MerckSerono anunciaram que os resultados dos ensaios clínicos de fase III relativos ao Kuvan demonstram que o medicamento reduz o nível de fenilalanina no sangue em doentes com fenilcetonúria.

A Biovan acredita que o Kuvan possa receber aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) no final do mês de Novembro, uma vez que a entidade reguladora concedeu recentemente revisão prioritária ao medicamento.

A fenilcetonúria é uma perturbação hereditária do metabolismo da fenilalanina provocada por um défice enzimático (em fenilalanina-hidroxilase) que ocorre quando a enzima que processa o aminoácido fenalanina se encontra ausente, provocando um valor alarmantemente alto de fenilalanina no sangue.

A fenilalanina transforma-se normalmente em tirosina, outro aminoácido, eliminando-se do organismo. Sem a presença da enzima que a transforma, a fenilalanina acumula-se no sangue e é tóxica para o cérebro, provocando atraso mental. De acordo como o Manual Merck, a fenilcetonúria está presente na maioria dos grupos geográficos, mas é rara na população judaica de descendentes europeus orientais e na negra. A incidência é de aproximadamente 1 em cada 16 mil nados vivos. Se não for tratada, os afectados desenvolvem rapidamente um determinado grau de atraso mental, que, por norma é grave.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, CNN Money, Manual Merck, Médicos de Portugal.

Novo estudo põe em causa alegações de risco cardíaco associado à toma de Avandia

GSK prepara estratégia de marketing para combater quebra nas prescrições

Depois das prescrições do Avandia (maleato de rosiglitazona) terem sofrido uma quebra de 40 por cento no mercado norte-americano, a GlaxoSmithKline (GSK) pode estar a preparar um corte na disponibilização do medicamento. À margem desta decisão, um novo estudo vem pôr em causa os resultados da análise que colocou o fármaco sob suspeitas de aumentar o risco de ataque cardíaco.

A segurança do fármaco foi posta em causa em Maio, quando um relatório publicado no “New England Journal of Medicine” (NEJM) alegava que a toma de Avandia aumentava em 43 por cento o risco de sofrer um ataque cardíaco. Recentemente o medicamento foi reavaliado pela Administração Norte Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) que decidiu que a substância destinada ao tratamento da diabetes deve permanecer no mercado porque os benefícios superam os riscos. Ainda assim, o medicamento terá de ser acompanhado por novos avisos de segurança, dado que se observou que aumenta a probabilidade de sofrer ataques cardíacos.

De maneira a fazer face às contrariedades inerentes à imposição da FDA, a farmacêutica britânica pretende agora lançar um contra-ataque publicitário através de uma nova estratégia de marketing que pode incluir a redução da distribuição do Avandia ou a recolocação de funcionários noutras áreas do negócio.

Porém, quando as preocupações da GSK pareciam não ter um fim à vista, George Diamond e Sanjay Kaul, do Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles, afirmam que uma nova análise dos dados sugere que a metodologia previamente utilizada pode ter reportado de forma exagerada os riscos inerentes à toma do medicamento. Os dois especialistas em cardiologia alegam que uma metodologia alternativa de análise à segurança do fármaco não demonstrou um aumento estatisticamente significativo de aumento do risco de ataque cardíaco ou morte cardiovascular.

O estudo original utilizou dados de vários ensaios clínicos que não foram necessariamente talhados para detectar ataques cardíacos e mortes provocadas por problemas cardiovasculares. Para além disso, a maioria dos ensaios clínicos não revelou nenhum ataque cardíaco nem qualquer caso de morte provocada por problemas cardiovasculares. Na presença de uma situação de “dados dispersos” é possível que o modelo estatístico empregue pelos investigadores do estudo divulgado pelo NEJM tenha sobrestimado os riscos. Quando os dados “corrigidos” foram reintroduzidos no computador, utilizando um modelo diferente, as estimativas de risco observadas foram inferiores.

“Apesar dos riscos ainda serem elevados, já não eram estatisticamente significativos. Houve uma maior incerteza acerca do risco associado ao Avandia relativamente ao que inicialmente foi divulgado, sendo que, nem o aumento nem a diminuição do risco foram conclusivamente determinados”, referem os autores. A meta-análise aplicou um modelo estatístico, porém, de acordo com estes especialistas, “havia outras abordagens que mereciam ser consideradas”, uma vez que só se pode confiar nos resultados “quando métodos diferentes indicam as mesmas respostas ”, frisou Diamond.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Times, Hemscott.

Cientistas alemães identificam região cerebral responsável pela dor

Uma equipa de investigadores neurológicos do Centro Médico da Universidade de Hamburg-Eppendorf descobriu a região do cérebro humano responsável pelos registos da dor, um avanço que pode dar origem a meios de tratamento mais eficazes para reduzir ou eliminar a dor crónica. Apesar de, por vezes, ser subestimada, cerca de 1 em cada 10 pessoas sofre de dor crónica, cuja intensidade obriga à procura de cuidados específicos.

Prolongada no tempo e normalmente com difícil identificação causal, a dor crónica causa sofrimento, podendo manifestar-se com várias características e gerar diversos estádios patológicos. Apesar de milhões de pessoas sofrerem de dor crónica, os mais idosos tendem a encará-la como sendo normal na sua idade. No entanto, este facto não é uma consequência inevitável do envelhecimento. Na realidade, as pessoas mais novas podem sofrer mais vezes de dores fortes do que as mais velhas, isto porque, quando se envelhece, a tendência é para se ter menos sensibilidade à dor, especialmente à dor de cabeça, à dor abdominal ou à dor facial.

Um grupo de especialistas alemães parece ter conseguido identificar com precisão a área do cérebro humano que permite à dor ter capacidade para afectar o processamento cognitivo. A dor que está directamente relacionada com esta região cerebral é distinta da que está envolvida naquela que interfere com o processamento cognitivo devido a uma distracção da memória.

Para conseguirem detectar a área do cérebro que permitia à dor usurpar a atenção, a equipa conduzida por Ulrike Bingel pediu aos voluntários para desempenharem uma tarefa cognitiva que envolvia a distinção de figuras, para além de um trabalho de utilização da memória para recordar imagens. Os investigadores pediram aos voluntários para desempenhar as tarefas à medida que experienciavam diferentes níveis de dor incutidos através de um raio laser. Durante os testes, foram realizadas várias ressonâncias magnéticas (RM) para avaliar o fluxo sanguíneo nas várias regiões do cérebro que reflectem a actividade do mesmo.

Os cientistas conseguiram identificar uma região cerebral denominada complexo lateral occipital como a área relacionada com a cognição afectada pela carga de memória activa e pela dor. O próximo passo foi identificar a região do cérebro através da qual a dor afecta o funcionamento do complexo lateral occipital. Os investigadores apontam o córtex cingulado anterior frontal como o possível responsável, uma vez que se sabe que esta região faz parte do processo cerebral que desencadeia a dor. As RM realizadas durante o estudo demonstraram que o córtex cingulado anterior frontal é o centro cerebral através do qual a dor influencia o complexo lateral occipital. Por outro lado, a carga de memória activa influencia o complexo lateral occipital através de uma outra área, o córtex parietal inferior.

A regulação do processo visual através da dor que foi observado nas RM é relevante do ponto de vista comportamental, salientam os especialistas. Isto porque, à medida que as RM mostravam que a dor afectava o complexo lateral occipital, também denunciaram uma falha de precisão paralela no reconhecimento das imagens por parte do sujeito.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Administração Regional de Saúde do Centro, Portal da Saúde.

Risperdal mais eficaz que Zyprexa no tratamento da esquizofrenia

Um estudo comparativo demonstrou que o Risperdal Consta (risperidona), um medicamento injectável produzido pela Johnson & Johnson, tem mais benefícios no tratamento da esquizofrenia do que o Zyprexa (olanzapina) da Eli Lilly, um fármaco de administração oral com as mesmas indicações terapêuticas.

Os dados da investigação, publicados no “British Journal of Psychiatry”, revelam que os pacientes aos quais foi administrado o Risperdal Consta demonstraram melhorias clínicas significativamente elevadas. Foram também registados mais avanços ao nível da organização do raciocínio ao fim de 12 meses, relativamente aos doentes que receberam Zyprexa.

Por norma, ambos os medicamentos são eficientes e bem tolerados, todavia, no que toca à eficácia em tratamentos prolongados, os benefícios do Risperdal Consta são superiores, referem as conclusões investigação.

O estudo, realizado a nível mundial em 48 locais distintos, envolveu a participação de 318 doentes que foram aleatoriamente submetidos a injecções de risperidona e de outros 300 pacientes tratados com olenzapina. Desse total, 160 pacientes do primeiro grupo e 187 do segundo completaram os 12 meses de ensaio clínico.

Os investigadores observaram uma alteração notória em todos os valores da Escala de Síndrome Positiva e Negativa (PANSS), uma ferramenta utilizada em investigações que envolvem doentes esquizofrénicos para avaliar a gravidade dos sintomas psicopatológicos positivos, negativos e gerais. O Risperdal Consta alcançou uma redução de 20 por cento nos resultados totais da PANSS em cerca de 97 por cento dos doentes, comparativamente a 79 por cento nos doentes tratados com Zyprexa, durante 12 meses.

No ensaio clínico prolongado (12 meses), os dados deram conta de uma melhoria significativa no factor da PANSS relativo à organização do raciocínio em pacientes tratados com a risperidona. Contudo, os sintomas de ansiedade e depressão melhoraram visivelmente no grupo que recebeu a olanzepina. Ainda assim, o rol de vantagens associadas à risperidona parece ser mais volumoso, uma vez que o tratamento prolongado com este fármaco tem também menos efeitos no aumento de peso e na subida do índice de massa corporal.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Times

Actavis adquire três fármacos da Roche

O laboratório suíço Roche vai vender três dos seus produtos farmacêuticos ao Actavis, um grupo islandês produtor de genéricos. O montante envolvido no acordo não foi revelado.

Desta forma, são transferidos para o Actavis os direitos associados ao Bezalip (Bezafibrato) e ao Rapilysin (Reteplase), ambos utilizados em tratamentos cardiovasculares, bem como os do Neotigason (Acitretina), indicado no tratamento da psoríase, ictioses e dermatoses.

A distribuição destes medicamentos na América Latina vai continuar a cargo da Roche através de uma licença emitida pelo Actavis.

A transacção dos direitos deverá estar concluída entre o final de 2007 e o inicio de 2008, revelou a Roche que justificou esta medida com a sua intenção de se concentrar nos seus departamentos de produtos farmacêuticos inovadores e de diagnóstico.

Em 2006, as vendas destes três produtos renderam perto de 86 milhões e euros.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Reuters.

Fármaco da Wyeth e da Solvay Pharmaceuticals
FDA não aprovou o bifeprunox


A Food and Drug Administration, autoridade para o sector do medicamento nos Estados Unidos, negou a entrada no mercado do Bifeprunox, fármaco experimental da Wyeth e da Solvay Pharmaceuticals para o tratamento da esquizofrenia. Apesar de, como o farmacia.com.pt noticiou há dias, as duas companhias farmacêuticas terem afirmado as vantagens do novo medicamento, a agência reguladora norte-americana entendeu que a eficácia demonstrada pelo Bifeprunox, comparada com a dos tratamentos de referência, não é suficientemente significativa para permitir a sua aprovação.

A fim de sustentar o «chumbo» da pretensão das duas companhias farmacêuticas, cujos títulos cotados em bolsa registaram quedas de três por cento (Solvay) e seis por cento (Wyeth), a FDA pediu mais informações sobre a actuação do bifeprunox no metabolismo humano, bem como no que diz respeito ao caso de um doente que morreu durante o ensaio clínico daquele composto. A Solvay Pharmaceuticals veio entretanto a público garantir que não pretende desistir da aprovação, e que está já a preparar-se no sentido de, “em conjunto com a autoridade norte-americana, trabalhar para conseguir a aprovação do bifeprunox tão rapidamente quanto seja possível”. Laurence Downey, CEO da companhia nos Estados Unidos, asseverou que essa é a linha a seguir nos próximos tempos. Já a Wyeth admitiu que a recusa da FDA poderá atrasar em cerca de dois anos a aprovação do medicamento (que estava prevista para o final desta década), uma vez que foram pedidos novos dados, que obrigarão à realização de novas baterias de testes ao fármaco.
No seu último boletim mensal, a Solvay Pharmaceuticals anunciou que estava em fase de análise pela FDA um medicamento que pretende alcançar maior eficácia no tratamento da esquizofrenia, doença mental que afecta cerca de um por cento da população mundial. Segundo o farmacia.com.pt conseguiu apurar nessa altura, o Bifeprunox encontra-se em estudo há largos anos, tendo os ensaios clínicos feitos mostrado o seu potencial antipsicótico, que o tornaria capaz de evitar alguns efeitos secundários associados às convencionais terapias para a esquizofrenia: o elevado aumento de peso e a interferência nos níveis de colesterol do doente. Segundo a companhia farmacêutica belga, o mecanismo de actuação do bifeprunox tem como objectivo a normalização dos níveis químicos no cérebro, “estimulando a actividade da dopamina onde ela é demasiado baixa, e inibindo a sua actividade sempre que os seus níveis estão muito altos, sendo essa a mais-valia do fármaco (as terapias actuais simplesmente bloqueiam a dopamina).

Carla Teixeira
Fonte: Solvay Pharmaceuticals, Firstword, Wyeth, Bloomberg, CNN, Forbes
Governo aprovou nova lista de medicamentos sem receita
Maior consumo de fármacos alerta médicos


O Ministério da Saúde português volta a estar na mira da classe médica, que desta vez ergue um coro de protesto contra medidas tomadas pelo gabinete de António Correia de Campos que, segundo a classe médica, têm potenciado um aumento do consumo de medicamentos sem obrigatoriedade de prescrição.

A publicação, pela tutela, de uma nova lista de doenças que poderão ser tratadas sem qualquer consulta médica – ansiedade ligeira, dores reumáticas ou articulares, febre, diarreias e conjuntivite – terá sido a gota que, na sexta-feira, fez transbordar o copo do descontentamento entre a classe médica. O bastonário não reagiu ainda à nova lista, mas as estruturas representativas dos médicos em Portugal entoaram diversas críticas à medida. O presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Mário Jorge Santos, disse que “o país não está preparado” para o que classificou como “liberalização da venda de medicamentos”, que na opinião da entidade a que preside terá de ser “acompanhada de um plano de Educação para a Saúde em Portugal, “porque muitas pessoas nem sequer têm literacia”.
Em representação do Sindicato Independente dos Médicos, Carlos Santos foi mais longe, e alertou para os perigos da automedicação, frisando que, qualquer doença, ainda que possa ser tratada com medicamentos de venda livre, deverá sempre ser tratada com o acompanhamento e a supervisão de um profissional, lamentando que o Governo “só esteja preocupado em reduzir a despesa com a comparticipação dos medicamentos”. Pedro Nunes, que lidera a Ordem dos Médicos, entendeu não se pronunciar sobre a nova lista de 66 casos em que o doente poderá automedicar-se, alegando não conhecer o documento. Espera-se assim que bastonário assuma uma posição pública sobre esta matéria nos próximos dias.

Carla Teixeira
Fonte: TSF, Correio da Manhã, Agência Lusa
Para triplicar as exportações de medicamentos até 2012
Novartis amplia representação no Brasil

A companhia farmacêutica suíça Novartis anunciou a intenção de aumentar a sua representação no Brasil, expandindo as instalações de duas fábricas que já possui naquele país e apostando no objectivo da triplicação do volume de exportações de fármacos nos próximos cinco anos. As novas instalações da multinacional, situadas em Resende (Rio de Janeiro) e Taboão da Serra (São Paulo), foram inauguradas em Julho, pelo presidente mundial da Novartis, Daniel Vasella, e pelo ministro da Saúde do Brasil, José Gomes Temporão.

As novas unidades de produção da multinacional suíça alimentam a expectativa de um crescimento sólido e sustentado da empresa no Brasil e no mundo. Segundo os dados apresentados pela Novartis na cerimónia de inauguração das novas fábricas, o cumprimento do objectivo da triplicação do volume das exportações transformará a empresa suíça na maior exportadora do sector farmacêutico a nível mundial. Por isso, “os mercados da América Latina e do Brasil são prioritários para a Novartis”, afirmou Nélson Mussolini, director corporativo da Novartis brasileira. Por seu turno, o presidente da companhia no Brasil, Alexander Triebnigg, assegura que a Novartis pretende tornar-se responsável por 20 por cento do volume total de exportações da indústria farmacêutica brasileira.
A empresa oferece regularmente ao governo brasileiro fármacos patenteados para programas de combate à hanseníase, à malária e à hipertensão, e faz ainda parte de diversos projectos da Organização Mundial de Saúde destinados a melhorar o acesso das populações pobres a medicamentos contra a malária, a tuberculose e a hanseníase. O Instituto Novartis de Pesquisas em Doenças Tropicais, instalado em Singapura, desenvolve novos compostos químicos, e todas as suas descobertas serão disponibilizadas, sem lucros, aos países em desenvolvimento.
A expansão no Brasil integra assim um crescimento mais vasto da companhia, que já está presente em 140 países. Além da matriz da empresa, em Basiléia, só quatro unidades de produção da Novartis participam no desenvolvimento do valsartana, o princípio activo do Diovan, o medicamento contra a hipertensão mais vendido em todo o mundo. Líder mundial em cuidados de saúde, a Novartis aponta como metas de futuro “descobrir, desenvolver e comercializar com sucesso produtos inovadores para tratar e prevenir doenças, aliviar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida das populações”, garantindo uma aposta contínua no “fortalecimento do portfólio de produtos em plataformas de crescimento estratégicas: artigos farmacêuticos inovadores, medicamentos genéricos de alta qualidade a baixo custo, vacinas para humanos e fármacos isentos de prescrição médica.

Carla Teixeira
Fonte: Swissinfo, Novartis.com.br