terça-feira, 14 de agosto de 2007

Atrasar corte do cordão umbilical é benéfico para o bebé

Estudo constata redução de casos anémicos e de risco de icterícia

Uma investigação publicada no «Journal of the American Medical Association» (JAMA) sugere que, atrasar o corte do cordão umbilical é benéfico para o bebé. Reduzir a tendência para desenvolver anemia e diminuir os riscos de icterícia são as mais valias apontadas.

De acordo com o estudo conduzido por Eileen Hutton, da Hamilton University, nos Estados Unidos, os benefícios da espera (em apenas alguns minutos) da incisão do cordão umbilical “reflectiram-se no melhoramento dos níveis de ferro no sangue dos bebés” sustentando que, “um maior volume de sangue circula da mãe para o filho.”

A diminuição da tendência para desenvolver anemia (entre os dois e os seis meses) e a redução do risco de icterícia (uma condição fisiológica que afecta, aproximadamente, dois terços dos recém-nascidos saudáveis), foram os resultados destacados pela equipa de Eileen Hutton nos bebés cujo o corte foi atrasado.

Segundo informa o JAMA, a investigação envolveu 1.912 bebés, sendo que, em 1.001 o cordão umbilical foi cortado dois minutos após o parto e, na restante amostra de recém-nascidos, o corte foi imediato ao parto.

Raquel Pacheco
Fonte: JAMA/OM-Norte

Cientistas desenvolvem imagem 3D de célula viva

Uma técnica semelhante à utilizada nos aparelhos de raio-X serviu de base a um grupo de cientistas norte-americanos para desenvolver a primeira imagem de uma célula a três dimensões. Esta inovação permite aos médicos dispensarem a ajuda de marcadores de contraste para obterem pormenores detalhados sobre as actividades celulares.

Para a equipa de investigadores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) a descoberta representa a “realização de um sonho” e o cumprimento de um objectivo que era já perseguido há vários anos. Conforme explicou Michael Feld, director do Laboratório de Espectroscopia do MIT, "pela primeira vez, as actividades funcionais de células vivas poderão ser estudadas nos seus estados naturais".

O estudo, publicado na revista “Nature”, dá conta dos detalhes da investigação que permitiu à equipa de cientistas criar imagens tridimensionais de células de um cancro cervical que revela a estrutura interna das células. Através da mesma tecnologia os autores da pesquisa desenvolveram também imagens de pequenos vermes e outros tipos de células.

O processo baseou-se na mesma técnica utilizada para criar tomografias computorizadas que fornecem imagens tridimensionais do corpo humano. Estas tomografias computorizadas, geradas através da conjugação de uma série de imagens de raio-X bidimensionais, são captadas à medida que a fonte de raio-X roda em torno do objecto.

“É possível reconstruir uma representação 3D de um objecto a partir de imagens múltiplas captadas através de várias direcções”, afirmou Wonshik Choi, orientador do estudo. Para criar uma imagem a três dimensões os investigadores combinaram 100 imagens bidimensionais obtidas a partir de ângulos diferentes que originaram um mapa tridimensional dos organismos celulares.

Marta Bilro

Fonte: Science Daily, BioPharma.Reporter.com, eParaiba.

Mosca-da-fruta ajuda a decifrar sono humano

Estudo apresenta resultados úteis ao desenvolvimento de novos fármacos

Um estudo publicado pela revista científica britânica «Nature Neuroscience», aponta a mosca-da-fruta ou mosca-do-vinagre como um modelo promissor para ajudar a decifrar a regulação do sono nos seres humanos. Segundo os cientistas, esta informação poderá ser útil à indústria farmacêutica.

A investigação, conduzida por cientistas do Neurosciences Institute de San Diego (Califórnia, EUA), sugere que a mosca-da-fruta (tecnicamente designada como Drosophila melanogaster) “pode ser um bom modelo na identificação das rotas moleculares implicadas nos mecanismos do sono.”

Ralph Greenspan, do instituto americano - citado pela revista britânica - garantiu que a mosca-da-fruta “representa um modelo promissor, já que o insecto experimenta um processo de sono biologicamente similar ao dos mamíferos”, revelando ainda que os estudos comprovaram que a Drosophila melanogaster responde, também, “aos mesmos agentes farmacológicos que modulam a excitação nos mamíferos.”

Para os especialistas, os resultados alcançados podem, futuramente, facilitar e tornar célere a pesquisa de outros cientistas referente à identificação de moléculas adicionais necessárias para a indução ou a manutenção do sono. A informação que saiu do estudo poderá, ainda, “ser usada pelas companhias farmacêuticas no sentido de desenvolver melhores produtos para ajudar a dormir", concluíram os investigadores de San Diego.

Raquel Pacheco
Fonte: «Nature Neuroscience»/Efe/Estadão.com.br

Descoberto “esconderijo” do VIH

Vírus oculta-se nos gânglios linfáticos da região intestinal em doentes submetidos a tratamento contínuo

O vírus latente do VIH/sida esconde-se nos gânglios linfáticos da região intestinal e, nesta zona do corpo, os linfócitos não actuam como deveriam resultando, talvez, na falha do combate à doença. As descobertas foram feitas por investigadores franceses e podem trazer respostas a perguntas que pairavam, há anos, entre a comunidade científica.

Um estudo conduzido por cientistas do Instituto Pasteur e Instituto Nacional da Saúde e de Pesquisas Médicas (Inserm), em Paris, apontou o “esconderijo” do VIH/sida no corpo de pacientes submetidos a tratamento contínuo contra a doença: os gânglios linfáticos da região intestinal.

Detectado “defeito” nos linfócitos

De acordo com a investigação publicada na revista científica «Cell Death and Differentiation», os investigadores franceses ter-se-ão também apercebido de que os linfócitos (responsáveis pela defesa do corpo humano) não desempenham bem o seu papel naquele local, apresentando um “defeito” de sobrevivência. “Estes linfócitos, normalmente, deveriam ser capazes de controlar o vírus, destruindo as células infectadas, no entanto, estão a morrer precocemente”, explicaram, sugerindo que esta “má-formação” poderá ser a causa da falha no combate definitivo do vírus.

Para os cientistas, descobrir o local onde o vírus se esconde nos doentes infectados e tratados há mais de dez anos, e cuja carga viral chega a um ponto indetectável “foi o passo mais importante.”

Em declarações ao jornal «Le Figaro», Jérôme Estaquier, coordenador da investigação, explicou que o “reservatório profundo situa-se, fundamentalmente, nos gânglios mesentéricos, que drenam a região intestinal, e não nas placas Peyer, inclusivamente, nos indivíduos tratados que não possuíam partículas virais detectáveis no sangue ou nos gânglios periféricos depois de 10 anos de infecção."

Este avanço abre um novo foco das pesquisas que, segundo os investigadores franceses, “será fortalecer os linfócitos, chamados T CD8, e possibilitar que eles vençam o VIH no momento em que a carga viral se encontra escondida somente nos gânglios linfáticos intestinais.”

De referir que, em estudos anteriores os cientistas já deram um passo neste caminho, tendo identificado a molécula que pode ser a responsável pela anomalia dos linfócitos T CD8. Trata-se da TGF-beta, uma citocina imunossupressiva (proteína que baixa a imunidade).

Raquel Pacheco
Fontes: «Le Figaro»/«Cell Death and Differentiation»/Agência de Notícias da Aids

Arius regista duas patentes de anticorpos nos Estados Unidos

A Arius Research Inc. registou duas patentes de anticorpos nos Estados Unidos, uma inserida no Programa da CD63 e que foi licenciada à parceira Genentech, Inc. e a outra incluída no Programa do antigénio carcinoembriónico (CEA).

A patente americana U.S. 7.256.272 abarca as reivindicações sobre a composição da substância em relação ao clone e anticorpo que atinge a CD63. Este anticorpo tem o potencial de recrutar o sistema de defesa do organismo para atacar o cancro, e tem demonstrado que consegue prevenir o crescimento do tumor e melhorar a sobrevivência em modelos de cancro da mama.

A segunda patente, a U.S. 7.256.271, contém reivindicações referentes à composição de um clone e anticorpo direccionado. O CEA é um marcador tumoral de expressão alargada, e o anticorpo direccionado para o CEA da Arius tem demonstrado uma robusta actividade anti-tumor em modelos de cancro do cólon e da mama.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Oramed completa Fase 1A do ensaio do fármaco de insulina oral

A Oramed Pharmaceuticals, Inc. completou com sucesso a Fase 1A do ensaio clínico da cápsula oral de gel de insulina. Este estudo exploratório foi desenhado para avaliar tanto a segurança e tolerabilidade, como as propriedades de absorção da tecnologia de administração de insulina desta companhia.

Este ensaio observou as alterações, ao longo do tempo, das concentrações de insulina, glicose e peptídeo-C no plasma, em voluntários saudáveis, através da administração de diversos tipos de dosagens orais. No que se refere a efeitos secundários, não foram observados resultados adversos significativos após a administração da cápsula de gel de insulina, exceptuando os efeitos já antecipados relacionados com hipoglicemia associada à insulina.

Tendo por base os resultados farmacocinéticos e farmacológicos desta fase inicial do ensaio, a companhia decidiu continuar o desenvolvimento do fármaco oral de insulina. Prevê-se que os ensaios adicionais de Fase 1 de biodisponibilidade e farmacocinética, para optimizar e finalizar a formulação, iniciem no final de 2007. A companhia pretende completar os estudos de Fase 1, nos Estados Unidos, até meados de 2008.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive
Produtos contêm substâncias proibidas
Infarmed ordenou recolha de cosméticos


A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) ordenou a recolha imediata do mercado de diversos produtos da marca Serge Louis Alvarez, comercializada em Portugal pela Medi-Visage. Em causa está a presença de substâncias proibidas.

Numa circular informativa classificada como urgente mas que, apesar de ter data do passado dia 6 só ontem foi tornada pública, o Conselho Directivo do Infarmed, na pessoa do seu vice-presidente Hélder Mota Filipe, esclareceu que, segundo a indicação do Departamento de Cosméticos e de Monitorização do Mercado de Produtos de Saúde do Infarmed, foi decidida a retirada imediata do mercado dos produtos cosméticos e de higiene corporal «Vernis à Ongles Power», «Xxcell Lotion Désincrustante», «Paillettes Exclusives» e «Paillettes Fines», da marca Serge Louis Alvarez, cujo responsável pela introdução em Portugal é a empresa Medi-Visage – Formação Profissional, Importação e Distribuição Lda.
Em causa está a detecção, na composição daqueles produtos, de substâncias proibidas como o ftalato de dibutilo, o fenol e dois corantes, um deles proibido em produtos cosméticos, e outro autorizado apenas em produtos que tenham apenas um contacto muito breve com a pele, o que neste caso não acontece. O Infarmed notifica assim “todas as entidades envolvidas no circuito de distribuição e venda dos referidos produtos sobre a suspensão imediata da sua comercialização”, e ao mesmo tempo adverte os profissionais e o público para se absterem de os usar.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

FDA aprova nova formulação do fenofibrato nas doses de 120 mg e 40 mg

A FDA aprovou a nova formulação do fenofibrato nas doses de 120 mg e 40 mg, da LifeCycle Pharma, para o tratamento da hiperlipidemia (valores anormalmente elevados de gorduras - colesterol, triglicéridos ou ambos - no sangue) e da hipertrigliceridemia (níveis sanguíneos elevados de triglicéridos).

Este fármaco utiliza a tecnologia Meltdose da LifeCycle Pharma, que está delineada para fornecer absorção superior e melhor biodisponibilidade. O lançamento no mercado norte-americano deste produto, que terá a dosagem mais baixa de fenofibrato disponível para pacientes, é esperado para o final de 2007.

O fenofibrato tem demonstrado ser muito eficaz em baixar as concentrações de triglicéridos e no aumento das lipoproteínas de elevada densidade (HDL), ou bom colesterol. Para além disso, tem um perfil de efeitos secundários superior, comparado com fármacos alternativos. As vendas do fenofibrato têm aumentado significativamente nos últimos anos, e em 2006, as vendas totais foram de 1,7 mil milhões de dólares em todo o mundo, o que representou um aumento de 16 por cento em relação a 2005.

Segundo os termos do acordo com a Sciele, a LifeCycle Pharma já recebeu um pagamento adiantado de 5 milhões de dólares, e ainda irá receber um pagamento de 4 milhões de dólares, uma vez que este fármaco recebeu agora a aprovação da FDA. A LifeCycle Pharma ainda irá receber pagamentos que podem atingir os 8 milhões de dólares quando certos objectivos de vendas forem atingidos.

Segundo o Dr. Flemming Ørnskov, presidente da LifeCycle Pharma, a companhia está satisfeita por ter recebido a aprovação da FDA para o primeiro produto nos Estados Unidos. O lançamento pendente deste produto marca um importante passo em frente para o modelo de negócio da companhia.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive, www.lcpharma.com, Manual Merck, Infarmed

Roche auscultou mercado brasileiro

Farmacêutica suiça poderá investir num centro de investigação de medicamentos

A Roche poderá anunciar, em breve, o investimento num centro de investigação básico de medicamentos, no Brasil. A notícia foi avançada pelo «Correio Braziliense».

Segundo informou aquele jornal, um grupo de directores executivos da farmacêutica suiça terá passado a semana, no Brasil, a estudar o mercado e a analisar a viabilidade de implantar uma instituição que se dedique, especialmente, à investigação primária de fármacos.

De acordo com o diário, a abertura de um centro deste género sempre foi reivindicada pelo ministro da Saúde brasileiro, José Gomes Temporão, junto da Roche, mas a farmacêutica ainda não se terá decidido.

Raquel Pacheco

Fonte: Correio Brasilienze

FDA aprova genérico das cápsulas de Inderal LA

A Actavis recebeu aprovação por parte da FDA para comercializar as cápsulas de libertação prolongada de hidrocloreto de propranolol, sendo que a distribuição do fármaco irá começar imediatamente.

As cápsulas de libertação prolongada de hidrocloreto de propranolol são o genérico correspondente às cápsulas de Inderal LA da Wyeth Pharmaceuticals, disponíveis em doses de 60 mg, 80 mg, 120 mg e 160 mg. Este fármaco está indicado para o aumento da pressão arterial, dor no peito (angina) e outras doenças cardíacas, assegurar um batimento regular do coração, protecção do coração após um ataque cardíaco e prevenção da enxaqueca.

Segundo Doug Boothe, vice-presidente executivo da área comercial e administrativa, o lançamento do Propranolol é um importante marco para a Actavis. A companhia, detentora de uma das pipelines de produtos mais forte da indústria, continua a aumentar o negócio ao ampliar a oferta de produtos com genéricos acessíveis de elevada qualidade. Este lançamento está no seguimento da estratégia da Actavis de expandir o negócio no mercado de produtos de libertação controlada, e exemplifica a aptidão da companhia em produtos orais sólidos de libertação controlada.

As vendas anuais, nos Estados Unidos, das cápsulas de libertação prolongada de propranolol foram de aproximadamente 192 milhões de dólares até Junho de 2007, de acordo com os dados da IMS Health.

Isabel Marques

Fontes: www.actavis.com, Infarmed
ISEG promove pós-graduação entre Setembro e Julho
Gestão de Marketing Farmacêutico

O Instituto para o Desenvolvimento de Estudos Económicos do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa abriu inscrições, até ao dia 21 de Setembro, para a primeira edição da pós-graduação em Gestão de Marketing Farmacêutico, destinada essencialmente a quadros superiores das empresas, mas que prevê uma quota mínima de 25 por cento de licenciados em início de carreira nas áreas de Gestão, Marketing, Economia, Sistemas de Informação, Farmácia, Medicina, Biologia, Enfermagem e outras ciências da Saúde.

Uma “atractiva carreira no sector farmacêutico”, um estágio para os licenciados escolhidos e a possibilidade de conquistar prémios de mérito, além do contacto permanente com profissionais de destaque nas maiores multinacionais da área da Farmácia, são as garantias iniciais desta acção de formação, que contará com a coordenação científica de Pedro Picaluga Nevado e direcção executiva de Dário Félix Rodrigues, à frente de um elenco de docentes de reconhecido mérito. No final do curso os formandos deverão ter desenvolvido as suas competências avançadas para a gestão actual e moderna do marketing farmacêutico, podendo igualmente acumular créditos para a obtenção do grau de mestre. Foi submetido à Ordem dos Farmacêuticos um pedido de creditação, que a ser aprovado poderá funcionar como mais um incentivo aos profissionais daquela área.
Do plano curricular desta pós-graduação, composto por quatro blocos de matéria e dois seminários, fazem parte temas como aspectos legais do sector farmacêutico, finanças para marketing, estratégia e competitividade, marketing aplicado ao sector farmacêutico, gestão da área de investigação e desenvolvimento e da inovação, análise de dados, aprovisionamento hospitalar, gestão de informação farmacêutica, distribuição de medicamentos, estratégias de preços, empreendedorismo no sector da Farmácia, enquadramento internacional do negócio farmacêutico, gestão de produto, informação médica, gestão de equipas e media training. Os seminários no final do segundo e do quarto blocos contarão com as presenças do vice-presidente da Apifarma, Manuel Gonçalves, que abordará «Os caminhos da governance e a indústria farmacêutica», do director-geral da Bayer Portugal, João Barroca, do seu homólogo na Astra Zeneca, Alberto Aguiar, e do presidente do Grupo Bial, Luís Portela.

Números
Em Março o jornal «Meios & Publicidade» publicou uma reportagem em que dava conta da posição assumida pelos profissionais de saúde relativamente à questão do marketing farmacêutico. De acordo com o estudo publicado naquela edição do jornal, a imprensa médica e os mailings foram apontados como os meios que mais colhem a receptividade de quem trabalha nos departamentos de marketing dos laboratórios. À luz do estudo encomendado pela Serra Pinto Edições e Publicações à CAM Portugal, empresa de estudos de mercado do grupo Cegedim, 40 por cento dos inquiridos colocou, numa escala de seis a um, a imprensa médica no topo, e 24 por cento posicionou os malings no segundo lugar, seguindo-se a internet, o e-mail e os e-meetings.
Os responsáveis de marketing dos laboratórios também controlo apertado sobre o impacto da publicidade, desenvolvendo para isso estudos de mercado ou próprios (17 por cento) ou com recurso a um painel (5 por cento). Em relação à imprensa, os profissionais apostam massivamente (83 por cento) nas revistas. Realizado durante os meses de Janeiro e Fevereiro de 2006 numa amostra de 100 profissionais de marketing farmacêutico (89 gestores de produto, oito directores de marketing e três business unit managers) de 48 laboratórios que representam 67,5 por cento do investimento publicitário no ano anterior, o estudo apresentou algumas pistas sobre as estratégias tidas como mais eficazes pela indústria farmacêutica para chegarem aos seus targets.

Notoriedade espontânea
Um outro estudo, divulgado na mesma edição do «Meios & Publicidade» informava que em média os médicos recordam espontaneamente os nomes de 3,5 marcas de laboratórios. De acordo com o estudo «Healthcare», elaborado pela Novadir entre Novembro de 2006 e Janeiro deste ano junto de aproximadamente duas centenas de médicos de clínica geral, a Merck Sharp & Dohme é a companhia farmacêutica com melhor índice de notoriedade espontânea junto dos clínicos (49,6 por cento), seguindo-se a Bial (39), a Pfizer (36,7), a Novartis (28), a GçaxoSmithKline (24 por cento), a Roche (23,4), a Bayer (21,4), a Merck Genéricos (16,4), a Ratiopharma (10,6 por cento), a Sanofi-Aventis (9,5), a Astra Zeneca (9,4), a Labesfal (9,2 por cento), a Jaba (7,8), a Medinfar (6,4) e a Boehringer Ingelheim (4,4 por cento).
A Merck, logo seguida da Bial e da Pfizer, lidera também o «ranking» das empresas orientadas para a melhoria da qualidade da vida humana e das firmas que estão presentes em mais áreas de actuação. Também na inovação a Merck destaca-se, e as duas outras empresas acompanham-na de perto, nem como nos parâmetros de ética e integridade. Entre as companhias de forte cariz social e público, é a Bial que se destaca, com 19,5 por cento dos votos, deixando atrás a Merck, com nove por cento, e a Bayer, com 8,3 pontos percentuais.

Carla Teixeira
Fonte: mail do farmacia-press, jornal «Meios & Publicidade» de Março de 2007

REPORTAGEM

Organização Mundial de Saúde tem registo
Maior transparência nos ensaios clínicos


O secretismo que normalmente envolve a realização de ensaios clínicos por parte dos laboratórios farmacêuticos tende a gerar desconfiança junto das populações, designadamente quando há notícias de acontecimentos inesperados e negativos associados aos testes com medicamentos em seres humanos. Na esperança de estancar esses receios, a Organização Mundial de Saúde criou um sistema de registo dos ensaios clínicos, e espera que agora, consumada a adesão da China e da Índia, haja maior transparência e confiança naqueles procedimentos.

A OMS pretende que, a partir de agora, as companhias farmacêuticas tenham de registar online os seus estudos com medicamentos, antes de arrolarem o primeiro participante, e durante o período de duração do ensaio clínico terão de fornecer informações sobre o mesmo, nomeadamente no que diz respeito ao número de participantes envolvidos e aos objectivos da análise. Fonte do Conselho Indiano da Investigação Médica (ICMR na sigla em inglês para Indian Council of Medical Research) explicou que a participação nacional na iniciativa da OMS foi possível graças à colaboração daquela entidade internacional com o Instituto Nacional de Estatísticas Médicas da Índia, acrescentando que, apesar de o registo de ensaios clínicos ser opcional, há cada vez mais jornais e revistas especializadas que não publicam os resultados de estudos que não tenham sido registados.
A partir do momento em que o ensaio de um medicamento em seres humanos for registado no sistema da Organização Mundial de Saúde, os seus promotores não só poderão dar conta dos resultados positivos que ele produza, como terão de revelar os menos bons, aumentando, nessa medida, o nível de transparência e de confiança das populações na comunidade médica e científica, bem como nas empresas do sector farmacêutico, que anualmente investem, em todo o mundo, cerca de 60 mil milhões de dólares em investigação e desenvolvimento de novos compostos químicos. A ênfase que as empresas colocam nessa actividade, bem como o crescente conhecimento de novas doenças, o aumento do conhecimento na área da biologia molecular e os progressos da informática que permitiram uma reprodução significativa de estruturas moleculares, tiveram como resultado uma progressiva capacidade de desenvolvimento de novos medicamentos e de novos sistemas de veiculação de fármacos, ampliando o seu uso.
Nessa medida, os ensaios clínicos surgem como mecanismo de regulamentação em que a indústria farmacêutica investe tempo e dinheiro no sentido de garantir aos cidadãos a produção de medicamentos seguros e de qualidade. Os ensaios clínicos são úteis para os médicos, na medida em que permitem o conhecimento dos tratamentos mais seguros e eficazes para as doenças que afectam os seus pacientes. Por esse motivo poderá ser importante uma maior divulgação sobre o modo como eles são elaborados e sobre os resultados que produzem. Não raras vezes um estudo motiva a realização de vários outros estudos, tendo em conta as conclusões a que chega, desencadeando uma sucessão de reacções e de novos dados que impulsionam os cientistas para novas perguntas e, mais importante, para cada vez mais novas respostas.
Os ensaios clínicos dividem-se em quatro fases: a primeira consiste na análise de parâmetros como a segurança, a tolerância e a eficácia do novo medicamento no organismo; nos ensaios clínicos de fase II é investigada a eficácia num número limitado de doentes, sendo o momento em que têm lugar os eventuais ajustes da dose administrada; os ensaios clínicos de fase III incluem já um número alargado de pacientes e servem para comparar o medicamento com outros já existentes no mercado, eficazes no tratamento do mesmo problema; os ensaios clínicos de fase IV realizam-se já no período em que o fármaco é comercializado, a fim de testar o seu comportamento e detectar possíveis novos efeitos adversos.

Carla Teixeira
Fonte: Business Line, investigação em diversos sites na internet