domingo, 19 de agosto de 2007

Fumadores têm quatro vezes mais probabilidade de desenvolver uma doença ocular grave

Um estudo da Universidade de Sidney, na Austrália, revelou que os fumadores são quatro vezes mais propensos a desenvolver Degenerescência Macular relacionada com a Idade (DMI) do que as pessoas que nunca fumaram, segundo os resultados publicados na edição de Agosto da “Archives of Ophthalmology”. A DMI é uma doença degenerativa do olho, que afecta a parte central da retina, sendo esta doença ocular a principal causa de cegueira nos países desenvolvidos.

Os investigadores observaram 2.454 australianos a partir dos 49 anos, de forma a estudar a ligação entre o tabagismo e a incidência da DMI, num período de dez anos, assim como possíveis associações entre o tabagismo e outros factores comuns de risco. Os participantes no estudo tiveram de responder a um questionário sobre a dieta alimentar, os hábitos como fumador, e as retinas foram fotografadas em exames de seguimento aos cinco e dez anos, além da medição do índice de massa corporal (IMC) e da pressão arterial.

Os dados do estudo demonstraram que os fumadores tinham quatro vezes mais probabilidade de desenvolver DMI e os antigos fumadores eram três vezes mais propensos a sofrer de atrofia geográfica, uma forma avançada da doença, em comparação com as pessoas que nunca fumaram. As conclusões finais revelam que fumar aumenta consideravelmente os riscos de incidência da DMI a longo prazo, possivelmente com um maior efeito nas pessoas com níveis baixos de lipoproteínas de elevada densidade (HDL), ou bom colesterol, com um rácio elevado de colesterol total para o HDL-colesterol e que consomem pouco peixe.

Para informações detalhadas sobre a DMI é possível consultar no farmacia.com.pt o artigo “
DMI: Espreitar pela sombra do mundo”, publicado a 22 de Junho de 2007.

Isabel Marques

Fontes: www.azprensa.com, http://archopht.ama-assn.org

Composto promissor para a fibrose cística em desenvolvimento

A Gilead Sciences, Inc. e a Parion Sciences, Inc. irão desenvolver em conjunto o Parion 680 (P-680), um inibidor do canal de sódio epitelial, descoberto pela Parion. Este composto poderá vir a revelar-se como um importante novo fármaco para o tratamento do defeito básico da fibrose cística (FC).

As companhias iniciaram um acordo exclusivo de licenciamento e de co-desenvolvimento para o P-680 que garante os direitos de comercialização mundial do fármaco à Gilead, para o tratamento de doenças pulmonares, incluindo a fibrose cística e a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC). As companhias irão ainda colaborar num programa de investigação para identificar outros fármacos experimentais promissores baseados em bloqueadores do canal de sódio epitelial.

Os inibidores do canal de sódio epitelial são agentes terapêuticos únicos que estimulam e mantêm a hidratação nas superfícies mucosas do corpo, incluindo as dos pulmões, boca, nariz, olhos e tracto gastrointestinal. A restituição da hidratação das superfícies mucosas das vias respiratórias vai de encontro ao problema fundamental que produz infecções, tanto nas formas adquiridas como nas genéticas da doença pulmonar crónica, incluindo a DPOC e a FC. O P-680 está delineado para diminuir o desenvolvimento de muco espesso e pegajoso nos pulmões de pacientes com fibrose cística, o que origina frequentemente infecções graves que reduzem o funcionamento dos pulmões e provocam danos irreversíveis nos pulmões.

Uma condição comum nos pacientes com fibrose cística é a absorção excessiva de sódio pelas células afectadas, tais como as que cobrem os pulmões, agravada pela incapacidade do cloreto em sair rapidamente dessas mesmas células. É este efeito de rede de ambas as acções que faz aumentar as secreções espessas persistentes, que por fim alimentam a bactéria e criam a destruição dos pulmões. Os compostos como o P-680 tentam remediar esta condição através da diminuição da absorção excessiva de sódio das células da fibrose cística.

Segundo os termos do acordo, a Gilead irá fazer um pagamento adiantado de 5 milhões de dólares pela licença e irá fazer um investimento adicional na Parion de mais 5 milhões de dólares. A Gilead irá ainda fornecer fundos para a investigação e irá efectuar pagamentos quando foram atingidos certos objectivos, resultando o acordo num valor potencial de aproximadamente 146 milhões de dólares.

Isabel Marques

Fontes: www.medicalnewstoday.com, www.gilead.com
FDA adverte mães que amamentam e que ingeriram codeína
Bebés em risco de overdose de morfina


A administração de codeína, substância presente em vários analgésicos, que é comum em mulheres que acabaram de dar à luz, para atenuar as dores subsequentes ao parto, pode ser perigosa para os bebés, se estiverem a ser amamentados pela mãe. Segundo uma nota divulgada no site da Food and Drug Administration, a amamentação de bebés cujas mães ingeriram codeína pode colocá-los em risco de overdose de morfina, que é fabricada no fígado das progenitoras e se transmite por aquela via.

A codeína é um fármaco alcalóide do grupo dos opiáceos (é encontrada no ópio com concentrações que variam entre os 0,5 e os 2,5 por cento), normalmente utilizado para o tratamento de sintomatologia como dores moderadas, diarreias e tosses de origem não bacteriana, em particular se são desnecessárias e prolongadas, como acontece com as tosses provocadas pelo cancro do pulmão. Agonista fraco dos receptores opióides no organismo humano, obtém o efeito antitússico pela pressão do centro nervoso cerebral de controlo do mecanismo da tosse, enquanto o efeito analgésico advém do mimetismo, nos mesmos receptores opióides, da acção da acção das endorfinas endógenas que controlam a dor, e o efeito obstipante resulta da acção exercida nos receptores opióides dos neurónios do intestino.
Porque é parcialmente convertida em morfina no fígado, a codeína pode ser transmitida verticalmente, entre mãe e filho, na amamentação. De acordo com o último comunicado da entidade reguladora do sector do medicamento norte-americano acerca da codeína, ela está presente em muitos medicamentos, alguns não sujeitos a receita médica, que na dissolução no organismo libertam morfina. Nessa medida, e não obstante o facto de serem raros os casos de overdose de morfina em crianças que são amamentadas com leite materno, esse risco existe e as consequências são graves, pelo que os reguladores norte-americanos recomendam aos médicos “que receitem às mães que amamentam doses mais fracas de codeína e por períodos muito curtos”.
Paralelamente a Food and Drug Administration exortou as companhias farmacêuticas a colocar nas embalagens dos medicamentos que possam representar aquele risco para as mães e os seus bebés uma chamada de atenção nesse sentido. Às progenitoras é ainda recomendada a vigilância atenta e permanente dos seus filhos, e a acção imediata no caso de eles evidenciarem sinais de overdose de morfina como são a sonolência, as dificuldades em respirar ou a falta de energia.

Carla Teixeira
Fonte: FDA, Wikipedia