quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Cancro da próstata é segunda causa de morte por cancro em Portugal

Em Portugal morrem todos os anos cerca de 1500 homens vitimas de cancro da próstata, uma doença que se tornou já na segunda causa de morte por cancro no pais. Os dados são avançados pela Associação Portuguesa de Urologia (APU), que deverá publicar esta quinta-feira um estudo sobre a «Avaliação de práticas e conhecimento dos homens relativamente a doença prostática em Portugal».

O elevado número de casos mortais pode ser explicado pela baixa percentagem de homens que consulta antecipadamente o médico para um rastreio, uma vez que nove em cada dez dos homens inquiridos (90 por cento), já tinham ouvido falar desta doença, mas apenas 20 por cento tinham consultado o seu médico para falar especificamente sobre esta patologia.

No estudo participaram 2.200 homens, cuja média de idades rondava os 55 anos.

De acordo com Tomé Lopes, director do serviço de Urologia do Hospital Pulido Valente, em Lisboa, é o estigma e o preconceito associados à doença que impedem os homens de procurar o seu médico e fazer um rastreio. “Muitos homens têm medo do toque rectal que é sempre necessário para avaliar a próstata e não querem ir por causa desse aspecto”, explica o director, apontando também o facto de “muitas vezes o médico de família ser uma senhora e os homens tem algum pudor em falar sobre estas coisas. Depois, muitas vezes os homens ligam a próstata à área sexual, genital e portanto há muito pudor em falar sobre este assunto”.

Contudo, um diagnóstico precoce pode ser decisivo para que o tratamento seja bem sucedido. Tomé Lopes avisa que “o cancro da próstata só é curável na sua fase inicial mas se a pessoa está à espera de ter sintomas urinários, porque é aquilo que a pessoa pensa que o cancro da próstata dará, para ir ao medico é um erro, porque o cancro da próstata no inicio, e quando é curável, não dá sintomas nenhuns”. “É por isso que é muito importante ir fazer voluntariamente o despiste do cancro na próstata e detectá-lo numa fase precoce para ser curável”, alerta o especialista.

O cancro da próstata é a segunda causa de morte por cancro entre os homens portugueses, apenas ultrapassado pelo cancro do pulmão, e tudo porque no total dos doentes, cerca de 40 por cento só se queixa quando a doença já está avançada e as possibilidades de cura são diminutas.

Para assinalar o Dia Europeu das Doenças da Próstata, que se comemora sábado, a Associação Portuguesa de Urologia vai assinar um protocolo com a Associação Nacional de Farmácias (ANF) e a Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDP), com o objectivo de melhorar os cuidados de saúde prestados aos doentes que sofrem de patologias do foro urológico.

Para além do protocolo, a APU vai ainda levar a cabo uma acção de sensibilização da sociedade, consistindo na distribuição de informação sobre patologias do foro urológico, que terá lugar no Parque das Nações, entre as 14h00 e as 19h00 do próximo sábado, dia 15 de Setembro, data em que se comemora a efeméride.

Inês de Matos

Fonte: Sol

Chips RFID relacionados ao aparecimento de cancro

Um conjunto de testes laboratoriais realizados em animais associa os chips RFID (identificação por rádio frequência) ao desenvolvimento de cancro. A notícia, avançada pela Associated Press (AP), indica que este tipo de dispositivos, utilizados nos Estados Unidos da América por empresas que os implementam nos funcionários como forma de detectarem a sua localização, está relacionado com o aparecimento de tumores cancerígenos.

Vários testes não publicados, datados de meados da década de 90 e aplicados em animais, revelaram uma relação entre os tumores detectados e a presença dos chips, refere a AP. A utilização dos chips RFID foi autorizada para detectar animais perdidos, não havendo, por parte dos veterinários, qualquer relato de incidência de problemas de saúde relacionados com o aparelho.

«Nos últimos 15 anos milhões de cães e gatos receberam um implante de microchip, não se registando qualquer reacção de saúde adversa a este produto que salva vidas», referiu a «VeriChip», um dos principais fornecedores de chips RFID, citada pelo jornal Sol. A empresa norte-americana reafirma a segurança dos chips e afirma que não tinham conhecimento dos estudos sobre o aparecimento de cancro em animais de laboratório.

De acordo com a revista “Exame Informática”, até agora, há cerca de dois mil chips implantados em seres humanos em todo o mundo.

Os oncologistas chamam a atenção para a necessidade de serem realizados estudos em larga escala que permitam chegar a uma conclusão acerca do assunto e esclareçam se existe ou não algum risco para a saúde.

De acordo com a agência noticiosa, a utilização dos chips RFID foi aprovada pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) em 2005, sem qualquer referência aos estudos que dão conta de uma relação entre a utilização dos chips e o desenvolvimento de cancro.

Marta Bilro

Fonte: Sol, Exame Informática.

Biosimilares: Concorrência põe empresas biotecnológicas em alerta

A Amgen e a Genentech, as duas maiores empresas biotecnológicas a nível mundial, estão a ser pressionadas pela forte concorrência que se avizinha no sector dos biogenéricos. De acordo com um novo relatório, as empresas californianas estão conscientes da possibilidade dos seus fármacos mais bem sucedidos virem a ser destronados pelas vendas dos biogenéricos tanto na Europa como nos Estados Unidos da América (EUA).

Os medicamentos mais comercializados da Amgen, como são os casos do Enbrel (Etanercept) – líder de vendas no ramo dos biológicos no ano passado -, do Epogen (Darbepoetina, comercializado em Portugal como Aranesp) e do Neupogen (Filgrastim), deverão começar a ser assombrados pela concorrência, algo que se tornou uma realidade na Europa depois de, no mês passado, a Novartis ter recebido aprovação para comercializar uma versão biosimilar de epoetina alfa. De acordo com dados da empresa de inteligência de negócios La Merie, estes três medicamentos geraram, em 2006, vendas mundiais no valor de 6,5 mil milhões de euros.

Por sua vez, fármacos da Genentech como o Mabthera (Rituximab) e o Herceptin (Trastuzumab) representam oportunidades iminentes para os produtores de biogenéricos, refere o relatório elaborado pela Decision Resources. O mesmo documento prevê também que o mercado norte-americano de biogenéricos sofra uma expansão substancial durante o ano 2016, atingindo vendas anuais que se aproximam dos 1,5 mil milhões de euros (2 mil milhões de dólares norte-americanos).

Este desenvolvimento deverá ser parcialmente impulsionado pelo lançamento futuro de versões genéricas de medicamentos inibidores do factor de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), categoria de fármacos na qual se insere o Enbrel, e que deverão surgir em 2012.

“Este crescimento no mercado de biogenéricos nos EUA será gerado à custa dos genéricos dos inibidores do factor de necrose tumoral alfa destinados ao tratamento da artrite reumatóide, os quais prevemos que possam gerar 700 milhões de dólares norte-americanos [504 milhões de euros] em 2016, e serão apoiados pelas versões biogenéricas dos interferões beta para a esclerose múltipla, do Herceptin para o cancro da mama, e das proteínas estimuladoras da eritropoiese para a anemia induzida pela quimioterapia, cada um dos quais vai render mais de 250 milhões de dólares (180 milhões de euros) em vendas nos EUA em 2016”, afirmou Andrew Merseth, analista da Decision Resources.

O relatório, intitulado "Biogenerics 2007-2016: Physician and Payer Acceptance Fuels Brand Erosion", engloba 13 medicamentos biológicos de marca com oito indicações terapêuticas. O estudo torna-se mais polémico ao referir um inquérito recentemente levado a cabo pela empresa de pesquisas de mercado que indica que os oncologistas “estão extremamente ansiosos por começar a prescrever versões biogenéricas de produtos oncológicos”. Entre o total de participantes inquiridos durante a reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que decorreu em Junho, 60 por cento confessaram estar desejosos por prescrever biogenéricos do Epogen, do Neupogen e do Herceptin, durante os primeiros seis meses que se sigam ao lançamento.

No que toca a possíveis versões biogenéricas do Rituxan e do MabCampath (Alemtuzumab), a maioria dos especialistas em oncologia mostrou-se disposta a prescrevê-los durante o primeiro ano seguido ao lançamento dos mesmos, revelou o inquérito.

Os biosimilares são uma realidade cada vez mais presente na Europa, onde, desde o ano passado, foram já aprovados três medicamentos biológicos genéricos. Porém, nos EUA, as empresas continuam a aguardar uma decisão por parte da Administração norte-americana. O assunto é controverso uma vez que opõe as empresas de biotecnologia às produtoras de genéricos e uma possível decisão deverá tardar ainda alguns meses.

A Europa está mesmo vários passos à frente dos EUA no que toca aos biosimilares. Recentemente foi aprovado pela União Europeia o guia sobre as versões genéricas de medicamentos biológicos. “Perguntas e Respostas sobre medicamentos biosimilares” é o nome do documento divulgado, em Julho, pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA) e que nasceu com o objectivo de clarificar os padrões do sistema de aprovação dos chamados biosimilares.

Marta Bilro

Fonte: BioPharma-Reporter.com, Infarmed, Farmácia.com.pt.

Universidade do Algarve recebe I Jornadas Algarvias de Terapia da Fala

O campus da saúde da Universidade do Algarve vai receber durante os dias 8 e 9 de Dezembro as I Jornadas Algarvias de Terapia da Fala, um evento que contará com a participação de cerca de 250 pessoas, sendo esperada também a comparência de diversos oradores de referência nacional e internacional.

O projecto pretende trazer ao Algarve e particularmente à Universidade do Algarve, uma perspectiva multi disciplinar e uma visão holística das diferentes áreas da terapia da fala, com o objectivo de dar a conhecer à população as boas práticas científicas, contribuindo para a construção do conhecimento na área da terapia da fala, em categorias de intervenção específicas como a voz, a linguagem, a fala e a comunicação.

Inês de Matos

Fonte: Região Sul

Descoberta forma de multiplicação do VIH em certos glóbulos brancos

O vírus da sida consegue resistir a algumas células imunitárias alterando o PH dos compartimentos celulares onde se acumula, impedindo assim a activação das enzimas encarregues de os atacar. A descoberta ocorreu quando os investigadores de dois institutos franceses, Curie e Pasteur, decidiram verificar de que forma o VIH resistia à acção das células imunitárias, que em condições normais resistiriam e destruiriam corpos estranhos.

Quando um vírus ou uma bactéria infecciosa penetra no corpo humano, o sistema imunitário entra em acção, através dos glóbulos brancos. No entanto, alguns vírus, como o vírus da sida, atacam precisamente o sistema imunitário, multiplicando-se no interior destas células, acumula-se numa espécie de 'armazéns', dificultando a acção dos tratamentos anti-virais.

O VIH ataca especialmente dois tipos de glóbulos brancos: os macrófagos, os primeiros a intervir contra os corpos estranhos, e os linfócitos (linfócitos T CD4), que intervêm mais tardiamente na resposta imunitária. Ao instalar-se nos macrófagos, o vírus constrói verdadeiros reservatórios virais funcionando como uma barreira contra o tratamento, enquanto que a sua multiplicação nos linfócitos T CD4 provoca a destruição destas células.

Uma equipa do Instituto Curie liderada por Philippe Benaroch, em colaboração com o laboratório de vírus e imunidade do Instituto Pasteur, estudou a proliferação do VIH nos macrófagos, verificando que as partículas virais se acumulam em compartimentos específicos dentro dos macrófagos infectados, modificando o PH desses compartimentos e impedindo assim a activação das enzimas encarregues de os atacar. Quando funcionam normalmente, estes compartimentos possuem um PH ácido onde o VIH não deveria sobreviver.

Durante a investigação, os cientistas efectuaram diversas medições do PH e concluiram que existia um defeito de acidificação nestes compartimentos, uma vez que o VIH modificava esse meio hostil e criava um ambiente favorável à sua sobrevivência e ao seu armazenamento. Assim, as enzimas de degradação, que têm necessidade de um PH ácido para funcionar e degradar o vírus, são eliminadas, de forma que, ao controlar o ambiente, o VIH pode multiplicar-se à vontade.

Os cientistas acreditam que esta investigação poderá ter um papel determinante no conhecimento sobre a persistência do VIH em pessoas contaminadas, abrindo a porta à identificação de novos alvos terapêuticos, de forma a eliminar estes 'armazéns' virais nos macrófagos.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Hospital açoriano implementa projecto de monitorização de fármacos

O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, está a apostar na implementação da Monitorização Terapêutica de Fármacos. Tal como o nome indica, o projecto permite monitorizar e optimizar os tratamentos farmacológicos ali aplicados, rumo a uma maior eficácia terapêutica.

Este método inovador permite maximizar as respostas eficazes dos doentes em resultado da aplicação de doses terapêuticas adequadas e minimizar a possibilidade de surgirem efeitos secundários indesejáveis. Desta forma, garante-se ao paciente uma melhor resposta clínica, reduzindo os efeitos tóxicos que os medicamentos prescritos poderão provocar, sobretudo em casos nos quais as margens terapêuticas são limitadas.

Um dos principais benefícios da utilização deste sistema reside no facto de permitir ajustar as concentrações dos fármacos às doenças, diminuindo o tempo do tratamento e os custos hospitalares, mesmo no período de internamento. Para além disso, evita-se o consumo desequilibrado de medicamentos - situação que frequentemente dá origem ao insucesso dos tratamentos e aumento de custos.

A coordenação do projecto, ainda em fase de desenvolvimento e aquisição de equipamento, está a cargo de José Resendes, consultor externo actualmente a residir nos Estados Unidos da América. A execução da Monitorização Terapêutica de Fármacos no hospital açoriano conta ainda com a participação de Luísa Mota Vieira, responsável pela Unidade de Genética e Patologia Moleculares do HDES, e de Paula Pacheco, licenciada em Ciências Farmacêuticas.

Citadas pelo jornal Açoriano Oriental, Luísa Mota Vieira e Paula Pacheco consideram que o “diálogo estreito entre os vários profissionais de saúde envolvidos no processo” é a chave para o sucesso do projecto. As responsáveis contam, por isso, com a participação essencial de clínicos, farmacêuticos e técnicos de diagnóstico e terapêutica.

A Monitorização Terapêutica de Fármacos, estreitamente relacionada com a prática da medicina personalizada, deverá estar implementada no HDES até ao final do ano. O método de monitorização pode, à partida, ser usufruído por todas as especialidades clínicas, sempre com o objectivo de melhorar a qualidade de vida do doente.

Marta Bilro

Fonte: Açoriano Oriental.

APF: Há falta de contraceptivos nos centros de saúde

A Associação para o Planeamento da Família (APF) lança um apelo ao Ministério da Saúde para que sejam assegurados mais contraceptivos nos centros de saúde portugueses, uma vez que os stocks entram frequentemente em ruptura.

Para Duarte Vilar, director executivo da APF, esta é uma necessidade que tem que ser preenchida, pois os stocks entram muitas vezes em ruptura e “apesar de a pílula receitada pelo médico ser bastante barata, os preservativos quando não são adquiridos nos centros de saúde são caros”.

As declarações da associação surgem depois do ministro da Saúde, Correia de Campos, ter admitido, perante o Parlamento, que existem falhas no planeamento familiar, prometendo anunciar novas medidas durante o debate sobre o Orçamento de Estado.

Apesar de assumir que houve progressos “nas últimas três décadas”, a APF defende que os serviços de saúde devem ter programas de saúde reprodutiva direccionados especificamente aos jovens e às comunidades imigrantes. As principais falhas, considera Duarte Vilar, estão relacionadas com os grupos que “têm acesso mais difícil aos serviços de saúde, como os jovens e as comunidades migrantes”.

“Deveria haver programas de planeamento familiar específicos para jovens. Há muito tempo que se sabe que misturar jovens com adultos nos serviços de saúde dá mau resultado a este nível”, disse o responsável em declarações à agência Lusa.

O peso excessivo na contracepção da mulher foi outro dos assuntos destacados por Duarte Vilar, salientando a importância de fomentar a utilização dos contraceptivos entre os homens. Para além disso, há que informar a população geral face às possíveis falhas no uso de contraceptivos, como é o caso da pílula que, quando tomada em conjunto com outros medicamentos pode perder o seu efeito evitar da gravidez.

Marta Bilro

Fonte: Fábrica de Conteúdos, Diário Digital, Lusa.

Averion aposta em parceria no Brasil

A empresa de investigação norte-americana Averion estabeleceu uma parceria no Brasil com a Biocancer que prevê a comercialização e negociação conjunta de serviços complementares.

Tal como a Averion, a Biocancer, com sede em Belo Horizonte, concentra-se na área da oncologia, sendo também especializada em ramos como a dermatologia, a nefrologia e dispositivos médicos.

“Este acordo expande o nosso alcance na América do Sul, permitindo-nos aceder a locais clínicos de topo e uma vasta população de doentes”, afirmou o director executivo da Averion, Philip Lavin. “À medida que ajudamos os nossos clientes a planear e implementar o desenvolvimento global para novos agentes oncológicos, esta aliança permite-nos expandir o acesso a patrocinadores rentáveis…e aceder a formas de cancro comuns e raras”, salientou Gene Resnick, director do departamento médico da empresa.

Com uma população superior a 188 milhões de habitantes, doenças tipicamente ocidentais e outras que são características do terceiro mundo o Brasil é, lado a lado com a Argentina, o país ideal para proceder ao desenvolvimento de importantes ensaios clínicos. De acordo com dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2006, foram aprovadas 923 candidaturas para a realização de ensaios clínicos e 56 candidaturas de ensaios clínicos para novos fármacos.

A Averion tem actualmente filiais em quatro cidades norte-americanas (Massachusetts, Nova Iorque, Filadélfia e São Diego), bem como na Alemanha, Reino Unido, Áustria, mantendo também operações na Polónia. Conforme revelou Lavin, a empresa tem planos para continuar a expandir-se ao nível da oferta internacional no ramo oncológico “através de parcerias estratégicas e aquisições”. Em Fevereiro a Averion investiu pela primeira vez na Índia ao assinar um acordo não exclusivo com a Apothecaries, sedeada em Nova Deli.

Marta Bilro

Fonte:US-Pharmatechnologist.com.

Vitamina C trava desenvolvimento do cancro, diz estudo

A vitamina C e outros antioxidantes podem ajudar a prevenir o desenvolvimento de cancro, revela uma investigação da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos da América. O segredo está na neutralização da proteína HIF-1.

De acordo com os investigadores, os antioxidantes estabilizam a capacidade de crescimento do tumor cancerígeno privando-os de oxigénio. O consumo excessivo de energia, provocado por alguns cancros de avanço rápido, faz com que todo o oxigénio em volta seja queimado, tornando os tumores exclusivamente dependentes da proteína HIF-1.

A proteína HIF-1 é responsável por equilibrar a diminuição de oxigénio disponível nas células, função que não consegue completar sem os radicais livres, moléculas muito reactivas que oxidam os vários componentes das células e inibem as suas funções normais. O novo estudo revelou que os antioxidantes têm potencial para destruir os radicais livres e assim neutralizar o HIF-1, bloqueando o desenvolvimento do tumor.

Os cientistas chegaram a esta conclusão depois de procederam à observação laboratorial de ratos aos quais foi implantado um de dois tipos de cancro, produtor de níveis elevados de radicais livres e que podem ser suprimidos através de antioxidantes inseridos na alimentação dos roedores.

Ao examinarem as células cancerígenas dos ratos nos quais o cancro tinha sido induzido mas que não foram alimentados com antioxidantes, os investigadores verificaram que não haviam danos significativos no ADN. “Se os danos no ADN não eram uma possível causa do cancro, então, o que quer que os antioxidantes estivessem a fazer para ajudar também não estava relacionado com lesões no ADN”, explicou Ping Gao, um dos autores do estudo. Esta conclusão levou os especialistas a suspeitarem de que haveria outro mecanismo envolvido, como é o caso da proteína que se sabe estar dependente dos radicais livres, a HIF-1.

Conforme referiu Chi Dang, professor especialista em cancro que liderou a investigação, as características anticancerígenas potenciais dos antioxidantes motivaram numerosos ensaios clínicos e estudos nas últimas décadas. Agora, depois de descoberto o mecanismo pelo qual actuam os antioxidantes, “podemos maximizar os esforços terapêuticos", afirma.

Marta Bilro

Fonte: AFP, Cienciapt.net, Ciência Viva.

Estudo: Avandia aumenta risco de ataque cardíaco

Novas investigações confirmam suspeitas antreriores

Quando as suspeitas que recaíam sobre a utilização do Avandia (maleato de rosiglitazona) pareciam estar apaziguadas com a introdução de um aviso no rótulo alertando para o facto do fármaco aumentar o risco de doença cardíaca, um novo estudo volta a colocar o medicamento debaixo de fogo. A ingestão da substância aumenta significativamente o risco de ataque e falha cardíaca, reafirmam as mais recentes investigações.

“O balanço entre os riscos e os benefícios alterou-se, e isto tem que ser tido em conta”, afirmou Sonal Singh, o principal autor do estudo e professor assistente de medicina interna na Escola Universitária de Medicina Wake Forest, em Winston-Salem. De acordo com este especialista, o risco de falha cardíaca era conhecido, porém não se tinha noção da sua magnitude. Os resultados da pesquisa revelaram que “um em cada 30 pacientes que tomam rosiglitazona durante um ano vão sofrer falhas cardíacas, isto é muito substancial. E um em cada 220 vai sofrer um ataque cardíaco. Isto é também muito significativo”, acrescentou.

No entanto, este é apenas o início de um novo pesadelo para a GlaxoSmithKline, farmacêutica responsável pela produção do Avandia. O trabalho de investigação, publicado na edição de 12 de Setembro do “Journal of the American Medical Association”, vem acompanhado de um outro estudo que refere que o Actos (pioglitazona), um medicamento da Takeda que se insere na mesma classe do Avandia, reduz o risco de ataque cardíaco e morte, mesmo aumentando o risco de falha cardíaca grave.

“Este estudo mostra que o medicamento, utilizado para controlar o açúcar no sangue, fornece benefícios adicionais ao reduzir as complicações cardiovasculares”, disse A. Michael Lincoff, responsável pelo estudo e vice-presidente de investigação no departamento de medicina cardiovascular na Cleveland Clinic.

No primeiro estudo, os cientistas realizaram numa meta-análise de quatro ensaios clínicios aleatórios do Avandia que contaram com a participação de 14 mil doentes. A análise revelou que o medicamento aumenta o risco de ataque cardíaco em 42 por cento e duplica o risco de falha cardíaca, conclusões que se assemelham às obtidas em investigações anteriores. No entanto, nesta análise o Avandia não aumentou o risco de morte por problemas cardiovasculares.

Face aos mais de três milhões de pacientes que tomam o fármaco nos Estados Unidos da América, o impacto para a saúde pode ser elevado, podendo resultar em mais de 4 mil ataques cardíacos extra e 9 mil episódios de falha cardíaca, referem os autores.

A segunda investigação, orientada por Lincoff, observou dados de 19 ensaios clínicos que envolveram mais de 16 mil participantes e que analisavam os problemas cardiovasculares e a utilização do Actos. Segundo os autores do estudo, a Takeda financiou a investigação e forneceu os dados dos ensaios clínicos mas não esteve envolvidas em nenhuma análise.

Tal como o Avandia, o Actos também aumentou o risco dos pacientes sofrerem uma falha cardíaca, desta vez em 40 por cento. No entanto, ao contrário do Avandia, os doentes aos quais foi administrado o Actos, registaram uma diminuição de 18 por cento no risco de ataque cardíaco, enfarte ou morte, relativamente aos pacientes do grupo de controlo. Os dados levam Linfoff a afirmar que o Actos deve ser a primeira escolha de tratamento, em detrimento do Avandia.

A GlaxoSmithKline veio a público contestar as investigações e defende que nenhum destes estudos “confirma a diferença entre o perfil de segurança do Avandia e do Actos”.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, USA Today, Business Week, Farmacia.com.pt.

Inoculação contra a variante H7N1 da doença
Vacina contra gripe das aves mostra eficácia


“Segura e bem tolerada”. Foi assim que a vacina desenvolvida por cientistas europeus para combater a variante da gripe das aves causada pelo vírus H7N1 foi definida após a divulgação dos resultados preliminares do primeiro ensaio clínico realizado, de acordo com informações avançadas pela Comissão Europeia nesta terça-feira.

Embora não se trate do temido H5N1, a estirpe mais perigosa do vírus da gripe das aves para os seres humanos, o H7N1 também já foi responsável por diversos surtos fatais da doença em animais um pouco por toda a Europa, revelando-se uma zoonose fortemente contagiosa entre pessoas. Essa característica terá justificado a aposta num investimento de cerca de 2,1 milhões de euros do V Programa de Pesquisa da União Europeia, que permitiu o desenvolvimento da vacina no âmbito do Projecto Flupan, que junta cientistas do Reino Unido, de Itália, da Noruega e de França.
A vacina foi desenvolvida a partir de uma linha celular e não, como por norma acontece no processo de produção daquela substância inoculante, dentro de ovos de aves. Para garantir a segurança a pesquisa promoveu a transformação do vírus através de um processo de modificação derivado da chamada genética inversa, que combina amostras de vírus tomadas de casos reais com outras sintéticas. De acordo com uma nota divulgada pela Comissão Europeia, os primeiros resultados do ensaio clínico demonstraram que a vacina é bem tolerada e não provoca qualquer efeito secundário grave em humanos.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Efe, Globo.com, Saúde na Internet
Encapsulamento da substância previne a sua adulteração
Insulina: comprimidos podem substituir injecções


Uma equipa de investigadores da Universidade Robert Gordon, no Reino Unido, afirma ter descoberto uma forma de proteger a insulina, de modo a que aquela substância não se degrade quando administrada aos pacientes por via oral. À luz dos resultados de um estudo divulgado por aqueles especialistas na Conferência Farmacêutica Britânica, que termina nesta quarta-feira em Manchester, o encapsulamento poderá ser a solução.

Os cientistas asseveraram que a insulina pode ser protegida de forma química, evitando a sua deterioração por acção das enzimas durante o processo digestivo, circunstância que até aqui impedia a administração daquela substância em comprimidos, obrigando os doentes diabéticos a submeter-se à toma regular (em muitos casos diária) de injecções. A explicação era simples: para não perder as suas propriedades antes mesmo de entrar na corrente sanguínea dos pacientes, onde actua no sentido da regulação dos níveis de glucose no organismo, a insulina tinha de ser injectada directamente no músculo. Agora a investigação divulgada no Reino Unido acalenta uma nova esperança para os doentes diabéticos, designadamente aqueles que não são exactamente entusiastas do contacto com agulhas.
Num comunicado divulgado no âmbito da Conferência Farmacêutica Britânica, e a que o farmacia.com.pt teve acesso, um dos investigadores envolvidos neste trabalho explicou que a equipa de peritos da Universidade Robert Gordon tem orientado os seus trabalhos no sentido do desenvolvimento da insulina oral, porque há estudos que demonstram que grande parte dos diabéticos tem medo de agulhas. Na nota Colin Thompson sublinhou o impacto e a mais-valia que a possibilidade de tomar a insulina por via oral teria na vida daqueles doentes, “não só porque eliminaria a necessidade de injecções, mas também porque oferecia uma forma de tratamento muito mais cómoda e conveniente”.

Carla Teixeira
Fonte: Saúde no Sapo, comunicado da Conferência Farmacêutica Britânica
Comemorações vão ter lugar na cidade do Porto
26 de Setembro: Dia Nacional do Farmacêutico


Está agendada para o próximo dia 26 a sessão solene comemorativa do Dia Nacional do Farmacêutico, que ocorre anualmente naquele dia, que o calendário religioso consagra a São Cosme e a São Damião, padroeiros da profissão. Este ano, volvidos três sobre a última vez em que tal aconteceu, as celebrações oficiais regressam ao Porto, pela mão da secção regional da Ordem dos Farmacêuticos na Invicta. A cerimónia terá lugar nas Caves Porto Calém.

Desde a sua primeira edição, o Dia Nacional do Farmacêutico tem como objectivo maior a promoção do encontro entre as várias gerações daqueles profissionais de saúde, que operam também em diferentes áreas de actividade, enaltecendo, junto da sociedade, os importantes méritos e contributos da profissão farmacêutica para a dinamização de um melhor cenário da saúde pública. Segundo o que o farmacia.com.pt conseguiu apurar junto da Ordem dos Farmacêuticos, as comemorações do Dia Nacional do Farmacêutico 2007 têm a chancela da Secção Regional do Porto, e início marcado para as 15 horas, estando previstas intervenções da bastonária, Irene Silveira, e do presidente da direcção daquela secção regional, Agostinho Franklin Pinto Marques, eleitos no dia 21 de Junho pelos votos dos farmacêuticos de todo o país.
Na senda das celebrações deslocalizadas que desde 2001, ano em que foi introduzida a efeméride, vêm perseguindo o objectivo de aproximar os farmacêuticos da sociedade, a programação do evento, a divulgar oportunamente de um modo mais detalhado, deverá incluir, como vem sendo hábito em anteriores edições, a distinção de colegas que neste ano completam meio século de dedicação à profissão farmacêutica, através da entrega de diplomas e medalhas, estando igualmente prevista a realização de uma cerimónia de entrega dos Prémios Sociedade Farmacêutica Lusitana aos estudantes das licenciaturas de Ciências Farmacêuticas que mais se destacaram a nível académico e o já tradicional Juramento Farmacêutico, prestado pelos profissionais inscritos na Ordem no decurso do último ano, assumindo o compromisso ético e deontológico que vincula os farmacêuticos no exercício da sua profissão. Brevemente a OF divulgará o programa das celebrações na sua totalidade, disponibilizando também os formulários para inscrição no evento.

Carla Teixeira
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos

Composto da casca de tangerina revela-se eficaz no combater ao cancro

Um grupo de investigadores da Escola de Farmácia de Leicester anunciou hoje, durante o British Pharmaceutical Conference, em Manchester, que a casca da tangerina pode ajudar a combater vários tipos de cancro, como o cancro da mama, do pulmão, da próstata ou dos ovários. Depois de vários testes, os cientistas descobriram que na casca deste fruto se encontra um composto, o Salvestrol Q40, que consegue destruir as células cancerígenas compostas pela enzima P450 CYP1B1.

De acordo com Hoon L. Tan, um dos cientistas responsáveis pela investigação, esta descoberta representa um grande passo para o tratamento do cancro através dos alimentos. “É muito emocionante encontrar um composto num alimento que consegue atingir especificamente as células cancerígenas”, realça Tan.

Para os investigadores, os hábitos alimentares da população são determinantes para o aparecimento da doença, pois antigamente, os povos tinham o hábito de ingerir a casca dos frutos, mas nos dias de hoje tal não acontece, dai que se registe um aumento no número de casos de cancro. A dieta moderna não engloba a casca dos alimentos e como tal, a percentagem de salvestrol que os indivíduos ingerem é muito reduzida, não conseguindo combater as células afectadas por esta patologia.

Apesar dos resultados animadores, os investigadores preferem manter-se prudentes, pois serão precisos ainda muitos testes para confirmar esta descoberta e o estudo poderá prolongar-se por mais cinco a sete anos.

Inês de Matos

Fonte: Reuters