segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Oncologistas acusam directiva europeia de limitar diagnóstico do cancro

Os médicos oncologistas europeus contestaram hoje, durante a European Cancer Conference, a directiva comunitária 2004/40/EC, que pretende limitar o uso de Ressonância Magnética (RM) nos países-membros, de forma a proteger os operadores da exposição aos campos electromagnéticos.

A directiva em causa foi proposta pelo Comissário Europeu do Emprego e pretende minimizar a exposição dos profissionais de saúde a campos electromagnéticos, devendo entrar em vigor, em todos os países membros, em Abril de 2008. Contudo, para os oncologistas esta imposição de limites ao uso da RM vai prejudicar o diagnóstico e tratamento do cancro.

Segundo Dag Rune Olsen, que trabalha em radioterapia experimental em Oslo, Noruega, e é presidente da Sociedade Europeia de Radioterapia e Oncologia (ESTRO), "actualmente na Europa realizam-se oito milhões de explorações de pacientes por RM". Mas esta realidade deverá ser alterada com a entrada em vigor da directiva, que “impõe limites tais na exposição laboral à radiação que serão ultrapassados por qualquer pessoa que trabalhe ou se encontre perto de um equipamento de RM", salienta, assegurando que "a directiva pode afectar inclusive o pessoal de manutenção e reparação do equipamento".

A polémica acerca dos malefícios da RM já é antiga, mas foi depois de uma sondagem de opinião realizada à escala europeia, onde se concluiu que a grande maioria dos cidadãos da União europeia (UE) tinha a percepção de estar inadequadamente protegida pelas autoridade contra o potencial risco para a saúde criado pelos campos electromagnéticos (CEM), que o Comissário Europeu do Emprego decidiu avançar com a proposta.

Face aos resultados do eurobarómetro, Rune Olsen declarou que “se o público estivesse informado sobre a dita contribuição, estou seguro de que estaria tão desejoso como eu de que continuasse a permitir-se o uso de RM”, aproveitando ainda para salientar que o uso de RM representa para o diagnostico médico, um valor acrescido.

“O desenvolvimento de políticas deveria basear-se na ciência sólida e, que eu saiba, não existe evidência científica dos efeitos negativos para a saúde a longo prazo devido à exposição aos campos electromagnéticos estáticos ou variáveis que se produzem durante um exame de RM", disse o especialista.

Os oncologistas têm contestado as decisões políticas da Comissão Europeia, argumentando que as mesmas vão prejudicar o tratamento do cancro na Europa e salientam que é altura de os políticos escutarem os especialistas.

A Health and Safety Executive (HSE) publicou, no passado mês de Junho, um estudo britânico sobre a exposição do operador aos campos electromagnéticos gerados por RM, que vem atestar os argumentos dos especialistas. O estudo revelou que qualquer pessoa que se encontre no raio de um metro de um tomógrafo de Ressonância Magnética em uso, ultrapassaria os limites de exposição impostos pela directiva.

De qualquer forma a Comissão Europeia já admitiu reconsiderar o assunto, adiantando estar a ponderar sobre possiveis emendas à directiva, ou através da prorrogação do prazo de aplicação da directiva, ou tomando em consideração o estudo da HSE, assim como um outro que encomendou e que será publicado no próximo mês de Outubro.

Olsen realça que "na sua actual forma, a directiva coloca problemas concretos ao pessoal de saúde que atende crianças, velhos ou pacientes anestesiados e que necessitam de ajuda durante o exame", acrescentando ainda que também porá fim à utilização de procedimentos de RM com fins cirúrgicos, de intervenção e de investigação.

John Smith, presidente da Federation of European Cancer Societies (FECS - federação das sociedades europeias contra o cancro), apela aos médicos de oncologia que lutem por um papel activo, de forma a conseguir políticas que assegurem que as futuras legislações não tenham um impacto negativo semelhante.

Smith acredita que a directiva vai levar ao aumento dos custos do tratamento do cancro e da colaboração internacional na investigação com células-mãe - um campo legislado de forma muito diferente pelos diversos países europeus.

“É imperativo encontrar formas para melhorar a eficácia do custo no tratamento do cancro em geral e em especial o uso das drogas. A melhoria da eficácia do custo de medicamentos é uma prioridade fundamental para o sector, os políticos e o público em geral", considerou.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Alzheimer: Tornar a demência uma prioridade política

Câmara Municipal de Lisboa assina Declaração de Paris

A Câmara Municipal de Lisboa está empenhada em colocar a demência na agenda dos decisores portugueses. Isso mesmo foi demonstrado esta sexta-feira, altura em que as vereadoras Ana Sara, Helena Roseta e Gabriela Seara assinaram a Declaração de Paris, “um documento fundamental que representa os interesses de todas as associações europeias na área de Alzheimer”, e chama a atenção para aquele que é “um problema maior de saúde pública”, afirmou Maria do Rosário Zincke dos Reis, presidente da Associação Alzheimer Portugal (APFADA).

A assinatura do documento, que teve lugar no Fórum Lisboa, foi uma das iniciativas inseridas na comemoração do Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer. A Declaração de Paris, aprovada na Assembleia-Geral da Alzheimer Europe de 2006, em Paris, consagra as ideias chave e as linhas de acção do movimento europeu sobre as demências. É um apelo a todas as organizações e associações para que se “desenvolvam programas europeus, internacionais e nacionais que respondam adequadamente aos desafios colocados pelo número crescente de pessoas com demência”, salientou Maria do Rosário Zincke dos Reis.

Num comunicado enviado ao Farmacia.com.pt, a presidente da APFADA, dá a conhecer os objectivos deste comprometimento, que descreve como “um sim convicto a tornar a demência numa prioridade de agenda dos decisores tendo em conta todas as implicações à volta da patologia quer para a pessoa com doença de Alzheimer quer para os seus familiares, normalmente os cuidadores”.

A Declaração de Paris, sinónimo de preocupação e alerta para esta causa, conta já com a assinatura de várias personalidades políticas europeias, entre as quais, Philippe Bas, ministro francês da Segurança Social, e dos deputados europeus Alessandro Battilocchio e Roselyne Bachelot. A lista completa de assinaturas deverá ser submetida pela APFADA ao Comissário Europeu da Saúde até ao final do ano.

Marta Bilro

Fonte: APFADA, Portal da Saúde.

Rastreios oftalmológicos para alunos das escolas básicas do seixal

A Comissão Social da Junta de Freguesia de Amora (CSF de Amora) iniciou, esta segunda-feira, um ciclo de rastreios oftalmológicos aos alunos de várias escolas básicas do concelho do Seixal, uma iniciativa que vai decorrer até dia 8 de Outubro.

O projecto nasce da colaboração do Instituto Óptico e da Óptica Maia, e tem como principais destinatários os cerca de 1200 alunos dos primeiros e segundos anos, do 1º Ciclo e tem como objectivo despistar possíveis problemas oftalmológicos, que no futuro possam influenciar, negativamente, o processo de aprendizagem e o desenvolvimento destas crianças.

A CSF de Amora é dinamizada pela junta de freguesia, em parceria com entidades públicas e privadas com intervenção social na freguesia, de forma a desenvolver projectos que permitam identificar e analisar os problemas sociais existentes na freguesia.

O rastreio enquadra-se no Plano de Desenvolvimento Social, da Rede Social do Seixal, encarregue de matérias ligadas à socialização e educação infanto-juvenil.

A Escola Básica da Quinta do Conde foi a primeira a receber esta iniciativa, que se estendeu das 9 horas até às 17:50 horas de segunda-feira. Na terça-feira, os rastreios deslocam-se até à Escola Básica do Fogueteiro e à Escola Básica da Quinta das Sementes.

Inês de Matos

Fontes: Global Noticias, Junta de Freguesia de Amora

Jerónimo Martins investe no negócio das farmácias

Grupo quer abrir 50 estabelecimentos de venda de medicamentos na Polónia

O grupo Jerónimo Martins tem planos para abrir 50 farmácias na Polónia ao longo dos próximos dois anos. A iniciativa, noticiada pelo Jornal de Negócios, nasce de uma parceria com a Associação Nacional de Farmácias (ANF) e foi anunciada na cerimónia de inauguração da 1000ª loja da cadeia de supermercados Biedronka neste país europeu.

A joit venture detém actualmente quatro farmácias junto a lojas da Biedronka e o objectivo de expansão tem sido travado apenas por questões burocráticas e de licenciamento. Para além de medicamentos de venda livre, as farmácias da Jerónimo Martins estabelecidas na Polónia comercializam também fármacos sujeitos a prescrição médica.

De acordo com o Diário de Notícias, as primeiras 10 novas farmácias do grupo deverão surgir até ao final do ano corrente e poderão, ou não, ser contíguas às suas lojas de retalho Biedronka.

Marta Bilro

Fonte: Jornal de Negócios, Diário de Notícias.

Bristol-Myers Squibb adquire Adnexus por 305 milhões de euros

A farmacêutica Bristol-Myers Squibb chegou a acordo para adquirir a Adnexus Therapeutics por 305 milhões de euros, uma empresa privada de biotecnologia. O negócio vai permitir ao laboratório norte-americano aceder a um composto experimental destinado ao tratamento do cancro.

A Adnexus pode ainda receber pagamentos adicionais que ascendem aos 53 milhões de euros, dependendo do cumprimento de determinados objectivos.

A nova subsidiária da Bristol-Myers está actualmente a desenvolver uma classe de medicamentos biológicos inovadores, os Adnectins, derivados da fibronectina, uma proteína do corpo humano. Entre os novos compostos figura o Angiocept (CT-322), um medicamento em ensaios clínicos de Fase 1.

“Trazer a Adnexus para a família da Bristol-Myers Squibb é um passo importante para acelerar a transformação estratégica do nosso negócio farmacêutico num negócio biofarmacêutico”, afirmou Jim Cornelius, director executivo da empresa.

O Angiocept é um fármaco que impede os tumores de formar vasos sanguíneos necessários para nutrir as suas metástases, num processo denominado anti-angiogenese.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, CNN Money, Reuters.

Tailândia pode emitir licenças compulsórias para fármacos anticancerígenos

Patente do Imanitib, Letrozol, Docetaxel e Erlotinib em risco

A Tailândia pode vir a quebrar a protecção de patente de quatro medicamentos anticancerígenos com o objectivo de aceder a versões genéricas dos mesmos, revelou esta segunda-feira um representante do Ministério da Saúde. O objectivo é facilitar o acesso dos pacientes com menos recursos a fármacos indispensáveis no tratamento do cancro.

O Gabinete de Segurança da Saúde Nacional tailandês deverá propor ao Ministro da Saúde que emita uma licença compulsória para os medicamentos, caso o Governo não consiga chegar a um acordo de redução de preço com as respectivas farmacêuticas. Em causa estão fármacos produzidos pela Novartis, Sanofi-Aventis e Roche que actualmente custam a cada doente tailandês 100 mil bahts por mês (cerca de 2.237 euros), afirmou Sanguan Nitayarumphong, director do departamento que desenvolve um programa de tratamento gratuito para os pobres.

Duas das substâncias alvo são produzidas pela Novartis: o Glivec (Imanitib), destinado ao tratamento da leucemia mielóide crónica e o Femara (Letrozol), para o tratamento do cancro da mama. Em risco de serem copiados estão também o Taxotere (Docetaxel), o quarto medicamento mais bem sucedido da Sanofi-Aventis, utilizado no tratamento de diversos tipos de cancro, incluindo o cancro da mama, pulmão, próstata e cancro gástrico; e o Tarceva (Erlotinib), da Genentech, para doentes com cancro do pulmão de células não pequenas e cancro pancreático.

“Escolhemos estes medicamentos porque os pacientes têm grandes dificuldades em obtê-los, são muito caros”, explicou o mesmo responsável, sublinhando que as versões genéricas poderiam proporcionar a estes doentes um maior acesso aos medicamentos a preços muito mais reduzidos.

“Poderemos ter que impor licenças compulsórias a estes medicamentos caso as negociações com os detentores das patentes falhem”, afirmou Sanguan, justificando a medida com o facto do cancro ser a principal doença causadora de mortes no país.

O Governo tailandês aprovou anteriormente licenças compulsórias para o Plavix (Clopidogrel), indicado na prevenção de acidentes aterotrombóticos, e para dois medicamentos chave anti-HIV, o Kaletra (Lopinavir + Ritonavir) e o Efavirenz.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Business.inquirer.net, Infarmed, Farmacia.com.pt.

Cervarix aprovado pela Comissão Europeia

Vacina deverá chegar ao mercado dentro das próximas semanas

A Comissão Europeia aprovou a comercialização do Cervarix, vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), produzida pela GlaxoSmithKline. A decisão surge cerca de dois meses depois do Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) ter recomendado a aprovação da vacina contra o cancro do colo do útero.

O Cervarix, cujos principais alvos são as estirpes 16 e 18 do HPV, responsáveis por cerca de 70 por cento dos casos de cancro do colo do útero, vai competir com o Gardasil, da Merck, que já se encontra disponível na Europa e nos Estados Unidos da América, e que oferece protecção contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.

De acordo com uma porta-voz da farmacêutica britânica, a vacina deverá chegar brevemente aos mais importantes mercados europeus. “Pretendemos lançar [a vacina] na Europa dentro das próximas semanas”, afirmou a responsável sem, no entanto, revelar qual seria o valor cobrado pelo Cervarix.

Por outro lado, a vacina da GSK não deverá chegar ao mercado norte-americano antes de 2008, uma vez que só foi submetida à avaliação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos em Março deste ano. O Cervarix obteve, em Maio, a sua primeira licença de comercialização na Austrália, onde a sua utilização foi recomendada em mulheres com idades compreendidas entre os 10 e os 45 anos.

Os analistas acreditam que as duas vacinas deverão gerar lucros avultados às farmacêuticas que as produzem, com a Merck em vantagem uma vez que o Gardasil chegou primeiro ao mercado. Porém, a GSK não está disposta a ficar para trás e acredita que poderá alcançar alguma primazia devido a um novo aditivo utilizado no Cervarix, o que poderá significar que esta vacina é mais potente ou apresenta maior duração. Para além disso, o grupo britânico anunciou, em Janeiro, ter dado início a um estudo comparativo entre o Gardasil e o Cervarix para avaliar qual das duas vacinas produz melhor resposta imunitária às estirpes 16 e 18 do HPV.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Hemscott, AFP, Farmacia.com.pt.

Avastin elimina lesões metastáticas em doentes com cancro colo-rectal

Novos dados clínicos apresentados esta segunda-feira pela farmacêutica Roche indicam que o Avastin (bevacizumab) melhora as hipóteses de remoção de lesões metastáticas em pacientes com cancro colo-rectal. Em 80 por cento dos casos a remoção das lesões ocorreu na totalidade.

De acordo com o laboratório suíço, o ensaio clínico First BEAT, realizado a nível internacional, demonstrou que um elevado número de pacientes que foram tratados com Avastin, em conjunto com a quimioterapia regular aplicada nos casos de cancro colo-rectal, apresentaram uma remoção completa das lesões metastáticas.

“A remoção total das lesões metastáticas foi alcançada em quase 80 por cento destes pacientes, quando todos eles tinham sido considerados inoperáveis antes do inicio da aplicação do tratamento”, afirmou a Roche. Os resultados que se verificaram com a utilização do Avastin “são superiores aos observados em ensaios clínicos anteriores que envolveram associações entre outros medicamentos biológicos e a quimioterapia”, acrescentaram os responsáveis.

O estudo envolveu 1.965 participantes portadores de cancro colo-rectal em fase avançada com doença metastática anteriormente inoperável. O Avastin é o primeiro de uma classe de fármacos cuja actuação se baseia em privar os tumores do sangue e nutrientes. As vendas globais do medicamento renderam mais de 1,77 mil milhões de euros em 2006.

O fármaco é já utilizado na Europa como terapia do cancro da mama metastizado e, o ano passado, recebeu aprovação nos Estados Unidos da América para tratar pacientes com cancro do pulmão. Para além disso, desde 2004 que é utilizado pelos norte-americanos no tratamento do cancro colo-rectal, o terceiro tipo de cancro mais comum, com cerca de um milhão de novos casos anuais em todo o mundo.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Farmacia.com.pt.

Vacina contra vírus do Papiloma Humano protege contra 10 estirpes adicionais

O Gardasil, vacina contra o cancro do colo do útero actualmente disponível no mercado português, oferece protecção cruzada para outras estirpes do vírus do Papiloma Humano (HPV), para além dos tipos 6, 11, 16 e 18. A vacina, desenvolvida para proteger contra os quatro tipos mais cancerígenos do vírus, revelou que também pode prevenir lesões causadas por outras dez estirpes, o que significa que a protecção abrange 90 por cento dos actuais casos de cancro do colo do útero.

A investigação que deu origem a estes resultados baseou-se na realização de ensaios clínicos de grande dimensão após um período de acompanhamento de três anos. Um grupo de perto de 50 jovens portugueses, recrutados em Coimbra e no Porto pelo Instituto Português de Oncologia, participou no estudo.

Algumas investigações anteriores tinham já revelado a produção de anticorpos contra outras estirpes para além das que eram o alvo directo da vacina. A demonstração clínica, que envolveu cerca de 10 mil pessoas, veio agora comprovar essas suspeitas. A investigação, levada a cabo por Darron Brown, da Escola de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos da América, e apresentada durante o “Annual Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy”, revelou que a vacina preveniu cerca de 38 por cento das lesões uterinas pré-cancerosas. Os novos dez tipos de vírus em causa (31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58 e 59) são actualmente responsáveis por cerca de 16 por cento dos casos de cancro do colo do útero em toda a Europa.

Porém, a duração da protecção da vacina levanta ainda algumas dúvidas. No caso dos tipos de vírus directamente visados pela vacina (responsáveis por 75 por cento dos casos de cancro), a protecção foi fixada nos cinco anos. No caso das outras estirpes a protecção fica-se pelos três anos. Relativamente ao caso mais recente da protecção cruzada da vacina, "a duração da vacina coloca-se com mais acuidade porque os níveis de anticorpos produzidos são significativamente mais baixos", explica Daniel Pereira da Silva, ginecologista do IPO de Coimbra e um dos médicos que participaram no estudo.

Nas estirpes 6, 11, 16 e 18, a vacina “é de uma eficácia extremamente elevada”, explica o especialista. Os últimos estudos, que dão conta dos efeitos da protecção cruzada, mostram ainda que, dentro do conjunto dos restantes dez tipos de vírus, ela é também particularmente eficaz contra as estirpes 31 e 45, chegando a prevenir até 45 por cento das lesões uterinas pré-cancerosas.

Apesar de estarem satisfeitos com os resultados, os responsáveis pela vacina reconhecem que o verdadeiro valor da vacinação reside na prevenção relativamente às quatro estirpes visadas, uma vez que a protecção cruzada é menor que a directa.

Actualmente estima-se que, a nível mundial, cerca de 630 milhões de pessoas estejam infectadas pelo HPV. A transmissão do vírus é feita basicamente através do contacto sexual e a maioria das infecções por HPV desaparece sem tratamento.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, SEGS, Farmacia.com.pt.

Novo teste para detectar gripe das aves é 10 vezes mais rápido que os actuais

Aparelho pode ajudar a evitar pandemia provocada pelo H5N1

Cientistas singapurianos desenvolveram um aparelho capaz de detectar a presença de gripe das aves em humanos ou animais com uma rapidez dez vezes superior à técnica que é actualmente utilizada. O aparelho, do tamanho de uma palma da mão, consegue identificar, em apenas 30 minutos, a presença do vírus H5N1.

Este pode ser um passo importante para evitar uma potencial epidemia de gripe aviaria, refere Juergen Piper, investigador do Instituto de Bioengenharia e Nanotecnologia de Singapura. Até porque, os resultados deste teste indicam não só a presença do vírus como também a sua gravidade, explicou o responsável.

Este novo mecanismo de análise pode ser utilizado por médicos ou assistentes para detectar o vírus através de amostras de esfregaços na garganta. No caso dos animais, o teste é realizado através de uma análise aos excrementos. O aparelho “pode facilmente ser transportado para o campo, onde poderá detectar o vírus no momento em que a pessoa é infectada, em vez que ter que aguardar durante 10 dias para que surjam os primeiros sintomas da doença”, referiu a cientista Lisa Ng.

Esta rapidez na obtenção dos resultados permite que o tratamento se inicie de imediato e que sejam tomadas medidas para travar a doença. O teste pode revelar-se ainda mais valioso caso o vírus sofra uma mutação e comece a transmitir-se entre seres humanos, um dos piores receios dos especialistas. Se o vírus sofrer tal mutação poderá desencadear uma pandemia humana, provocando a morte a milhares de pessoas.

De acordo com Piper, este novo teste distingue-se de outros que estão já disponíveis no mercado por conter no seu interior uma espécie de laboratório em forma de chip, que custa entre 40 a 100 vezes menos do que os que são actualmente comercializados. Os resultados da investigação foram publicados na “Nature Medicine”.

Os dados da Organização Mundial de Saúde indicam que, em 12 países da África e Ásia, 328 pessoas estiveram infectadas com o vírus H5N1, das quais 200 acabaram por falecer. A Indonésia foi o país mais afectado, tendo sido contabilizadas 85 mortes.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times.

Adesivo da Novartis aprovado pela FDA em Julho
Europa deu luz verde ao Exelon Patch


Volvidos cerca de dois meses sobre a aprovação pela Food and Drug Administration, entidade reguladora do sector do medicamento nos Estados Unidos, o Exelon Patch, primeiro tratamento adesivo para a doença de Alzheimer, recebeu agora a aprovação da União Europeia, segundo uma informação avançada pelo laboratório fabricante.

Numa nota difundida pela companhia farmacêutica suíça explica-se que o Exelon Patch é um adesivo que deve ser aplicado diariamente nas costas, no peito ou no antebraço do paciente, e que garante a administração suave e contínua da medicação necessária ao doente, através da pele. Trata-se de um novo mecanismo de administração de medicamentos que, segundo a Novartis, contribui para uma dosagem optimizada dos fármacos de que o paciente necessita, garantindo uma eficácia muito similar à das tradicionais cápsulas de Exelon e uma significativa melhoria, em termos de memória e de capacidade para as tarefas do quotidiano, face ao resultado obtido com placebos, minimizando os efeitos secundários a nível gastrointestinal que os comprimidos normalmente provocam.
De acordo com o mesmo comunicado, a Comissão Europeia acaba de dar luz verde ao Exelon Patch (rivastigmina) para o tratamento da doença de Alzheimer, que actualmente afecta cerca de 18 milhões de pessoas em todo o mundo, constituindo a terceira causa de morte à escala planetária, depois das doenças cardiovasculares e oncológicas. Para o responsável pelo departamento de desenvolvimento de fármacos da Novartis Pharma AG, James Shannon, o Exelon Patch representa “uma inovação terapêutica desenhada especificamente com a intenção de ir ao encontro das necessidades dos doentes, dos prestadores de cuidados e dos médicos envolvidos na luta contra a doença devastadora que é o Alzheimer”. A aprovação europeia, que surge no seguimento do aval dado pela agência norte-americana do medicamento, no passado dia 27 de Julho, teve por base o resultado do estudo internacional IDEAL (“Investigation of Transdermal Exelon in ALzheimer's disease”), que envolveu cerca de 1200 doentes.
A fórmula de Exelon em cápsulas é utilizada para o tratamento de doentes de Alzheimer desde 1997 em mais de sete dezenas de países. Recentemente, e como oportunamente noticiou o farmacia.com.pt, o medicamento esteve envolvido em polémica nos Estados Unidos, quando a FDA acusou a Novartis de enganar os doentes ao veicular informação errada nos folhetos inclusos nas embalagens, que garantiam que o Exelon tinha maior índice de segurança do que aquele que efectivamente ostenta. As várias irregularidades detectadas suscitaram o envio de uma carta de advertência da FDA à companhia suíça, mas em Portugal a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde foi peremptória na garantia de que o problema não se verificava no nosso país, visto que os materiais informativos distribuídos aos profissionais de saúde nacionais são fabricados integralmente em território luso, onde o medicamento está disponível desde 1998.

Carla Teixeira
Fonte: Novartis, farmacia.com.pt