terça-feira, 13 de novembro de 2007

Nova técnica evita rejeição de transplantes em diabéticos

A longo prazo níveis de açúcar no sangue normalizam, garantem investigadores

Uma nova técnica que poderá evitar a rejeição dos transplantes de estruturas pancreáticas (ilhotas de Langerhans) em doentes diabéticos foi desenvolvida por uma equipa norte-americana.

De acordo com um estudo publicado na revista científica «Nature», investigadores da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, descobriram que a combinação de globulina antitimócito (ATG), um composto anticélulas T, com o anticorpo monoclonal rituximab, consegue prolongar a sobrevivência dos transplantes em animais.

É sabido que, até agora, a luta para evitar que o sistema imunitário rejeite os transplantes estava concentrada nos tratamentos de eliminação de algumas células T, encarregues de eliminar os elementos estranhos no organismo.

No entanto, e apesar de o transplante de ilhotas de Langerhans ser uma técnica promissora para muitos doentes com diabetes tipo 1, o certo é que, -- afirmam os especialistas - ainda apresenta entraves “pela dificuldade dos enxertos pancreáticos resistirem a longo prazo.”

Segundo informa a «Nature», a equipa da Pensilvânia analisou, também, em macacos com ilhotas transplantadas, o efeito de reduzir a quantidade de células B, (linfócitos dos quais depende a imunidade).

Os resultados alcançados pelos investigadores conduziram, assim, a uma descoberta promissora: “Foi descoberto que a combinação de globulina antitimócito (ATG), um composto anticélulas T, com o anticorpo monoclonal rituximab, conseguiu prolongar a sobrevivência dos transplantes nos animais”, revelaram.

Ali Naji, coordenador do estudo, destacou ainda que a investigação demonstrou que “a sobrevivência, a longo prazo, das ilhotas pancreáticas - onde se encontram as células beta, produtoras de insulina - transplantadas também consegue normalizar os níveis de açúcar no sangue.”

O rituximab é um anticorpo monoclonal que se une a uma proteína - o antígeno CD20 - na superfície das células B tanto normais como malignas e, a partir dessa união, reúne a acção das defesas naturais do organismo para atacar as células B malignas. Este anticorpo é usado no tratamento de uma forma de Leucemia, o Linfoma Não-Hodgkin.

Os cientistas anunciaram que o próximo passo será avaliar o potencial desta técnica também em humanos.

Raquel Pacheco

Fonte: Nature/Agência EFE

“Pré-diabéticos não recebem atenção devida”

Endocrinologista alerta para a fase pré-diagnóstico em grupos de risco

Os pré-diabéticos constituem um grupo de risco, mas não recebem a atenção devida. O alerta foi lançado pelo endocrinologista Jácome de Castro que, no âmbito do Dia Mundial da Diabetes, defendeu uma maior atenção para a “prevenção e diagnóstico precoce.”

Numa altura em que disparam as vozes quer de reivindicação, quer de informação sobre a diabetes – doença que afecta já cerca de 10% dos portugueses – Jácome de Castro, endocrinologista do Hospital Militar de Lisboa, advertiu para a importância da fase pré-diagnóstico.

“Os pré-diabéticos, pessoas em condições de maior probabilidade de vir a desenvolver a doença, não recebem a atenção devida, apesar de constituíram um grupo de risco”, afirmou o especialista ao «O Primeiro de Janeiro».

Segundo explicou o endocrinologista, a condição de pré-diabético “implica a ocorrência de alterações no metabolismo dos açúcares, deixando as pessoas numa situação intermédia entre o estado normal e o estado diabético”, sublinhando que “podem ser diagnosticadas com a medição dos níveis de açúcar no sangue em jejum, comparando-os depois com os valores que surgem em resposta a uma carga de açúcar padronizada.”

Reconhecendo que as pessoas vão estando “progressivamente consciencializadas para os riscos”, Jácome de Castro reivindicou para uma maior aposta “na prevenção, no diagnóstico precoce e nas terapêuticas agressivas.”

Saber lidar com a revolta e a diferença...

Não é fácil ter de lidar com uma série de alterações quando se tem conhecimento da doença ou, pelo menos, quando se sabe que pertence à condição de pré-diabético. É o caso de João Rodrigues que, embora sabendo ser uma pessoa de risco, descurou a realidade e a negligência conduziu-o a um caminho sem volta: hoje, aos 52 anos é diabético e cego.

Ao farmacia.com.pt, José Rodrigues contou a sua experiência na expectativa de que outros doentes não sigam o seu exemplo, apelando ao controlo precoce da doença."Perdi a visão há mais de dois anos, por ter sido juiz em causa própria e ter descuidado e abandonado, ao longo de 10 anos, o acompanhamento médico. Fui um péssimo pré-diabético e hoje carrego o peso dos meus actos e da assumo a irresponsabilidade", confessou.

Por não quer que outros episódios idênticos ao seu se repitam, João Rodrigues lançou o apelo a todos os que sofrem da doença ou pertencem ao grupo de risco: "Sejam conscientes e vigilantes, a fim de evitar os danos que estão inerentes a um dos maiores problemas de Saúde Pública - a diabetes. Face às exigências da doença, nunca descurem o acompanhamento médico regular e façam uma alimentação responsável", advertiu, concluindo que, "muitos podem reverter o cenário e evitar ficar às escuras em pleno dia..."

Raquel Pacheco

Fonte: O Primeiro de Janeiro/contacto telefónico

Especialista alerta para a condição pré-diabética

Para demasiadas pessoas o diagnóstico da diabetes de tipo 2 chega como um choque. Talvez soubessem que tinham uma história familiar da doença, mas nunca pensaram que o mesmo lhes pudesse acontecer.

Na altura em que se assinala o Dia Mundial da Diabetes, são diversos os alertas para o aumento da doença que, segundo estimativas da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, afecta cerca de um milhão de portugueses, mas estando apenas 650 mil conscientes da doença.

O endocrinologista Jácome de Castro, do Hospital Militar de Lisboa, alertou para o facto dos pré-diabéticos, ou seja, as pessoas que apresentam maior probabilidade de desenvolver a doença, não receberem a atenção necessária, apesar de serem um grupo de alto risco, sendo por isso preciso ter atenção à fase de pré-diagnóstico.

Segundo o Dr. Jácome de Castro, "os pré-diabéticos, se não receberem o tratamento devido, correm o risco de desenvolver diabetes, o que aumenta o risco de doenças cardíacas e cerebrovasculares, as doenças que mais matam em Portugal".

O endocrinologista explicou ainda que a condição de pré-diabético envolve a ocorrência de alterações no metabolismo dos açúcares, o que deixa as pessoas numa condição "intermédia entre o estado normal e o estado de diabético". A denominada pré-diabetes pode ser diagnosticada através da medição dos níveis de açúcar no sangue em jejum, e da posterior comparação com “os valores que surgem em resposta a uma carga de açúcar padronizada”.

Antes das pessoas desenvolverem diabetes tipo 2, têm quase sempre pré-diabetes – os níveis de glicose no sangue são mais elevados do que o normal, mas ainda não são suficientemente elevados para serem diagnosticados como diabetes. Contudo, na pré-diabetes a glicose no sangue apresenta variações, e a condição caracteriza-se pela ausência de sintomas. Esta situação pode prolongar-se durante anos, podendo algumas pessoas vir a desenvolver diabetes tipo 2 num período de 10 anos. Investigações recentes demonstraram que alguns danos a longo prazo, especialmente no sistema cardíaco e circulatório, podem já estar a ocorrer durante a pré-diabetes.

O especialista defendeu ainda que através de um diagnóstico antecipado as pessoas vão ficando gradualmente mais conscientes dos riscos, mas é também necessário apostar na prevenção e na alteração dos estilos de vida, visto que o excesso de peso e a vida sedentária constituem as principais causas da diabetes de tipo 2. As pessoas em maior risco são aquelas com mais de 40 anos, com história familiar de diabetes, com excesso de peso e/ou que não praticam qualquer actividade física.

Contudo, é importante sublinhar que a pré-diabetes pode ser revertida. Estudos demonstraram que pessoas com pré-diabetes podem prevenir ou adiar o início da diabetes tipo 2 até 58 por cento, através de alterações no estilo de vida, que incluem perda moderada de peso e exercício regular. Para algumas pessoas, uma intervenção precoce pode realmente ajudar a “fazer marcha-atrás” na doença, restituindo ao normal os níveis elevados de glicose e eliminando o risco de desenvolver diabetes.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existam, a nível mundial, 185 milhões diabéticos, mas que apenas 40 por cento estão diagnosticados e tratados.

Isabel Marques

Fontes: Diário de Notícias, O Primeiro de Janeiro,
www.diabetes.org, www.tvi.iol.pt, www.medicosdeportugal.iol.pt

«Diabetes nas crianças e adolescentes» é lema mundial


As comemorações do Dia Mundial da Diabetes têm, este ano, particular significado porque se pretende divulgar a resolução das Nações Unidas que a considerou uma “doença crónica, debilitante e dispendiosa que, devido às complicações major que induz, implicando riscos elevados para as famílias, países e para todo o mundo.”

A celebração desta data – 14 de Novembro – é da responsabilidade da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Federação Internacional de Diabetes, (IDF), sendo o lema deste ano e de 2008, «Diabetes nas crianças e adolescentes».

Tal como tem vindo a divulgar o farmacia.com.pt, por todo o mundo e por todo o país - de Norte a Sul -, há eventos que decorrem alusivos ao dia. O concelho do Barreiro não é excepção, contudo, sob a organização da associação local de diabéticos, as comemorações serão assinaladas apenas no dia 17 de Novembro.

Passeio e palestras no Barreiro

Segundo avança a Rostos.pt, o programa inclui “um passeio pedestre pela cidade do Barreiro, durante a manhã, e a divulgação de apoios técnicos e científicos para os diabéticos. Realizar-se-ão, também, duas palestras sobre Oftalmologia e respectivo envolvimento directo com a doença e ainda um almoço convívio e actividades culturais (Marcha Lúdica ao Barreiro Velho e concerto de musica coral polifónica).

Para hoje (dia 14), está agendada uma conferência de imprensa no Convento da Verderena, “onde se pretende demonstrar a actividade da Associação de Diabéticos do Concelho do Barreiro (ADCB) e dar relevo à comemoração do Dia Mundial da Diabetes” promulgado pela ONU desde de Dezembro de 2006.

Raquel Pacheco

Fonte: Rostos.pt/OMS

Diabetes: AtheroGenics suspende testes com elevada dose de AGI-1067

A empresa de biotecnologia AtheroGenics Inc, anunciou a suspensão dos testes (fase III) com dose elevada (300 miligramas) de AGI-1067 - uma pequena molécula com poder antioxidante – para o tratamento da diabetes.

A AGI-1067 foi originalmente licenciada pela AstraZeneca para investigações no âmbito terapêutico de doenças cardíacas, porém, demonstrou ineficácia ao não reduzir o risco.

Agora, a detecção de raros efeitos colaterias relacionados com o fígado terá levado a AtheroGenerics a suspender os testes já em fase III. Decisão esta que, também, foi tomada na sequência de discussões com a FDA (Food and Drug Administration).

Apesar dos resultados, a empresa não desiste e admitiu continuar a estudar a molécula AGI - 1067 em duas doses mais baixas (a 75 mg e 150 mg), como um novo tratamento antioxidante e anti-iflamatório para doentes diabéticos e também cardíacos.

Raquel Pacheco

Fontes: Network Médica/Financial News

GlaxoSmithKline confiante nas vendas de fármaco anti-diabetes

O director-executivo da GlaxoSmithKline, Jean-Pierre Garnier está optimista face às vendas do Avandia (maleato de rosiglitazona). O dirigente do laboratório britânico garantiu, esta terça-feira, que o nível de vendas deste medicamento anti-diabetes vai voltar a alcançar os elevados números anteriores.

Apesar das quebras registadas no lucro do fármaco e das severas advertências da opinião pública para o risco cardíaco associado ao Avandia, Jean-Pierre Garnier, está confiante de que “a GlaxoSmithKline continua no caminho certo para conseguir alcançar os resultados estipulados.”

Raquel Pacheco


Fonte: Network Médica

ICBAS promove sessão para sensibilizar e prevenir a diabetes

Para assinalar o Dia Mundial da Diabetes, a Associação de Estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar (AEICBAS), em colaboração com o Serviço de Endocrinologia do Hospital Geral de Santo António (HGSA), promove no dia 14 de Novembro, entre as 9 horas e as 12 horas, uma sessão de esclarecimento sobre a diabetes, denominada “Diabetes na criança e no adolescente”, junto de 270 alunos da Escola Secundária Fontes Pereira de Melo, no Porto.

Esta acção tem como objectivo alertar para os perigos desta doença, e sensibilizar os jovens para a importância de uma alimentação saudável e da prática regular de exercício físico na prevenção da diabetes, que já atinge cerca de 900 mil portugueses, estimando-se que 20 mil sejam jovens. A actividade vai ser realizada em colaboração com diversos profissionais de saúde: médicos, enfermeiros e nutricionistas do Serviço de Endocrinologia do HGSA. A sessão de esclarecimento será da responsabilidade dos mesmos.

Os alunos da Escola Secundária Fontes Pereira de Melo, entre os 13 e os 18 anos, poderão ainda determinar o seu índice de massa corporal (IMC), bem como participar em actividades físicas lúdicas. Adicionalmente, serão entregues dois prémios para a melhor ementa realizada previamente pelos alunos e proporcionado um lanche, como exemplo de uma refeição apropriada.

Esta iniciativa da AEICBAS demonstra-se relevante, na medida em que cada vez mais surgem jovens com diabetes e em situações ligadas à obesidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que existam, a nível mundial, 185 milhões de pessoas com diabetes, sendo a doença a quarta causa de morte na maioria dos países desenvolvidos, com uma morte a cada 10 segundos.

Isabel Marques

Fontes: O Primeiro de Janeiro, http://sigarra.up.pt/icbas/, http://aeicbas.blogspot.com/, http://www.jasfarma.pt/
Conferência reúne especialistas na cidade do Mondego
HUC comemoram Dia Mundial da Diabetes

No corolário de uma semana marcada por muitos acontecimentos relacionados com a diabetes, de encontros científicos a reivindicações várias, nomeadamente sobre a necessidade de maior consciencialização das populações e da comparticipação do tratamento com bomba de insulina, assinala-se nesta quarta-feira o Dia Mundial da Diabetes, e os Hospitais da Universidade de Coimbra associam-se às celebrações.

Está assim agendado para as 11 horas o arranque de uma conferência dinamizada pela direcção do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo dos HUC, que visa “debater a incidência da doença nas crianças e nos jovens”, que constituem o ponto nevrálgico das comemorações deste ano, subordinadas justamente ao tema «A diabetes nas crianças e nos adolescentes». Na acção estarão presentes vários membros da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo e da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica, para alertar para aquela patologia e os seus efeitos, designadamente junto dos doentes de mais tenra idade. Num momento em que se discute na comunidade médica portuguesa a oportunidade de uma eventual comparticipação do tratamento com bomba infusora de insulina, um dos interlocutores do evento será Francisco Carrilho, o médico dos HUC que foi responsável pela colocação da primeira bomba de insulina realizada no nosso país, há já vários anos.

Carla Teixeira
Fonte: «Diário As Beiras», entrevista com Helena Cardoso, comunicados de imprensa sobre o Dia Mundial da Diabetes
Membrana amniótica útil na reabilitação de queimaduras
Placenta pode salvar visão

Um oftalmologista do Instituto Penido Burnier, no Brasil, desenvolveu um método para a recuperação de lesões oculares provocadas por queimaduras químicas e cicatrizes na córnea, que podem ser corrigidas com um implante de células-tronco retiradas da placenta.

Em vez de ir para o lixo, onde invariavelmente são depositadas as placentas depois de concluído o trabalho de parto – e serão milhões os partos realizados todos os dias, em todo o mundo – a membrana amniótica (parte interna da placena) pode ser usada na reabilitação das lesões provocadas por queimaduras químicas, que representam sete a 10 por cento dos acidentes oculares no trabalho, e por cicatrizes na superfície do olho causadas por algumas doenças, que constituem igualmente uma importante causa de deficiência visual. A inovação no tratamento destes problemas surge agora no Brasil, onde o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto garante que aquelas doenças podem ser corrigidas através de implantes de células-tronco retiradas da membrana amniótica.
Pioneiro naquele procedimento cirúrgico, o médico de Campinas explica, em comunicado, que a “cirurgia permite recuperar até 70 por cento dos casos de queimaduras oculares, inclusivamente as decorrentes do contacto com produtos alcalinos como a soda cáustica, a cal e o amoníaco, substâncias que marcam presença na maior parte dos acidentes industriais ocorridos com homens dos 20 aos 40 anos de idade. O especialista assevera que é possível recuperar a visão, já que as células da membrana amniótica conseguem diferenciar-se das restantes e dão a possibilidade de criar tecido na superfície ocular, tendo também propriedades a nível anti-inflamatório e cicatrizante.
Uma investigação científica realizada em Taiwan concluiu que a membrana amniótica não tem capacidade para refazer a totalidade dos 216 tecidos do corpo humano, mas pode diferenciar-se e assumir o lugar de diversos tipos de células, sendo que, na área da Oftalmologia, a placenta “pode ser útil também na reconstrução de pálpebras, bem como na eliminação de inflamações pós-cirúrgicas e tumores, e ainda na conjuntivite, na penfigóide (doença auto-imune que ataca a mucosa dos olhos) e na alergia ocular de Stevens-Johnson, que pode causar cicatrizes na córnea”.
Queiroz Neto explica que depende do grau de destruição da superfície ocular o cálculo da taxa de sucesso da intervenção, mas frisa que “o implante de membrana amniótica é suficiente”. Quando a córnea não está em processo activo de necrose é associado o transplante de limbo, que pode ser retirado do próprio paciente (se apenas um olho tiver sido afectado pelo acidente que motiva a cirurgia), ou de um doador (no caso de ambos os olhos terem ficado lesionados nesse acontecimento).

Carla Teixeira
Fonte: e-mail do farmacia-press