sábado, 24 de novembro de 2007

Crioestaminal e ANF formalizaram parceria inédita
Kits de criopreservação nas farmácias


A rede nacional de farmácias de oficina deverá brevemente passar a disponibilizar, para venda directa ao público, os kits de criopreservação das células estaminais do sangue do cordão umbilical em vez de, como até aqui, permitirem apenas a adesão ao serviço. A medida foi viabilizada através de um acordo inédito formalizado entre a Associação Nacional de Farmácias e a Crioestaminal, empresa que desenvolveu o conceito em Portugal, e permitirá a comercialização dos kits nos mesmos moldes em que ocorre a dispensa de medicamentos.

Depois de, há pouco mais de um ano, ter inaugurado um laboratório específico para a criopreservação daquelas células no Biocant Park, em Cantanhede, estrutura que até ao momento terá efectuado aproximadamente 16 mil daqueles procedimentos, a Crioestaminal visa agora um aumento exponencial da cobertura daquele serviço, que se materializa através da abertura de um novo canal de distribuição dos kits. A aproximação ao público final tem como objectivo imediato o reforço da liderança no mercado, devendo esta acção traduzir-se num encaixe de 4,7 milhões de euros até ao final deste ano, alcançando os seis milhões de euros em 2008. O CrioKit, como é designado o produto em termos comerciais, consiste numa caixa que contém todo o material necessário para a recolha e o acondicionamento adequado do sangue do cordão umbilical.
O director-geral da Crioestaminal, Raul Santos, entende que esta será “uma forma de aproximar o serviço das pessoas, dando-lhes a possibilidade de esclarecerem as suas dúvidas com profissionais de Saúde altamente qualificados, como são os farmacêuticos”, que durante o passado mês de Setembro foram alvo de acções de actualização de conhecimentos, de modo a prestarem o melhor esclarecimento aos seus utentes. De acordo com a ANF, citada pelo «Jornal Médico de Família», “trata-se de uma área relevante e com elevado potencial de desenvolvimento”, pelo que é “importante para a adaptação das farmácias às novas realidades e oportunidades no sector da biotecnologia”.
De acordo com o que o farmacia.com.pt conseguiu apurar junto da empresa com sede em Cantanhede, o kit encontra-se disponível também por encomenda, e tem um custo de 115 euros, que devem ser pagos no acto da reserva do equipamento, que depois será entregue na morada indicada pelo comprador, acompanhado de toda a documentação a explicar como deve ser feita a recolha e o envio das células estaminais do cordão umbilical, de modo a salvaguardar todas as suas propriedades. Os pais que desejem recolher o sangue do cordão umbilical dos filhos deverão solicitar o kit antecipadamente, por telefone ou fax, nas instalações da Crioestaminal, recortando os pedidos de envio disponíveis nas brochuras promocionais ou preenchendo a requisição online no site www.crioestaminal.pt.

Carla Teixeira
Fonte: «Jornal Médico de Família», Crioestaminal
Comprovado efeito do rimonabant na redução da glicemia
Sanofi-Aventis expande estudos com Acomplia



A companhia farmacêutica francesa Sanofi-Aventis anunciou a intenção de, a breve trecho, expandir de forma significativa o leque dos ensaios clínicos com o Acomplia (rimonabant), depois de aquele medicamento ter comprovado ter efeito relevante na redução da glicemia e no controlo de vários factores de risco metabólico.

Não obstante o facto de há alguns meses uma comissão de peritos ter considerado que o Acomplia, indicado para o tratamento da obesidade, poderia representar um risco no que diz respeito ao aumento da taxa de suicídio entre os consumidores do produto – situação que levou a Sanofi-Aventis a retirar o pedido de autorização para a introdução do fármaco no mercado farmacêutico norte-americano –, o laboratório francês acredita que em 2009 deverá ser aprovado para o tratamento da diabetes de tipo 2, pelo que pretende alargar, já no próximo ano, o programa de estudos com aquela substância. A nova fase de ensaios clínicos deverá envolver cerca de 5700 pacientes, tendo o objectivo de avaliar a eficácia do rimonabant em associação com outros medicamentos (metformina, sulfonilureia e insulina). A investigação incluirá ainda a análise comparativa do rimonabant com o sitagliptina, o princípio activo que faz parte da mais recente terapia aprovada para aquela doença.

Carla Teixeira
Fonte: «Jornal Médico de Família», farmacia.com.pt
Investigação portuguesa revela novo leque de possibilidades
Monóxido de carbono pode ser antibiótico


A elevada capacidade que demonstra para exterminar bactérias, mesmo as que se revelam mais resistentes aos medicamentos, confere ao monóxido de carbono uma propriedade que poderá transformá-lo num antibiótico. Um estudo desenvolvido na Universidade Nova de Lisboa reconhece que essa poderá ser ainda uma realidade longínqua, mas considera que os avanços conseguidos no estudo alargam o leque de possibilidades…

De acordo com os resultados preliminares do estudo coordenado por Lígia Saraiva, não é por enquanto possível prever quanto tempo poderá demorar a concepção de um antibiótico à base de monóxido de carbono, gás a que até agora apenas tinham sido reconhecidas propriedades negativas em termos do seu impacto na saúde. No entanto, a investigadora do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da UNL diz que os avanços conseguidos até ao momento “representam apenas, por enquanto, um novo leque de possibilidades”. Nesta investigação foi demonstrado pela primeira vez que “o monóxido de carbono tem a capacidade de matar bactérias”, e isso ficou provado em relação a vários agentes, e em particular no patogénico Estafilococos (bactéria que se tem assumido como um desafio constante para a Medicina, porque se agrega em pequenas colónias de células que aderem a outras, encadeando-se em pares ou cachos), presente nas narinas de cerca de 30 por cento da população, ainda que saudável, e tem vindo a desenvolver um nível preocupante de resistência aos antibióticos convencionais.
Recordando que o próprio organismo humano produz monóxido de carbono, ainda que em quantidades insuficientes para permitir a destruição das células afectadas por bactérias, Lígia Saraiva explica que “os compostos libertadores de monóxido de carbono tem a capacidade de penetrar nas paredes celulares e só quando estão no seu interior libertam o gás, de uma forma controlada”. Na investigação apresentada pela cientista de Lisboa foram utilizadas concentrações de CO superiores àquelas que são produzidas pelo organismo humano, mas não tóxicas. A descoberta abre a porta a novos tratamentos e medicamentos, capazes de contrariar a resistência que algumas bactérias desenvolveram em relação aos fármacos já existentes. A breve trecho, avançou, a empresa farmacêutica que detém a da patente dos compostos usados neste estudo pretende iniciar a realização de testes em animais. O estudo português, que envolve ainda os investigadores Carlos Romão, João Seixas e Lígia Nobre, será publicado na próxima edição da revista internacional «Antimicrobial Agents and Chemotherapy», com saída agendada para Dezembro.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Boa Saúde