terça-feira, 27 de novembro de 2007

Impulsos magnéticos podem tratar depressão

Investigadores acreditam que resultados superam tratamentos com antidepressivos

Estimular o cérebro com pequenos impulsos magnéticos é um modo seguro e eficiente de tratar a depressão profunda, garante um estudo divulgado nos Estados Unidos. Para os investigadores, os resultados superaram, inclusive, os tratamentos com antidepressivos.

De acordo com a notícia ventilada pela France Presse, o método “consiste em enviar rápidas descargas de energia magnética ao cérebro, por meio de um dispositivo fixado no couro cabeludo.”

Segundo explicou Philip Janicak, professor de Psiquiatria do Rush Universitary Medical Center, em Chicago, nos Estados Unidos, “os impulsos fazem com que os neurónios de uma pequena área do cérebro se ‘acendam’, isto é, estes neurónios enviam sinais a zonas mais profundas do cérebro que controlam o apetite e estão relacionadas com a depressão”, clarificou.

Revelando que os índices de melhora entre os pacientes que receberam o tratamento “foi o dobro em relação aos que experimentaram apenas uma simulação do método”, o investigador sublinhou que esta técnica “é uma alternativa para 20% a 40% das vítimas de depressão profunda, que não respondem a antidepressivos e ou à psicoterapia e, ainda, para os que querem evitar o uso de químicos.”

Ao considerar a descoberta “particularmente significativa”, Philip Janicak destacou que “os resultados superaram, inclusive, os tratamentos com antidepressivos”, argumentando que “a maior parte dos doentes submetida ao tratamento não reagia aos antidepressivos.”

John Krystal, editor da revista «Biological Psychiatry» - que publicará a pesquisa no dia 1 de Dezembro – considerou, também, que o estudo “lança uma nova luz sobre a eficiência da estimulação magnética transcraniana como tratamento para a depressão.”

"O resultado é particularmente importante para os pacientes que não toleram antidepressivos e para os que não reagem a tratamentos alternativos", sustentou.

A pesquisa envolveu 325 pacientes nos Estados Unidos, Canadá e Austrália que sofriam de depressão profunda. Os efeitos colaterais relatados foram dores de cabeça e feridas no couro cabeludo.

Raquel Pacheco

Fonte: Agência France Press/Folha Online

Síndrome das pernas inquietas reduz qualidade do sono

Estudo norte-americano surte advertência: investigar e tratar melhor a doença
À luz de um estudo norte-americano conduzido por investigadores da Universidade da Pensilvânia, a síndrome das pernas inquietas está associada, directamente, à menor qualidade do sono e duração do descanso nocturno, bem como, à maior sonolência no dia seguinte.

De acordo com o estudo publicado na revista médica «Journal of the American Geriatrics Society», a equipa de especialistas analisou o impacto da Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) sobre a qualidade de vida de 39 indivíduos idosos (com idade superior a 65 anos) todos com diagnóstico firmado da doença e com sintomas, pelo menos, três vezes por semana.

Segundo os resultados divulgados, a síndrome interfere, directamente, no sono (reduzindo a qualidade), na duração do descanso nocturno (menor) e, ainda, na sonolência no dia seguinte (aumenta).

“Os idosos, com sintomas graves, apresentaram uma probabilidade de uso de medicação 5,3 vezes superior à observada naqueles com doença leve”, explicaram os autores do estudo, concluindo que a síndrome das pernas inquietas “afecta não apenas o sono dos idosos, mas também, reflecte-se no impacto negativo da qualidade de vida.”

A SPI é um distúrbio do sono caracterizado pela presença de sensações esquisitas nos membros inferiores, as quais conduzem a uma irresistível vontade de movimentá-los constantemente. Tais movimentos ocorrem, frequentemente, durante a noite, facto que leva a vários acordares, e consequentemente, encurta a duração do sono.

Neste sentido, os investigadores norte-americanos defenderam que a doença “merece ser adequadamente investigada e tratada.”

Tratamento


Não há um medicamento aprovado especialmente para o tratamento da SPI, contudo, são utilizados outros fármacos administrados para outras doenças, nomeadamente: agonistas dopaminérgicos, sedativos, medicações para dor e anticonvulsivantes. Cada substância tem os seus benefícios, limitações e efeitos colaterais, por isso, a escolha da medicação depende da gravidade dos sintomas.
A primeira escolha para tratar SPI são os agonistas dopaminérgicos, entre eles o pramipexol. Embora esta classe de medicamentos seja utilizada para tratamento da Doença de Parkinson, a SPI não é uma forma de parkinson.

Raquel Pacheco

Fonte: «Journal of the American Geriatrics Society»/ www.sindromedaspernasinquietas.com.br/

Chá pode proteger contra osteoporose

Estudo revelou que ingestão reduz cerca de 2,5% a taxa de perda de cálcio pelos ossos

O consumo regular de chá pode actuar como factor de protecção contra a osteoporose, sugere um estudo australiano publicado na revista «American Journal of Clinical Nutrition».

Segundo informou a equipa da University of Western (Austrália), a investigação envolveu 1.500 mulheres, entre 70 e 85 anos, as quais receberam acompanhamento durante cinco anos, revelando que
os resultados demonstraram que “a quantidade de cálcio nos ossos, das participantes que ingeriram chá regularmente foi 2,8% maior, em comparação com aquelas que não cultivavam o hábito de consumir esta bebida de infusão.”

Os cientistas australianos destacaram ainda que, a equacionar à observação anterior, “constatou-se também (após 4 anos de acompanhamento) que a ingestão de chá reduz, cerca de 2,5%, a taxa de perda de cálcio pelos ossos.”

Deste modo, os investigadores acreditam que o consumo regular de chá “actua como factor de protecção contra a osteoporose, concretamente, na diminuição da ocorrência de doença nas mulheres idosas.”

De referir que, a osteoporose é uma doença que atinge maiores taxas de ocorrência na população idosa. O surgimento está associado a um complexo e dinâmico desequilíbrio entre as quantidades de vitaminas e minerais no organismo, particularmente, o cálcio.


Raquel Pacheco

Fonte: American Journal of Clinical Nutrition

GSK adquire direitos de venda livre do Mevacor da Merck & Co.

A GlaxoSmithKline Plc adquiriu os direitos exclusivos para comercializar o fármaco para o colesterol Mevacor (lovastatina), da Merck & Co. Inc, sem prescrição médica, nos Estados Unidos.

Como parte do acordo, a Merck irá receber pagamentos quando forem atingidos objectivos e regalias sobre as vendas do fármaco não sujeito a receita médica, ou OTC (“over the counter”), no país, dependendo ainda da aprovação da entidade reguladora. Os restantes termos do acordo não foram divulgados.

Está agendada uma reunião de um painel de revisão da agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA), para o dia 13 de Dezembro, para ponderar o recente pedido de aprovação da Merck para a versão OTC do Mevacor.

A agência até agora já recusou dois pedidos para aprovar a venda livre do produto, e um porta-voz da companhia sublinhou que a Merck espera apresentar novos dados na reunião para responder às preocupações iniciais de que os consumidores não iriam tomar o fármaco correctamente.

A Merck está à procura da aprovação OTC do Mevacor 20 miligramas para toma única diária para ajudar a baixar o colesterol. A utilização está planeada para mulheres com 55 anos ou mais, e para homens com 45 anos ou mais com colesterol moderadamente elevado e com um ou mais factores de risco de ataque cardíaco.

O porta-voz acrescentou ainda que a Merck irá tratar da reunião, mas a GSK irá assumir a responsabilidade pelas vendas do produto, caso o composto receba autorização de comercialização. Espera-se uma decisão final por parte da FDA no primeiro trimestre do próximo ano.

Permitir que o Mevacor seja vendido sem prescrição médica será uma grande mudança, uma vez que os medicamentos não sujeitos a receita médica normalmente tratam condições temporárias com sintomas facilmente reconhecíveis, tais como dores de cabeça, enquanto que o colesterol elevado só pode ser detectado através de um teste sanguíneo.

A Grã-Bretanha tornou-se o primeiro país no mundo a aprovar um fármaco para reduzir o colesterol, ou estatina, de venda livre em 2004.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters

OncoMethylome e GSK desenvolvem biomarcadores de ADN para tratamentos oncológicos

A companhia biotecnológica belga OncoMethylome Sciences e a britânica GlaxoSmithKline (GSK) Biologicals entraram num acordo de colaboração para o desenvolvimento de biomarcadores de ADN, para a identificação de fármacos para imunoterapias oncológicas.

O objectivo desta colaboração é desenvolver biomarcadores de metilação do ADN para serem utilizados na personalização do tratamento do cancro, com determinadas imunoterapias que estão a ser desenvolvidas pela GSK Biologicals.

A colaboração é suportada por uma bolsa de investigação Wallonia (BioWin) que foi anunciada em Abril deste ano. Os restantes detalhes financeiros do acordo não foram revelados.

Metilação e biomarcadores de metilação

A metilação é um mecanismo de controlo natural que regula a expressão dos genes no ADN. A metilação anormal de certos genes pode silenciar a expressão do gene, e está associada ao desenvolvimento do cancro e à resposta à terapia oncológica. Os genes cuja metilação está ligada ao cancro são geralmente denominados de biomarcadores de metilação. Os biomarcadores de metilação delineados para serem utilizados em diagnósticos de acompanhamento estão associados à resposta à terapia com fármacos oncológicos.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, www.abnnewswire.net

CE aprova Torisel para cancro do rim avançado

A Comissão Europeia (CE) autorizou a comercialização do Torisel (temsirolimus), da Wyeth, como tratamento de primeira linha para pacientes com carcinoma de células renais em estado avançado que apresentam, pelo menos, três de seis factores de risco. A companhia acrescentou que o tratamento é o único fármaco oncológico aprovado que inibe especificamente a quinase mTOR (alvo da rapamicina), um importante regulador da proliferação, crescimento e sobrevivência das células.

O Torisel nos ensaios clínicos tem demonstrado prolongar a sobrevivência, em comparação com os tratamentos normalmente utilizados de interferão alfa. O fármaco recebeu a aprovação por parte da agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) para o cancro de rim avançado em Maio.

O carcinoma de células renais representa aproximadamente 85 por cento dos estimados 85 mil novos casos de cancro do rim diagnosticados na Europa anualmente.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters, Wyeth