quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Seroquel XR apresenta dados positivos para depressão e ansiedade

A AstraZeneca Plc apresentou dados positivos do programa clínico de avaliação do antipsicótico Seroquel XR (fumarato de quetiapina) em pacientes com doença depressiva grave e perturbação da ansiedade generalizada.

Os dados clínicos de três ensaios, apresentados no 7º Fórum Internacional de Desordens de Humor e Ansiedade, em Budapeste, demonstraram que os pacientes com depressão grave e ansiedade generalizada que receberam Seroquel XR uma vez por dia experimentaram reduções significativas na gravidade dos sintomas, em comparação com os que receberam placebo, em qualquer um dos três ensaios.

Os ensaios fazem parte de um programa de desenvolvimento clínico que envolve mais de 7 000 pacientes, um dos maiores conduzidos para a depressão e ansiedade, segundo a AstraZeneca.

A companhia está a planear submeter pedidos para aprovação reguladora, procurando autorização para o tratamento, em 2008. O analista da Nomura Code, Paul Diggle, indicou que, caso seja aprovado, o fármaco pode registar centenas de milhões de dólares extra em vendas.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters,
www.hemscott.com

CE concede aprovação condicional ao Vectibix para o cancro do cólon metastizado

A Comissão Europeia (CE) concedeu aprovação condicional de comercialização para o Vectibix (panitumumab), da biotecnológica norte-americana Amgen Inc., para o tratamento do cancro do cólon metastizado.

O Vectibix recebeu autorização como monoterapia para o tratamento de pacientes que não responderam aos regimes habituais de quimioterapia, e que têm cancro do cólon que expressa o receptor do factor de crescimento epidérmico (EGFr), mas que não têm uma mutação no gene conhecido como KRAS. O Vectibix está delineado para bloquear o EGFr, que tem um papel no crescimento das células.

O Vectibix, um anticorpo monoclonal anti-EGFr totalmente humano, recebeu a decisão positiva da Comissão Europeia baseada na opinião positiva do Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP), relativamente à autorização de comercialização, em Setembro deste ano.

Esta aprovação baseia-se numa avaliação positiva de benefícios e riscos numa população de pacientes que, actualmente, têm poucas opções de tratamentos disponíveis. Como parte da revisão do CHMP, foram fornecidos dados clínicos que suportam a utilidade do estatuto da mutação do KRAS como biomarcador para resultados clínicos.

Os reguladores europeus não aprovaram o primeiro pedido de comercialização da Amgen, mas recomendaram que fosse aprovado para pacientes cujo cancro não tem a mutação do KRAS.

Isabel Marques

Fontes:
www.networkmedica.com, www.rttnews.com, Reuters

Alzheimer: teste já disponível em Portugal

Investigador garante que em caso de resultado positivo "fiabilidade ronda os 85 %"

Detectar qual a probabilidade de uma pessoa vir a desenvolver Alzheimer já é possível em Portugal. O teste para despistar a doença está disponível no Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa, avançou a Agência Lusa. A equipa portuguesa de investigadores está agora a trabalhar num teste que faculte resultados fiáveis também para o risco de incidência de Parkinson.

De acordo com o investigador Tiago Fleming Outeiro, da Unidade de Neurociência Celular e Molecular do Instituto de Medicina Molecular (IMM), o teste destinar-se-á somente às pessoas que preencham alguns critérios: “Para realizar o teste, é necessário que exista uma indicação médica nesse sentido, o que geralmente ocorre apenas com pessoas que reúnem determinadas condições, como terem mais de 60 anos ou possuírem doentes de Alzheimer na família”, clarificou.

Explicando que o teste “consiste na determinação dos níveis de 18 proteínas no plasma sanguíneo em doentes em estádios iniciais da doença” (ou seja, quando os sintomas ainda não se manifestaram) -, o investigador asseverou que, quando o teste dá um resultado positivo “a fiabilidade ronda os 85 por cento.”

No caso da resposta ser afirmativa, Tiago Fleming Outeiro considerou o facto de a pessoa poder necessitar de “acompanhamento psicológico”, ressalvando que “entre o resultado e o surgimento dos primeiros sintomas podem passar até cinco anos.”

Segundo revelou o investigador, a “imprecisão do tempo” - entre a obtenção de um resultado positivo e o desencadear da doença – “é um dos aspectos que a aperfeiçoar”, sublinhando que o objectivo dos estudos é “detectar a probabilidade de ocorrer a doença com o máximo de antecedência face ao aparecimento dos primeiros sinais.”

Perante o facto de ainda existir cura para a doença de Alzheimer, Tiago Outeiro destacou que “ao existir um conhecimento antecipado de que uma pessoa vai - quase garantidamente - sofrer da doença, podem-se colocar logo em curso terapias adequadas a cada caso”, reforçando que, pelo menos, poder-se-á “retardar o surgimento dos sintomas da patologia.”

No que concerne ao preço do teste, o investigador do IMM esclareceu: “Não é possível falar em 100, 200 ou 300 euros, pois o teste até pode ser feito a custo reduzido ou sem custos, se se comprovar que tem interesse para a investigação.”

Raquel Pacheco

Fonte: Lusa/IMM

OMS quer medicamentos adaptados às necessidades das crianças

A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou um alerta para a necessidade de existirem dados mais fiáveis sobre a utilização de medicamentos em crianças. A instituição criticou os preços praticados e publicou a primeira lista internacional de fármacos pediátricos essenciais. Através da campanha “Fazer medicamentos à altura das crianças”, a OMS está também a concentrar os seus esforços nos medicamentos, incluindo antibióticos, analgésicos e anti-asmáticos, que necessitam de ser adaptados às necessidades das crianças.

A organização pede que haja uma maior aposta na investigação e desenvolvimento de fármacos combinados para o tratamento do VIH/Sida, tuberculose e malária, bem como nas “terapias apropriadas às crianças para um número de doenças tropicais negligenciadas”.

Segundo explicou Howard Zucker, director assistente da OMS, muitas crianças “não têm hipótese porque os medicamentos não são apropriados para a sua idade, não estão ao seu alcance ou têm preços demasiado elevados – custam até três vezes mais do que um medicamento para adultos”. O acesso atempado, seguro e efectivo aos medicamentos poderia salvar anualmente cerca de 6 milhões de crianças cuja morte é provocada por doenças tratáveis, salienta a OMS.

Para ajudar a fazer frente ao problema, a organização delineou a primeira lista internacional de medicamentos essenciais para crianças, da qual constam 206 produtos considerados seguros para estas e que travam patologias prioritárias. No entanto, “muito fica por fazer”, frisou Hans Hogerzeil, director da política e padrões de medicamentos das Nações Unidas. De acordo com o responsável, “existem medicamentos prioritários cuja utilização não foi adaptada às crianças ou que não estão disponíveis quando são necessários”.

Enquanto nos países pobres escasseiam os medicamentos pediátricos, no Ocidente, os dados sobre medicamentos pediátricos utilizados em crianças são demasiadamente reduzidos. “Nas sociedades industrializadas os medicamentos para adultos são prescritos a mais de metade das crianças quando tal não é permitido. Nos países em vias de desenvolvimento o problema reside no difícil acesso aos medicamentos”, afirma a OMS.

Além do lançamento desta campanha, a OMS também tem planos para aplicar os seus recursos na construção de um portal na internet dedicado aos ensaios clínicos com crianças e está a negociar com os governos uma alteração aos seus requisitos legais relativamente aos medicamentos pediátricos.

Marta Bilro

Fonte: Pharmalot, The Earth Times, Bloomberg, Thaindian News, http://www.who.int/medicines/publications/essentialmedicines/en/index.html.

Cientistas portuguesas recebem prémio

Projecto visa a aplicação de fármacos de forma mais eficaz

Aplicar os fármacos de forma mais eficaz e diminuir dos seus efeitos secundários no organismo é o objectivo de um projecto desenvolvido por três jovens cientistas e que lhes valeu um prémio de 20 mil euros como forma de incentivo à investigação desenvolvida por mulheres em Portugal.

“Tentamos preparar nanopartículas, que são pequenas esferas, com materiais lipidicos muito parecidos com os lípidos presentes no organismo humano, para que levem uma determinada droga ou substância para um determinado local de acção", explicou à Agência Lusa Eliana Souto, de 31 anos, doutorada em Nanotecnologia, Biofarmácia e Biotecnologia Farmacêutica pela Universidade Livre de Berlim e actualmente investigadora na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa.

Conforme referiu a mesma responsável, ao permitir que a substância seja dirigida para o local onde deve actuar é possível diminuir a quantidade de medicamento necessária, reduzindo os seus efeitos secundários no organismo humano e, consequentemente, o custo das terapêuticas. No entanto, o trabalho pode demorar ainda dois anos a concretizar, acrescentou Eliana Souto.

O prémio de apoio à investigação «Medalhas de Honra L'Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência», no valor individual de 20 mil euros, distinguiu ainda duas outras cientistas envolvidas em projectos dedicados ao estudo do cancro do pulmão e síndrome metabólica.

Iola Duarte, de 32 anos, investigadora do Laboratório Associado CICECO da Universidade de Aveiro, foi contemplada por estudos para compreender o comportamento metabólico dos tumores e chegar a modelos de classificação capazes de distinguir tecido tumoral de tecido normal. O projecto poderá dar origem a um novo meio de diagnóstico precoce destes tumores que complemente a análise convencional.

O desenvolvimento de um projecto que pretende identificar quais são as alterações metabólicas e moleculares que ocorrem nos doentes com a síndrome metabólica garantiu um dos prémios à investigadora Anabela Rolo, 30 anos, do Centro de Neurociências e Biologia Celular do Departamento de Zoologia da Universidade de Coimbra. O objectivo deste trabalho é prevenir a diabetes tipo II através de uma terapêutica que interrompa o ciclo de alterações metabólicas destes pacientes.

Atribuído pela quarta vez em Portugal, o prémio, no valor individual de 20 mil euros, resulta de uma parceria entre a L'Oréal Portugal, a Comissão Nacional da UNESCO e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, inspirado no programa internacional L'ORÉAL-UNESCO For Women in Science, que desde 1999 tem atribuído prémios a investigadoras de todo o mundo.

Marta Bilro

Fonte: Sol, Lusa.

Workshop esclarece utilização das bombas de insulina

A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP) está a organizar um workshop com o objectivo de esclarecer os diabéticos sobre a utilização de bombas de insulina. A iniciativa, que surge na sequência da decisão do Governo de comparticipar esta terapêutica a 100%, vai decorrer no Auditório da Faculdade de Medicina do Hospital de São João no Porto, no dia 15 de Dezembro, entre as 9h30 e as 13 horas.

Os custos elevados deste dispositivo médico fazem com que o tratamento seja acessível apenas para uma pequena minoria. No entanto, a comparticipação permitirá, já a partir de Janeiro, que os três mil euros necessários para a aquisição das bombas, assim como os 100 a 150 euros mensais para os consumíveis, sejam suportados pelo Estado.

O tratamento com insulina, “A Terapia com Bomba de Insulina - Benefícios para o diabético” ou a “Nutrição na Diabetes – Aprender a contar hidratos de carbono”, são alguns dos temas que vão estar em debate.

Através de um reservatório com insulina de acção rápida ligada a um tubo fino, a bomba de insulina permite que esta seja conduzida até um cateter colocado debaixo da pele, que terá de ser substituído de 3 em 3 dias. Desta forma, consoante as refeições, a actividade física ou o stress, o diabético pode variar a quantidade de insulina administrada sem necessidade de picadas.

Segundo os dados da Federação Internacional da Diabetes, a doença afecta 246 milhões de pessoas a nível mundial e prevê-se que este número atinja os 380 milhões em 2025. Todos os dias são diagnosticadas 200 novos casos de crianças com diabetes tipo 1 e estima-se que, em todo o mundo, mais de 440 mil crianças com menos de 14 anos tenham diabetes tipo 1.

Em Portugal existem cerca de 650 mil portugueses diagnosticados com diabetes. Calcula-se que 65 mil portugueses sejam diabéticos tipo 1.

A participação no workshop é gratuita, porém os interessados deverão inscrever-se através do número 967 077 057 ou do e-mail ajdp@ajdp.org.

Marta Bilro

Fonte: Comunicado Hill and Knowlton.