quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Meta-análise: Nexavar aumenta risco de hipertensão

Resultados de uma meta-análise sugerem que o fármaco oncológico Nexavar (sorafenib), da Bayer AG e da Onyx Pharmaceuticals Inc, aumenta o risco de hipertensão. Contudo, um porta-voz da Bayer comentou que a rotulagem do fármaco já ressalta esse risco.

No estudo, publicado na “The Lancet Oncology”, os investigadores analisaram dados de nove ensaios que envolveram um total de 4 599 pacientes com cancro do rim e outros tumores sólidos. Os resultados demonstraram que o Nexavar foi associado a um aumento significativo do risco de hipertensão. Os investigadores declararam que é fortemente recomendado monitorizar e tratamento apropriado para prevenir complicações cardiovasculares.

Os investigadores descobriram que os pacientes tratados com Nexavar têm uma possibilidade 23 por cento mais elevada de ter um aumento da pressão sanguínea do que aqueles que não tomam o fármaco.

Segundo os investigadores da Universidade Estatal de Nova Iorque, Shenhong Wu, Stoney Brook e colegas, a detecção precoce e uma gestão efectiva da hipertensão podem permitir uma utilização mais segura deste fármaco. Contudo, serão necessários estudos futuros para identificar o mecanismo e tratamento apropriado da hipertensão induzida pelo sorafenib.

Em resposta ao artigo publicado, o porta-voz da Bayer, Oliver Renner, afirmou que a rotulagem do produto actualmente aprovada para o Nexavar declara que pode ocorrer hipertensão, geralmente no início da terapia, e que esta é gerida com agentes anti-hipertensivos.

O tratamento está aprovado para o cancro do rim avançado em mais de 60 países, na Europa e nos Estados Unidos. A Bayer também recebeu aprovação para indicações para o cancro do fígado e está à procura de expandir a utilização do fármaco para outros tipos de cancro.

O Nexavar pertence a uma nova classe de tratamentos oncológicos conhecidos como inibidores da quinase, que desactivam as enzimas que activam o crescimento das células dos tumores ou a divisão celular.

Isabel Marques

Fontes: First Word, CNN Money, Reuters

Spray nasal de água do mar ajuda a curar constipações em crianças

Uma solução salina nasal feita a partir de água do mar processada pode melhorar mais depressa os sintomas nasais e diminuir a tosse e sintomas da constipação em crianças, segundo investigadores checos.

Os investigadores do Hospital Universitário de Brno, na República Checa, distribuíram aleatoriamente 401 crianças, com idades compreendidas entre os seis e os dez anos, com constipação ou gripe por dois grupos de tratamento. Um grupo recebeu medicação habitual, tais como descongestionantes nasais, e o outro para além disso também recebeu uma lavagem nasal com uma solução de água do mar processada.

Os pacientes foram observados num total de 12 semanas, desde Janeiro a Abril de 2006, durante os quais foram avaliados o seu estado de saúde, os sintomas e a utilização de medicação, em quatro visitas no decorrer do ensaio.
As crianças do grupo da solução salina receberam a fórmula seis vezes por dia durante a primeira fase e três vezes por dia durante a fase de prevenção, em uma das três doses.

O estudo, publicado na edição de Janeiro da “Archives of Otolaryngology”, descobriu que na altura da segunda visita os narizes dos pacientes que estavam a utilizar a solução salina estavam menos congestionados e com menos corrimento. Durante a fase de prevenção, oito semanas após o estudo ter iniciado, os do grupo da solução salina apresentava gargantas inflamadas, tosses, obstruções nasal e secreções significativamente menos graves do que aqueles com tratamento standard.

Poucas crianças no grupo da solução tiveram de utilizar fármacos antipiréticos, descongestionantes nasais e medicamentos para dissolver o muco ou antibióticos, segundo revelaram os investigadores. Adicionalmente, as crianças que utilizaram o spray ficaram menos vezes doentes e faltaram menos dias à escola.

Os autores, o Dr. Ivo Slapak e colegas, afirmaram que esta solução preserva as concentrações de iões e elementos vestigiais a níveis comparáveis aos da água do mar. Pode ser que a água do mar tenha um simples efeito mecânico de limpar o muco, ou pode ser que elementos vestigiais na água tenham um papel mais significante, apesar de não ser conhecida a razão exacta pela qual a solução funciona.

Isabel Marques

Fontes: www.upi.com, Reuters

GSK desiste de ensaios clínicos em Portugal devido a burocracia e lentidão

A GlaxoSmithKline (GSK) vai deixar de realizar ensaios clínicos em Portugal, devido à burocracia e à lentidão dos processos de autorização, o que faz com que a multinacional britânica, a segunda maior farmacêutica do mundo, prefira outros países europeus, segundo noticia o Diário Económico.

A GSK vai finalizar os ensaios que estão a decorrer até ao final de 2009, e posteriormente vai apostar em países mais fortes em investigação e desenvolvimento, com preferência para a Europa de Leste.

Segundo o Diário Económico, a equipa portuguesa de investigação clínica é composta por treze pessoas, sendo que seis empregados com elevadas qualificações deverão ser dispensados.

O director-geral da empresa em Portugal, Manuel Gonçalves, confirmou ao Diário Económico que considera que “o ambiente nacional não é favorável à investigação clínica”, realçando que existe “pouca apetência, pouco interesse e pouco reconhecimento por parte dos hospitais”.

De acordo com os dados da Comissão de Ética para a Investigação Clínica (CEIC), a entidade que aprova os ensaios clínicos em Portugal, existe uma quebra no número de novos ensaios clínicos a nível nacional. Em 2006 havia 173 novos processos, enquanto que no ano passado apenas houve 147 novos ensaios.

Segundo o presidente da Associação dos Médicos Portugueses da Indústria Farmacêutica, Luís Laranjeira, o nosso país é “muito pouco atractivo para a Investigação e Desenvolvimento.” Segundo dados da associação, em Portugal o tempo decorrido entre a assinatura do protocolo entre o hospital e a indústria, e o recrutamento do primeiro doente chega a ser mais do dobro, em comparação, por exemplo, com a Bélgica. Para além disso, o nosso país também não é atractivo a nível financeiro, devido aos custos envolvidos.

O vice-presidente da Administração Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), Pedro Lopes, referiu ao Diário Económico que actualmente existe uma maior preocupação com a segurança dos ensaios clínicos, justificando assim a demora dos hospitais, que estão também preocupados com a questão económica dos ensaios.

Em Portugal, os ensaios clínicos mobilizam anualmente cerca de 15 milhões de euros, segundo os dados mais recentes da CEIC. A nível nacional, a área oncológica e as doenças do sistema nervoso central são as que envolvem mais processos de investigação clínica, seguidas pela oftalmologia, cardiologia, problemas respiratórios e doenças infecciosas.

Isabel Marques

Fontes: Diário Económico, Diário Digital

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Perda cognitiva ligada a níveis elevados de homocisteína

Investigadores norte-americanos estabeleceram uma ligação entre elevados níveis de homocisteína, um aminoácido no sangue, e um desempenho cognitivo mais baixo. O estudo forneceu provas de que a presença de uma variante particular de um gene reparador pode aumentar o risco de performance cognitiva baixa.

O estudo “Maine-Syracuse”, ainda a decorrer e que envolve mais de 2 700 pessoas, também observou os níveis de homocisteína nas pessoas com uma variação genética ligada à Doença de Alzheimer, conhecida como apolipoproteina E4, ou ApoE-e4.

Segundo um dos autores do estudo, Merrill Elias da Universidade do Maine, a importância do recente relatório, publicado na edição de Janeiro da "Neuroscience Letters”, é o facto de se ter descoberto que a combinação de homocisteína elevada com a presença do alelo ApoE-e4 representa um grau de risco mais elevado de um desempenho cognitivo mais baixo do que na presença de qualquer um dos factores de risco sozinhos.

Elias declarou que os portadores do alelo ApoE-e4 podem ser considerados como tendo uma capacidade de reparação neuronal menos efectiva. Actualmente, não existe uma maneira precisa que se possa utilizar para modificar os alelos ApoE-e4, de modo a que estes façam um melhor trabalho na reparação das células do cérebro, mas há esperança na prevenção e reversão do défice cognitivo relacionado com a homocisteína elevada, através da redução dos níveis de homocisteína.

Os investigadores descobriram que pessoas sem acidentes vasculares cerebrais e sem demência com níveis de homocisteína mais elevados, adicionalmente portadoras de um ou mais alelos ApoE-e4, têm desempenhos de níveis mais baixos em múltiplas medidas cognitivas do que as pessoas com outras variações do gene ApoE-e4.

Os autores do estudo sugerem aos médicos e nutricionistas a utilização de vitaminas, especialmente aumentando os níveis de folato, vitamina B6 e vitamina B12, para ajudar a reduzir os níveis de homocisteína nos seus pacientes.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com, www.medindia.net

FDA aprova Tekturna HCT para tratamento da hipertensão

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) aprovou o tratamento para a hipertensão da Novartis AG, o Tekturna HCT, uma combinação num único comprimido de dois fármacos anti-hipertensivos, o Tekturna (aliscireno) e o diurético hidroclorotiazida.

Dados clínicos demonstraram que o tratamento com Tekturna HCT resulta em reduções adicionais significativas da pressão sanguínea, em comparação com Tekturna ou hidroclorotiazida sozinhos. O Tekturna HCT está aprovado para pacientes que não estão controlados por qualquer um dos fármacos isoladamente.

Esta é a primeira aprovação para uma terapia de combinação num único comprimido envolvendo o Tekturna, que tem demonstrado baixar consistentemente a pressão sanguínea por 24 horas e em diante.

A eficácia do Tekturna por um período de 24 horas e em diante é importante, porque muitos medicamentos para a pressão sanguínea elevada falham na actuação contínua, especialmente durante as primeiras horas da manhã, quando a pressão sanguínea frequentemente desponta. O Tekturna também tem demonstrado manter as reduções de pressão sanguínea até quatro dias após a última dose.

A aprovação do Tekturna HCT nos Estados Unidos baseou-se em ensaios clínicos que envolveram mais de 2 700 pacientes tratados com Tekturna e hidroclorotiazida.

O Tekturna, que é vendido fora dos Estados Unidos como Rasilez, foi lançado na Europa e nos Estados Unidos em 2007.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Forbes, The Guardian

Baixos níveis matinais de cortisol relacionados com fadiga crónica

Níveis matinais baixos da hormona cortisol podem estar relacionados com a fadiga grave em mulheres com Síndrome de Fadiga Crónica (SFC), segundo um estudo norte-americano.

O estudo, que será publicado na edição de Março da “Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism”, descobriu um perfil diferente para as concentrações matinais de cortisol ao longo do tempo entre mulheres que tinham Síndrome de Fadiga Crónica, e aquelas que não sofriam da condição. O estudo confirma investigações anteriores, que ligam a doença a um desequilíbrio nas interacções normais entre os diversos sistemas do organismo que trabalham em conjunto para gerir o stress.

Segundo o investigador principal, o Dr. William Reeves dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças de Atlanta, as pessoas com SFC têm uma produção geral de cortisol reduzida na primeira hora após acordarem de manhã, sendo este, na realidade, um dos períodos mais stressantes para o organismo.

O estudo analisou 292 pessoas com síndrome de fadiga crónica, 269 pessoas consideradas doentes e 163 consideradas saudáveis. As concentrações de cortisol na saliva foram medidas. As mulheres com Síndrome de Fadiga Crónica exibiram perfis matinais de cortisol significativamente mais baixos, em comparação com as mulheres que não sofriam da síndrome. Os homens com ou sem SFC não demonstraram diferenças nos níveis de cortisol.


Anteriormente, o Dr. Reeves e os colegas relataram que pacientes com sintomas de fadiga crónica apresentam uma curva de cortisol salivar diurna compactada – têm concentrações matinais de cortisol mais baixas e concentrações nocturnas mais elevadas, em comparação com os outros grupos de controlo.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com, www.medpagetoday.com

HPV: Especialistas esclarecem dúvidas na net a partir de Março

A partir do mês de Março os portugueses vão poder esclarecer todas as dúvidas acerca do cancro do colo do útero através da Internet. De acordo com a coordenadora do projecto, Ana Matos, falta apenas formalizar a iniciativa para que uma equipa de especialistas dê início ao trabalho.

Segundo afirmou Ana Matos em declarações à agência Lusa, está marcada para quinta-feira a assinatura de um protocolo com responsáveis do portal «Sapo» e na presença do Director-Geral da Associação Europeia contra o Cancro do Colo do Útero, Philip Davies, no âmbito da Semana Europeia de Prevenção do Cancro do Colo do Útero.

Desta forma, passará a ser possível dar respostas, via Internet, sobre os tipos de Vírus do Papiloma Humano (HPV), a sua relação com o cancro do colo do útero e os meios de transmissão, prevenção e tratamento da doença.

Esta é uma rede de contactos que já foi desenvolvida em outros países europeus.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa.

Bayer planta 3 mil árvores em Mafra

A farmacêutica Bayer prepara-se para investir 100 mil euros num projecto de responsabilidade social que visa a plantação de 3 mil árvores, uma por cada colaborador ibérico, na Tapada de Mafra.

A iniciativa surge em resposta ao Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP) que tem como objectivo a plantação de 1 bilião de árvores em todo o mundo.

De acordo com o director-geral da Bayer Portugal, João Barroca, citado pelo portal Fábrica de Conteúdos, esta medida pretende focalizar a qualidade de vida das pessoas, não só ao nível da saúde, mas também em aspectos importantes para a sociedade, como o meio ambiente.

O projecto, que decorre a nível internacional, contou já com a colaboração da Bayer em 24 países através da plantação de cerca de 300 mil árvores.

Marta Bilro

Fonte: Fábrica de Conteúdos.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Fármacos para a osteoporose podem aumentar risco de necrose óssea

Um estudo canadiano descobriu que uma popular classe de fármacos para a osteoporose, os bifosfonatos, quase que triplica o risco de desenvolver necrose óssea, o que pode levar a deformação e a dores incapacitantes.

Investigadores da Universidade da Columbia Britânica (UBC) e do Vancouver Coastal Health Research Institute (VCHRI) conduziram um estudo sobre necrose óssea e bifosfonatos, uma classe de fármacos utilizada por milhões de mulheres em todo o mundo para ajudar a prevenir fracturas ósseas devido à osteoporose.

O estudo também investigou a ligação entre a necrose óssea e marcas específicas de bifosfonatos, tais como o Actonel (risedronato de sódio), o Didrocal (etidronato de sódio) e o Fosamax (ácido alendrónico). Os investigadores descobriram que as três marcas tiveram resultados semelhantes.

As descobertas seguiram uma recente alerta da FDA acerca dos bifosfonatos que sublinhou a possibilidade de dores fortes, por vezes incapacitantes, nos ossos, articulações e/ou musculares, em pacientes a tomar os fármacos, como o farmacia.com.pt noticiou em “FDA: Alerta para dores músculo-esqueléticas com bifosfonatos”, a 9 de Janeiro de 2008.

O estudo, publicado online na “Journal of Rheumatology” e baseado nos registos de saúde de 88 mil residentes do Quebec entre 1996 a 2003, descobriu que embora o efeito secundário de osteonecrose seja raro, a utilização de bifosfonatos é muito comum.

Segundo o principal investigador, o Dr. Mahyar Etminan, do centro de avaliação e epidemiologia clínica da UBC e do VCHRI, a mensagem para as mulheres que tomam estes medicamentos é ter atenção à dor. Dada a rápida disseminação da utilização destes fármacos, é importante que as mulheres e os seus médicos saibam os riscos que advêm da sua toma, acrescentou o Dr. Etminan.

O Dr. Etminan alerta que a utilização de bifosfonatos poderá aumentar no futuro, na medida em que a possível ligação entre a utilização de estrogénio e o cancro da mama leva as mulheres a mudar da terapia de estrogénio para terapia de bifosfonatos, para prevenir as fracturas ósseas. Outras razões podem ser a disponibilidade de novos bifosfonatos que aparecem em doses de toma única mensal, ou toma única anual.

A necrose óssea, uma doença relativamente rara diagnosticada em aproximadamente uma em 20 mil pessoas por ano, leva à perda permanente de fornecimento de sangue aos ossos. Sem o fornecimento adequado de sangue, os tecidos ósseos morrem e provocam o colapso do osso. A doença afecta primariamente os ombros, joelhos e ancas na zona das articulações, provocando dores fortes e imobilidade.

Isabel Marques

Fontes: www.upi.com, ScienceDaily

FDA aprova Intelence para o tratamento do VIH

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) aprovou a comercialização do Intelence (TMC 125, etravirina), fármaco para o tratamento do VIH da Johnson & Johnson, para ser utilizado em combinação com outros anti-retrovirais, em adultos com infecção por VIH-1 que demonstraram resistência a tratamentos anteriores. O fármaco é o primeiro da classe dos inibidores não-nucleosídeos da trancriptase reversa (NNRTI, em inglês) a ser aprovado nos Estados Unidos nos últimos dez anos.

A aprovação baseia-se em dois estudos aleatórios, duplamente cegos, e controlados por placebo, que demonstraram que 60 por cento dos pacientes adultos infectados com VIH-1 que receberam Intelence, e que já tinham recebido tratamentos anteriormente, apresentaram uma carga viral reduzida a níveis indetectáveis após 24 semanas, em comparação com os 40 por cento dos pacientes que receberam placebo. A Johnson & Johnson acrescentou que fármaco é o primeiro NNRTI a demonstrar actividade antiviral em pacientes com vírus resistente aos NNRTIs.

Medicamentos de diferentes classes atacam o vírus em diversos estádios dos seus ciclos de infecção e duplicação. Os NNRTI bloqueiam uma enzima chave que o VIH utiliza para se duplicar. A etravirina pode reduzir a quantidade de VIH no sangue e aumentar os glóbulos brancos que ajudam a combater outras infecções. Também pode reduzir o risco de morte ou infecções que podem ocorrer com um sistema imunitário enfraquecido.

Os pedidos para aprovação do fármaco também foram apresentados à Agência Europeia do Medicamento (EMEA), e às autoridades reguladoras da Suíça, Canadá, Rússia e Austrália, estando sob avaliação.

Dezenas de milhares de pacientes em todo o mundo têm resistência aos NNRTIs e podem ser candidatos para receber o Intelence.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters, The Associated Press

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Pfizer actualiza folheto informativo de fármaco antitabágico

Chantix pode desencadear ideias suicidas e sonolência

A farmacêutica Pfizer actualizou o folheto informativo que acompanha o Chantix (vareniclina), um medicamento indicado para a cessação tabágica, cuja bula fará agora referência à possibilidade de ocorrência de ideações suicidas e sonolência.

Em Novembro de 2007, o relato de vários casos que associavam a toma do medicamento a comportamentos depressivos e suicidas e ao surgimento de pesadelos, tonturas, fadiga, sonolência, dores de cabeça, insónia, náuseas e vómitos levou a Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) a prometer uma avaliação dos casos.

Na altura, a entidade reguladora do sector farmacêutico nos Estados Unidos da América (EUA) publicou uma informação no seu portal na internet que indicava que “uma apreciação preliminar” revelava que muitos casos reflectiam “novos princípios de comportamento depressivo, ideações suicidas, alterações de humor e comportamento, num prazo de dias ou semanas após o inicio da toma de Chantix”.

A Pfizer reage agora afirmando que esta actualização ao folheto informativo do medicamento inclui uma advertência que indica que “os pacientes que estão a tentar deixar de fumar com Chantix devem ser observados, na procura de sintomas neuropsiquiátricos sérios, incluindo alterações de comportamento, agitação, comportamento depressivo, ideações suicidas e comportamento suicida”.

Em declarações anteriores a farmacêutica afirmou que “não podia ser estabelecida uma relação causal entre o Chantix e os sintomas relatados”. No comunicado emitido esta sexta-feira, a Pfizer reconhece que “em alguns casos, não pode ser excluída uma possível relação”.

Autorizado na União Europeia desde Setembro de 2006, o fármaco é comercializado no mercado europeu como Champix.

Em Portugal

Numa nota emitida esta quinta-feira, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) informa que, por decisão da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA), as advertências e precauções especiais de utilização do medicamento Champix devem ser actualizadas. Depois de analisar a situação, a EMEA concluiu que é necessário “alertar os médicos prescritores e os doentes sobre os casos de ideação suicida e tentativas de suicídio, notificados em doentes em tratamento com Champix”.

Face às novas informações de segurança, o Infarmed adverte que os médicos devem ter em atenção que "a cessação tabágica, com ou sem terapêutica farmacológica, tem sido associada à exacerbação de doenças psiquiátricas subjacentes (por exemplo, depressão), devendo assim acompanhar e aconselhar os doentes de forma apropriada, sobre os sintomas da depressão". A entidade reguladora do sector farmacêutico português refere ainda que “os doentes que estejam em tratamento com Champix e que desenvolvam ideação suicida deverão interromper o tratamento e contactar o seu médico de imediato”.

Marta Bilro

Fonte: Pharmalot, CBS 11, Business Wire, Farmacia.com.pt.

FDA desaconselha administração de xaropes a crianças com menos de 2 anos

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) recomenda que os xaropes para a tosse e expectorantes de venda livre não sejam administrados a crianças com idade inferior a 2 anos. Depois de terminar uma investigação relativa à segurança destes medicamentos nesta faixa etária, os responsáveis concluíram que poderão surgir efeitos secundários potencialmente mortais.

Conforme afirmou Charles Ganley, responsável pelo departamento de medicamentos não sujeitos a receita médica da FDA, a entidade reguladora "recomenda aos pais que não dêem medicamentos contra a tosse e constipação vendidos livremente para as crianças com menos de dois anos". Estes fármacos, “que tratam os sintomas e não as condições subjacentes, não são nem seguros nem eficientes para as crianças de menos de 2 anos”, acrescentou o mesmo responsável.

Em causa estão os expectorantes, descongestionantes, anti-histamínicos, medicamentos contra a tosse e a constipação que, segundo a FDA, podem desencadear efeitos secundários graves como convulsões, aumento rápido do ritmo cardíaco e perda de consciência.

Num comunicado emitido pela FDA, a que o Farmacia.com.pt teve acesso, a entidade reguladora deixa algumas recomendações aos pais, nomeadamente que estejam atentos ao folheto informativo e reparem na substância activa e que não administrem mais do que um xarope ou expectorante em simultâneo a uma criança. Muitos destes fármacos contêm mais do que um ingrediente activo, salienta a FDA, podendo as crianças estar sujeitas a uma dose da mesma substância activa muito superior às suas necessidades.

Marta Bilro

Fonte: AFP, Globo Online, FDA.

Estudo em ratos pode levar a novos fármacos para dor crónica

Um estudo suíço descobriu que aumentar um mecanismo natural de filtrar a dor na espinha ajudou a aliviar a dor crónica em ratos, sem os efeitos secundários indesejados dos actuais analgésicos, como efeitos sedativos, viciantes ou possibilidade de desenvolver tolerância.

O composto provém da classe de fármacos, benzodiazepinas, que são amplamente utilizadas para sedar ou no tratamento da ansiedade. Os investigadores, liderados por Hanns Ulrich Zeilhofer da Universidade de Zurique, fizeram a descoberta enquanto estudavam por que motivo as benzodiazepinas actuam em caminhos do cérebro envolvidos com a percepção da dor, mas sendo raramente efectivas no alívio da dor.

Primeiro testaram diazepam, normalmente conhecido como Valium, ao injectarem-no na medula espinal dos ratos. Os investigadores descobriram que o diazepam poderia realmente aliviar a dor, na medida em que os ratos que, ou suportaram uma injecção dolorosa, ou tiveram um nervo apertado para simular dor crónica, estavam menos incomodados se tivessem recebido a injecção espinal.

A equipa de Zeilhofer centrou-se numa molécula específica, chamada GABA, que ajuda a prevenir que os sinais de dor crónica cheguem ao cérebro, sem bloquear as mensagens de dor normais que alertam as pessoas para o perigo.

As benzodiazepinas impulsionam a acção desta molécula GABA no sistema nervoso central. Estes fármacos, indicados para outros problemas, quando injectados perto da medula espinal também aliviam a dor.

Mas as benzodiazepinas direccionam-se a, pelo menos, quarto receptores de GABA diferentes que medeiam o controlo da dor. Ao atingirem somente dois dos receptores de GABA, poderão ser capazes de fabricar um fármaco que possa ser utilizado para a dor crónica, sem perder potência ou deixar as pessoas sonolentas.

Zeilhofer disse que o estudo demonstrou que atingir receptores GABA específicos pode fornecer um promissor novo alvo para o desenvolvimento de fármacos. De acordo com os investigadores, o próximo passo é descobrir fármacos que actuem da mesma forma em humanos, mas sem utilizar injecções espinais, que requerem um cateter, sendo desapropriadas para a maior parte dos pacientes.

Ainda não se sabe se o composto terá os mesmos efeitos em humanos, mas os investigadores estão a progredir com um optimismo cauteloso, segundo a revista cientifica “Nature”.

Isabel Marques

Fontes: Reuters, http://news.xinhuanet.com

Proteína pode ajudar a combater cancro da mama

Um estudo norte-americano descobriu que uma proteína, a Ciclina D1, pode ser o “calcanhar de Aquiles” dos tumores mamários que são receptores positivos de estrogénio, o tipo mais comum de cancro da mama.

A autora principal do estudo, Maria Silvina Frech, actualmente investigadora em pós-doutoramento no Instituto Nacional do Cancro, mas que desenvolveu o estudo no Centro de Cancro Lombardi do Centro Médico da Universidade de Georgetown, em Washington, revelou que é sabido que a Ciclina D1 é uma importante participante no cancro da mama, mas ninguém demonstrou o que acontece quando a Ciclina D1 está ausente ao mesmo tempo que o receptor de estrogénio está a ser extremamente expressado nos tumores.

A Ciclina D1 pertence a uma família de genes da ciclina cujas proteínas regulam as quinases dependentes da ciclina que, por sua vez, controlam a divisão celular. As quinases dependentes da ciclina são as principais facilitadoras do ciclo de proliferação celular. A superprodução da proteína Ciclina D1 ou a amplificação (cópias extra) do gene têm sido observadas numa variedade de cancros, explicou Frech.

Enquanto que a Ciclina D1 não é necessária para a manutenção das células mamárias normais, é essencial para a proliferação das células anormais das glândulas mamárias, e esta utilização diferencial da Ciclina D1 parece ser única no cancro da mama inicial. Isto suporta a ideia de que reduzir a Ciclina D1 nas células do cancro da mama não danifica as células normais.

As descobertas, publicadas na “Oncogene”, sustentam testar uma classe experimental de fármacos que apontam para a inibição da proteína Ciclina D1, em mulheres com cancros da mama receptores positivos de estrogénio. Existem agentes, que estão actualmente a ser testados em ensaios clínicos, que param a função da Ciclina D1 ao atingir as quinases dependentes da ciclina.

Por exemplo, o flavopiridol é um potente inibidor da quinase dependente da ciclina, actualmente em ensaios clínicos para uma variedade de tumores. O estudo fornece também suporte molecular adicional para a sua utilização no cancro da mama. A actividade clínica é encorajadora quando utilizado em combinação com outros agentes moleculares direccionados.

Isabel Marques

Fontes: www.upi.com, ScienceDaily

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

CE investiga concorrência na indústria farmacêutica

A Comissão Europeia lançou uma investigação à indústria farmacêutica, no esforço de determinar se as companhias estão a utilizar de maneira errada direitos de patente e a fazer acordos ilegais para manter os medicamentos genéricos fora do mercado.

A Comissária Europeia para a Concorrência, Neelie Kroes, afirmou que a investigação foi iniciada porque os mercados farmacêuticos não estão a trabalhar tão bem como podiam. Existem suspeitas de que as companhias tenham conspirado para retardar alternativas genéricas mais económicas, a favor dos medicamentos de marca.

Segundo Kroes, se produtos inovadores não estão a ser produzidos, e se alternativas genéricas mais baratas do que os produtos existentes estão a ser retardadas, então é necessário descobrir porquê e, se for preciso, tomar uma atitude. De acordo com a Comissão, o número de novos fármacos lançados entre 1995 e 1999 foi de 40 por ano, mas esse número caiu para 28 por ano entre 2000 e 2004.

Kroes, que sublinhou que a investigação não foi lançada devido à existência de provas concretas de qualquer transgressão, disse que o inquérito irá procura evidências de acordos entre farmacêuticas, tais como, acordos em disputas de patentes, que podem infringir os regulamentos da concorrência. A investigação também irá procurar a presença de barreiras artificiais à entrada de produtos novos ou genéricos, incluindo processos infundados e a utilização ilegítima dos direitos de patente, e ainda esclarecer se algumas companhias abusaram do seu predomínio no mercado.

A Comissária destacou que a concorrência vigorosa neste sector é fundamental para o público, uma vez que assegura aos pacientes o acesso a medicamentos de última geração, assim como tem influência na soma de dinheiro gasto em saúde por indivíduos, sistemas privados de saúde e serviços de saúde governamentais, na Europa.

A investigação abarcou a recolha de informação confidencial de empresas, incluindo a Pfizer Inc, GlaxoSmithKline Plc, AstraZeneca Plc, Johnson & Johnson, Merck & Co Inc e Sanofi-Aventis SA, referente a direitos de propriedade intelectual, litígios e acordos em disputas de patentes. As companhias confirmaram que estão a cooperar com a investigação.

A Comissão planeia relatar as suas descobertas iniciais neste Outono e emitir um relatório final na Primavera de 2009.

Isabel Marques

Fontes:
www.networkmedica.com, First Word, Reuters, The Guardian

Eficácia de anti-depressivos está a ser sobrevalorizada

Médicos e pacientes podem estar a ser iludidos relativamente à eficácia dos medicamentos anti-depressivos. De acordo com as conclusões de uma análise publicada na última edição do “New England Journal of Medicine”, os benefícios destes fármacos, observados durante os ensaios clínicos, estão a ser enfatizados para além dos seus efeitos reais.

A análise agora divulgada, baseada num conjunto de estudos não publicados e enviados à Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) pelas farmacêuticas, revelou que muitos medicamentos têm pouco ou nenhum efeito nos pacientes. As conclusões indicam que tanto os médicos como os pacientes estão a receber uma visão distorcida da eficácia de alguns medicamentos como o Efexor (Venlafaxina), Zocor (Sinvastatina), Cymbalta (Duloxetina) ou Seroxat (Paroxetina).

Os investigadores examinaram vários estudos da FDA relativos a ensaios clínicos realizados entre 1987 e 2004, que envolveram 12 anti-depressivos amplamente utilizados, e contaram com a participação de 12.564 pacientes. Foi também tido em conta o facto de esses estudos terem ou não sido publicados, sendo que as análises publicadas foram posteriormente comparadas com as versões da FDA.

Esta observação permitiu aos investigadores concluir que eram os resultados a ditar a publicação das análises. Ou seja, a maioria dos estudos cujos resultados não eram positivos não foram publicados ou então foram publicados com um cunho positivo, isto é, enfatizando efeitos secundários positivos quando o efeito primário se revelou negativo.

De acordo com as conclusões desta nova análise, quase todos os estudos conduzidos (94 por cento) tinham resultados positivos, no entanto, os dados da FDA revelaram que, na realidade, apenas metade (51 por cento) dos estudos tinham efectivamente resultados positivos. De entre as análises com resultados favoráveis, todas foram publicadas. No entanto, a maioria (33 em 36) dos estudos que apresentavam resultados negativos não foram publicados ou foram divulgados como se os seus resultados tivessem sido positivos, contradizendo as conclusões da FDA.

“A publicação selectiva pode levar os médicos e os pacientes a acreditarem que os fármacos são mais eficazes do que o que realmente são, algo que poderá influenciar as decisões de prescrição”, salientou Erick Turner, professor assistente de psiquiatria, fisiologia e farmacologia na Universidade de Saúde e Ciência do Oregon, director médico do Programa de Distúrbios Comportamentais do Centro de Assuntos Médicos para Veteranos em Portland, e principal responsável pelo estudo em questão.

Marta Bilro

Fonte: Pharmalot, www.eurekalert.org.

Ácido lipóico pode reduzir risco de doenças cardiovasculares

Estudo norte-americano em ratos revela que suplementos de ácido lipóico podem inibir a formação de lesões arteriais, baixar os triglicerídeos, e reduzir a inflamação dos vasos sanguíneos e ganho de peso.

Os investigadores, do Instituto Linus Pauling e da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade do Estado de Oregon, e da Universidade de Washington, descobriram que os ratos que receberam suplementos de ácido lipóico simplesmente escolheram comer menos do que o grupo de controlo que não recebeu suplementos, sugerindo uma redução do apetite.

Noutro teste, os ratos que receberam suplementos ganharam menos peso do que os ratos do grupo de controlo, que receberam quantidades idênticas de comida, sugerindo uma taxa metabólica mais elevada e níveis de actividade aumentados.

O estudo, publicado na “Circulation” da “American Heart Association”, descobriu que os suplementos de ácido lipóico reduziram a formação de lesões ateroscleróticas em dois tipos de ratos, que são amplamente utilizados para estudar doenças cardiovasculares, em 55 e 40 por cento, respectivamente. Os suplementos foram também associados a menos de cerca 40 por cento de ganho de peso, e níveis mais baixos de triglicerídeos.

Os suplementos de ácido lipóico podem ser uma abordagem promissora para prevenir o ganho de peso, e para baixar o risco de doenças cardiovasculares em humanos. Os autores do estudo concluíram que o ácido lipóico pode ser um útil adjunto na prevenção e tratamento de doenças vasculares ateroscleróticas.

Os cientistas afirmaram que o seu estudo em ratos não pode ser directamente extrapolado para além do laboratório, mas sugere fortemente que o suplemento de ácido lipóico pode ser útil como estratégia de intervenção não dispendiosa, mas efectiva.

As quantidades utilizadas na investigação não poderiam ser obtidas através de qualquer dieta normal e, para consumo humano, podem equivaler a suplementos de cerca de 2 000 miligramas por dia, mas até a níveis dietéticos baixos e normais, o composto pode ter um papel chave na energia metabólica, segundo os investigadores. O ácido alfa lipóico é um nutriente, que ocorre naturalmente, encontrado em baixos níveis em vegetais com folhas verdes, batatas e carnes, especialmente órgãos, tais como rins, coração, fígado.

Segundo os investigadores elevados níveis de ácido lipóico podem também actuar como um antioxidante, e ajuda a normalizar sinalização de insulina e metabolismo da glucose. Segundo Balz Frei, professor e director do Instituto Linus Pauling, todas estas descobertas também reforçam a necessidade de mais estudos humanos completos, o que será o próximo passo da investigação, em estudos clínicos aleatórios, duplamente cegos, durante os próximos cinco anos com a Universidade de Saúde e Ciência de Oregon.

Isabel Marques

Fontes: www.upi.com, www.thaindian.com, ScienceDaily

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Terapia de substituição hormonal pode aumentar risco de cancro lobular da mama

Resultados de um estudo sugerem que a terapia de substituição hormonal (TSH) combinada de estrogénio/progestina pode aumentar o risco de cancro lobular da mama, após apenas três anos. As descobertas foram publicadas na edição de Janeiro da “Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevention”.

Segundo o investigador principal, o Dr. Christopher Li, do Centro de Investigação do Cancro Fred Hutchinson, investigações anteriores indicavam que era necessária a utilização de terapia hormonal combinada durante cinco ou mais anos para aumentar o risco geral de cancro da mama.

Contudo, o investigador acrescentou que este estudo, o primeiro especificamente delineado para avaliar a relação entre as terapias de terapia de substituição hormonal e os cancros de mama lobulares, sugere que uma exposição significativamente mais pequena pode conferir um risco aumentado.

No ensaio, os investigadores examinaram os historiais de 1 044 mulheres na pós-menopausa com cancro da mama e 469 mulheres na pós-menopausa sem a doença. Os resultados demonstraram que aquelas que tomaram TSH combinada, pelo menos, durante três anos apresentaram uma possibilidade três vezes maior de desenvolver tumores lobulares da mama, em comparação com aquelas que não tomaram a terapia.

Peritos têm indicado que a incidência de cancro lobular está a aumentar, e o Dr. Li comentou que a investigação da sua equipa sugere que a utilização de terapias de substituição hormonal pós-menopáusica, especialmente as preparações combinadas, podem estar a contribuir para este facto.

O cancro da mama lobular é pouco comum, mas particularmente imperceptível, porque o cancro não forma protuberâncias na mama.
Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters, www.upi.com

CE aprova Avamys para a rinite alérgica

A Comissão Europeia (CE) concedeu autorização de comercialização ao fármaco Avamys (fluticasona furoato), da GlaxoSmithKline, para o tratamento dos sintomas da rinite alérgica. O tratamento é o primeiro corticoesteróide intranasal a demonstrar melhoras consistentes significativas, tanto em sintomas de alergia no nariz como nos olhos.

Na União Europeia (UE), o spray nasal de utilização única diária está indicado para ser usado por adultos, adolescentes e crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 11 anos. A aprovação baseia-se nos dados que incluem resultados de cinco ensaios clínicos de Fase III que envolveram pouco mais de 1 800 pacientes com alergias sazonais e perenes.

O spray nasal pode agora ser prescrito aos cerca de 60 milhões de pacientes na UE que sofrem de rinite alérgica aguda. O fármaco foi aprovado pela agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) em Abril de 2006, e é comercializado como Veramyst nos Estados Unidos.

A decisão já era esperada, após os reguladores europeus terem emitido uma opinião positiva relativamente ao Avamys em Outubro, sendo que, normalmente, a CE segue estas recomendações.

Isabel Marques

Fontes: First Word, The Guardian, CNN Money, www.pharmatimes.com

Investigador português descobre papel de determinadas gorduras na Alzheimer

Uma equipa de investigadores, liderada pelo português Ivo Martins, do Instituto Biotecnológico da Flandres, descobriu que determinadas gorduras podem activar no cérebro as placas de proteínas, ou placas neuríticas, características da Alzheimer, e que o metabolismo lipídico do paciente pode contribuir para o avanço da doença.

Segundo Ivo Martins, antes deste trabalho, que foi publicado na “The EMBO Journal”, as placas eram vistas como relativamente inofensivas, como a última etapa da doença, mas os investigadores descobriram que, na realidade, são “bombas-relógio” prontas a serem despoletadas ao interagirem com lípidos.

Até ao momento, pensava-se que as fibrilas, e as placas provocadas por estas, eram estáveis e que, uma vez formadas, não podiam transformar-se noutra estrutura. Os investigadores demonstraram que determinados lípidos, que aparecem no cérebro, podem desestabilizar as fibrilas e, por consequência, as placas típicas da Doença de Alzheimer. A acumulação da proteína beta-amilóide é responsável pela formação de placas que provocam a destruição de neurónios.

A investigação demonstrou ainda que são os componentes solúveis que provocam a morte dos neurónios, e não as placas insolúveis. Estes resultados identificam estes componentes solúveis protofibrilares como novos alvos para abordar a doença, e alertam ainda para o facto das placas insolúveis serem reservatórios de toxicidade que podem ser controlados.

A descoberta possibilita a criação novos métodos de combate a esta doença, especialmente no que diz respeito ao controlo do metabolismo lipídico e à neutralização da formação e toxicidade das protofibrilas.

Segundo o estudo, os distúrbios no metabolismo lipídico do doente têm o potencial para influenciar o desenvolvimento da doença, e pode ser a razão pela qual, muitas vezes, a extensão das placas insolúveis no cérebro de doentes com Alzheimer não corresponde à gravidade da doença.

O investigador Ivo Martins declarou que a equipa já está a trabalhar no próximo passo, isto é, na produção de novos fármacos e/ou anticorpos capazes de controlar as fibrilas neurotóxicas.

Isabel Marques

Fontes: Diário Digital, Público

Fármaco ajuda a reparar ossos danificados

Um fármaco delineado para tratar o envenenamento por ferro, a deferoxamina, pode ajudar a aumentar a capacidade do organismo reparar o osso danificado, segundo investigadores norte-americanos.

Num estudo, publicado na versão online da “Proceedings of the National Academy of Sciences”, os investigadores injectaram deferoxamina em ossos partidos de ratos e a densidade óssea, com o fármaco, mais que duplicou para 2,6 milímetros cúbicos, em comparação com os 1,2 milímetros cúbicos nos ossos não tratados.

Também houve aumentos significativos do número de novos vasos sanguíneos, e excelente conectividade entre esses vasos. Os novos vasos sanguíneos são requeridos para regenerar o osso com força igual ou melhor do que os ossos originais.

No estudo, os investigadores afirmam que a deferoxamina activa o caminho da célula que ajuda o organismo a responder a baixos níveis de oxigénio, que frequentemente acompanham as fracturas, ao activar o crescimento de novos vasos sanguíneos que, por sua vez, faz com que o osso regenere e sare.

O co-autor do estudo, o Dr. Shawn Gilbert da Universidade de Alabama, afirmou que com a deferoxamina a activar este caminho, foi provado um ponto significativo: é possível explorar maneiras novas, seguras e acessíveis para impulsionar a reparação óssea.

Os tratamentos actuais utilizam proteínas complexas, que são dispendiosas de fabricar e que custam milhares de dólares por dose. O tipo de agente utilizado neste estudo é um fármaco simples de pequenas moléculas que custa centenas de dólares, acrescentou ainda o autor.

Gilbert disse que este caminho das células é um alvo primário para futuros estudos humanos utilizando deferoxamina e outros fármacos para fortalecer o potencial do organismo na reparação óssea, especialmente dado que o fraco fornecimento de sangue é comum em fracturas e doenças dos ossos.

As descobertas envolvendo este caminho têm implicações mais abrangentes, para melhorar o tratamento de fracturas ósseas, doenças dos ossos e outros distúrbios músculo-esqueléticos, segundo os investigadores.

A deferoxamina é um fármaco que se liga ao excesso de ferro no organismo e ajuda à sua excreção através dos intestinos e da bexiga, um processo por vezes denominado de quelação do ferro. A deferoxamina é utilizada para tratar uma variedade de condições médicas, incluindo excesso de ferro, envenenamento do sangue devido a transfusão sanguínea e em combinação com diálise.

Isabel Marques

Fontes: www.upi.com, ScienceDaily

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Vidaza procura aprovação na União Europeia para síndromes mielodisplásicos

A biotecnológica Pharmion Corporation, que agora faz parte da Celgene Corporation, apresentou perante a Agência Europeia do Medicamento (EMEA) um Pedido de Autorização de Comercialização (Marketing Authorization Application, MAA) para o fármaco oncológico Vidaza (azacitidina para injecção), para o tratamento de pacientes com alto risco de síndromes mielodisplásicos.

A companhia afirmou que o pedido de aprovação baseou-se em dados clínicos, que incluem um ensaio de Fase III multi-centrado, internacional e aleatório para o tratamento pacientes com alto risco de síndromes mielodisplásicos, que demonstraram que o Vidaza confere uma elevada vantagem significativa de 9,4 meses na sobrevivência média geral, em comparação com regimes de tratamento convencionais. Em dois anos, o fármaco apresentou uma taxa de sobrevivência geral de 50,8 por cento, em comparação com os 26,2 por cento dos regimes tradicionais. O tratamento com o Vidaza foi bem tolerado, demonstrando um perfil de segurança consistente com experiência prévia.

O Vidaza é o primeiro de uma nova classe de compostos anti-cancerígenos conhecidos como agentes de demetilação, um subgrupo de uma categoria de fármacos referidos como terapias epigenéticas. Epigenéticas refere-se a alterações na regulação da expressão de genes. A metilação do ADN e a desacetilação da histona são dois dos mecanismos da epigenética mais amplamente estudados.

O Vidaza, um agente de hipometilação anti-cancerígeno, é actualmente um medicamento órfão na União Europeia, para o tratamento de pacientes com síndromes mielodisplásicos que, caso seja aprovado, tem direito a dez anos de exclusividade de comercialização, e também para a leucemia mielóide aguda.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, www.rttnews.com, CNNMoney

Estatinas podem reduzir risco de AVC e ataque cardíaco em diabéticos

Um estudo, realizado por investigadores da Universidade de Oxford e da Universidade de Sydney, revelou que as estatinas, fármacos utilizados para a redução do "mau colesterol" no sangue, como o Lipitor/Zarator (atorvastatina cálcica), da Pfizer, e o Crestor (rosuvastatina), da AstraZeneca Plc, poderiam reduzir o risco de acidente vascular cerebral (AVC) e ataque cardíaco em pacientes diabéticos. Segundo os autores da meta-análise, quase todos os pacientes com diabetes deveriam ser considerados para receber terapia com estatinas.

No estudo, publicado na britânica “The Lancet”, os investigadores analisaram os resultados de 14 ensaios clínicos aleatórios, que envolveram mais de 90 mil pacientes, 18 686 diabéticos e 71 370 pessoas sem diabetes, e descobriram que as estatinas, nos pacientes com diabetes, reduziram o risco de eventos vasculares graves, tais como ataque cardíaco e AVC, em cerca de 33 por cento durante cinco anos, em comparação com aqueles que não tomaram os fármacos.

Adicionalmente, em pacientes com a doença, a mortalidade por todas as causas foi reduzida em nove por cento numa média de 4,3 anos por cada passo na redução do colesterol LDL, (lipoproteínas de baixa densidade), ou "mau colesterol". Os investigadores indicaram que as descobertas foram semelhantes para pacientes sem diabetes que tomaram estatinas.

O co-autor do estudo, Colin Baigent, destacou que os resultados sugerem que as estatinas são claramente efectivas para um leque abrangente de pessoas com diabetes, independentemente do seu risco absoluto, ou se têm diabetes tipo 1 ou tipo 2, ou se são do sexo feminino ou masculino. Apenas aqueles que apresentam um risco excepcionalmente baixo de ataque cardíaco ou AVC e aqueles que não podem tomar este tipo de fármacos devem ser excluídos da consideração para receber tratamento com estatinas, acrescentaram os investigadores.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, First Word, The Guardian

Merck assina acordo de produção para genérico do Fosamax

A farmacêutica Merck & Co Inc assinou um acordo de autorização de produção de um genérico do Fosamax (àcido alendrónico), um medicamento da classe dos bifosfonatos destinado ao tratamento e prevenção da osteoporose.

O fármaco produzido pela Merck & Co Inc é líder de vendas na sua classe, uma posição que poderá agora ficar ameaçada após o lançamento de um genérico depois do dia 6 de Fevereiro, data em que expira a patente norte-americana do medicamento.

O porta-voz do laboratório, Ron Rogers, não quis, porém, revelar o nome da produtora de genéricos com a qual foi assinado o acordo.

A israelita Teva Pharmaceutical Industries Ltd. e a Barr Pharmaceuticals Inc têm planos para lançar versões genéricas do Fosamax. De acordo com a lei federal as duas farmacêuticas são a terceira entidade autorizada a comercializar com exclusividade um genérico de àcido alendrónico durante cerca de seis meses, uma vez que foram as primeiras a requerer aprovação para tal junto da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA).

No entanto, este período de exclusividade nas vendas não impede a Merck de vender o seu próprio genérico, quer o faça ela mesma ou através de uma parceria com uma empresa de produção de genéricos.

A Barr já fez saber que pretende lançar uma versão genérica do Fosamax 70mg no dia 6 de Fevereiro. “Tínhamos antecipado a partilha de exclusividade para este produto com a Teva”, afirmou a farmacêutica. “Não estamos surpreendidos com o facto de a Merck lançar um genérico autorizado, algo que se tem vido a tornar uma estratégia anti-genéricos comum entre as farmacêuticas de marca”, acrescentou.

As vendas globais do medicamento rendem, anualmente, mais de 2 mil milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Reuter, The Wall Street Journal.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Prescrição de placebos é prática frequente, diz estudo

A prescrição de placebos é uma prática comum entre a classe médica, revela um estudo realizado em Chicago, nos Estados Unidos da América, de acordo com o qual 45 por cento dos médicos admitiu já ter receitado um placebo a um paciente, pelo menos uma vez. Os resultados da investigação, publicados na edição deste mês do “Journal of General Internal Medicine”, foram noticiados pelo jornal The Globe and Mail.

Inquéritos anteriores, realizados com a participação de médicos israelitas e dinamarqueses, tinham já revelado que 60 e 85 por cento destes profissionais, respectivamente, admitiam confiar no “efeito placebo”. Apesar da prescrição de comprimidos placebo ser muitas vezes encarada como uma prática eticamente duvidosa, o efeito placebo pode funcionar, refere o jornal. Tomografias axiais computorizadas (TAC), que examinaram o cérebro dos pacientes, indicaram que os placebos desencadeiam o funcionamento das endorfinas, substâncias responsáveis pelo bloqueio da dor no cérebro.

No entanto, é preciso esclarecer que os médicos não andam por aí a distribuir comprimidos de açúcar como se estes fossem medicamentos reais, salienta Rachel Sherman, a principal responsável pela investigação, e estudante do 4ª ano de medicina da Universidade de Chicago. O que acontece frequentemente é o médico recomendar a um paciente a ingestão de ibuprofeno para o alívio da dor quando nada mais funciona, porque “pode resultar e mal não faz”, assevera a responsável. Mesmo que o médico não acredite que o fármaco alivie os sintomas físicos, o efeito placebo poderá fazer com que, apesar de tudo, o paciente se sinta melhor.

Sherman acredita que a sua pesquisa, que contou com a participação de 231 médicos, vai fazer sobressair a necessidade de uma discussão mais aberta sobre o assunto. “Talvez isto seja algo que se venha a tornar mais amplamente conhecido”, acrescentou.

Entre os 231 médicos da região de Chicago inquiridos pelo estudo:

45% admitem prescrever placebos aos seus pacientes;
15% prescreveram placebos entre 1 e 10 vezes em 2007;
85 prescreveram placebos mais de 10 vezes em 2007;
22% não prescreveram qualquer placebo em 2007.

Quando questionados acerca das práticas de outros colegas e enfermeiros:

80% dizem acreditar que os seus colegas utilizam placebo durante os cuidados de rotina;
60% acreditam que estes o fazem rotineiramente;
185 referem que estes o fazem algumas vezes;
2% acreditam que o fazem muitas vezes.

No que respeita às circunstâncias de prescrição:

18% fazem-no para acalmar o paciente
185 admitem fazê-lo enquanto suplemento ao tratamento
15% quando são confrontados com um pedido não justificado para que prescrevam um medicamento
13% por queixas não especificadas
11% depois de todas as possibilidades de tratamento terem sido esgotadas
6% para controlar a dor
6% para fazer com que o paciente para de se queixar
4% enquanto ferramenta de diagnóstico

Marta Bilro

Fonte: The Globe and Mail, Pharmalot.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Estudo: Estatinas podem diminuir risco de desenvolver cancro

Estudo revela que os pacientes a tomar fármacos para reduzir o colesterol, conhecidos como estatinas, podem apresentar um risco menor de desenvolver cancro, especialmente cancro do pulmão e colo-rectal. Contudo, desconhece-se se as estatinas previnem directamente o cancro.

Estudos laboratoriais demonstraram que as estatinas poderão inibir o crescimento das células cancerígenas, mas as evidências dos estudos observacionais têm sido inconsistentes.

Para investigar a associação entre a utilização de estatinas e a incidência de cancro, o Dr. Wildon Farwell, do Sistema de Saúde do Departamento de Veteranos de Boston, e os colegas recolheram dados de aproximadamente 63 mil pacientes do Sistema de Saúde Departamento de Veteranos de New England, entre Janeiro de 1997 e Dezembro de 2005, que estavam a utilizar estatinas e/ou medicamentos para baixar a pressão sanguínea.

No estudo, publicado na “Journal of the National Cancer Institute”, os utilizadores de estatinas apresentaram um risco reduzido em todos os tipos de cancros, em comparação com os não utilizadores. A incidência de cancro foi de 9,4 por cento nos utilizadores de estatinas e 13,2 por cento entre os não utilizadores. Segundo o Dr. Farwella, a redução do risco demonstrou ser de cerca de 25 por cento.

Os investigadores, que observaram cinco dos tipos mais comuns de cancro - próstata, pulmão, colo-rectal, bexiga e melanoma - afirmaram que descobriram uma redução significativa do risco de cancro da próstata, do pulmão e colo-rectal. Também descobriram que quanto maior a dose de estatina, mais baixa era a incidência de cancro.

Segundo os autores, as descobertas suportam a hipótese de que as estatinas podem reduzir o risco de cancro, em particular o cancro do pulmão e colo-rectal, podendo ser afectado pela dose de estatina.

Isabel Marques

Fontes: Reuters, ScienceDaily

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Agente imunossupressor sirolimus reduz tamanho de angiomiolipomas

Um estudo revelou que o fármaco para transplantes Rapamune (sirolimus, rapamicina), um agente imunossupressor, da Wyeth, reduz drasticamente o tamanho dos angiomiolipomas, após um ano de tratamento, mas destacou que os mesmos regressam se o tratamento for descontinuado.

No estudo, publicado na “New England Journal of Medicine”, a equipa liderada pelo Dr. John Bissler, do Centro Médico do Hospital Infantil de Cincinnati e da Faculdade de Medicina da Universidade de Cincinnati, testou o fármaco, normalmente utilizado para impedir a rejeição de órgãos e tecidos transplantados, em 25 voluntários.

Os investigadores descobriram que o fármaco normalmente reduziu o volume das excrescências em quase 50 por cento, nos 20 pacientes que atingiram a marca de um ano de tratamento. 11 dos pacientes com linfangioleiomiomatose pulmonar LAM que tomaram sirolimus demonstraram uma melhora de 10 a 15 por cento da função respiratória.

Após 12 meses o tratamento foi parado. Um ano depois, o tumor tinha voltado a crescer para 86 por cento do seu tamanho original. Contudo, o tratamento provocou efeitos secundários, incluindo úlceras da boca, diarreia, infecções respiratórias superiores e dores nas articulações.

O estudo não teve um grupo de controlo a receber placebo, por isso a efectividade do fármaco não pode ser comprovada.

A equipa do Dr. Bissler disse que é necessária mais investigação para determinar a segurança, efectividade e melhor dosagem do fármaco, para pacientes que precisam de ser tratados a longo prazo para uma doença progressiva e lenta.

Todos os pacientes do estudo tinham angiomiolipomas que surgiram do complexo da esclerose tuberosa, uma doença genética rara, ou da linfangioleiomiomatose pulmonar (LAM), uma doença pulmonar rara, que atinge exclusivamente as mulheres, e que se caracteriza pela perda progressiva da função pulmonar devido à invasão de tecido muscular anormal que obstrui as vias aéreas.

As duas doenças partilham uma mutação genética que afecta a activação da enzima mTOR, que é responsável pelo controlo e extensão das células. A rapamicina previne a actividade da mTOR, e interfere com os genes defeituosos que provocam as doenças raras.

Angiomiolipomas
Os angiomiolipomas são tumores benignos raros, constituídos por tecidos normalmente expressos no órgão atingido, mas em quantidade, disposição ou grau de maturação anormal. A histologia destes tumores caracteriza-se pela presença de tecido adiposo, fibras musculares e neovasos.
Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, Forbes, www.apurologia.pt/acta/3-2003/angiomiolipoma.pdf

Codifar promove curso sobre “As Farmácias e o Novo Comércio Electrónico”

A Codifar, Cooperativa Distribuidora Farmacêutica, C.R.L., promove, a partir de dia 31 de Janeiro, o curso “As Farmácias e o Novo Comércio Electrónico”, uma formação que pretende preparar os farmacêuticos para os novos desafios que se colocam ao sector, face ao avanço das novas tecnologias.

Ministrado por uma equipa multi-disciplinar do meio universitário e profissional, o curso compreende três níveis de formação. O novo desafio ético lançado à moderna farmácia de oficina, a utilização recomendada da Internet no comércio retalhista de medicamentos e o alargamento da influência e do poder negocial da farmácia graças aos recursos digitais serão os principais temas em debate.

A formação realiza-se em horário pós-laboral, nas instalações da Codifar, em Lisboa. As inscrições podem ser efectuadas através do formulário disponível no portal www.tactimed.pt.

Marta Bilro

Fonte: e-mail Farmacia-press, www.tactimed.pt.

Vacina Menveo para meningite apresenta resultados positivos em bebés

Um estudo revelou que um novo tipo de vacina para a prevenção da meningite, a Menveo, da Novartis AG, demonstrou potenciar a imunidade em crianças até seis meses de idade.

A vacina está direccionada a quatro estirpes, A, C, Y e W-135, da meningite meningocócica, uma doença bacteriológica potencialmente fatal, causada pela bactéria Neisseria meningitidis, que envolve a inflamação das membranas que rodeiam o cérebro e a espinal medula. Afecta principalmente bebés, particularmente aqueles com idades compreendidas entre os 3 e os 12 meses.

No estudo, publicado na “Journal of American Medical Association”, Matthew Snape e os colegas, da Universidade de Oxford, analisaram a segurança e eficácia da nova vacina, chamada MenACWY, em 421 bebés saudáveis do Reino Unido e Canadá.

As crianças do estudo receberam uma das três rotinas de dosagem ou uma injecção de uma vacina que só atinge a meningite C. A Menveo aumentou a imunidade para as quatro estirpes nos três grupos de diferentes dosagens, pelo menos 92 por cento dos bebés que receberam a vacina aos dois, três e quatro meses desenvolveram anticorpos para as quatro estirpes da meningite. Contudo, o grupo com dosagens menos frequentes apresentou menos protecção contra o serogrupo A.

Os investigadores revelaram ainda que o estudo demonstrou que a vacina aumentou a imunidade na infância, mas que não era grande suficiente para provar que é segura.

A vacina está actualmente em diversos ensaios de última fase, e a Novartis, que financiou o estudo, afirmou que pretende apresentar candidaturas para aprovação para adolescentes, na União Europeia e nos Estados Unidos, em 2008. A apresentação para bebés é esperada para 2009.

A companhia declarou que a Menveo é a única vacina meningocócica que demonstrou gerar protecção em bebés contra um largo leque de serogrupos, potencialmente preenchendo uma necessidade médica ainda não atendida.

Uma antiga vacina, actualmente licenciada nos Estados Unidos, oferece pouca protecção para bebés, que são os que estão mais em risco, de acordo com Snape.

Isabel Marques

Fontes:
www.networkmedica.com, Reuters, CNNMoney, The Wall Street Journal Online

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Infarmed ordena recolha de lote de Emoclot D.I. 500

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), na sequência da recepção de um alerta classe I proveniente da Agência Espanhola do Medicamento ordenou, em circular informativa de carácter “muito urgente”, a recolha de todas as embalagens do lote n.º A706A1203, val: 01/2009 do medicamento Emoclot D.I. 500 pó e solvente para solução injectável, com registo de AIM n.º 2908986, cujo distribuidor em Portugal é a firma Octapharma - Produtos Farmacêuticos, Lda., por baixa potência.

O Emoclot D.I. 500, cujo princípio activo é o Factor VIII de coagulação, é utilizado no tratamento e profilaxia de hemorragias em pacientes com hemofilia A (deficiência congénita do factor VIII), deficiência de factor VIII adquirida, hemofilia com anticorpos anti-factor VIII e doença de von Willebrand (doença hemorrágica hereditária).

O complexo factor VIII von Willebrand baseia-se em duas moléculas (factor VIII e VWF) com diferentes funções fisiológicas. O factor VIII é responsável pela actividade de coagulação. A actividade do factor VIII é muito reduzida em pacientes com hemofilia A e, por isso, há necessidade de terapia de substituição. É utilizado também para tratar a doença de Von Willebrand, na qual existe risco de hemorragia.

Isabel Marques

Indústria Farmacêutica: Dinheiro gasto em publicidade é o dobro do investido em I&D

Os gastos da indústria farmacêutica com publicidade a medicamentos representam quase o dobro do investimento feito no processo de desenvolvimento desses mesmos fármacos, conclui um estudo realizado recentemente e divulgado na última edição da PLos Medicine.

Marc-André Gagnon e Joel Lexchin, da Universidade de York, em Toronto, Canadá, analisaram os dados recolhidos por duas empresas de pesquisa de mercados (a IMS e a CAM) e observaram que, em 2004, as empresas farmacêuticas norte-americanas gastaram 39 mil milhões de euros em actividades promocionais.

Ainda assim, e com base no mesmo estudo, os autores afirmam que o valor do marketing tende a estar subestimado. Isto porque, “existem outros meios promocionais que não seriam detectados pela IMS ou pela CAM”, afirmam os autores. Disso são exemplo a escrita de artigos em publicações da especialidade por parte de funcionários de empresas farmacêuticas, ou promoção de medicamentos sem o apoio explícito da marca.

Ainda que estes exemplos não sejam reais, o montante total divulgado faz com que os 21,4 mil milhões de euros, que a Fundação Nacional de Ciência diz terem sido gastos em investigação e desenvolvimento no mesmo ano, pareça um valor muito reduzido. Neste montante estão já incluídos os fundos públicos para pesquisa e desenvolvimento dentro da própria indústria.

O facto da indústria farmacêutica fazer questão de relembrar ao público o quanto gasta em pesquisa e desenvolvimento é encarado por Gagnon e Lexchin como uma forma de estas se auto-promoverem enquanto empresas “viradas para a pesquisa, inovadoras e que salvam vidas”. Por sua vez, os críticos acusam a indústria farmacêutica de se concentrar “na obtenção de lucros através do marketing”.

Para os dois autores, os resultados desta investigação “confirmam a imagem pública de uma indústria que é conduzida pelo marketing e fornecem um argumento importante para actuar em favor da transformação do funcionamento da indústria rumo a uma maior investigação e menor promoção”.

Entre os vários tipos de publicidade incluídos nos 39 mil milhões de euros gastos com actividades promocionais encontram-se as amostras gratuitas, as visitas de representantes dos medicamentos, publicidade directa junto do consumidor, reuniões com médicos para promover produtos, promoções via e-mail e ensaios clínicos que visam promover a prescrição de novos fármacos e não gerar dados científicos.

Marta Bilro

Fonte: Outsourcing-Pharma.com, PLos Medicine.

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Enzima pode ajudar a detectar cancro do pulmão

Investigadores da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) relataram que a enzima AKR1B10 pode servir como um bom marcador no diagnóstico e prognóstico do cancro do pulmão.

Os cientistas, liderados por Xavier Pares, professor catedrático do Departamento de Bioquímica e de Biologia Molecular da UAB, afirmaram que a enzima é detectada em grandes quantidades apenas em cancros do pulmão, particularmente em fumadores, e pode aparecer mesmo quando o cancro não se desenvolveu e as lesões são pré-cancerígenas.

Pares declarou que ambas as experiências, utilizando tubos de ensaio e cultura de células, revelaram que a enzima diminuiu os níveis da forma mais activa da vitamina A, ou ácido retinóico, um forte agente anti-cancerígeno.

A diminuição do ácido retinóico na célula, que é precisamente o efeito da enzima em questão, está ligada a uma falta de diferenciação celular e, por isso, favorece o desenvolvimento do cancro.

O ácido retinóico está presente em diversos processos biológicos, desde o desenvolvimento do feto à proliferação e diferenciação celular, através do controlo da expressão de determinados genes, segundo o investigador.

Além disso, a actividade da enzima poderá ser importante para o desenvolvimento do cancro, pelo que a investigação também poderá ter possíveis aplicações terapêuticas. A identificação destes elementos estruturais torna possível criar um delineamento específico para fármacos que poderão tratar o cancro do pulmão.

Os investigadores observaram ainda como uma substância denominada tolrestat, utilizada para inibir a enzima AKR1B1, ou aldose redutase, responsável por complicações secundárias na diabetes, inibe também a actividade da enzima AKR1B10. Como a estrutura de ambas as enzimas é semelhante, a investigação também pode ter aplicações para melhorar o tratamento da diabetes.

No trabalho, publicado na “Proceedings of the National Academy of Sciences”, também participaram membros do Instituto de Investigação Biomédica do Parque Científico de Barcelona (PCB), do Instituto de Biologia Molecular de Barcelona (IMB-CSIC), da Instituição Catalã de Investigação e Estudos Avançados (Icrea), e do Departamento de Química Orgânica da Universidade de Vigo.

Isabel Marques

Fontes: www.upi.com, www.diariomedico.com

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

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FDA: Alerta para dores músculo-esqueléticas com bifosfonatos para osteoporose

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) lançou um alerta para realçar a possibilidade de existência de graves e, por vezes, debilitantes dores nos ossos, articulações e/ou músculos em pacientes a tomar medicamentos da classe dos bifosfonatos para o tratamento e prevenção da osteoporose.

A FDA relatou que apesar da possibilidade de ocorrência de dores fortes, que podem ocorrer dias, meses ou anos após o início da terapia, já estar incluída na informação de prescrição desta classe de fármacos, esta pode estar a ser ignorada pelos médicos.

Estes medicamentos, comercializados sob diversos nomes de marca, incluem o Fosamax (ácido alendrónico), da Merck & Co Inc, o Actonel (risedronato de sódio) e o Didronel (etidronato de sódio), da Procter & Gamble Co., o Aclasta/Reclast (ácido zoledrónico), o Zometa (ácido zoledrónico) e o Aredia (pamidronato de sódio), da Novartis AG, o Skelid (Ácido tiludrónico), da Sanofi-Aventis SA, e o Boniva (ibandronato de sódio), da Roche Holding Ag e da GlaxoSmithKline Plc.

A agência encorajou os médicos a considerar descontinuar temporária ou permanentemente os fármacos para a osteoporose em pacientes que desenvolvam dores músculo-esqueléticas, e declarou que alguns pacientes possam continuar a experimentar dores mesmo após a descontinuação do tratamento com bifosfonatos.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters, Bloomberg

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Medicamentos para cessação tabágica rendem mais de 6,6 milhões de euros

A venda de medicamentos de apoio à cessação tabágica, em Portugal, entre Janeiro e Novembro de 2007, atingiu as 235.245 unidades, correspondendo a 6.683.924 euros. Contudo, o consumo de medicamentos para a desabituação tabágica não aumentou no último ano, apesar da proximidade da entrada em vigor da Nova Lei do Tabaco.

Os valores que se verificaram nos 12 meses de 2006 são semelhantes aos do ano passado, tendo sido vendidas 277.479 unidades, no valor de 7.314.051 euros, segundo dados da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).

Estes dados significam que a Nova Lei do Tabaco não influenciou os fumadores, pelos menos no último ano de consumo sem restrições. Estima-se que, em 2008, a procura de medicamentos para deixar este hábito possa aumentar.

Em Portugal, existem variados medicamentos indicados para a desabituação tabágica, que têm como substâncias activas a Vareniciclina (presente em três produtos), o Bupropiom (um produto) e a Nicotina, sendo esta a mais comum e presente em 34 produtos

Isabel Marques

Fontes:
http://ultimahora.publico.clix.pt, www.ciberjunta.com

Hábitos saudáveis podem prolongar a vida em 14 anos

Pessoas que bebam moderadamente bebidas alcoólicas, façam exercício físico, deixem de fumar e comam bastante fruta e legumes podem viver, em média, mais catorze anos do que as pessoas que não adoptem nenhum destes comportamentos, segundo investigadores britânicos da Universidade de Cambridge e do Conselho de Investigação Médica.

Provas incontornáveis têm demonstrado que estes factores contribuem para vidas mais longas e saudáveis, mas o novo estudo quantificou realmente o seu impacto combinado.

No estudo, publicado na “Public Library of Science (PloS) Medicine”, os investigadores questionaram 20.244 mulheres e homens saudáveis do condado de Norfolk, na Grã-Bretanha, entre 1993 e 1997, acerca do seu estilo de vida. Também testaram o sangue de todos os participantes para medir a ingestão de vitamina C, um indicador da quantidade de fruta e vegetais que as pessoas comem.

Posteriormente, os investigadores, liderados pelo professor Kay-Tee Khaw, atribuíram aos participantes, com idades entre os 45 e os 79 anos, predominantemente brancos e que não tinham nem cancro nem problemas cardíacos, uma pontuação entre zero e quatro, dando um ponto por cada comportamento saudável: “não fumador”, “consumo entre meio a sete copos de vinho por semana”, “consumo de cinco porções de fruta e verduras por dia” e “pratica de exercício físico”.

Após terem em consideração a idade e outros factores que pudessem afectar a probabilidade de morrer, os investigadores determinaram que as pessoas com pontuação de zero tinham quatro vezes mais probabilidade de morrer, particularmente de doenças cardiovasculares.

Os investigadores, que registaram as mortes dos participantes até 2006, também afirmaram que uma pessoa com uma pontuação de zero tinha o mesmo risco de morrer como outra com a pontuação de quatro que fosse 14 anos mais velha.

A mudança no estilo de vida que revelou os maiores benefícios foi deixar de fumar, o que levou a uma melhora da saúde de 80 por cento, seguida pela ingestão de fruta e vegetais. Beber moderadamente e manter-se activo trouxeram os mesmos benefícios, segundo o professor Kay-Tee Khaw e os colegas.

Isabel Marques

Fontes: Diário Digital, Reuters, www.telegraph.co.uk

Descoberto bloqueador de hormona que pode prevenir obesidade e diabetes

Investigadores descobriram que o bloqueio de uma hormona, Polipeptídeo Gástrico Inibitório (GIP), que o organismo segrega em resposta à comida, e que inibe a secreção dos ácidos que estimulam a produção de insulina durante o processo digestivo, é capaz de potenciar a perda de peso, melhorando a resistência à insulina e retrocedendo o processo que dá lugar à aparição da diabetes.

Num estudo, realizado por investigadores da Escola de Ciências Biomédicas da Universidade de Ulster (Reino Unido) e do Instituto Panum, da Universidade de Copenhaga (Dinamarca), publicado na “The American Journal of Physiology”, da Sociedade Americana de Fisiologia, demonstrou-se que uma alimentação rica em gorduras tem como resultado elevadas concentrações de GIP circulante, uma situação que se costuma encontrar em pacientes obesos e com problemas de diabetes.

Este estudo demonstrou que bloqueando a actividade da hormona GIP em ratos com uma dieta rica em gorduras e com diabetes, através de injecções diárias do antagonista do receptor do Polipeptídeo Gástrico Inibitório (Pro3) GIP, consegue-se uma perda de peso significativa, uma melhora da resistência perante a insulina e uma melhora da diabetes.

Estas descobertas representam uma nova e interessante aproximação a um potencial tratamento contra a obesidade e os distúrbios metabólicos.

Isabel Marques

Fontes: AZprensa.com, www.agoravox.com, www.thaindian.com

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Descoberta proteína que pode ser chave para controlar alergias

Investigadores da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, descobriram que a activação de uma proteína, a Siglec-8, que está presente em algumas células imunes, poderá ser a chave para acabar com as reacções alérgicas que levam à asma.

A proteína Siglec-8, que se encontra na superfície de algumas células imunes, denominadas eosinófilos, basófilos e mastócitos, tem um papel importante nas reacções alérgicas, podendo parar o mecanismo normal destas células de libertar substâncias que causam reacções alérgicas.

Estas células têm funções distintas, mas complementares. Enquanto os eosinófilos combatem agentes externos, como os parasitas, os basófilos e os mastócitos armazenam e libertam substâncias como a histamina, prostaglandinas e citoquinas, que são as responsáveis por comunicar com outras células do sistema imunitário para iniciar o combate.

Normalmente estas células mantêm o organismo saudável e livre de infecções, contudo, no caso de reacções alérgicas, as células evidenciam uma resposta intensa que demonstra ser mais prejudicial do que útil para o organismo.

Em estudos anteriores, descobriu-se que quando a Siglec-8, presente na superfície dos eosinófilos, foi activada resultou na morte dessas células. Os investigadores, esperando uma resposta semelhante, testaram a teoria num novo estudo em mastócitos humanos e em tecidos que contêm estas células. A equipa utilizou anticorpos para activar a Siglec-8 nos mastócitos criados em laboratório. Contudo, estas células continuaram vivas.

Posteriormente, a equipa de investigadores, liderada por Bruce Bochner, director da Divisão de Alergia e Imunologia Clínica da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, estendeu a experiência aos tecidos utilizando pedaços de pulmões humanos. As células foram então despoletadas a libertar as suas cargas, um acto que normalmente faz com que as vias áreas se constrinjam, tendo as contracções sido aproximadamente 25 por cento mais fracas, em comparação com o tecido pulmonar onde a Siglec-8 não estava activa.

Todavia, ainda não é claro como a Siglec-8 inibe os mastócitos de libertar os químicos que despoletam efeitos imunes.

Segundo Bochner, estes resultados podem eventualmente ser utilizados para desenvolver um fármaco com este mesmo efeito. Um fármaco deste tipo teria o duplo efeito de bloquear, ou reduzir, as reacções alérgicas ao matar os eosinófilos e ao prevenir que os mastócitos libertem as suas substâncias.

Apesar de existirem fármacos que afectam ou os eosinófilos ou os mastócitos, desenvolver um único medicamento, que se direcciona a ambos os tipos de células, poderá ser mais efectivo do que as terapias existentes, e poderá também ter um risco reduzido de efeitos secundários.

Isabel Marques

Fontes: www.azfarmacia.com, www.thaindian.com, www.innovations-report.de

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Galapagos e Janssen colaboram no desenvolvimento de compostos oncológicos

A biotecnológica belga Galapagos NV entrou num acordo de dois anos com a Janssen Pharmaceutica, uma unidade da Johnson & Johnson, para a descoberta e desenvolvimento de potenciais compostos para o tratamento de doenças oncológicas.

A BioFocus DPI, divisão de serviço da Galapagos, irá aplicar a plataforma adenoviral registada da companhia para identificar novos alvos de fármacos para o desenvolvimento de terapias para o cancro.

O objectivo desta nova colaboração será descobrir e validar novos alvos no campo da oncologia. A BioFocus DPI irá executar a avaliação do desenvolvimento, visualização das bibliotecas adenovirais SilenceSelect e FLeXSelect, e a validação dos alvos.

A BioFocusDPI irá receber um pagamento inicial de 2,9 milhões de euros e poderá receber financiamento adicional de pesquisa, aprovação, licença e desenvolvimento até 7,6 milhões de euros, caso sejam atingidos pontos predeterminados.