segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Fármacos para a osteoporose podem aumentar risco de necrose óssea

Um estudo canadiano descobriu que uma popular classe de fármacos para a osteoporose, os bifosfonatos, quase que triplica o risco de desenvolver necrose óssea, o que pode levar a deformação e a dores incapacitantes.

Investigadores da Universidade da Columbia Britânica (UBC) e do Vancouver Coastal Health Research Institute (VCHRI) conduziram um estudo sobre necrose óssea e bifosfonatos, uma classe de fármacos utilizada por milhões de mulheres em todo o mundo para ajudar a prevenir fracturas ósseas devido à osteoporose.

O estudo também investigou a ligação entre a necrose óssea e marcas específicas de bifosfonatos, tais como o Actonel (risedronato de sódio), o Didrocal (etidronato de sódio) e o Fosamax (ácido alendrónico). Os investigadores descobriram que as três marcas tiveram resultados semelhantes.

As descobertas seguiram uma recente alerta da FDA acerca dos bifosfonatos que sublinhou a possibilidade de dores fortes, por vezes incapacitantes, nos ossos, articulações e/ou musculares, em pacientes a tomar os fármacos, como o farmacia.com.pt noticiou em “FDA: Alerta para dores músculo-esqueléticas com bifosfonatos”, a 9 de Janeiro de 2008.

O estudo, publicado online na “Journal of Rheumatology” e baseado nos registos de saúde de 88 mil residentes do Quebec entre 1996 a 2003, descobriu que embora o efeito secundário de osteonecrose seja raro, a utilização de bifosfonatos é muito comum.

Segundo o principal investigador, o Dr. Mahyar Etminan, do centro de avaliação e epidemiologia clínica da UBC e do VCHRI, a mensagem para as mulheres que tomam estes medicamentos é ter atenção à dor. Dada a rápida disseminação da utilização destes fármacos, é importante que as mulheres e os seus médicos saibam os riscos que advêm da sua toma, acrescentou o Dr. Etminan.

O Dr. Etminan alerta que a utilização de bifosfonatos poderá aumentar no futuro, na medida em que a possível ligação entre a utilização de estrogénio e o cancro da mama leva as mulheres a mudar da terapia de estrogénio para terapia de bifosfonatos, para prevenir as fracturas ósseas. Outras razões podem ser a disponibilidade de novos bifosfonatos que aparecem em doses de toma única mensal, ou toma única anual.

A necrose óssea, uma doença relativamente rara diagnosticada em aproximadamente uma em 20 mil pessoas por ano, leva à perda permanente de fornecimento de sangue aos ossos. Sem o fornecimento adequado de sangue, os tecidos ósseos morrem e provocam o colapso do osso. A doença afecta primariamente os ombros, joelhos e ancas na zona das articulações, provocando dores fortes e imobilidade.

Isabel Marques

Fontes: www.upi.com, ScienceDaily

FDA aprova Intelence para o tratamento do VIH

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) aprovou a comercialização do Intelence (TMC 125, etravirina), fármaco para o tratamento do VIH da Johnson & Johnson, para ser utilizado em combinação com outros anti-retrovirais, em adultos com infecção por VIH-1 que demonstraram resistência a tratamentos anteriores. O fármaco é o primeiro da classe dos inibidores não-nucleosídeos da trancriptase reversa (NNRTI, em inglês) a ser aprovado nos Estados Unidos nos últimos dez anos.

A aprovação baseia-se em dois estudos aleatórios, duplamente cegos, e controlados por placebo, que demonstraram que 60 por cento dos pacientes adultos infectados com VIH-1 que receberam Intelence, e que já tinham recebido tratamentos anteriormente, apresentaram uma carga viral reduzida a níveis indetectáveis após 24 semanas, em comparação com os 40 por cento dos pacientes que receberam placebo. A Johnson & Johnson acrescentou que fármaco é o primeiro NNRTI a demonstrar actividade antiviral em pacientes com vírus resistente aos NNRTIs.

Medicamentos de diferentes classes atacam o vírus em diversos estádios dos seus ciclos de infecção e duplicação. Os NNRTI bloqueiam uma enzima chave que o VIH utiliza para se duplicar. A etravirina pode reduzir a quantidade de VIH no sangue e aumentar os glóbulos brancos que ajudam a combater outras infecções. Também pode reduzir o risco de morte ou infecções que podem ocorrer com um sistema imunitário enfraquecido.

Os pedidos para aprovação do fármaco também foram apresentados à Agência Europeia do Medicamento (EMEA), e às autoridades reguladoras da Suíça, Canadá, Rússia e Austrália, estando sob avaliação.

Dezenas de milhares de pacientes em todo o mundo têm resistência aos NNRTIs e podem ser candidatos para receber o Intelence.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters, The Associated Press