quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Enbrel aprovado na Europa para a psoríase infantil

A Comissão Europeia (CE) aprovou a comercialização do fármaco biológico Enbrel (etanercept), da Wyeth, para o tratamento da psoríase em placas grave em crianças. Este é o primeiro medicamento aprovado para esta indicação.

A aprovação desta nova indicação já era esperada, visto vir no seguimento da recomendação positiva da Agência Europeia do Medicamento (EMEA), em Novembro de 2008.

O Enbrel, que também está aprovado na União Europeia para o tratamento de adultos com psoríase, é mais conhecido como um fármaco para a artrite reumatóide.

A psoríase é uma doença crónica da pele, não contagiosa, que pode surgir em qualquer idade. O seu aspecto, extensão, evolução e gravidade são muito variáveis, caracterizando-se, geralmente, pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, que afectam preferencialmente os cotovelos, joelhos, região lombar e couro cabeludo. Nos casos mais graves, estas lesões podem cobrir extensas áreas do corpo.

Na Europa, estima-se que existam 5,1 milhões de pessoas com psoríase, uma doença inflamatória crónica. Aproximadamente, 80 por cento destes pacientes têm psoríase em placas, que é caracterizada por lesões vermelhas e com escamas.

A psoríase pode ser extremamente perturbadora e tem um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes. É uma doença que é frequentemente debilitante, tanto física como psicologicamente, sendo em adultos associada a comorbilidades, como o aumento do risco de obesidade, diabetes tipo 2, doenças hepáticas e depressão clínica.

Isabel Marques

Dieta baixa em hidratos de carbono melhora controlo da diabetes tipo 2

Investigadores norte-americanos demonstraram que uma dieta baixa em hidratos de carbono, tal como a dieta de Atkins, melhora o controlo dos níveis de açúcar no sangue em indivíduos obesos com diabetes tipo 2.

De facto, a dieta permite a alguns pacientes reduzir ou eliminar a medicação, segundo o relatório publicado na revista científica “Nutrition and Metabolism”.

A restrição de carboidratos, ou hidratos de carbono, está no centro da dieta para diabéticos. Uma dieta muito baixa em carboidratos faz com que o organismo utilize as proteínas para fornecer energia, o que produz cetonas, sendo por isso denominada dieta cetogénica. Outra abordagem dietética é utilizar alimentos com baixo índice glicémico, isto é, que não provocam uma rápida subida do açúcar no sangue, e cortar nas calorias.

O Dr. Eric C. Westman, do Centro Médico da Universidade de Duke, em Durham, na Carolina do Norte, e colegas compararam a efectividade das duas dietas em 84 pacientes obesos com diabetes tipo 2. Os pacientes foram divididos pela dieta cetogénica baixa em carboidratos (menos de 20 gramas por dia) e pela dieta baixa em calorias e com baixo índice glicémico, durante 24 semanas. Os pacientes da dieta cetogénica não tinham restrições na ingestão diária de calorias.

Os participantes da dieta cetogénica baixa em carboidratos apresentaram mais melhorias na hemoglobina A1C, um indicador de controlo a longo prazo do açúcar no sangue, em relação aos do grupo da dieta baixa em calorias e com baixo índice glicémico.

Aqueles do grupo da dieta cetogénica também perderam mais peso e tiveram um aumento do HDL-colesterol, chamado " colesterol bom", comparativamente aos do grupo da outra dieta.

Para 95,2 por cento dos participantes do grupo da dieta cetogénica e para 62,1 por cento dos participantes da dieta baixa em calorias foi possível reduzir ou eliminar a medicação para a diabetes.

Os investigadores concluíram que a modificação do estilo de vida, através da utilização de intervenções baixas em carboidratos, é efectiva para melhorar e reverter a diabetes tipo 2.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/01/05/eline/links/20090105elin018.html

Comprimidos dietéticos provenientes do Brasil apresentam riscos para a saúde

Um novo relatório norte-americano salientou os riscos potencialmente graves para a saúde derivados da utilização de comprimidos dietéticos de prescrição médica importados, fabricados no Brasil, que combinam anfetaminas e outros medicamentos que requerem prescrição médica, tais como agentes ansiolíticos e antidepressivos.

Os comprimidos para a perda de peso proibidos estão facilmente acessíveis através da Internet ou são trazidos do Brasil e vendidos em clínicas de emagrecimento, lojas de produtos naturais, ginásios ou cabeleireiros por brasileiras.

O Dr. Pieter A. Cohen, da Cambridge Health Alliance e da Faculdade de Medicina de Harvard, em Boston, começou a ficar preocupado com a utilização deste tipo de comprimidos quando observou que muitos pacientes estavam a experienciar dores no peito inexplicáveis e outros sintomas. No final, alguns destes pacientes admitiram que estavam a utilizar comprimidos dietéticos importados.

Na revista científica “Journal of General Internal Medicine”, o Dr. Cohen descreve uma paciente, de 26 anos, que consultou várias vezes o seu médico com queixas de dores no peito, palpitações, dores de cabeça, insónia, náuseas e fadiga. Os sintomas iniciaram pouco depois da paciente ter começado a tomar os comprimidos brasileiros numa tentativa de perder peso, após o nascimento da filha.

Foram detectadas anfetaminas (estimulantes) e benzodiazepinas (fármacos ansiolíticos) na urina, e foi detectado nos comprimidos o estimulante específico fenproporex, proibido nos Estados Unidos e na Europa há muitos anos. Os danos causados à saúde por esta substância são tão graves que, em Portugal, já nem com receita médica é possível comprar anfetaminas.

Após ter perdido 13 quilos, a paciente deixou de tomar os comprimidos e os sintomas desapareceram, embora refira que sentia falta dos comprimidos. Quando a paciente começou a recuperar o peso perdido, voltou a tomar os comprimidos, tendo os sintomas voltado.

No Brasil, a prescrição destes comprimidos dietéticos compostos é geralmente obtida através de médicos de consultórios privados que frequentemente se promovem como peritos em obesidade. Contudo, nenhum destes medicamentos incluídos nestes comprimidos dietéticos está indicado para o tratamento da obesidade, segundo as directrizes de conduta normalmente aceites.

Como estes comprimidos são prescritos por médicos, algumas pessoas assumem que devem ser seguros. De facto, uma vez que as rotulagens são enganadoras, as pessoas não fazem ideia do cocktail perigoso de medicamentos que estão realmente a tomar.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/01/07/eline/links/20090107elin006.html
http://sic.aeiou.pt/online/noticias/programas/reportagem+sic/Artigos/F%C3%B3rmula+Proibida.htm