quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Chá verde torna o fármaco oncológico Velcade ineficaz

Investigadores norte-americanos descobriram que o amplamente utilizado extracto de chá verde torna um fármaco oncológico Velcade (bortezomib), para o tratamento de mielomas e linfomas, completamente ineficaz.

Os investigadores da Universidade do Sul da Califórnia descobriram que um componente do extracto de chá verde, denominado epigalocatequina galato (EGCG), uma catequina presente no extracto, destrói qualquer actividade anticancerígena do fármaco Velcade em ratos com tumores.

O Dr. Axel H. Schonthal, da Faculdade de Medicina de Keck, da Universidade do Sul da Califórnia, referiu que as descobertas de que o extracto de chá verde, ou a EGCG, bloqueia a acção terapêutica do Velcade foram completamente inesperadas.

A hipótese dos investigadores era a de que o extracto de chá verde iria aumentar os efeitos anti-tumorais do Velcade e que a combinação do extracto, ou da EGCG, com o fármaco iria revelar-se como um tratamento superior contra o cancro, em comparação com o tratamento com Velcade isoladamente.

Os medicamentos naturais, incluindo o chá verde, tornaram-se numa medicação popular para os pacientes com cancro que têm de lidar com os efeitos secundários da quimioterapia. Contudo, estes suplementos não são regulados e, para a maioria, os seus benefícios e/ou efeitos prejudiciais ainda não foram qualificados através de investigação.

Os investigadores, que utilizaram modelos pré-clínicos e ratos com tumores, descobriram que o incomum bloqueio da actividade terapêutica do Velcade baseou-se na interacção química entre as moléculas. A molécula da EGCG e a molécula do Velcade foram capazes de formar ligações químicas, o que significou que a molécula do Velcade já não conseguia ligar-se ao seu alvo planeado no interior das células cancerígenas.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/02/04/Green_tea_makes_cancer_drug_ineffective/UPI-94311233775606/

Terapia anti-TNF para a artrite reumatóide pode desencadear psoríase

Investigadores relataram que continuam a acumular-se evidências de que os fármacos bloqueadores do factor de necrose tumoral (TNF), utilizados para tratar a artrite reumatóide, podem desencadear a psoríase.

O último estudo, conduzido por investigadores do Reino Unido, acrescentou dados aos relatos de casos individuais de psoríase que ocorreram em pacientes com artrite reumatóide tratados com bloqueadores do TNF.

A Dra. Kimme L. Hyrich, da Universidade de Manchester, referiu à Reuters Health que os investigadores observaram 25 novos casos de psoríase no grupo de cerca de 10 mil pacientes com artrite reumatóide a receberem terapia com bloqueadores do TNF. Comparativamente, não foi observado nenhum caso de psoríase no grupo de controlo.

Os investigadores relataram, na “Annals of the Rheumatic Diseases”, que estudaram dados de 9 826 pacientes tratados com bloqueadores do TNF e de 2 880 pacientes tratados com fármacos modificadores da doença reumática (DMARDs).

Os investigadores, baseando-se nos 25 casos de psoríase, calcularam que a taxa de incidência para o aparecimento de psoríase foi de 1,04 para mil pessoas por ano no grupo dos bloqueadores do TNF.

A incidência foi significativamente mais elevada nos pacientes tratados com Humira (adalimumab) do que naqueles que receberam Enbrel (etanercept) ou Remicade (infliximab).

A Dra. Hyrich salientou que estas descobertas apresentam um paradoxo interessante, uma vez que as terapias com bloqueadores do TNF são muito efectivas no tratamento da psoríase grave e da artrite psoriática. A explicação por detrás destes casos permanece amplamente desconhecida.

A investigadora referiu que é necessária mais investigação para perceber as suas causas, antes que se possam tirar quaisquer conclusões definitivas, relativamente à associação entre as terapias anti-TNF e a psoríase, ou que sejam emitidas directrizes para o tratamento específico.

Isabel Marques

Fontes:

www.reutershealth.com/archive/2009/02/03/eline/links/20090203elin027.html