segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Vitamina B12 pode ajudar a aliviar aftas na boca

Investigadores israelitas referiram que, num estudo, doses nocturnas de vitamina B12 preveniram efectivamente o retorno de aftas na boca.

O estudo, publicado na “The Journal of the American Board of Family Medicine”, descobriu que as aftas na boca recorrentes, também conhecidas como estomatite aftosa recorrente (EAR), reduziram significativamente após cinco ou seis meses de tratamento com vitamina B12, independentemente dos níveis iniciais de vitamina B12 no sangue.

O investigador principal, o Dr. Ilia Volkov, do Hospital Clalit e da Universidade Ben-Gurion do Negev, em Israel, referiu que, durante o último mês de tratamento, um número significativo de participantes no grupo de intervenção atingiu um estado sem úlcera aftosa.

Os investigadores testaram o efeito da vitamina B12 em 58 pacientes com estomatite aftosa recorrente, aleatoriamente seleccionados, que receberam uma dose oral de 1 000 microgramas de B12 ao deitar ou placebo, sendo testados mensalmente ao longo de seis meses.

De acordo com o Dr. Volkov, a média de duração dos surtos e a média do número de aftas por mês diminuiu em ambos os grupos, durante os primeiros quatro meses do ensaio. Contudo, a duração dos surtos, o número de aftas e o nível de dor foram reduzidos significativamente aos cinco e seis meses de tratamento com vitamina B12.

As aftas são pequenas ulcerações dolorosas que aparecem na mucosa bucal. Uma afta é uma mancha esbranquiçada, redonda, com uma auréola vermelha. É comum que a ferida se forme no tecido mole, particularmente no interior do lábio ou da bochecha, sobre a língua ou no palato mole e, às vezes, na garganta.

Apesar de se desconhecer a causa, parece que o carácter nervoso tem um papel no seu desenvolvimento, por exemplo, podem aparecer aftas na boca de um estudante durante um exame final.

As aftas pequenas (com menos de 12 mm de diâmetro) costumam aparecer em grupos de duas ou de três e, de modo geral, desaparecem ao fim de dez dias, sem tratamento, e não deixam cicatrizes. As aftas maiores são menos comuns, podem ser de forma irregular, necessitam de várias semanas para sarar e é frequente deixarem cicatrizes.

Isabel Marques

Infarmed: Registados 21 casos de reacções adversas à Gardasil em Portugal

A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) informou que a vacina Gardasil para prevenir o cancro do colo do útero recebeu 21 notificações de reacções adversas, desde que começou a ser comercializada em Portugal, em 2006, sendo que 14 das quais foram consideradas graves, mas não houve qualquer caso mortal.

Contudo, o Infarmed salienta que não há provas de que as reacções adversas tenham sido consequência directa da imunização com a vacina Gardasil, que foi a escolhida para ser administrada no Plano Nacional de Vacinação, afastando a necessidade de suspender a venda do medicamento em Portugal. Seis casos foram notificados pela indústria farmacêutica e os outros 15 foram reportados por profissionais de saúde.

O presidente da Infarmed, Vasco Maria, desvalorizou os casos registados, salientando que são reacções esperadas quando se trata de medicamentos que mexem com o sistema imunitário, como é o caso das vacinas.

A informação foi actualizada pelo Infarmed, depois de se saber que em Espanha já existem 120 notificações de reacções adversas, 45 das quais consideradas graves. Sete jovens foram hospitalizadas recentemente em Espanha, o que levou as autoridades espanholas a suspenderem, temporariamente, um lote da vacina, estando a situação a ser investigada.

Após a divulgação dos primeiros casos em Espanha, o Infarmed informou que o lote suspenso (NH52670) não chegou a Portugal, mas confirmou a existência de 21 casos de reacções adversas.

A maior parte dos casos, em Portugal, tem a ver com sintomas associados a reacções do foro alérgico, adiantou uma fonte do Infarmed, enquanto em Espanha há registos de convulsões e desmaios.

Em Janeiro último, a Agência Europeia do Medicamento (EMEA) recomendou que a vacina contra o cancro do colo do útero passasse a incluir no folheto informativo a ocorrência de desmaios ou convulsões como possíveis reacções adversas.

Isabel Marques

Fontes:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1365067&idCanal=62
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=387797&tema=37&pagina=&palavra=&ver=1

Estrogénio relacionado com síndrome das pernas inquietas durante a gravidez

Um estudo alemão, publicado na revista científica “Sleep”, indicou que o estrogénio tem um papel importante no despoletar da síndrome das pernas inquietas (SPI) durante a gravidez.

O investigador principal, o Dr. Thomas Pollmächer, do Instituto Max Planck de Psiquiatria, em Munique, referiu à Reuters Health que, pela primeira vez, existem evidências directas de que esta síndrome na gravidez está directamente relacionada com as alterações hormonais.

No estudo, dez mulheres grávidas com síndrome das pernas inquietas e nove grávidas saudáveis, para o controlo, forneceram amostras de sangue e submeteram-se a estudos num laboratório do sono durante a noite, no terceiro trimestre da gravidez, e novamente três meses após o parto.

Oito das dez pacientes com a síndrome relataram sintomas de pernas inquietas antes da actual gravidez e todas as dez descreveram uma piora dos sintomas durante a gravidez.

De acordo com os investigadores, as mulheres com síndrome das pernas inquietas demonstraram níveis de estrogénio significativamente mais elevados durante a gravidez, em comparação com o grupo de controlo. Outros níveis hormonais relacionados com a gravidez não diferiram significativamente entre os dois grupos.

Os estrogénios, que são chamados hormonas esteróides neuroactivas, são importantes, não só para a concepção e gravidez, mas também actuam directamente no cérebro.

Esta descoberta nas mulheres grávidas pode ajudar a compreender a síndrome das pernas inquietas, em geral, e eventualmente levar a um caminho adicional para o desenvolvimento de um tratamento.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE51C5V920090213