quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Cancro: portuguesas descobrem mutação responsável pela progressão

Uma mutação genética responsável pela progressão do cancro foi identificada por investigadoras portuguesas. A descoberta pode abrir caminho ao desenvolvimento de novos tratamentos contra o cancro.

Publicado na última edição da revista Nature Genetics, o estudo – feito em colaboração com colegas de outros países – baseou-se na análise de amostras de tumores enviadas de vários países.

Em declarações à Agência Lusa, uma das autoras do artigo, Sónia Melo, esclareceu que "as colaborações internacionais surgiram depois de encontrarmos a mutação, de desenvolvermos alguns estudos funcionais e de descobrirmos que a mutação era biologicamente bastante relevante".

A investigadora revelou que, “o mais interessante no estudo é que a mutação descrita tem como consequência que nos cancros estudados a produção de pequenas moléculas de RNA (ácido ribonucleico) que regulam a expressão dos genes, chamadas microRNAs, deixa de ser correcta”.

Apesar da carcinogénese ter sido associada a várias vias, Sónia Melo sublinhou o facto de esta ser “a primeira vez que se liga a via de biogénese das microRNAs ao processo tumorogénico.”


Raquel Garcez

Fonte: Agência Lusa/ http://www.nature.com/ng/journal/vaop/ncurrent/abs/ng.317.html

Eisai pode comercializar antiepiléptico da Bial na Europa

Caso ganhe a aprovação de comercialização na Europa, o novo antiepiléptico da Bial - o Zebinix® (acetato de eslicarbazepina) - poderá ser comercializado e distribuído pela Eisai Europe Ltd, a subsidiária europeia da Eisai Co, Ltd.

Segundo o acordo firmado - avançado pela Agência Lusa - a Bial vai receber 95 milhões de euros, montante referente ao pagamento inicial pela concessão da licença, mais outros pagamentos decorrentes de futuras aprovações do fármaco na área da epilepsia na Europa. Em contrapartida, a Eisai obtém licença para a comercialização, promoção e distribuição daquele fármaco na Europa.

Os laboratórios Bial submeteram o Zebinix® à aprovação da Agência Europeia do Medicamento (EMEA), em Março de 2008, estando prevista a sua aprovação para o segundo trimestre de 2009.

O fornecimento do produto acabado à Eisai, os direitos de desenvolvimento e produção competem à maior farmacêutica portuguesa, assim como, a opção de co-promoção de Zebinix® na Europa.


O Zebinix®, está indicado para o tratamento adjuvante das crises parciais de epilepsia, com ou sem generalização secundária, em doentes com 18 ou mais anos de idade.

Raquel Garcez

Fonte: Agência Lusa

Tibolona aumenta risco de recorrência de cancro da mama

Descobertas de um estudo, publicadas na "The Lancet Oncology", demonstraram que a utilização de tibolona, um fármaco para o tratamento de substituição hormonal, em pacientes com cancro da mama que têm sintomas vasomotores resultou num aumento de 40 por cento do risco de recorrência do cancro, em comparação com as pacientes que receberam placebo.

O estudo, que foi terminado seis meses antes do previsto devido ao risco elevado, envolveu 3 098 mulheres, com sintomas vasomotores que se submeteram a tratamento cirúrgico para o cancro da mama, que receberam aleatoriamente uma dose diária de tibolona ou de placebo.

Após um seguimento médio de 3,1 anos, os dados indicaram que as mulheres que receberam tibolona apresentaram um aumento de 15,2 por cento na recorrência do cancro, em comparação com um aumento de 10,7 por cento naquelas que receberam placebo.

Contudo, os investigadores referiram que os sintomas vasomotores e a densidade mineral óssea melhoraram significativamente no grupo que recebeu tibolona, em comparação com as que receberam placebo.

O investigador principal, o Dr. Peter Kenemans, e colegas referiram que muitas pacientes com cancro da mama utilizam actualmente a tibolona para os sintomas da menopausa, mas os resultados do ensaio demonstram que os médicos não devem prescrever o medicamento a sobreviventes de cancro.

A tibolona, que é comercializada como Clitax, Goldar, Livial, Tibolona Teva (genérico) ou Ulcinil, pertence ao grupo de medicamentos denominados de Terapêutica Hormonal de Substituição (THS). O fármaco está indicado para o alívio dos sintomas resultantes da menopausa (natural ou cirúrgica) e para a prevenção e tratamento da osteoporose pós-menopáusica (enfraquecimento dos ossos).

Na menopausa (ou após um cirurgia para remoção dos ovários) o organismo feminino pára de produzir estrogénio, a hormona feminina. Podem então surgir nas mulheres certas queixas, tais como afrontamentos, suores nocturnos, irritação vaginal, depressão e desejo sexual diminuído. A deficiência em hormonas sexuais pode também causar a rarefacção dos ossos (osteoporose).

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=C28A9B1E9E83453D87118EA199A9C11D

EMEA recomenda suspensão da comercialização do Raptiva para a psoríase

A Agência Europeia do Medicamento (EMEA) recomendou a suspensão da comercialização do fármaco Raptiva (efalizumab), da Merck KGaA e da Genentech, para o tratamento da psoríase, referindo que os benefícios do medicamento já não superam os riscos, devido a questões de segurança, incluindo a ocorrência de leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP).

Adicionalmente, num alerta de saúde pública publicado no site da agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA), a agência refere que recebeu três casos confirmados e outro possível de leucoencefalopatia multifocal progressiva em pacientes a tomar Raptiva, desde que o fármaco foi aprovado em 2003. Três dos pacientes morreram.

A FDA declarou que está a rever os casos adicionais de leucoencefalopatia multifocal progressiva e irá seguir os passos apropriados para assegurar que os riscos do Raptiva não superam os benefícios.

Em Outubro, a rotulagem do fármaco foi actualizada, de modo a incluir uma caixa de aviso relativamente aos riscos de infecções potencialmente fatais com a utilização do produto.
O Raptiva (efalizumab) está autorizado na União Europeia (UE) desde Setembro de 2004, sendo comercializado em 24 países da UE, incluindo Portugal.

O Raptiva é utilizado no tratamento de adultos com psoríase em placas crónica (de longa duração), moderada a grave (uma doença que provoca lesões vermelhas e escamosas na pele). Utiliza-se em doentes que não responderam ou não toleram outros tratamentos sistémicos (em todo o organismo) contra a psoríase, incluindo a ciclosporina, o metotrexato e o PUVA (psoraleno, raios ultravioleta A). O medicamento só pode ser obtido mediante receita médica.

A LMP é uma infecção cerebral rara causada pelo vírus JC (Vírus John Cunningham), o qual está habitualmente presente na população em geral, apenas conduzindo à LMP quando o sistema imunitário está comprometido, resultando frequentemente em incapacidade grave ou morte.

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do;jsessionid=B93BD93B7A464CB25FD5C71580076390?articleid=3F8AE446FE154A9C8BDBD47472DB09F2
www.emea.europa.eu/humandocs/PDFs/EPAR/raptiva/6565604pt1.pdf

Vacina HPV: Infarmed garante que benefício é superior a eventuais riscos

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) afirmou que o benefício da vacina Gardasil®, contra o vírus que provoca o cancro do colo do útero, "mantém-se claramente superior ao risco" de eventuais reacções adversas.

"Podemos ainda adiantar que nenhuma das reacções adversas constitui facto novo, estando descritas no respectivo Resumo das Características do Medicamento (RCM). É de sublinhar, a propósito, que o perfil de benefício da vacina contra o HPV [vírus do papiloma humano] não sofreu alteração. Isto é, de acordo com a informação actualmente disponível, o benefício do medicamento mantém-se claramente superior ao risco", esclareceu o Infarmed à Agência Lusa.

A propósito de notícias sobre reacções adversas possivelmente relacionadas com a vacina em Espanha, também o director-geral da Saúde, Francisco George, defendeu que "não existem razões ou evidências que justifiquem a suspensão da vacinação, reforçando-se a recomendação de administrar a vacina HPV, Gardasil®, de acordo com as orientações do Programa Nacional de Vacinação".

Por seu turno, o cenário no país vizinho, levou a que mais de metade dos especialistas em Saúde Pública das universidades espanholas assinaram um manifesto a pedir a suspensão da vacinação contra o vírus que provoca o cancro do colo do útero por considerarem duvidosa a relação custo/eficiência do tratamento e não estar totalmente provada a sua segurança, avança a agência Lusa.

Raquel Garcez

Fonte: Agência Lusa

Ácido zoledrónico tem efeitos anti-tumurais

O ácido zoledrónico tem efeitos anti-tumurais directos, indica um estudo publicado no The New England Journal of Medicine.

A investigação - realizada pelo Grupo Austríaco de Estudo do Cancro da Mama e do Cólon (ABCSG) – comprova que o ácido zoledrónico oferece uma significativa protecção contra o reaparecimento (recorrência) do cancro da mama em mulheres na pré-menopausa.

Segundo informa o site Medpage Today, os resultados do primeiro grande estudo de Fase III permitiram concluir que a administração do ácido zoledrónico - em conjunto com a terapêutica hormonal após cirurgia - diminui em 36% o risco de reaparecimento do cancro ou morte, nas doentes a quem foi diagnosticado um cancro numa fase inicial e estejam em pré-menopausa.

A propriedade anti-tumural desta substância activa já havia sido apontada num estudo anterior.