terça-feira, 14 de abril de 2009

Doses elevadas de paracetamol podem ajudar pacientes que sofreram um AVC

Investigadores holandeses referiram que administrar uma dose elevada de paracetamol (acetaminofeno) a pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral (AVC), com temperatura corporal elevada, parece melhorar as probabilidades de recuperação sem incapacidades graves.

As descobertas sugerem que este comum analgésico deve ser considerado como uma terapia barata e abrangente para o AVC.

Uma temperatura acima dos 37 graus imediatamente após um AVC piora o prognóstico, sendo que as probabilidades de um resultado fraco duplicam por cada grau a mais. Cerca de um terço dos pacientes que sofreram um AVC têm temperaturas acima dos 37,5. O paracetamol em doses diárias de 6 gramas reduz a temperatura corporal em cerca de 0,3 graus.

Os investigadores do Centro Médico Universitário Erasmus MC, em Roterdão, desenvolveram um estudo com 1400 pacientes que sofreram um AVC, no qual compararam os resultados dos pacientes que receberam paracetamol e dos que receberam placebo.

De acordo com a Reuters, os investigadores descobriram que 40 por cento dos pacientes, com uma temperatura inicial entre os 37 e os 39 graus, que receberam paracetamol apresentaram melhoras acima do esperado.

A Dra. Heleen den Hertog e colegas referiram na “Lancet Neurology” que os resultados necessitam ser confirmados num estudos mais alargado, mas que o paracetamol poderá ser um tratamento simples, seguro e barato para os AVCs.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE53D3M020090414

Desvenlafaxina revela-se eficaz e segura para sintomas vasomotores da menopausa

Um relatório publicado na revista científica “American Journal of Obstetrics and Gynecology” relatou que a desvenlafaxina é segura e eficaz no tratamento dos sintomas vasomotores (afrontamentos, ou ondas de calor) nas mulheres na pós-menopausa.

O Dr. David F. Archer, da Faculdade de Medicina de Eastern Virginia, em Norfolk, referiu que, embora a terapia hormonal seja a mais efectiva no tratamento dos afrontamentos e suores nocturnos, ainda persiste a necessidade de haver agentes não hormonais seguros e efectivos. Investigações anteriores têm sugerido que a desvenlafaxina poderá ser um desses agentes.

No actual estudo, 484 mulheres com afrontamentos moderados a graves e suores nocturnos receberam aleatoriamente doses diferentes de desvenlafaxina ou placebo durante 26 semanas. Destas participantes, 81,2 por cento completaram 12 semanas de terapia e 76 por cento completaram as 26 semanas. Foram utilizados questionários standard para avaliar a frequência e gravidade dos afrontamentos.

De acordo com a Reuters Health, a desvenlafaxina foi melhor do que o placebo na redução da gravidade dos afrontamentos, em ambas as doses, após 12 semanas. Contudo, após as 26 semanas, apenas a dose mais elevada foi mais eficaz do que o placebo. Ambas as dosagens reduziram efectivamente a perturbação do sono durante a noite relacionada com os afrontamentos.

No geral, 28,5 por cento das pacientes tratadas com desvenlafaxina descontinuaram o tratamento devido a eventos adversos, em comparação com os 8,9 por cento que receberam placebo. No grupo da desvenlafaxina, o efeito secundário mais comum foram as náuseas, relatadas por 44,6 por centos das utilizadoras, em comparação com os 8,3 por cento das pacientes que receberam placebo.

Os investigadores concluíram que os resultados indicam que a desvenlafaxina é um tratamento efectivo e geralmente seguro e bem tolerado para reduzir a frequência e a gravidade dos afrontamentos nas mulheres na pós-menopausa.

A desvenlafaxina pertence a uma classe de fármacos denominados inibidores da recaptação de serotonina/norepinefrina, que são utilizados para tratar a depressão.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/13/eline/links/20090413elin022.html

Dienogest promissora no alívio dos sintomas da endometriose

Investigadores japoneses relataram que a progestina dienogest é tão efectiva como a buserelina, uma análoga da hormona libertadora de gonadotropina, no tratamento dos sintomas da endometriose, com menos redução da massa óssea.

De acordo com a Reuters Health, o ensaio de Fase III, com a duração de 24 semanas, envolveu 271 mulheres com uma média de 34 anos, que receberam 1 miligrama de dienogest oral, após as refeições da manhã e da noite, ou 300 microgramas de buserelina spray intranasal a cada manhã, meio-dia e noite.

Os dois fármacos foram igualmente efectivos no alívio de todos os cinco sintomas documentados, tais como dor na parte inferior do abdómen, lumbago, ou seja dor forte, com aparecimento súbito na região lombar, frequentemente consecutiva a um esforço, dor ao defecar, dispareunia, isto é, a dor que surge nos órgãos genitais durante ou imediatamente após as relações sexuais, e dor durante um exame interno.

Também se observaram melhorias substanciais dos resultados da dor corporal, medidos através de um questionário de qualidade de vida, o Short Form-36, (22,2 para a dienogest e 18,5 para a buserelina).

O autor principal, o Dr. Tasuku Harada, da Faculdade de Medicina da Universidade de Tottori, referiu que menos pacientes no grupo da dienogest relataram ondas de calor e mais relataram hemorragia genital, devido principalmente a hemorragia vaginal irregular (spotting) ou hemorragia entre ciclos, que foram resolvidas com o tempo.

A dienogest também resultou numa menor perda da densidade mineral óssea no final do estudo, o que os investigadores atribuem a uma maior concentração de estradiol no soro durante o tratamento com dienogest.

Os investigadores concluíram na “Fertility and Sterility” que estas descobertas sugerem que a dienogest pode tornar-se uma nova alternativa terapêutica para a endometriose.

A endometriose é uma doença dolorosa que afecta as mulheres durante os anos reprodutivos e que provoca o crescimento das placas de tecido endometrial que, normalmente, só se encontra no revestimento interno uterino (endométrio), fora do útero.

Isabel Marques

Fontes:
Reuters Health